O acontecimento de Deus nos acontecimentos dos homens. A atmosfera é sempre alimentada por uma surpreendente Theosfera.

Quarta-feira, 19 de Dezembro de 2012

O «centro geodésico» da humanidade está a deslocar-se, avassaladoramente, para o eu.

Porventura nunca deixou de estar centrado no eu.

Mas, mesmo no eu, tem havido um afunilamento. O bem-estar é (ou parece ser) a única lei. Mas, dentro dessa única lei, o bem-estar que mais se procura é o bem-estar físico, económico. O bem-estar moral parece adormecido.

José Luís Peixoto encontrou as palavras certas para descrever a situação: «Vivemos num individualismo muito cru. As pessoas são levadas a acreditar que a promoção do conforto físico e das aparências é o que mais conta. Existe uma desvalorização do conforto afectivo e moral. Existe a ideia errada de que podemos ser felizes sozinhos ou, pior ainda, contra os outros».

Mas tudo isto é um equívoco e configura um perigo.

A felicidade não é solteira. Só somos felizes em conjugação.

Até Deus veio repartir a Sua vida connosco. Jesus é a história de um Deus que não «cabe» em Si.

Por aqui passa também (e bastante) a lição perene do Natal!

publicado por Theosfera às 09:38

Hoje, 19 de Dezembro, é dia de Sta. Sametana, Sto. Urbano V e S. Ciríaco.

Um santo e abençoado dia para todos!

publicado por Theosfera às 07:05

Terça-feira, 18 de Dezembro de 2012

É certo que a realidade forma as pessoas. Mas também é verdade que as pessoas ajudam a formar a realidade.

A época faz o homem. Mas o homem também faz a época.

A realidade é forte. Mas a alma do homem não é menos poderosa.

Nesta altura, existe uma interiorização dos problemas da vida nas pessoas. Não será altura de haver uma exteriorização da vontade das pessoas na vida?

Muita preocupação existe com o fim do mundo. Muita preocupação devia haver com o fim do sofrimento no mundo!

As pessoas estão a mudar por causa da crise. A crise também não poderá mudar por causa das pessoas?

O que eu não queria é que a crise vencesse as pessoas.

O que todos queremos é que as pessoas vençam a crise!

publicado por Theosfera às 13:07

Estranho mundo em que tantos prevêem o que não acontece. E em que poucos vêem o que está a acontecer.

Andamos carregados com a realidade e sobrecarregados com as ficções.

O mundo não vai acabar para já. Mas muitos vão acabando no mundo.

Eles são os massacres nas escolas. Eles são os problemas da fome.

Há uma pergunta que tem dois mil anos e que se mantém actual: que devemos fazer?

Por inércia nada muda. Só pela vontade das pessoas, o mundo poderá mudar!

publicado por Theosfera às 09:37

A coragem não é a única virtude. Mas é aquela que tem de estar presente em todas as outras. É a virtude sem a qual nenhuma outra subsiste.

Clare Luce avisou: «A coragem é a escada por onde sobem as outras virtudes».

É por isso que Oyama dizia: «Perder dinheiro é perder pouco, perder confiança é perder muito, mas perder a coragem é perder tudo».

Num registo semelhante, Cervantes pensa o mesmo: «Quem perde seus bens perde muito; quem perde um amigo perde mais; mas quem perde a coragem perde tudo».

Não percamos, pois, a coragem nesta hora difícil. Sobretudo nesta hora difícil!

publicado por Theosfera às 09:30

Hoje, 18 de Dezembro, é dia da Expectação de Nossa Senhora ou Nossa Senhora do Ó, S. Gaciano e S. Flávio.

Um santo e abençoado dia para todos!

publicado por Theosfera às 07:03

Segunda-feira, 17 de Dezembro de 2012

Há quem se coloque na defesa.

Há quem viva sobretudo para não perder. Há, no fundo, quem siga a máxima de Ernest Hemingway: «O homem nunca se deve pôr em posição de perder o que não pode dar ao luxo de perder».

É curioso que Jesus não segue esta recomendação nem sugere este conselho.

Para Jesus, só ganha quem se dispõe a perder.

Só quem esbanja felicidade consegue ser feliz!

publicado por Theosfera às 10:09

A bem dizer, ninguém existe. Em bom rigor, todos coexistimos.

Podemos ser autónomos. Mas não podemos ser indiferentes.

Podemos existir em nós. Mas nem em nós conseguimos existir sem os outros.

Muito bem esteve Fernando Pessoa quando observou: «Tudo o que existe existe porque outra coisa existe. Nada é, tudo coexiste: talvez assim seja certo»!

A existência é uma contínua sequência de entradas e saídas.

Só quando nos abrimos aos outros acabamos por entrar no (mais) fundo de nós!

publicado por Theosfera às 10:03

O pensamento é tido como o grande certificado da existência. «Penso, logo existo», proclamou Descartes.

Acontece que tal pensamento não é necessariamente o pensamento certo. O pensamento errado é aquele que, frequentemente, nos desperta para a vida: «Si fallor, sum», dissera Sto. Agostinho. Isto é, «se me engano, existo».

Mas Paul Valéry toca numa ferida quando afirma que «ora penso, ora existo».

De facto, entre o pensamento e a vida nem sempre existe a devida interacção.

