O acontecimento de Deus nos acontecimentos dos homens. A atmosfera é sempre alimentada por uma surpreendente Theosfera.

Quinta-feira, 31 de Janeiro de 2013

Aprendi a avaliar a fidelidade de uma pessoa pela capacidade de guardar um segredo.

Quem não guarda um segredo merece confiança?

Confiar um segredo é uma prova de confiança. Não guardar o segredo que alguém confiou significa desmerecer a confiança.

Acontece que a guarda do segredo defronta-se, hoje em dia, com a cultura da incontinência verbal.

Falar parece ser mais forte. E falar do que nos pediram para guardar parece encerrar um prazer supremo, embora mórbido.

Vittorio Buttafava assinalou: «O modo mais seguro de divulgar a todos alguma coisa é segredá-la ao ouvido de um amigo, suplicando-lhe que não a conte a ninguém».

É claro que ainda há excepções. Poucas, porém!

publicado por Theosfera às 10:01

A vergonha não é entusiasmante. Mas pode ser muito preventiva.

Ela não nos permitirá fazer muito. Mas pode ajudar-nos a evitar bastante.

Recordo um mestre que achava que nem se deve ter vergonha a mais nem vergonha a menos. Mas, entre um extremo e outro, preferia que se tivesse vergonha a mais.

Frei Benito Feijoo entendia que «a vergonha é um fosso que a natureza coloca entre a virtude e o vício».

Não diria que a virtude seja apenas a vergonha de ceder ao vício. É muito mais. Mas pode começar por aí.

Um pouco de vergonha faz falta. Na vida pessoal. Na vida cívica. Na vida política.

O que não se sofre pela falta de vergonha que alguns (despudoradamente) exibem!

publicado por Theosfera às 09:53

Quanto maior for o horizonte, tanto maior será a determinação.

A largueza do horizonte alarga a capacidade de agir.

Bem avisado andou o Marquês Maricá quando escreveu que «quem não espera na vida futura, desespera na presente».

Espere. E nunca desespere!

publicado por Theosfera às 09:47

Todos somos seres dependentes. Todos precisamos de todos.

Não há drama nenhum nisso. Há até muita sabedoria nisso.

Pensar que não se precisa de ninguém é pura ilusão.

Já Marie Noel se apercebera: «Aquele que não precisa de nada, tudo lhe falta».

A percepção de carência é um sintoma de boa consciência.

O outro faz parte de mim. Sem ele não sou inteiro. Não sou inteiramente eu!

publicado por Theosfera às 09:40

Hoje, 31 de Janeiro, é dia de S. João Bosco, S. Pedro Nolasco e Sta. Marcela.

Um santo e abençoado dia para todos!

publicado por Theosfera às 07:04


No dia de S. João Bosco, eis uma oportunidade para reflectir sobre o seu (magno) exemplo.


Não era fácil, ontem como hoje, lidar com os deserdados da fortuna.


S. João Bosco optou sempre pela via da mansidão.


Quanto às palavras, apenas as necessárias. Como ele notava, as palavras, muitas vezes, provocam as mais violentas tempestades!

publicado por Theosfera às 06:01

Quarta-feira, 30 de Janeiro de 2013

Temo as afirmações demasiado assertivas e com sabor a definitivas.

Emile Cioran decretou. «Todos os seres são infelizes; mas quantos o sabem?»

Quero crer que somos, acima de tudo, peregrinos da felicidade.

A infelicidade de um momento (ou de um tempo) não invalida a força da procura de toda uma vida!

publicado por Theosfera às 10:14

Há muitos padrões que definem comportamentos.

Há muitos critérios para aferir a qualidade.

Mas creio que não há nenhuma luz para conhecer alguém como a gratidão.

Bem dizia Balzac que «a gratidão perfuma as grandes almas e azeda as almas pequenas».

É por isso que o mau odor percorre muitas avenidas da nossa vida.

Saibamos ser reconhecidos.

O que há em nós deve-se a quem está além de nós.

Não tenhamos medo de o assumir. E (sobretudo) de o reconhecer!

publicado por Theosfera às 10:06


Aquele que nunca cedeu à violência acabou vítima da violência.


Mahatma Gandhi foi assassinado, neste dia, há 65 anos.


Acontece que toda a gente recorda e venera quem morreu.


Alguém sabe o nome de quem matou? Há vidas que nem a crueldade da morte apaga!

publicado por Theosfera às 09:46

Dizia Gandhi (faz hoje 65 anos que foi assassinado) que «o importante é o fim para o qual eu sou chamado».

Mas nem sempre há consenso em torno desse fim.

Madame de Stael achava que «o fim da vida não é a felicidade, mas o aperfeiçoamento».

E não será o aperfeiçoamento o caminho da felicidade? E não será a felicidade o zénite da perfeição?

publicado por Theosfera às 09:44

Hoje, 30 de Janeiro, é dia de Sta. Jacinta Mariscotti, Sta. Bertilda e Sta. Martinha.

Um santo e abençoado dia para todos!

publicado por Theosfera às 07:05


O Cón. José Cardoso, falecido neste dia há 29 anos, foi um apóstolo inigualável da catequese.


Algumas paredes ainda perduram como testemunhas da sua dedicação.


Alguns dos pregões que nelas verteu ainda se mantêm: «Cristo é teu Amigo», «Cristo conta contigo».


Publicou muitos e bons livros. Até uma História de Lamego contada às crianças e que era bom fosse recolocada em público.


