Abunda, hoje em dia, uma inteligência técnica. Ainda bem.
Mas falta, cada vez mais, uma inteligência sensível. Ainda mal.
Como diz Isabel Allegro de Magalhães, «só uma inteligência sensível ao sofrimento dos outros poderá desencadear a viragem radical que é preciso, em Portugal e na Europa, na governação e no modo como vivemos: na disponibilidade para um estilo mais frugal, mais partilhado, de maior cuidado com os outros».
Esta é a grande urgência. Esta é a maior carência.
Antes de tomar medidas, no plano pessoal e público, temos de pensar no sofrimento que poderemos estar a infligir aos outros.
A minha responsabilidade não se esgota em mim; estende-se também aos outros, a cada tu, a cada eu que mora em cada um.
Fiquemos com esta interpelação do Talmude da Babilónia: «Se não respondo por mim, quem responderá por mim? Mas se só respondo por mim, serei ainda eu?»