O acontecimento de Deus nos acontecimentos dos homens. A atmosfera é sempre alimentada por uma surpreendente Theosfera.

Segunda-feira, 31 de Dezembro de 2012

Estamos à espera do ano novo com coisas que, afinal, não são novas.

A receita é a de sempre: foguetes, folguedo, música, dança. Talvez mais euforia do que alegria.

É claro que as pessoas precisam de aliviar a pressão de cada dia. Mas confesso que me entedia a falta de espiritualidade destes momentos.

Uma maior simplicidade adornaria uma noite como esta com mais encanto. E, quanto ao futuro, não cedamos ao pessimismo.

Mesmo que todos nos abandonem, contamos com Deus. E, como nos diz Bento XVI, «Deus não nos deixa tactear na escuridão. Ele mostrou-Se como homem. Ele é tão grande que pode até tornar-Se pequeníssimo».

Deixemos as grandezas nas arcas de arrumações do ano velho. A maior grandeza do ano novo estará na simplicidade!

publicado por Theosfera às 19:51

Deus é humilde, maximamente humilde.

Holderlin, fogoso poeta, percebeu: «Deus criou o mundo como o mar criou os continentes: retirando-Se».

Trata-se, no fundo, do que está contido na doutrina hebraica do «zimzum», que evoca aquela espécie de «contracção» de Deus. Ou seja, Deus como que Se contrai na Sua imensidão para «hospedar» o homem e todo o universo.

Esta é, pois, uma humildade criadora. Só a humildade cria. A soberba destrói.

Deus é omnipotente deixando ser, deixando que o diferente de Si seja.

Não se trata de uma limitação de poder, mas de um excesso de poder.

O maior poder não é o que limita os outros, é o que faz ser os outros!

publicado por Theosfera às 19:34

A humildade começa no olhar. O humilde não olha de cima, olha para cima.

Orson Welles verbalizou o essencial da humildade quando disse: «Penso que é impossível que o homem seja grande se não admitir que há alguma coisa maior do que ele»!

publicado por Theosfera às 19:05

Santa Missa a começar em 2012 e a terminar em 2013.

Assim vai ser a minha passagem de ano.

Rezarei por quantos me têm distinguido com o incomensurável dom da sua amizade.

Um novo ano com duas mil e treze razões para sorrir e ser feliz. Deus abençoe a todos!

publicado por Theosfera às 18:47

Admiro muito, mesmo muito, as pessoas humildes. Para mim, são as mais sábias.

São aquelas que não olham para si. São aquelas que olham para baixo, para o chão. Pois até o mais alto quis descer até ao mais baixo. Até Deus é humilde.

É por isso que subscrevo o que disse Thomas Eliot: «A única sabedoria que podemos esperar é a sabedoria da humildade: a humildade é sem fim».

A humildade. Eis o que nunca deveríamos perder!

publicado por Theosfera às 12:14

«Si doctus, doceat; si sanctus, oret; si prudens, regat nos».

Eis uma máxima atribuída a Sta. Teresa de Ávila que não perdeu actualidade.

É uma espécie de bússola para discernir capacidades: «Se é douto, que nos ensine; se é santo, que reze por nós; se é prudente, que nos governe»!

publicado por Theosfera às 12:08

Às vezes, o medo é pior que o pior inimigo.

Pense-se neste conto de Antonhy de Mello.

A Peste dirigia-se para Damasco e passou velozmente junto à tenda do chefe de uma caravana no deserto. «Para onde vais com tanta pressa?», perguntou-lhe o chefe. «Para Damasco e penso matar um milhar de pessoas».

No regresso de Damasco, a Peste passou de novo junto à caravana. Então, o chefe disse-lhe: «Mentirosa. Eu já sei que mataste 50.000 vidas, não as mil que tinhas dito!»

«Não», respondeu-lhe a Peste. «Eu só matei mil pessoas. As outras 49 mil morreram de medo, morreram com o medo de serem contagiadas por mim. Foi o medo que as matou»!

De facto, é terrível e (terrivelmente) eficaz o poder do medo.

