Muito se discute, por estes dias, o Estado Social.
Mas não é só em discussão que está o Estado Social. O Estado Social está também (o que é pior) em retrocesso, em retrocesso acelerado.
Aos cidadãos é exigido cada vez mais e é oferecido cada vez menos.
Percebe-se a delicadeza da situação. Mas não se entende o encaminhamento que lhe estão a dar.
A situação é difícil. Pede-se o contributo de todos. Tal contributo está a ser dado. Como se percebe, então, que os direitos estejam a recuar?
Neste sentido, não deixa de ser sintomático que algumas figuras conotadas com a direita e até com o antigo regime se mostrem críticas do actual poder.
Quem ouve Adriano Moreira ou Veiga Simão fica com a sensação de que são muito mais sensíveis aos direitos sociais do que os políticos actuais.
É certo que hoje vive-se melhor. Mas há uma precisão a fazer.
Há décadas, estes direitos estavam em expansão. Hoje estão em retracção.
Outrora, havia uma repressão política. Mas hoje não estaremos no limiar de uma opressão cívica?
Há direitos básicos (alimentação e saúde) que já não estão ao alcance de muitos!