São homens e sacerdotes de uma estirpe que fez escola e faz falta. Que saudades, senhor Cónego, de pessoas assim!

publicado por Theosfera às 06:27

Terça-feira, 29 de Janeiro de 2013

A crise pode ser avara em muita coisa, mas consegue ser prodigamente generosa na linguagem.

A panóplia de neologismos não pára de aumentar.

Além dos socialistas e comunistas, temos os «passistas», «portistas», «seguristas» e, pelo que dizem, pouco falta para começar a haver «costistas»!

publicado por Theosfera às 21:28

O maior castigo não é o que vem de uma pena judicial.

O maior castigo é o remordimento da própria consciência.

Já dizia Juvenal: «O primeiro castigo do criminoso é o da própria consciência, que o julga e que nunca o absolve».

O único problema é se a consciência morre. De facto, também se pode agredir e matar a consciência.

É o que acontece quando se chama mal ao bem e bem ao mal.

No limite, o criminoso é capaz de se comprazer com o que faz. E de se espantar que outros o recriminem!

publicado por Theosfera às 09:31

A primeira hora não é a única hora. Mas pode ser a mais importante.

Harriet Beecher-Stowe entendia que «a primeira hora da manhã é o leme do dia».

Começar bem é um bom prenúncio.

Quem começa bem está em boas condições de bem continuar. E de terminar melhor!

publicado por Theosfera às 09:24

Hoje, 29 de Janeiro, é dia de S. Julião, Sta. Bassilissa, S. Constâncio, S. Gildas o Sábio, S. Sulpício Severo, Sta. Arcângela Girlani, Sto. Aquilino e Sta. Boleslava Lament.

Um santo e abençoado dia para todos!

publicado por Theosfera às 07:07

Segunda-feira, 28 de Janeiro de 2013

Já morreram os idosos da nossa infância.

Já morreram muitos dos adultos da nossa infância.

Já começam a morrer os que eram jovens adultos quando nós ainda éramos crianças.

Assim, de repente, damos conta de que já temos mais anos do que eles tinham quando começámos a ouvir falar deles.

Enfim, já estamos na fase em que o tempo voa.

Já não se limita a correr...

publicado por Theosfera às 10:45

De novo o Acordo Ortográfico. Sempre o Acordo Ortográfico.

Apenas um pequeno contributo para o discernimento.

Creio que se tem estado a confundir adaptação com unificação.

Uma coisa é adaptar a língua. Outra coisa, bem diferente, é pretender unificar a língua.

A adaptação, ainda que discutível, é viável. A unificação parece-me pura e simplesmente impossível.

Ainda que alguém as pretenda unificar, a pronúncia e a grafia do português de Portugal serão inevitavelmente (desejavelmente?) diferentes da pronúncia do português do Brasil, de Angola, de Timor, etc.

Alguém imaginou que, outrora, os gauleses, os castelhanos ou os romenos pensassem impor um latim unificado a Roma?

O que aconteceu foi o normal.

O latim, nestes povos, deu origem ao francês, ao castelhano, ao romeno.

Não é uma riqueza?

É bom acompanhar os tempos. É impraticável querer controlar a marcha do tempo!

publicado por Theosfera às 10:10

Trabalho vem do latim «tripalium» que significa instrumento de tortura.

Mas o trabalho não pode ser para torturar. O trabalho não deve ser tortura, mas realização.

Máximo Gorky assinalou: «Quando o trabalho é um prazer, a vida é bela! Mas quando nos é imposto, a vida é uma escravatura».

Hoje, dir-se-ia que a tortura maior é o não trabalho, a ausência de trabalho, o impedimento de trabalho!

publicado por Theosfera às 09:58

Hoje, 28 de Janeiro, é dia de S. Tomás de Aquino e S. Valério.

Um santo e abençoado dia para todos!

publicado por Theosfera às 07:05

Um dia, alguém perguntou a Óscar Wilde: «Sabes qual é a diferença entre um santo e um pecador?».


O escritor irlandês respondeu: «Sei. É que o santo tem sempre um passado e o pecador tem sempre um futuro».


Como é bom conviver com pessoas com a sabedoria e a simplicidade de S. Tomás! Um santo enquanto sábio, um sábio enquanto santo!


A maior santidade é uma manifestação de sabedoria. E a maior sabedoria é sempre a santidade.


Hoje é dia de S. Tomás de Aquino, o Doutor Angélico. Não sei que mais admire nele, se a santidade, se a sabedoria.


Dialéctica infundada, porém. Tomás foi sábio porque santo e foi santo porque sábio. Ele percebeu belamente que a verdadeira sabedoria é a santidade e que a autêntica santidade é sempre sabedoria.


A sua humildade levou-o a procurar constantemente a verdade. Fê-lo até ao fim da vida. E fê-lo não só sentado à secretária. Fê-lo sobretudo de joelhos.


A Teologia não é um exercício diletante. É um acto de fé que não exclui a razão, antes a optimiza.


A fé envolve a vida e não deixa a razão de fora. Foi Tomás quem porfiou na consolidação da aliança entre a razão e a fé: «A razão postula a fé e a fé postula a sua compreensão racional».


Homens como Tomás não passam de moda. São imortais. Por isso, a Igreja, no Vaticano II, faz dele o único teólogo cujo pensamento recomenda expressamente na formação dos sacerdotes.


