Há quem fale de frente. Há quem fale por trás. E há quem fale de lado.
Conta-se que Salazar nunca elogiava directamente os seus ministros. Daí que estes andassem sempre preocupados.
Era a famosa D. Maria que os tranquilizava. Também não directamente.
Regra geral, quando encontrava as esposas, lá deixava escapar que o «senhor Doutor» estava muito satisfeito (quando estava) com o trabalho dos maridos!
Ao que parece, Lula também usava estratagemas semelhantes.
A partir de 2008, começou a constar que Dilma Rousseff era a preferida para a sua sucessão.
Um deputado confrontou o presidente e ele confirmou: «É ela mesma»!
O deputado foi testá-la: «Então, está preparada?».
Ela ficou perplexa: «Quem é que lhe disse tal coisa?» Ele respondeu que fora o presidente.
O deputado voltou ao gabinete de Lula e deu-lhe conta do constrangimento por que tinha passado: «Afinal, vocês não conversaram».
Resposta de Lula: «É verdade. Não conversei nem vou conversar».
Mas também não era preciso. O que era preciso, segundo Lula, era mandar recado pelas pessoas certas!