Às vezes, o pensamento e a vida parecem mais alternativos do que cooperantes.

Às vezes, parece que não se vive quando se pensa e não se pensa quando se vive.

O pensamento e a vida parecem não coexistir. Ou, pelo menos, dão a impressão de que não coexistem pacificamente, fecundamente!

publicado por Theosfera às 09:55

Toda a pergunta merece resposta. Mas nem a tudo se deve responder. Ou, melhor, há coisas em que a melhor resposta é um sábio silêncio.

Penso sobretudo na calúnia e na injúria.

George Sand disse o essencial: «A calúnia e a injúria são armas da ignorância».

Quem as usa não consegue, porventura, deixar de as usar. Que as use, pois, sozinho.

O silêncio não ajuda, pelo menos, a encher a maré bravia.

O tempo leva muita coisa para o fundo. E traz muita coisa para cima. Por exemplo, a verdade!
 

publicado por Theosfera às 09:41

Hoje, 17 de Dezembro, é dia de S. João da Mata, Sta. Olímpia, S. José de Manyanet e Mártires de Gaza.

Um santo e abençoado dia para todos!

publicado por Theosfera às 07:01

Domingo, 16 de Dezembro de 2012

Hoje de tudo se faz um espectáculo. Faz-se espectáculo do bem e faz-se espectáculo do mal.

Maria Jotuni percebeu que «uma boa acção invisível não é rendível».

Mas cada vez mais dou mais valor ao que não é visto. Ou, melhor, ao que não é visto através dos ecrãs.

Definitivamente, Saint-Exupéry tem razão: «Só se vê bem com o coração»!

publicado por Theosfera às 22:54

É possível que Voltaire estivesse certo quando escreveu que «o tédio é o pior de todos os estados». Mas, infelizmente, é o estado a que chegámos, é o estado a que tudo parece ter chegado.

Há que sair do tédio. Urge convocar as energias da esperança e condimentá-la com o fulgor da paz!

publicado por Theosfera às 22:53

Muito oportuna esta reflexão de Ramalho Ortigão: «As literaturas são os registos condensados do pensamento público. Os grandes livros não se produzem senão quando as grandes ideias agitam o mundo, quando os povos praticam os grandes feitos, quando os poetas recebem da sociedade as grandes comoções»!

publicado por Theosfera às 22:52

Há que não perder um certo recato.

Quem se expõe completamente ao primeiro contacto arrisca-se a ser incompreendido.

Claude Helvetius talvez não se tenha enganado quando avisou: «Só um imprudente se arrisca a ter espírito diante de pessoas que não conhece»!

publicado por Theosfera às 22:51

O Natal é o aniversário de Jesus.
Já pensou no que vai oferecer ao Aniversariante?
Ele não quer nada de si. Ele só o quer a si!

publicado por Theosfera às 22:47

Natal é a mesa farta,

mas é sobretudo a alma cheia.

 

Natal é Jesus, Natal é a família,

Natal é a humanidade e Natal também és tu.

 

Não fiques à espera do Natal,

sê tu mesmo o melhor Natal para os outros.

 

Constrói um Natal para todo o ano,

para toda a vida.

 

Tu és o Natal

que Deus desenhou e soube construir.

 

É por ti que Deus hoje continua a vir ao mundo.

É em ti que Ele também renasce.

 

Sê, pois, um Natal de esperança,

de sorriso e de abraços,

de aconchego e doação.

 

Também podes ser um Natal com algumas lágrimas.

São elas que, tantas vezes, selam o reencontro e sinalizam a amizade.

 

Eu vejo o Natal no teu olhar, no teu rosto, no teu coração,

na tua alma, em toda a tua vida.

 

Há tanta coisa de bom e de belo em ti.

Tanta coisa que Deus semeou no teu ser.

 

Descobre essa riqueza, celebra tanta surpresa,

partilha com os outros o bem que está no fundo de ti.

 

Diz aos teus familiares que os amas,

aos teus amigos que gostas deles,

aos que te ajudam como lhes estás agradecido.

 

Não recuses ser Natal junto de ninguém. Procura fazer alguém feliz.

 

Não apagues a luz que Deus acendeu em ti.

Deixa brilhar em ti a estrela da bondade e deixa atrás de ti um rasto de paz.

 

Que tenhas um bom Natal.

A partir de agora. Desde já. E para sempre!

publicado por Theosfera às 11:27

Hoje, 16 de Dezembro, III Domingo do Advento, é dia de Sta. Adelaide, S. Guilherme de Fenol, Sto. Honorato de Biala, S. Clemente Marchisio e Sta. Maria dos Anjos. Refira-se que este é chamado o «Domingo gaudete» ou «Domingo da Alegria» e é por isso que se pode usar o paramento cor-de-rosa.

Um santo e abençoado dia para todos!

publicado por Theosfera às 06:23

Sábado, 15 de Dezembro de 2012

Um dos mais belos gestos foi-se tornando uma das palavras mais desgastadas.

Afinal, que fizemos nós da caridade? Porque é que a deixamos degradar? Porque é que a tornamos no oposto do que ela é?

Hoje em dia, a caridade é repelida e quase repelente...mesmo quando é praticada!

Mas ainda bem que, acerca da caridade, somos melhores a fazê-la do que a dizê-la!