Era um homem silencioso. Vivia muito a partir de dentro, a partir do fundo. Parecia um anjo. Não deixou de ser humano por isso. É um acto de sabedoria aprender com quem nos pode ajudar. Inclusive com os anjos.


Nem todos podemos ser sábios como Tomás. Nem todos poderemos ser místicos como Teresa de Lisieux, que viveu às portas do século XX. Mas todos somos chamados a ser santos como os dois. Ambos mergulharam no mesmo (e infindo) oceano: o mistério santo de Deus!


Tempos diferentes e personalidades diversas partilham a mesma preocupação: encontrar o seu lugar na Igreja, na humanidade.


No século XIX, Teresa de Lisieux foi perita na ciência do amor. No século XIII, Tomás de Aquino fora mestre no amor da ciência.


Ambas as vias conduzem a Deus: o amor é a maior ciência; a maior ciência é o amor.
publicado por Theosfera às 06:05

Domingo, 27 de Janeiro de 2013

É muito difícil ser humilde. É muito fácil simular alguma humildade.

Fernando Pessoa dizia: «Compreendo que um homem seja orgulhoso; não compreendo que mostre sê-lo».

A exibição do orgulho é praticamente insuportável!

publicado por Theosfera às 22:14

Num professor não basta haver competência. Nem sequer chega haver empatia.

Para muitos, é imperioso que exista amor.

Erasmo assinalou: «O amor recíproco entre quem aprende e quem ensina é o primeiro e mais importante degrau para se chegar ao conhecimento».

Um professor é uma espécie de segundo pai. Afinal, sem amor é possível fazer alguma coisa?

publicado por Theosfera às 22:13

Será o pessimismo mais esclarecido do que a esperança?

Um conjunto de intelectuais elaborou um manifesto que não deixa grande margem para ânimos: «A Europa não está em crise, está a morrer».

Depois, matiza-se o «decreto», precisando que não se trata da Europa como território, mas da Europa como ideia, como sonho e como projecto.

Espero que esta crise não conduza à morte, nem apenas a uma sobrevida. Espero que tudo isto conduza a um renascimento!

publicado por Theosfera às 22:12

Hoje, 27 de Janeiro (III Domingo do Tempo Comum), é dia de Sta. Ângela Merici, S. Feliciano, Sto. Henrique de Ossó y Cervelló e S. Jorge Matulaitis-Matusewic.

Um santo e abençoado dia para todos!

publicado por Theosfera às 07:04

Sábado, 26 de Janeiro de 2013

A verdade está na realidade. Mas, por vezes, esquecemos que da realidade também faz parte a pessoa.

Não podemos, por isso, confundir a realidade com meros factos.

Orhan Pamuk, muito subtilmente, percebeu que «os factos tendem a obscurecer a verdade».

Não quer dizer que isso aconteça sempre. Mas é insofismável que acontece com muita frequência.

É por isso que a verdade nem sempre vem à tona. É preciso descer à profundidade para que ela surja à superfície.

Não basta ver os factos. É fundamental aprender a escutar as pessoas!

publicado por Theosfera às 11:28

Às vezes, é mesmo como disse George Moore: «Um homem percorre o mundo inteiro em busca daquilo de que precisa e volta a casa para o encontrar».

Frequentemente, aquilo que procuramos está muito perto. Porventura dentro.

Saia de si. Reentre em si. Descubra o outro que há si.

É capaz de se surpreender!

publicado por Theosfera às 11:18

Há coisas que podemos melhorar. Há coisas que, não podendo melhorar, temos de aceitar.

Nas primeiras há que apostar. Das segundas o melhor é sair.

Não se deixe oprimir pelo negativo. Aceite a realidade. Mas nunca se resigne.

Já dizia Honoré de Balzac que «a resignação é um suicídio quotidiano».

Tente a mudança. Ou, então, procure o diferente!

publicado por Theosfera às 11:00

Hoje, 26 de Janeiro, é dia de S. Timóteo, S. Tito, S. Roberto, Sto. Alberico, Sto. Estêvão (abade) e S. Miguel Kosal.

Um santo e abençoado dia para todos!

publicado por Theosfera às 07:00

Sexta-feira, 25 de Janeiro de 2013
1. A fé não é para pessoas ignorantes. Crer também é conhecer.

Desde logo, porque a fé não dispensa a razão. Se a fé afecta a pessoa toda, é óbvio que não deixa de lado a sua racionalidade.

 

2. Na fé, a razão é chamada a conhecer o que entende e a reconhecer aquilo que não consegue entender.

E note-se que nem sequer é irracional admitir os limites da razão. Na linha de Pascal, dir-se-ia que é um acto de razão assumir que há uma infinidade de coisas que a ultrapassam.

 

3. Na Bíblia, designadamente no Novo Testamento, sobressai uma afinidade entre a fé (pistis) e o conhecimento (gnosis). Por conseguinte e como assinalou Heinrich Fries, «existe um conhecimento crente e uma fé conhecedora».

A fé não é, pois, ausência de conhecimento. Ela pode ser princípio e plenitude de conhecimento.

 

4. O problema, ao longo da história da Igreja, esteve na tentação de separar a fé do conhecimento e o conhecimento da fé.

O resultado foi sempre desastroso: ou uma fé onde a razão não entra ou um conhecimento onde a fé não conta.

 

5. Na sua relação com Deus, o homem, que não pode dispensar a razão, também não pode limitar-se à razão. É que, a montante do acto de fé, encontramos a revelação divina e, a jusante desse mesmo acto de fé, deparamos com o dogma e com a doutrina.

