A vida é breve, todos os sentimos.
Só o poeta (António Botto) é que acha que a vida é longa, comprida.
Porquê? Porque «cabe nela amor eterno e ainda sobeja vida».
Por isso é que S. Paulo diz que o amor nunca acabará. Mesmo quando tudo terminar!
A vida é breve, todos os sentimos.
Só o poeta (António Botto) é que acha que a vida é longa, comprida.
Porquê? Porque «cabe nela amor eterno e ainda sobeja vida».
Por isso é que S. Paulo diz que o amor nunca acabará. Mesmo quando tudo terminar!
É preciso agir. Mas não é menos preciso não confundir acção com agitação.
Já, há muitos anos, Ernest Hemingway recomendava: «Nunca confunda movimento com acção».
E nunca é demais ter presente que pensar também é agir, escutar também é agir, alertar também é agir, verdadear também é agir.
Agir não é só mexer. É igualmente tudo o que prepara a acção, tudo o que questiona a acção, tudo o que avalia a acção.
Às vezes, parar um pouco pode ser decisivo para agir muito. E sobretudo para agir bem!
«Quem é capaz de suportar tudo pode atrever-se a tudo».
Vauvenargues viu o essencial: a adversidade é a escola da audácia e o combustível da coragem.
Quem se habitua a sofrer está preparado para tudo. Excepto para recuar!
Para haver união, não tem de haver (nem pode haver) uniformidade, mas tem de haver um mínimo de paridade.
A União Europeia é uma união de povos, de democracias. Mas, às vezes, não parece.
Por vezes, parece haver um domínio de uns sobre outros. Às vezes, as democracias parecem submetidas a uma ditadura, a uma ditadura sobre democracias.
Fará sentido?
Os maiores problemas da humanidade gravitam em torno da posse. As mais violentas disputas giram à volta da propriedade.
Mas, pensando bem, todos nós acabamos por laborar numa ilusão. Porquê tanta insistência no que é nosso se nem nós somos nossos?
Sto. Agostinho, que nasceu neste dia em 354, já perguntava: «Que coisa há mais tua que tu mesmo? E que coisa há menos tua que tu próprio?».
Por sua vez, S. Paulino de Nola (que nasceu um ano depois de Sto. Agostinho e morreu também um ano depois dele) questiona: «Que poderemos considerar como nosso se nós mesmos não somos nossos?»
Tudo seria tão diferente (e, sem dúvida, melhor) se, nos pequenos actos, pensássemos nas grandes questões!
1. A discordância é um exercício meritório, um direito irrebatível e pode ser até uma obrigação indeclinável.
Mas ela não pode contender com o reconhecimento da realidade. Exemplo: podemos não gostar do branco, mas não podemos deixar de reconhecer que o branco é branco.
2. Não é crime discordar do que Isabel Jonet diz. Mas é impossível não reconhecer o que Isabel Jonet faz.
Ela pode não ter dito muito bem. Mas tem feito muito e bem.
E isso é o que importa. E é o que mais depõe em seu favor.
3. E, já agora, quanto ao que ela disse, nem sequer vejo razão para tanta celeuma.
Tudo se resume a isto: temos de aprender a viver na adversidade. Já S. Paulo o disse aos filipenses (4, 12): «Sei viver na riqueza e sei viver na pobreza».
Mas não é isso que já estamos a fazer? Não sentimos que estamos a aprender a viver nesta situação difícil?
4. E, depois, é assim tão mau fazer caridade? Que seria de tantos sem a caridade de tantos?
É claro que a caridade não pode ser uma forma de humilhar os outros, de mostrar superioridade sobre a vida dos outros.
É verdade que a caridade não dispensa a justiça.
E, acima de tudo, é importante perceber que a caridade não pode ser o pretexto para que tudo continue na mesma. Mas, em si mesma, a caridade é uma forma de amor.
5. Aliás, um dos efeitos mais nefastos que esta crise pode revelar é o que já está a acontecer: colocar as vítimas da crise umas contra as outras.
É uma armadilha que alguém, astutamente, congeminou e na qual, pouco subtilmente, estamos a cair. As críticas a Isabel Jonet e aos que recebem alguns apoios sociais relevam desta cedência.
6. Volto a insistir: a crítica é legítima, mas, nesta altura, a unidade é (mais) necessária.
Este é o momento de unir esforços e juntar vozes. Este não é o tempo de desperdiçar energias.
O alvo dos pobres não podem ser os outros pobres. Nem, muito menos, aqueles que estão ao lado dos mais pobres.
7. A própria Igreja, que neste campo já faz muito, pode (e deve) fazer muito mais. Pode (e deve) intervir, falar, anunciar e denunciar. A acção é importante, mas, nesta fase, a palavra pode ser decisiva.
8. É preciso que a Igreja não pareça «eclesiocentrada» nem apareça «eclesio-sentada». A Igreja tem de estar sempre «teocentrada» e «antropocentrada», centrada em Deus e no Homem.
Ela tem de estar cada vez mais ao lado dos pobres e dos que estão, aceleradamente, a empobrecer. É para isso que ela está no mundo. Foi para isso que Jesus Cristo veio à terra!
9. A crise desvela o que, muitas vezes, tende a estar velado: nem tudo é linear. O aumento da receita não tem de vir apenas (nem principalmente) dos impostos. E, mesmo quanto a estes, não é curial que sejam sempre os mesmos a sofrer o peso da factura.
O pensamento linear, segundo o qual não há alternativas, não traz grandes benefícios. Já está gasto, falido.
10. Temos de reaprender o pensamento complexo. Temos de reaprender a ligar os conhecimentos, a ligar os contributos e (sobretudo) a ligar as pessoas.
Era bom que houvesse muita gente como Isabel Jonet. E, graças a Deus, até há!
Hoje, 13 de Novembro (dia em que nasceu Sto. Agostinho, em 354), é dia de Sto. Estanislau Kostka, Sta. Agostinha Lívia Pietrantoni, S. Diogo de Alcalá, Sto. Homembom, Sto. Eugénio Bossinok e Sto. Artémis Zatti.
Um santo e abençoado dia para todos!
Quisera compor-te um poema, o mais belo. Quisera obsequiar-te com uma flor, a mais deslumbrante. Quisera oferecer-te um presente, o melhor.
Mas como tudo isto é pouco para o que mereces, deixo-te o meu amor, a minha gratidão, a minha prece. Devolvo-te o meu coração, o coração que me deste, que moldaste.
Parabéns, querida Mãe, pelos teus 83 anos. Obrigado por permaneceres a meu lado. Preciso cada vez mais de ti. Sinto-te cada vez mais forte. E vejo-te sempre linda, sempre pura, sempre jovem, sempre tu, sempre Mãe!