O telemóvel deixou de ser apenas um instrumento. Passou a ser uma revelação, um critério, uma bússola ontológica.
As gerações mais novas funcionam como um barómetro. Tirar-lhes o telemóvel é como amputar uma parte do seu ser.
Tudo está alterado e muito parece invertido. A pergunta já não é «está lá?», mas «onde estás?».
O telemóvel surge, assim, como uma forma de controlo, de intromissão suprema na privacidade.
E, ironia das ironias, o padrão da má educação também já não é o mesmo.
Má educação seria, de facto, perguntar: «Onde estás?» Mas, para muitos, má educação é não atender a chamada!