Quer a revelação, quer o dogma e a doutrina, não sendo irracionais, estão muito para lá das fronteiras da razão. Isto significa que a razão pode acolher a revelação, a doutrina e o dogma, mas não está em condições de, só por si, os entender.

 

5. Como é que Deus, sendo único, é composto por três pessoas? Como é que Jesus, sendo divino e nessa medida poderoso, é morto na Cruz?

Aqui, o conhecimento meramente racional dá sinais de parar e, pior, parece capitular. Aliás, já na antiguidade, Tertuliano afirmava que «a razão está cravada na Cruz».

Mas isso não diminui a verdade nem apouca a respectiva credibilidade. O mencionado autor argumentava: «O Filho de Deus morreu. É uma coisa digna de crédito porque é uma loucura. Foi sepultado e ressuscitou. Trata-se de algo certo porque é impossível»!

 

6. Ressuscitar depois de morrer é algo que não está ao alcance do homem. Só está ao alcance de uma entidade sobre-humana. Enfim, só está ao alcance de Deus. A razão não entende, mas admite.

O paradoxo converte-se, assim, em paradigma de verdade. O que não tem explicação no homem só pode ter explicação em Deus.

 

7. Para o crente, não é a fé que está submetida à razão; é a razão que se vê iluminada pela fé.

Não é a razão que se erige em critério para a fé; é a fé que se assume como critério para a razão.

Não é a razão que ofusca a fé; é a fé que ilumina a razão.

 

8. É por isso que o homem crê não porque abdique de entender, mas porque deseja entender melhor.

Sto. Agostinho exarou este desígnio numa expressão que se tornou célebre: «Credo ut intelligam», creio para poder entender.

 

9. A fé não é, pois, uma abdicação da inteligência. Pelo contrário, é uma janela para a inteligência.

Crendo, a inteligência não fica obscurecida, mas iluminada. Daí o caminho de Sto. Anselmo: «Creio primeiro para, depois, me esforçar por compreender. Pois uma coisa eu sei: se não começar por crer, não compreenderei jamais»!
publicado por Theosfera às 16:13

Hoje, 25 de Janeiro (derradeiro dia do Oitavário de Oração pela Unidade dos Cristãos), é dia da Conversão de S. Paulo, S. Projecto, S. Marinho e Sta. Maria Gabriela Saggedu.

Um santo e abençoado dia para todos!

publicado por Theosfera às 16:05

Quinta-feira, 24 de Janeiro de 2013

Não é fácil definir seja o que for.

Definir é pôr fim. Quem se habilita a definir fá-lo antes do (seu próprio) fim.

Daí que seja praticamente impossível definir a fé.

Mas o mais importante também é vivê-la, apresentá-la, testemunhá-la.

A fé nasce de um encontro, alimenta-se numa relação e culmina numa entrega.

A fé parte da iniciativa de Deus e do acolhimento do homem.

Trata-se, pois, de uma proposta e da consequente resposta.

É por isso que a fé acaba por ter as feições de cada crente e a moldura do único Deus.

A fé é o que, em nós, nos permite ir (muito) além de nós!

publicado por Theosfera às 10:07

Podemos não ser donos de nada. Mas que, ao menos, não deixemos de ser donos da nossa vontade.

É que, como percebeu Friedrich Klopstock, «o que não tem mais vontade nem mais gosto do que a vontade e o gosto alheios pode ser tido como verdadeiro escravo»!

publicado por Theosfera às 09:49

Nem sempre o pensamento resulta nas melhores opções.

Já Goethe notava: «Quem pensa muito, nem sempre escolhe o melhor».

Mas será que o não pensamento está em melhor situação?

Será que quem não pensa escolherá melhor?

publicado por Theosfera às 09:45

Hoje, 24 de Janeiro (7º dia do Oitavário de Oração pela Unidade dos Cristãos), é dia de S. Francisco de Sales, S. Macedónio e S. Tiago Giaccardo.

Um santo e abençoado dia para todos!

publicado por Theosfera às 07:07

Quarta-feira, 23 de Janeiro de 2013

1. A fé é, prioritariamente, de ordem pessoal e, consequencialmente, de ordem doutrinal. Isto significa que «cremos em» e só por causa disso é que «cremos que».
É a credibilidade da pessoa que sustenta a credentidade das suas afirmações. No fundo, somos crentes em quem se mostra credível.

2. De facto, a fé remete-nos, antes de mais, não tanto para algo, mas para alguém.
É por isso que, quando professamos publicamente a fé, começamos por dizer que «cremos em Deus Pai, em Cristo e no Espírito Santo». Aliás, já Sto. Agostinho distinguia entre «acreditar em algo» (credere aliquid), «acreditar em alguém» (credere alicui) e «crer em alguém» (credere in aliquem), no sentido não só de acolher o que ele me propõe, mas de me entregar totalmente a ele.

3. É por causa da pessoa que aderimos à mensagem. É por causa da fé em Deus que aderimos aos conteúdos doutrinais acerca de Deus. A confiança entre Deus e o homem (fides qua creditur) articula-se em diversas proposições (fides quae creditur).
É neste sentido que, na sequência da profissão da nossa fé em Deus, também assumimos «crer que Deus é o criador do céu e da terra, que Jesus Cristo nasceu da Virgem Maria, que padeceu sob Pôncio Pilatos, que o Espírito Santo é Senhor e dá a vida».