Só há uma vacina capaz de a vencer: a esperança.

Não se esqueça, pois, de tomar doses volumosas de vitamina E, de vitamina Esperança!

publicado por Theosfera às 12:00

Viva este momento como se fosse o primeiro momento da sua vida, como se fosse o último momento da sua vida, como se fosse o único momento da sua vida.

Daqui a um minuto, tente pensar o mesmo.

Daqui a dez minutos, procure pensar o mesmo.

Daqui a dez anos, não deixe de pensar o mesmo!

publicado por Theosfera às 11:46

É possível que, a esta hora, o medo esteja a bater à porta de muitos corações.

Mas não lhe ceda, não se submeta a ele.

Luther King é luminoso a este respeito: «O medo bateu à porta. A fé foi abrir. Não havia ninguém».

Ou seja, a fé faz desaparecer o medo. Vençamos o medo com a fé!

publicado por Theosfera às 11:44

Ninguém pode invocar plena independência.

Ninguém deve ser submetido a total dependência.

Tudo há-de ocorrer dentro da mais saudável interdependência.

A própria ciência oferece muito, mas não é capaz de explicar tudo.

Até Albert Einstein percebeu que «a escada da ciência é a escada de Jacob, que não fica completa senão quando chega aos pés de Deus»!

publicado por Theosfera às 11:38

Se o preço de muita coisa aumenta, é natural que o preço dos jornais não seja excepção.

Hoje, pelo menos um jornal anuncia o respectivo aumento. A justificação é a subida dos custos de produção.

A ilação óbvia é que o aumento da venda cubra o referido aumento da produção.

Mas isso significa também que o jornal em causa aposta mais em sacrificar os leitores habituais do que em conquistar novos leitores.

Para conquistar mais leitores, o normal seria manter (ou até descer) o preço.

Com esta medida, o mais provável é que desçam ainda mais as receitas.

Não deixa de ser sintomática esta situação. Habitualmente, é nos jornais que mais se critica a política dos governos que aumentam os preços de tudo. Mas, afinal, eles mesmos (os jornais) reproduzem aquilo que criticam.

A vida custa a todos. Os jornais têm de fazer contas. E os leitores também.

Só é pena que a qualidade não suba como sobem os preços.

Não levem a mal esta anotação final. É a percepção de alguém que ainda acredita nos jornais. E que gostaria que eles estivessem num patamar muito elevado!

publicado por Theosfera às 11:26

Tudo aumenta no próximo ano.

Tudo aumenta. Esperamos que não aumentem só os preços.

Que aumente também a esperança. Sobretudo a esperança.

A esperança não é tudo. Mas é indispensável para tudo!

publicado por Theosfera às 11:07

Não é a inércia que nos conduzirá à novidade. Não são os ponteiros do relógio que nos oferecerão uma vida novo.

Carlos Drummond de Andrade avisava: «Para ganhar um ano novo, que mereça este novo, você, meu caro, tem de merecê-lo».

Só uma vida nova fará com que o ano seja (efectivamente) novo!

publicado por Theosfera às 11:00

Creio que o homem não é do tamanho da sua altura.

Creio, com Fernando Pessoa, que «o homem é do tamanho do seu sonho».

Não coloquemos limites ao sonho. E não desistamos de o realizar.

Façamos do sonho o condutor dos nossos passos e o guia da nossa vida!

publicado por Theosfera às 10:51

O Marquês Maricá, sempre muito subtil nas suas frases, foi muito pertinente quando escreveu: «A alegria do pobre, ainda que menos durável, é sempre mais intensa que a do rico».

É possível que muitos ricos sejam mais pobres que muitos pobres. Porque só têm uma coisa: dinheiro!

publicado por Theosfera às 10:48

Na escola aprende-se muito. Na vida aprende-se tudo.

Até as mágoas nos ensinam, palavra de Benjamin Franklin.

Jeanne Roland também dizia que «quem tem culpas desconfia de todos».

Quem não tem culpas propende a não desconfiar. Mas, nesse caso, pode ser levado no engodo.