Eduardo Galeano foi contundente: «Eu não acredito em caridade. Eu acredito em solidariedade. Caridade é tão vertical: vai de cima para baixo. Solidariedade é horizontal».

Mas isto não é a caridade. Isto é o que, muitas vezes, parece a caridade. Só que a caridade é diferente disto, é o oposto disto.

A caridade não é só o conteúdo; é também a forma. Não é só a ajuda; é também (e sobretudo) a proximidade.

Caridade é o amor elevado à sua expressão máxima.

Basta ler o capítulo 13 da primeira carta de S. Paulo aos coríntios.

Sim, há uma certa verticalidade na caridade. A caridade leva-nos a olhar para cima e para baixo. Mas também para os lados.

A caridade é omnímoda. Tem de estar em tudo. Para chegar a todos. Aos poderosos também.

Os poderosos também precisam de ser atraídos ao amor e à partilha.

Afinal e como avisa Armando Fuentes Aguirre, «há pessoas pobres, mas tão pobres, que é a única coisa que possuem é dinheiro»!

A caridade não isenta da luta pela justiça. Mas, na caridade, a causa da justiça ganha uma nova feição.

O seu escopo não é empobrecer os ricos; é enriquecer os pobres.

A sua via não é a violência; é o amor: o amor exigente, o amor que parte e que nunca cessa de repartir!

publicado por Theosfera às 13:36

Muito conhecida é a máxima de Lord Acton: «O poder corrompe. O poder absoluto corrompe absolutamente».

Menos conhecida, mas não menos pertinente, é a afirmação-paráfrase de Adlai Stevenson: «O poder corrompe, mas a falta de poder corrompe absolutamente».

No fundo, o alcance é o mesmo.

O poder também corrompe quem o deseja, quem o não tem.

Agir por despeito é tão (ou mais) perigoso como agir por despotismo.

Decididamente, o poder é ambíguo.

Uns acolhem-no como acto de exercer. Outros encaram-no como forma de controlar, de oprimir e de corromper!

publicado por Theosfera às 13:09

Hoje, 15 de Dezembro, é dia de Sta. Maria Crucificada da Rosa, S. Mesmin, Sta. Cristina, S. João Henrique Carlos e Sta. Virgínia Bracelli.

Um santo e abençoado dia para todos!

publicado por Theosfera às 07:31

Sexta-feira, 14 de Dezembro de 2012

A democratização é sempre um valor. Mas a democratização não pode ser confundida com banalização.

Exemplo.

É bom que a comida chegue a todos. Mas é mau se a comida que chega a todos não tem qualidade. E pior é se nem sequer estamos em condições de perceber que há comida que não tem qualidade.

Vargas Llosa pode parecer excessivo, mas não deixa de ser pertinente.

Hoje em dia, parece que estamos na selva. Parece não ser possível «saber o que é belo e o que é feio. Nos tempos que correm, classificar alguma coisa de belo é quase uma aberração».

Isto sente-se na música, na literatura, na vida cívica em geral. E, mais grave, é que já nem se apura o estado da decadência.

O mais valioso não pode ser medido pelas audiências ou pelos aplausos.

Não pode ser o mercado a mandar. Tem de (voltar a) ser o espírito a decidir!

publicado por Theosfera às 11:47

A humanidade reconhece que está doente, mas os seres humanos têm dificuldade em reconhecer a natureza, a profundidade e o alcance das suas doenças.

Somos como aqueles pacientes que não se sentem bem. Mas que nada fazem para serem curados nem sequer procuram saber qual é a sua enfermidade.

Javier Aranguren detectou uma tríplice doença no mundo: o ruído, a pressa e o êxito. Não obstante, continuamos afogados em ruído, mantemo-nos em correrias constantes (e desgastantes) e não desistimos do êxito a todo o custo nem da fama a qualquer preço.

Vargas Llosa acha que a raiz de tudo está na falta de cultura humanista.

Assistimos «a um extraordinário empobrecimento da linguagem e a uma deterioração da comunicação e da racionalidade».

Resultado? «As máquinas pensam por nossa conta. A cultura do ecrã é muito mais conformista, mas letárgica, desmobilizando o espírito crítico».

Hoje em dia, lemos mais relatórios do que livros. Deste modo, limitamo-nos a gerir o presente e não preparamos o futuro.

Uma vez mais, tudo radica na falta do livro. É que, «com a literatura, a imaginação desenvolve-se, criando sociedades e mundos melhores, mais justos e mais livres».

A literatura está «sempre a expor-nos às ideias da perfeição, da beleza, da coerência, de uma ordem que não existe no mundo real; nesse sentido, têm servido como o motor do progresso da civilização».

É certo que também se pode ler no ecrã, via net. Mas a experiência dita que não é a mesma coisa. A interacção com o texto parece outra.

Não se trata de diabolizar a cultura do ver. Mas importa perceber que ler é diferente: é ver duplamente, decuplamente, incomensuravelmente.

Ler é ver com o espírito.

Ver é olhar para as coisas como elas são. Ler acaba por ser olhar para as coisas como elas podem vir a ser!

publicado por Theosfera às 11:33

Procurar é próprio do viandante. Somos uns eternos seres em busca.

A fé é a paz da permanente inquietação, como já dizia a saudosa Lourdes Pintasilgo.

