Andamos, hoje em dia, no exterior de quase tudo e no interior de quase nada.
Tudo é ruído. Nem a palavra consegue ser palavra; tornou-se mero som.
No fundo, estamos muito apegados e pouco despojados.
Os padres do deserto dão-nos toneladas de sabedoria com as suas histórias.
Um dia, o abba Arsénio chegou a um canavial e os juncos eram agitados pelo vento.
Perguntou, então, aos irmãos: «Que rumor é aquele?»
Eles responderam: «São os juncos».
Replicou o velho sábio: «Na verdade, se um homem se sentar em silêncio e ouvir a voz de um pássaro, é porque não tinha mesmo silêncio no seu coração. Quanto mais não será assim convosco, que ouvis os sons destes juncos?»