4. Há, portanto, uma simultaneidade entre o «crer algo» (credere Deum) e o «crer em alguém» (credere in Deum), pelo que não é possível cindir os dois elementos.
Acontece que também não é lícito colocá-los no mesmo plano. Os dois elementos não são estruturalmente idênticos. Na verdade, o motivo por que se crê algo é que se crê em alguém.
Concretizando, não se crê em Deus por causa da doutrina; crê-se na doutrina por causa de Deus. Sendo englobante, abrangendo a pessoa toda, a fé é mais pessoal e existencial do que meramente conceptual.

5. Há, porém, quem estabeleça fracturas e opte por uma noção unilateral da fé.
Há, com efeito, quem se limite à fé enquanto confiança, excluindo todo e qualquer conteúdo doutrinal. Trata-se de uma fé que acentua sobretudo a experiência individual. No limite, estamos no limiar da auto-redenção. Esta atitude enfatiza mais a relação humana com Deus do que a iniciativa de Deus.
Mas também não falta quem, no extremo oposto, se fique por uma fé puramente doutrinal sem apostar na experiência de Deus. Esta última seria uma fé fria, despersonalizada, repetitiva.

6. É por isso que os dois aspectos são essenciais para a fé: o pessoal e o conteúdo.
Nunca se pode perder de vista que, como sublinha Franco Ardusso, a fé — e, especificamente, a fé cristã — «é, ao mesmo tempo, um crer no Deus de Jesus Cristo e um crer que Deus Se manifesta e Se dá aos homens como salvador em Cristo».

7. Privada de uma destas dimensões, a fé desvirtua-se e perde a sua identidade.
No entanto e sem pôr minimamente em causa a dimensão doutrinal, é preciso ter presente que a dimensão pessoal é a principal. É que, como reconhece Heinrich Fries, «a aceitação de todos os conteúdos concretos da fé baseia-se na entrega inteira, total e sem reservas do crente ao Deus que Se lhe comunica e Se lhe entrega pessoalmente. Todo o “eu creio que” assenta num “creio em ti”».

8. Já no seu tempo, S. Tomás assinalou que «o principal e, de certo modo, com um valor sem fim, em todo o acto de fé, é a pessoa a cujas palavras se outorga a própria adesão»!

publicado por Theosfera às 22:55

Nunca foi tão íntima a convivência entre o homem e a máquina.

Trata-se de uma intimidade nos limites da promiscuidade e no limiar do híbrido.

A máquina criada pelo homem está a substituir o homem em muita coisa.

Mas, atenção, neste contubérnio prolongado, não é a máquina que se humaniza. É o homem que se vai maquinizando, robotizando, tecnicizando, esfriando...

publicado por Theosfera às 10:39

Não é só a política que é dominada pela economia. Antes da política (e, muitas vezes, por causa da política), a própria vida é subjugada pela economia. Esta, como é sabido, já foi engolida há muito pelo capital.

O que disse o ministro das finanças do Japão arrepia mas não surpreende. Só pode espantar o mais desatento.

O paradigma da desvalorização da vida humana está em marcha desde há muito. O «mérito» do que disse o governante poderá estar em estimular uma reflexão que conduza, quanto antes, a uma inflexão.

De facto, é assustador ouvir um responsável(?) reconhecer que «o problema da segurança social só será resolvido se se deixar os idosos morrer rapidamente»!

É um posicionamento que, mesmo não sendo assumido por outros, vai fazendo escola em muitos.

Ao contrário do que se pensa, a tendência é para viver cada vez menos.

Até ao fim dos estudos vive-se. Depois, para muitos, é só sobreviver.

Primeiro, surge a falta de emprego na idade adulta. A seguir, aparece a falta de cuidados na velhice.

Mais que um sobrevida, trata-se de uma penosa subvida, de uma morte lenta!

publicado por Theosfera às 10:22

Quem sabe faz. Quem não sabe limita-se a dizer que vai fazer.

É o desnorte existencial.

Não é fácil encontrar a bússola e descobrir o caminho.

Oliver Wendell Holmes assinalou: «O mais importante na vida não é a situação em que nos encontramos, mas a direcção para a qual nos movemos».

Karl Rahner sublinhou que só Cristo é a resposta total à pergunta total.

N'Ele encontramos o sentido. E reencontramo-nos a nós com sentido!

publicado por Theosfera às 10:09

Hesitar é normal. Mas persistir na hesitação é aflitivo.

Foi por isso que Bertrand Russell escreveu que «nada é tão fatigante como a indecisão e nada é tão fútil».

A indecisão persistente é o que há de mais contrário à vida. Porque viver, como sinalizou Zubiri, é optar.

Quem não opta conseguirá viver?

publicado por Theosfera às 10:01

Faz hoje, 23 de Janeiro, oito anos que faleceu Mons. Ilídio Fernandes, um homem bom e um homem de bem.

Muito ele fez por Lamego e por toda esta zona. Tanto ajudou as pessoas.

Não o esqueçamos jamais!
publicado por Theosfera às 07:10

S. João Esmoler nasceu em Chipre, foi funcionário do imperador, enviuvou e veio a ser patriarca de Alexandria por volta de 610. Espantou toda a gente com uma pergunta que fez à chegada: «Quantos são aqui os meus senhores?»

 

Como ninguém percebeu o alcance, ele descodificou: «Quero saber quantos pobres temos. Eles são os meus senhores, pois representam na terra Nosso Senhor Jesus Cristo (cf. Mt 25, 34-46). Dependerá deles que eu venha a entrar no Seu reino».