Neste mesmo registo, Sócrates, segundo informação de Platão, afirmava que «uma vida sem procura não merece ser vivida».

Daí o (insistente) apelo de Agostinho: «Procuremos. Procuremos como quem há-de encontrar e encontremos como quem há-de voltar a procurar».

A procura já é começo de encontro. E o encontro não é o termo da procura!

publicado por Theosfera às 10:25

Parafraseando Victor Hugo, diria que há uma diferença substancial entre a honestidade e a intriga.

A pessoa intriguista procura ser aplaudida. A pessoa honesta tem ser útil.

O intriguista insinua-se e intromete-se até quando não é preciso.

O honesto surge discretamente sobretudo quando é necessário!

 

publicado por Theosfera às 10:22

O mal do mal é que não se limita a atropelar o bem.

O mal do mal é que até ao mal faz mal.

Xavier de Maistre sentia: «O mau é de si próprio algoz».

O mal do mal é que contribui para o alastramento do mal!

publicado por Theosfera às 10:16

Hoje em dia, somos peregrinos de todos os lugares.

Estamos no tempo da mobilidade.

Mas corremos o sério risco de não conhecer o que visitamos.

Daí a advertência de Paul Auster: «Diz-se que é preciso viajar para ver o mundo. Por vezes, penso que, se estiveres quieto num único sítio e com os olhos bem abertos, verás tudo o que podes controlar».

O importante não é ter os pés activos. O importante é ter os olhos abertos e os ouvidos atentos.

Não somos só nós que vemos o mundo.

O mundo também nos vê, a nós. Gostamos de chegar a todos os lugares. Mas devíamos, acima de tudo, descobrir o nosso lugar!

publicado por Theosfera às 10:10

Na prosperidade, não custa conduzir. Públio Siro dizia que «qualquer um pode tomar o leme quando o mar está calmo».

Mas é na adversidade que é mais importante guiar.

As horas difíceis são a grande triagem.

É na dificuldade que avulta a qualidade. Ou a falta dela.

publicado por Theosfera às 10:03

Hoje, 14 de Dezembro, é dia de S. João da Cruz, S. Venâncio Fortunato e Sta Maria Francisca Shervier.

Um santo e abençoado dia para todos!

publicado por Theosfera às 07:01

Hoje é dia de S. João da Cruz, um místico espanhol de primeira grandeza e um poeta de apuradíssima sensibilidade.

Optou cedo pela «solidão sonora» como via para encontrar Deus.

A «estranheza ontológica», entre o Homem e Deus, deu lugar à «entranheza pessoal» de Deus no Homem e do Homem em Deus.

Não se esqueceu de advertir, pensando certamente em Mat 25, que, «na tarde da nossa vida, seremos julgados pelo amor».

É esta a (única) pauta para o juízo final!
publicado por Theosfera às 06:28

Quinta-feira, 13 de Dezembro de 2012

Nada tenho contra o entretenimento, contra a diversão ou contra o espectáculo.

Mas preocupa-me sobremaneira que de tudo se faça espectáculo. É assustador que não haja triagem, que se confunda tudo e que se apresente o frívolo no mesmo patamar da profundidade.

O resultado está à vista: os jornais de referência, os livros mais elaborados, no fundo a cultura mais séria estão em risco de desaparecer.

Se a tendência da sociedade é para a diversão, é natural que as publicações mais sérias não resistam.

É claro que a cultura é para todos. Mas, pela lei natural das coisas, a produção cultural será sempre de poucos.

 Aliás, isso acontece com todas as actividades. Até o futebol, que é um desporto de massas, não é jogado por toda a gente.

Enquanto não se fizer uma selecção com base na qualidade, o mais certo é que a mediocridade triunfe e a banalização se espalhe!

publicado por Theosfera às 11:11

Numa guerra, ninguém ganha. Sucede apenas que um dos lados perde mais lentamente. Mas, no fundo, ninguém vence. Todos perdem.

O melhor, por isso, é não olhar para a vida como uma guerra.

Os outros não podem ser vistos como adversários. Os outros só podem ser vistos como irmãos.

O mal que se faz alguém não resulta em bem para ninguém!

publicado por Theosfera às 10:44

Para Jean Monnet, havia duas categorias de homens: «os que querem ser alguém e os que querem fazer alguma coisa».

De facto, não falta quem queira ser alguém ou algo. Por isso, até se torna «fidalgo»(filho de algo).

Há quem só lute pelo estatuto, pela pose.

O importante é fazer alguma coisa. Pelos outros. Pelo mundo. Pela vida.

Desejável não é ser o melhor, mas dar o melhor!

publicado por Theosfera às 10:39

Percebe-se cada vez melhor, nos tempos que correm, o acerto do que disse Victor Hugo: «O trabalho é a melhor das regularidades e a pior das intermitências».

Trabalho certo e salário certo oferecem, sem dúvida, uma grande tranquilidade.

Quem poderá, hoje em dia, usufruir dela?

publicado por Theosfera às 10:33

Vergílio Ferreira, homem sempre perspicaz, anotou: «Não se procura uma doutrina para acharmos a verdade nela, mas para acharmos nela a verdade que é nossa».

Nem sempre será assim. Mas é sempre perigoso quando é assim!

publicado por Theosfera às 10:31

Nada se faz sem regras. O nosso mal é sermos, porventura, desmedidamente desregulados.