A projecção leva a ver os outros pelos nossos olhos, os únicos que temos.

Custa ser enganado. Mas antes ser enganado do que enganar.

E quanto à desconfiança, o melhor é não usar. Em vez da desconfiança, a cautela, o cuidado, a prevenção!

publicado por Theosfera às 10:44

Hoje, 31 de Dezembro (sétimo dia da Oitava do Natal), é dia de Sta. Comba de Sens, Sta. Melânia, a Nova, S. Piniano, S. Silvestre I e Sto. Alão de Solominihac.

Um santo e abençoado dia para todos!

publicado por Theosfera às 07:05

1. Eis um momento em que nos sentimos habitados pela incerteza e, ao mesmo tempo, tatuados pela esperança.

Receamos que o futuro seja sombrio, mas, lá no fundo, acalentamos o sonho de que o amanhã possa ser mais sorridente.

 

2. Paul Valéry achava que «o problema com o tempo é que o futuro já não é o que costumava ser». Mas também se fosse o que costumava ser, seria futuro?

Nós é que, afinal, estávamos mais seguros com o passado, apesar das suas agruras, do que com o futuro, não obstante as suas promessas.

 

3. A esta hora, palpita-nos que o próximo ano será difícil. Mas nem assim deixamos de desejar que ele possa ser melhor.

Uma coisa é certa: será diferente. Nenhum momento é igual a outro. Cada instante é único, irrepetível.

 

4. O tempo dá. O tempo tira. O tempo retira o que antes tinha dado. O tempo volta a dar o que antes tinha tirado.

A coisa mais estável é a instabilidade. O mais imutável parece ser a mudança. O que não muda é a sensação de que tudo muda, de que tudo está a mudar.

 

5. A esta hora, o verbo que mais vem à superfície da lembrança é «passar».

Passar de ano tem aquele sortilégio a que quase ninguém escapa. Mas não basta «passar». É necessário também «mudar». E, acima de tudo, é urgente «melhorar».

Passar não chega. Mudar não basta. Só mudando para melhor é que vale a pena estar na vida.

 

6. O mundo é feito de mudança. A vida, portanto, é tecida de «mundança».

Não é gralha. De facto, é de «mundança» que precisamos. De mudança no mundo. E esta tem de começar por dentro, por nós!

 

7. Gandhi dizia: «O que importa é o fim para o qual é o chamado». Neste fim de ano, parece haver uma dificuldade em perceber qual é a finalidade dos nossos passos.

Nem o fim é totalmente fim. O fim abre as portas a um novo começo. O fim de um ano desagua sempre num novo ano. E nem sequer o fim da vida impede o desabrochamento do início da plenitude da vida. Afinal, «a vida não acaba, apenas se transforma»!

 

8. Os finais e os inícios de ano são convenções que nos deveriam despertar para algo importante: o mistério do tempo e a importância de cada momento.

O dia mais importante é hoje. O momento mais decisivo é este. Quando chegar a meia-noite de 1 de Janeiro, esse será o instante mais importante. Mas, um minuto depois, já será passado. E esse minuto passará a ser o mais importante.

 

9. 2013 até poderá ser o melhor ano das nossas vidas. Nunca terá havido tantas dificuldades. Nunca haverá, por isso, tão grandes possibilidades. Eberhard Jungel asseverou: «Quanto maiores são as dificuldades, tanto maiores são as possibilidades».

A felicidade não vem da facilidade. O que vale custa. O que custa vale. Os problemas serão grandes. A vontade de os vencer será maior.

 

10. Este não é o momento para ser original. Mas, não sendo original, gostaria de desejar com a máxima sinceridade: um ano novo repleto de paz, inundado de esperança.

Que a vida seja renovada no ano novo. Que Deus habite todos os corações. Que o Seu amor nos guie nesta peregrinação da esperança pelo tempo!

 

11. O novo ano pode não ser o melhor, mas nós podemos ser melhores no ano novo.

Por isso, que não seja só novo o ano. Que seja nova a vida. Sobretudo a vida.
publicado por Theosfera às 00:24

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