 

Fizeram o apuramento. Havia 7500 pobres, que ficaram a receber, todos os dias, uma boa esmola. É claro que as críticas não demoraram. Que havia alguns que não eram pobres, antes mandriões.

 

Réplica do bispo: «Se não fôsseis não curiosos, não o saberíeis. Curai-vos da vossa intriga e curiosidade e deixai-me em paz. Prefiro ser enganado dez vezes a violar, uma vez que seja, a lei do amor».

 

Diz a história que o cofre nunca se esvaziou. A quem lhe agradecia ele respondia: «Agradece-me só quando eu derramar o meu sangue por ti; até lá, agradeçamos, os dois juntos, a Nosso Senhor Jesus Cristo».

 

Ninguém tinha coragem de lhe negar nada. Só que alguns costumavam sair, furtivamente, da igreja antes do fim da Santa Missa.

 

Sucede que o bispo saía também e, de báculo na mão, juntava-se a eles cá fora e intimava-os: «Meus filhos, um pastor deve estar com o seu rebanho; por isso, venho ter convosco. Mas não posso ficar aqui e não me posso cortar em dois; que iria ser das minhas ovelhas que estão lá dentro?» Desde então, toda a gente esperava pelo fim da Santa Missa para sair.

Que nobre exemplo de pastor, de pai. Muito mais tarde, também Bossuet repetia: «Nossos senhores, os pobres».

 

O pobre é sempre uma surpreendente aparição de Deus.

publicado por Theosfera às 07:08

Hoje, 23 de Janeiro (6º dia do Oitavário de Oração pela Unidade dos Cristãos), é dia de Sto. Ildefonso, S. João Esmoler, Sta. Josefa Maria e Sto. Henrique Suzo.

Um santo e abençoado dia para todos!

publicado por Theosfera às 07:05

Terça-feira, 22 de Janeiro de 2013
1. O lugar primeiro na fé não é o texto nem a conferência. O lugar primeiro na fé só pode ser a vivência.

É certo que a fé pode passar pela literatura e escorrer pelo colóquio. Mas, para chegar aí, ela tem de brotar da vida. Da vida de Deus. Da vida com Deus.

 

2. Sem vivência até pode haver eloquência. Mas será uma eloquência vazia, uma fraseologia oca, ainda que emoldurada por uma oratória deslumbrante.

É por isso que, na fé, a vida é o principal laboratório, o maior teste e a permanente lição. Como diria Xavier Zubiri, antes da demonstração acerca de Deus vem a mostração do próprio Deus. Deus mostra-Se e é por isso que alguém O demonstra.

 

3. O texto tem de estar articulado com a vida. A própria Profissão de Fé não é a fé, mas expressão da fé. Só professará a fé quem vive a fé.  

Na Bíblia, notamos que a fé aparece como resposta à proposta de Deus. Deus toma a iniciativa de vir ao encontro do homem, falando a linguagem do homem e fazendo-Se, Ele próprio, homem em Jesus Cristo.

 

4. É curioso notar que, no hebraico, a palavra «fé» (emunah) tem a mesma raiz da palavra «verdade» (emeth). Por aqui se vê como até a verdade pertence mais ao âmbito existencial que conceptual.

A verdade de uma pessoa radica na credibilidade da sua conduta. É essa credibilidade que suscita a relação e provoca a adesão.

 

5. Percebe-se, neste sentido, que a fé seja, primordialmente, para cultivar na oração e para testemunhar na missão. É deste modo que ela envolve todo o ser do crente.

Na fé, a vida ocupa, pois, o lugar prioritário e o lugar central. Não quer dizer que o texto tenha um lugar periférico. O lugar do texto deve ser um lugar radial procurando servir de ressonância da fé que está na vida.

 

6. Aliás, a fé será bem reflectida se for bem vivida. E a vivência da fé passa, em fundamental medida, pelo amor repartido, pela justiça partilhada, pela paz construída e pela opção pelos mais pequenos deste mundo.

Daí que as iniciativas deste Ano da Fé (como simpósios, congressos ou jornadas) não devam decorrer apenas à volta de conceitos, livros ou documentos. É claro que tudo isto pode surgir. Mas no centro de tudo tem de estar a vida. E o testemunho da vida.

 

7. Da fé falará quem a conhece. Mas só a conhece quem a vive. A fé é totalizante. Não pode ser parcializada. Só deverá ser pensada — e dita — na medida em que for vivida.

É possível conhecer o dogma da fé, a doutrina da fé e a ciência da fé e, mesmo assim, não viver a fé. É uma possibilidade. É um risco.

 

8. Nem sempre os grandes tratados retratam grandes vivências. Nem toda a teologia inspira uma existência teologal. Certos lugares podem até tornar-se perigosos «deslugares» para a fé.

Evágrio de Ponto apontou um critério: «Se fores teólogo, rezarás verdadeiramente; se rezares verdadeiramente, serás teólogo».

 

9. É por isso que, na fé, o maior especialista não é o perito; é o santo. O que mais convence não é o argumento; é o testemunho. Sempre o testemunho. Cada vez mais o testemunho!
publicado por Theosfera às 18:04

Não é só nos políticos que as pessoas não acreditam. O descrédito dissemina-se a toda a velocidade.

Hugo von Hofmannsthal era de opinião que «é preciso, no geral, acreditar em alguém para, no particular, nele depositar confiança».