Já dizia Hans Kung que, hoje em dia, há um excesso de opinião e um défice de orientação.

Nunca se opinou tanto como hoje. E nunca se terá opinado tão infundadamente como hoje.

Ouve-se muito ruído em forma de opinião e não se vislumbra suficiente fundamento que a sustente.

Nos tempos que correm, a regra parece ser a ausência de regras ou a violação das regras.

Henry Thoreau sustentava que «qualquer idiota pode fazer uma regra e qualquer idiota a seguirá».

Não diria tanto nem diria assim.

Mas perturba-me supinamente que sigamos a regra (não escrita, mas epidermicamente incorporada) do vale-tudo.

Há que dizer: Não.

Não vale tudo. É preciso sensatez, ponderação e serenidade.

Só assim que se vê a globalidade de um problema. Só assim se vê a posição do outro. Só assim cresceremos!

publicado por Theosfera às 10:26

Hoje, 13 de Dezembro, é dia de Sta. Luzia de Siracusa (invocada para a cura das doenças dos olhos, das desinterias e das hemorragias) e Sta. Otília.

Um santo e abençoado dia para todos!

publicado por Theosfera às 06:58

Quarta-feira, 12 de Dezembro de 2012

Recordar o que fomos não é só um exercício de nostalgia.

Sem o que fomos não seríamos o que somos.

É por isso que o passado não está sepultado. A memória não é um túmulo; é um berço.

E no berço somos embalados. É no berço que começámos a ser.

O passado nunca deixa de ser. O passado nunca passa.

publicado por Theosfera às 23:21

Não é este frio que gela. Este frio até pode despertar.

O frio que nos traz gelados é o da perda das referências.

O frio que nos deixa depauperados é do desaparecimento dos ideais.

Atingem-se pessoas. Imolam-se projectos. Degolam-se horizontes.

Estamos no tempo da «liquididade», termo cunhado por Zygmunt Baumann.

Tudo é líquido neste tempo chuvoso. Nada parece ser sólido. Mas acredito num despertar!

publicado por Theosfera às 23:20

A alusão do Evangelho à «hospedaria», local onde nasceu Jesus, e à «manjedoura», lugar onde Jesus foi colocado depois de nascer, faz sobressair também o mistério da rejeição do Filho de Deus.

O prólogo do Evangelho de S. João assinala expressamente esta rejeição: Ele «veio para o que era Seu e os Seus não O receberam» (Jo 1, 11).

O mais curioso - e perturbador - é que esta rejeição não é feita pelos estranhos, mas pelos próximos.

No fundo, a mensagem é esta: Deus, em Jesus, vem ao encontro dos homens e, desde o nascimento, não é acolhido pelos homens.

Ele nasce onde costumam estar os animais

É por isso que os (agora) célebres burro e vaca são mais do que figuras; são sinais.

Eles, como lembra o Papa, representam a humanidade, «diante do Menino, diante da aparição humilde de Deus no estábulo»!

publicado por Theosfera às 10:46

Há quem pense que há soluções. Há quem diga que só há caminhos.

E Saint-Exupéry entende que só há forças em marcha: «Na vida, não existem soluções. Existem forças em marcha: é preciso criá-las e, então, a elas seguem-se as soluções».

É nos problemas que, muitas vezes, emergem estas forças!

publicado por Theosfera às 09:58

Tudo o que é diferente começa por ser estigmatizado. Por norma (quiçá, por impulso), começamos por repelir o que vem de fora.

Isto passa-se também no plano das ideias. Mark Twain dizia que «aquele que tem uma ideia é um tipo esquisito até que a ideia vença».

Norberto Bobbio achava que as ideias nascem pelos extremos e consolidam-se ao centro.

O importante é persistir nas ideias desde que nelas acreditemos.

Uma ideia não deve ser abandonada por não ser popular. Só deve ser deixada se não for boa!

publicado por Theosfera às 09:49

Hoje, 12 de Dezembro, é dia de Nossa Senhora de Guadalupe, Sta. Joana Francisca de Chantal, S. Tiago de Viterbo e S. Corentino.

Um santo e abençoado dia para todos!

publicado por Theosfera às 07:02

Terça-feira, 11 de Dezembro de 2012

1. O Natal é a festa do nascimento de Jesus? Sem dúvida. Mas, pelos vistos, não falta quem Lhe dispute as atenções.

Há uns anos, era o Pai Natal que competia com Ele em protagonismo. Agora, parecem ser a vaca e o burro que com Ele rivalizam em popularidade.

Acresce que na origem desta última contenda está uma figura de peso: o próprio Papa. Teria sido, de facto, Bento XVI a desaconselhar que se colocassem estes dois simpáticos animais no presépio.

 

2. Por exemplo, o site da RTP colocava em título: «Papa retira vaca e burro ao presépio». Do mesmo modo, o site da TVI referia que «afinal, vaca e burro não fazem parte do presépio». Quase todos os jornais alinharam por igual registo. E não foi só em Portugal. Veja-se o caso do Diário de Pernambuco, no Brasil: «Papa acaba com os animais do presépio».

O mais curioso é que o Papa, num livro que escreveu sobre a infância de Jesus, afirma precisamente o contrário. Ou seja, não só não retira a vaca e o burro do presépio como diz, expressamente (p. 62), que «nenhuma representação do presépio prescindirá do boi e do jumento»!

 

3. Que se terá passado então? Só pode ter sido uma leitura apressada do texto, um olhar enviesado sobre o livro ou, então, uma tomada de posição a partir de comentários distorcidos sobre a obra. Nada, pois, como ir à fonte.

Refira-se, desde já, que Bento XVI não inclui qualquer novidade. O que ele diz não tem dias, tem anos: dois mil anos! Na verdade, o Papa limita-se a anotar (p. 61) que, «no Evangelho, não se fala de animais».

 

4. Acontece que, como o mesmo Papa explica, «a meditação guiada pela fé, lendo o Antigo e o Novo Testamentos correlacionados, não tardou a preencher esta lacuna reportando-se a Isaías 1, 3: “O boi conhece o seu dono e o jumento o estábulo do seu senhor, mas Israel, Meu povo, nada entende» (p. 61).

Estes dois animais aparecem como «representação da humanidade, por si mesma desprovida de compreensão, que, diante do Menino, diante da aparição humilde de Deus no estábulo, chega ao conhecimento e, na pobreza de tal nascimento, recebe a epifania que agora a todos ensina a ver» (p. 62). E o certo é que as representações mais antigas do Natal já incluíam a vaca e o burro!

 

5. Na parcimónia de elementos que nos traz, o Evangelho aponta que Maria deu à luz o Menino, «envolveu-O em panos e recostou-O numa manjedoura, por não haver lugar para eles na hospedaria»(Lc 2, 7).

Como é sabido, a manjedoura é o lugar onde os animais comem. «Agora, porém, jaz na manjedoura Aquele que havia de apresentar-Se a Si mesmo como o verdadeiro pão descido do céu». Neste sentido, a manjedoura passou a ser vista «como uma espécie de altar» (p.61).

 

6. Sigamos, então, o conselho do Papa. Deixemos ficar no presépio a vaca e o burrinho. E, como eles, façamos companhia a Jesus já que, em Jesus, é o próprio Deus que vem fazer companhia a cada um de nós.

 

7. Feliz Natal!

publicado por Theosfera às 23:24

O cuidado não é um freio; é uma atenção.

Ter cuidado não é o mesmo que ficar bloqueado.

Ter cuidado não é o mesmo que não ousar.

Ter cuidado significa ter consciência dos perigos.

Victor Hugo avisa: «O mundo é um grande órgão e o diabo sabe tocar todos os tubos».

Mas se o diabo sabe tocar todos os tubos, Deus sabe compor as mais belas melodias. Onde? Também no mundo.

Aquele que viria a ser o (bom) Papa João XXIII afirmou em 1935: «Toda a natureza, impregnada pela graça divina, constitui o maior instrumento musical que existe. Que o divino Espírito sopre! E que nós O escutemos! E que não O extingamos»!

publicado por Theosfera às 10:43

Os bens podem ser herdados. Mas o bem tem de ser transmitido.

Thomas Paine notou que, «ao planearmos para a posteridade, deveríamos lembrar que a virtude não é hereditária». Tem de ser trabalhada, construída.

É essa a missão maior da educação: pela palavra e sobretudo pelo exemplo.

Por inércia, nada funciona. Ou, melhor, funciona o mal.

Se não trabalharmos a virtude, estamos a contribuir para o alastramento do vício.

Trata-se, literalmente, de um círculo vicioso!

publicado por Theosfera às 10:17

Quando minguam as ideias, facilmente se resvala para o insulto.

Em vez de argumento, propende-se para os rótulos.

Ambrose Bierce reparou que «intolerante é o indivíduo que está, obstinada e zelosamente, vinculado a uma opinião que não partilhamos».

Como não quer mudar, achamos que é teimoso.

No fundo, nem sequer reparamos que intolerantes estamos a ser nós!

publicado por Theosfera às 10:10

A precipitação não faz bem. Mas a indecisão também faz muito mal.

Não é fácil, porém, ser juiz da oportunidade.

O profeta é o que diz o necessário na hora certa. E Victor Hugo asseverou que «nada é tão poderoso no mundo como uma ideia cuja oportunidade chegou».

O povo, na sua sageza simples, tem duas máximas que apelam ao discernimento: «Quem espera sempre alcança». Mas, por outro lado, «quem espera desespera».

Se a espera for excessiva pode tornar-se exasperante.

As boas ideias e os bons ideais nunca prescrevem. São sempre actuais.

Não deixe adiar o bem!

publicado por Theosfera às 10:05

Hoje, 11 de Dezembro, é dia de S. Dâmaso, S. Daniel estilita, S. Martinho de S. Nicolau, S. Melchior de Sto. Agostinho e Sta. Maria Maravilhas de Jesus.

Um santo e abençoado dia para todos!

publicado por Theosfera às 06:58

Segunda-feira, 10 de Dezembro de 2012

«A razão pode advertir-nos do que é preciso evitar; mas só a intuição nos diz o que há que fazer».

Joseph Joubert percebeu que a razão explica as coisas como são. Mas só pela intuição conseguiremos criar as coisas como elas devem estar.