Há uma crise no pressuposto. Há um défice de confiança.

Mas é preciso ser (e não só parecer) credível para merecer confiança e para suscitar credibilidade!

publicado por Theosfera às 09:50

Platão achava que «o tempo é a imagem móvel da eternidade imóvel».

Bela afirmação. Mas não estou seguro de que a eternidade seja imóvel.

A eternidade é o que nos faz mover e comover. A eternidade é o que nos faz ser.

Da eternidade vimos. Para a eternidade vamos. Na eternidade estamos. Na eternidade somos!

publicado por Theosfera às 09:41

Robert Graves assinalou: «Toda a forma de arte é uma tentativa para racionalizar um conflito de emoções no espírito do artista».

É talvez por isso que o artista é um permanente insatisfeito. O que faz raramente corresponde ao que quer fazer.

E é talvez por isso também que a arte é uma imagem, um retrato, da vida!

publicado por Theosfera às 09:35

Ainda não há neve aqui.
Mas já se avista neve daqui.
Até breve, neve!

publicado por Theosfera às 09:27

Não é agradável sofrer. Era, de facto, muito melhor não sofrer. Mas o sofrimento pode servir de despertador.

Foi, pelo menos, assim que o percebeu Émile Zola: «O sofrimento é o melhor remédio para acordar o espírito».

De facto, é de baixo que se sobe. É de trás que se avança!

publicado por Theosfera às 09:25

Hoje, 22 de Janeiro (5º dia do Oitavário de Oração pela Unidade dos Cristãos), é dia de S. Vicente, S. Gualter de Bruges, S. Vicente Palloti, S. José Nascimbeni e Sta. Laura Vicunha.

Um santo e abençoado dia para todos!

publicado por Theosfera às 07:04

Segunda-feira, 21 de Janeiro de 2013

1. O que faz a diferença, hoje em dia, não é o conhecimento. É o comportamento.

O acesso ao conhecimento está ao alcance de um clique. Tudo está, portanto, acessível a (quase) todos.

O que faz, cada vez mais, a diferença é o comportamento. Este não está disponível na net. O comportamento só está disponível na vida.

 

2. Goethe percebeu que «o comportamento é um espelho em que cada um vê a sua própria imagem».

Mas será que gostamos do que vemos? O que a educação, afinal? Tanta coisa e, por vezes, a sensação de quase nada em tanta coisa.

 

3. Da educação esperamos o máximo e acabamos por verificar que, frequentemente, nem o mínimo conseguimos obter.

À educação exigimos tudo e damos quase nada. Achamos que a educação é feita de conhecimentos, mas esquecemos que ela também é feita de comportamentos.

 

4. Que importa ter um conhecimento de excelência se ele não é capaz de alicerçar uma conduta decente? Para que servem os conhecimentos se eles não ajudam a ter uma convivência sadia?

Acredito que existe uma interdependência entre dois domínios. E que deve haver uma aliança entre os respectivos agentes.

O conhecimento ajuda a melhorar o comportamento. Mas o comportamento também ajuda a estimular o conhecimento.

 

5. Não raramente, achamos que a escola é só para dar conhecimentos e que a família é só para fornecer comportamentos.

Esquecemos que é na família que começa a germinar a predisposição para o conhecimento e que é na escola que se começam a testar os comportamentos.

 

6. Acontece que o sistema escolar costuma premiar o conhecimento positivo e reprimir o comportamento negativo. Habitualmente, sanciona-se o comportamento violento, mas não se dá um prémio ao comportamento exemplar.

Dir-se-á que o comportamento exemplar é um dever de todos. Certo. Mas a realidade mostra que a tendência é para que o comportamento exemplar seja mais a excepção do que a norma.

Will Durant denunciou que, por vezes, «a educação é a transmissão da civilização». Estuda-se a civilização, mas há quem pratique a incivilização.

 

7. A escola e a família dependem uma da outra. Por isso, deviam interagir ao máximo olhando-se mutuamente como aliadas e não como adversárias.

No entanto, os últimos tempos mostram que, em vez de fornecerem apoios, a escola e a família propendem a distribuir culpas recíprocas. A família acha que a responsabilidade do insucesso escolar é dos professores. A escola entende que a raiz do problema está em casa.

 

8. Salomonicamente, poderia dizer que a razão está nos dois lados. E até poderá estar. Mas é indiscutível que tudo depende dos começos. Pelo que o papel da família é determinante.

Aquilo que se recebe no berço pode ser, sem dúvida, melhorado. Mas aquilo que não se recebe em casa dificilmente poderá ser suprido ou corrigido.

 

9. Não se trata sequer de uma opinião pessoal, mas de um dado elementar que a realidade emite.

Nas famílias há muitas dificuldades. Nas famílias há muitas possibilidades. É preciso dar condições à família para que os seus membros possam desempenhar o seu papel e cumprir a sua missão.

publicado por Theosfera às 13:18

Foi Pasteur que disse que «pouca ciência afasta de Deus e que muita ciência aproxima de Deus».

Noutro plano, Jean Jaurés assinalou algo semelhante em relação à pátria: «Um pouco de internacionalização afasta-nos da pátria; muita reconduz-nos a ela».

Quanto mais nos abrimos aos outros, tanto mais percebemos a importância (e a beleza) do que é nosso!

publicado por Theosfera às 10:17

Grande foi a desilusão de muitos quando ouviram um responsável político dizer que, se fosse governante, não podia prometer que iria descer os impostos. Nem sequer prometeu que não os iria aumentar.