Precisamos de uma razão intuitiva, que saiba ver e ajude a voar!

publicado por Theosfera às 15:08

Para fazer alguma coisa, precisamos de vontade e dedicação. Mas, como adverte Emerson, «sem entusiasmo nunca se realizou nada de grandioso».

Hoje, sente-se um défice de entusiasmo. Curiosamente, entusiasmo, na sua etimologia, significa qualquer coisa como «ter Deus em nós».

Acontece que nós temos Deus em nós. Nós somos a Sua morada. Mesmo quando Ele parece ausente, nunca deixa de estar presente. ~

Aterre em si. E deixe-se surpreender pela surpreendente descoberta!

publicado por Theosfera às 09:38

O mal contamina todos. Ninguém está imune.

Não somos impecáveis, mas podemos evitar (ou vencer) o pecado.

Ter princípios não impede a falha. Mas, como alertou Napoleão, «o erro está nos meios, bem mais do que nos princípios».

Importante é que haja lucidez para perceber os limites e humildade para confiar n'Aquele em quem tudo se consegue: Deus!

publicado por Theosfera às 09:33

O mistério não é freio; é um horizonte.

Não é uma porta que se fecha; é uma janela que se abre.

Não é uma discussão que se encerra; é uma relação que jamais se esgota.

Gustave Thibon, homem simples de palavras luminosas, percebeu facilmente que «o mistério não é um muro onde a inteligência esbarra, mas um oceano onde a inteligência mergulha».

O mistério espevita a inteligência. Oferece-se a ela. Desvela-se através dela. Mas vai muito além dela.

Mistério é diferente de segredo. Um segredo quando se revela deixa de ser segredo. O mistério quando se revela, revela-se como mistério.

O mistério repousa no chão da vida e na profundidade (mais funda) do ser!

publicado por Theosfera às 09:27

Às vezes, é importante dizer sim. Mas, outras vezes, é imperioso dizer não.

Não raramente, navegamos (naufragamos?) na dúvida.

Como avisa Emily Dickinson, «"não" é a palavra mais selvagem que se pode confiar à língua».

O não pode bloquear o que existe de melhor. Mas também é capaz de fazer frente ao que há de pior.

É preciso ter coragem para dizer não na hora própria, no momento certo!

publicado por Theosfera às 09:20

A discussão não é só desportiva. Facilmente, um jogo de futebol resvala (ou se eleva) para a metafísica.

Entre o Benfica e o Sporting (que hoje vão jogar entre si) há um debate no plano da essência e da existência.

O plano da essência não se afasta da subjectividade. Já o plano da existência parece mais objectivo.

Qual dos clubes é melhor? Respostas para todos os gostos.

Qual dos clubes está melhor? Os factos depõem por si. O Benfica está muito melhor que o Sporting.

Mas, atenção, o jogo vai começar em 0-0 e com 11 jogadores de cada lado.

Além disso e como alertou Anatole France, «o jogo é um corpo-a-corpo com o destino». Emerson também evoca a vontade de anular o destino.

O destino tem muito peso. Mas, às vezes, acaba por ser vencido.

Pelas 22h desta (gelada) segunda-feira, teremos uma resposta!

publicado por Theosfera às 09:13

Hoje, 10 de Dezembro, Dia Mundial dos Direitos do Homem, é dia de Nossa Senhora do Loreto, de Sta. Eulália e de S. Melquíades.

Um santo e abençoado dia para todos!

publicado por Theosfera às 07:02

Domingo, 09 de Dezembro de 2012
«O sururu desencadeado pelas revelações do Papa de que não havia burro nem vaca no Presépio já tem alguns dias».

É assim a entrada de um apontamento inserido na revista de um jornal de sábado.

Duas observações com o selo de espanto.

Quanto ao sururu, não se percebe o motivo. É uma coisa que já se sabe há muito.

É por isso que esta questão não tem dias, tem anos, dois mil anos.

Não é o Papa que diz que o burro e a vaca não estavam no Presépio. É a Bíblia que nada diz a este respeito.

Mas, como o mesmo Papa refere, nenhuma representação do Presépio «prescindirá» destas duas figuras.

Era bom que se lesse o livro que Bento XVI escreveu. Muito interessante por sinal: «A infância de Jesus».

Nas páginas 61 e 62 está tudo (muito bem) explicado!
publicado por Theosfera às 23:11

1. O nosso grande problema, hoje, não é a ausência de conhecimento. Graças a Deus, dispomos de muitas vias de acesso ao conhecimento.

O nosso maior problema, hoje, é a vivência. Mas na vivência estão também as nossas possibilidades!

 

2. Não sei se o nosso défice, hoje, é a distracção ou a policoncentração. Só sei que estar concentrado em várias coisas ao mesmo tempo não me parece viável.

 

3. A hiperactividade é um dado e uma característica não exclusiva dos mais novos.

É fundamental estar atento. Aliás, já os antigos padres do deserto alertavam que «o único pecado é a distracção».

Pedro Paixão também estava convencido de que «pecado é "distrair-se" do fundamental».

 

4. Pecado poder ser estar atento apenas ao ruidoso; é não dispensar a atenção devida (e merecida) ao silencioso.

Até orar é, acima de tudo, atender, estar atento. Simone Weill não hesitava: «A atenção é a oração; a oração é a atenção».

 

5. Preocupante é sentir que, para muitos, a inocência é o que está longe, é o que está antes, sepultado nos começos.

No imaginário da maioria, a inocência não é só a ausência de maldade.

A inocência acaba por ser vista como ingenuidade. Daí não faltar quem ache que crescer é perder a inocência.

 

6. Devíamos olhar para a inocência não só como um dado, mas também como uma construção.

Como assinala Tolentino de Mendonça, «a inocência não é o estádio antes: antes da vida, antes da cultura, antes das decisões fundamentais».

Acontece que «a inocência é uma descoberta, um caminho, uma decisão». Porque é que o crescimento há-de ser uma decadência? Creio que se pode ser inocente para sempre!

 

7. Mas o que é a inocência, afinal? Para Tolentino de Mendonça, «tem que ver com a possibilidade de permanecer com o espanto a vida inteira e com uma simplicidade que nos desarma».

A inocência não é só a infância. Não se trata apenas de «um território que deixei e a que só em memória posso regressar, mas como um projecto».

 

8. Mas...o que é que nos espanta, hoje? Parece que está tudo programado, tudo controlado, tudo previsto.

Já nada nos surpreende. Não é, porém, que a surpresa tenha emigrado. Nós é que deixamos de estar atentos.

Há muito bem a ser semeado, a emergir. A seu tempo, há-de frutificar!

 

9. Habituámo-nos a procurar Deus no máximo. Habituemo-nos a encontrar Deus no mínimo.

Atenção, por isso, às pequenas coisas, aos pequenos gestos, aos pequenos acontecimentos.

Tudo depende deles...a começar pelas grandes coisas, pelos grandes gestos, pelos grandes acontecimentos.

 

10. Os ingleses dizem que Deus está no pormenor. E os monges budistas atestam que Deus Se encontra no grão de arroz.

De facto e como anota Tolentino de Mendonça, «é no pequeno, até no insignificante, no mais quotidiano, que Deus nos visita»!

 

11. A Teologia transporta uma pretensão, mas tem de ter em conta uma realidade.

Ela é o estudo sobre Deus, mas acaba por ser o estudo daquilo que o homem pensa sobre Deus.

É um esforço legítimo e um dever inadiável. Mas, como anotou Eduardo Lourenço, «o importante não é o que eu penso de Deus; é o que Deus pensa de mim».

 

12. O foco da fé transporta-nos para o mistério. E esse foco está à disposição de todos.

Neste Ano da Fé, é mister perceber que, hoje em dia, não existe uma crise do crer, mas uma crise do pertencer. As pessoas, porventura, até crêem cada vez mais. Mas pertencem cada vez menos.

Como anota Tolentino de Mendonça, «há mais dificuldade na pertença do que na crença».

Trata-se de uma interpelação aos crentes, mas também às instituições, designadamente à Igreja.

 

13. As pessoas continuam a aproximar-se de Deus. Mas, nessa proximidade, há quem se afaste da Igreja. Há quem queira crer. Há quem, querendo crer, não queira pertencer!

 


14. É óbvio que ninguém é capaz de ser tão humano como o homem. Mas também é verdade que ninguém consegue ser tão desumano como o mesmo homem.

Nenhum outro animal faz coisas tão belas. Mas também nenhum outro animal realiza coisas tão abjectas.

Tolentino de Mendonça avisa: «Os cristãos sabem que todos somos capazes de coisas abjectas».

É preciso estar atento. E, já agora, convém ter presente a exortação de Jesus: «Sem Mim, nada podeis fazer»(Jo 15, 5).

 

15. Qualquer um pode estar à beira do abismo. E ninguém está livre de dar um passo em frente.

Voltando a Tolentino, diria que «a experiência do mal atravessa todas as vidas». E nem sempre lhe conseguimos escapar. Todos precisamos de ser salvos».

E acredito que todos havemos de ser salvos!

publicado por Theosfera às 23:10

Vim, Senhor, à Tua procura

 

e notei que Tu já estavas comigo.

 

 

 

Fiquei, Senhor, à Tua espera

 

e verifiquei que Tu já moravas comigo.

 

 

 

Pensei, Senhor, que Te encontravas a meu lado

 

e apercebi-me de que já habitavas no meu coração.

 

 

 

O Teu presépio, Jesus, é o íntimo de cada ser humano.

 

A manjedoura em que, hoje, Tu (re)nasces

 

é a vida de tanta gente.

 

 

 

Por isso é sempre Advento,

 

porque Tu estás sempre a chegar.

 

E por isso é sempre Natal,

 

porque Tu estás sempre a nascer.

 

 

 

Nasce, Senhor, no meu peito.

 

Nasce, Senhor, na minha alma.

 

 

 

Nasce, Senhor, na minha vida.

 

Nasce, Senhor, no nosso mundo.

 

 

 

Não tardes mais.

 

O mundo precisa de Ti,

 

da Tua Palavra,

 

do Teu Pão,

 

do Teu imenso Amor

 

e da Tua infinita Paz!

 

publicado por Theosfera às 11:02

Hoje, 09 de Dezembro, II Domingo do Advento, é dia de Sta. Leocádia, Sta. Clara Isabel, S. Bernardo Maria de Jesus e S. Libório Wagner.

Um santo e abençoado dia para todos!

publicado por Theosfera às 07:01

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