Foi um momento de sinceridade, de seriedade. Mas também (talvez) de capitulação.

 No fundo, há um movimento que se desenha desde há muito. Já não é a economia que é dirigida pela política. É a política que é dirigida (e degolada) pela economia!

publicado por Theosfera às 10:12

Bem avisado estava Terêncio quando disse: «Nada é tão fácil que, feito de má vontade, não se torne difícil».

A boa vontade torna fácil o difícil tal como a má vontade torna difícil o fácil!

publicado por Theosfera às 10:06

Mais importante é ser diferente do que ser contra.

Segundo Pablo Picasso, «ser contra um movimento é ainda fazer parte dele».

Ser contra é, muitas vezes, estar dominado por aquilo que oprime.

O melhor é mudar quando se pode mudar. Ou seguir em frente, quando mudar se torna impossível.

A vida é mesmo feita de mudança. Ou mudamos. Ou mudamo-nos!

publicado por Theosfera às 10:02

Hoje, 21 de Janeiro (4º dia do Oitavário de Oração pela Unidade dos Cristãos), é dia de Sta. Inês e S. Pátroclo.

Um santo e abençoado dia para todos!

publicado por Theosfera às 07:07

Domingo, 20 de Janeiro de 2013

Neste momento de louvor
— de louvor porque estamos em Eucaristia
e de louvor porque, dentro da Eucaristia, estamos em acção de graças —
nós Te bendizemos, Senhor,
por esta tocante celebração
que, mais uma vez, presencializa a Tua presença no mundo,
que, mais uma vez, actualiza a Tua entrega na história
e que, mais uma vez, sinaliza o Teu imenso amor no coração de cada homem.

Mas não queremos, Senhor,
que a Eucaristia seja um momento com princípio e fim.
Queremos, sim, que a Eucaristia envolva toda a nossa vida:
do princípio até ao fim.
Queremos que a Missa gere Missão,
modelando todas as fibras do nosso interior
e lubrificando todas as vértebras da nossa alma.
Por conseguinte, que à Eucaristia sacramental suceda sempre a Eucaristia existencial,
para que nada no nosso ser fique à margem desta grande celebração.

Neste dia, o nosso coração entoa um canto de louvor a Ti, Pai,
que, pelo Teu Filho e pelo Teu Espírito,
nos tocas permanentemente
como se fossem as Tuas mãos delicadas a afagar-nos com carícias etéreas.

Agradecemos-Te o formidável testemunho de S. Sebastião,
padroeiro principal desta diocese
e coluna deste edifício que constróis em cada um de nós.

Faz de nós testemunhas do Evangelho,
com a mesma intrepidez,
com igual disponibilidade
e sobretudo com idêntica generosidade.


Que, neste Ano da Fé,
nos disponhamos a ser pão
que os outros possam comer.
Que o «ide em paz» ressoe, para nós,
não como uma despedida,
mas como um incessante envio.

Que, pelo nosso testemunho e pela nossa humildade,
todos tenham acesso ao Pão da Vida,
ao Pão do Amor,
ao Pão da Solidariedade,
ao Pão da Paz e da Esperança,
ao Pão que és Tu, Senhor,
e que, através de nós,
quer saciar o mundo inteiro!…

publicado por Theosfera às 11:04

Hoje, 20 de Janeiro (3º dia do Oitavário de Oração pela Unidade dos Cristãos e II Domingo do Tempo Comum), é dia de S. Fabião, S. Sebastião (padroeiro principal da Diocese de Lamego), Sto. Eustóquio Calafato e S. José Freinademetz.

Um santo e abençoado dia para todos!

publicado por Theosfera às 07:05

Sábado, 19 de Janeiro de 2013

Andamos, hoje em dia, no exterior de quase tudo e no interior de quase nada.

Tudo é ruído. Nem a palavra consegue ser palavra; tornou-se mero som.

No fundo, estamos muito apegados e pouco despojados.

Os padres do deserto dão-nos toneladas de sabedoria com as suas histórias.

Um dia, o abba Arsénio chegou a um canavial e os juncos eram agitados pelo vento.

Perguntou, então, aos irmãos: «Que rumor é aquele?»

Eles responderam: «São os juncos».

Replicou o velho sábio: «Na verdade, se um homem se sentar em silêncio e ouvir a voz de um pássaro, é porque não tinha mesmo silêncio no seu coração. Quanto mais não será assim convosco, que ouvis os sons destes juncos?»

publicado por Theosfera às 11:57

Para aprender, é preciso haver quem ensine.

Estamos num tempo em que há mestres de (quase) tudo.

Mas como faltam mestres de humanidade, não espanta que haja falta de humanidade.

Tolentino de Mendonça reparou nesta lacuna: «Faltam-nos, hoje, mestres de humanidade. Faltam cartógrafos do coração humano, dos seus infindos e árduos caminhos, que, por fim, se revelam extraordinariamente simples. Falta-nos uma nova gramática que concilie os termos que a nossa cultura tem por inconciliáveis: razão e sensibilidade, eficácia e afectos, individualidade e compromisso social, gestão e compaixão».

Quem vai suprir esta carência? Quem vai dar corpo a esta urgência?

Como aprender humanidade se quase ninguém parece ensinar humanidade?

E como ensinar humanidade que quase ninguém parece interessado em aprender humanidade?
publicado por Theosfera às 11:53

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