Preparar-se para o pior ajuda a evitar ou a amortecer o pior.
O pior pode não vir. E, se vier, pode não ser tão.
Por isso, esperemos o melhor, mas preparemo-nos para o pior!
Preparar-se para o pior ajuda a evitar ou a amortecer o pior.
O pior pode não vir. E, se vier, pode não ser tão.
Por isso, esperemos o melhor, mas preparemo-nos para o pior!
O ensino costuma premiar o conhecimento, não o comportamento.
Habitualmente, sanciona-se o comportamento violento, mas não se dá um prémio ao comportamento exemplar.
Dir-se-á que o comportamento exemplar é um dever de todos. Certo. Mas a realidade mostra que a tendência é para que o comportamente exemplar seja mais a excepção que a norma.
Outrora, havia escolas com classificações a comportamento. E o próprio rendimento escolar incluía, por assimilação, o comportamento.
Quem não tivesse um comportamento pautado pela atenção e pelo rigor não conseguiria obter grandes resultados escolares.
Hoje, os tempos são diferentes. A agilidade e a competência estão em destaque.
Hoje em dia, o bom aluno não tem obrigatoriamente um perfil contido, sossegado, atento.
Há alunos irrequietos que conseguem óptimos resultados. Muito caminho ainda para andar!
E pensar que o dia de hoje tem que ver com o dia de amanhã!
«Halloween» é a fusão de «all hallow's», ou seja, todos os santos.
Antes de «all hallow's», havia quem assinalasse a «all hallow's eve», isto é, a véspera de todos os santos.
Aliás, este é um dado recorrente: uma festa cristã costuma ter sempre um antecedente de cunho mais pagão!
Napoleão avisou: «O desastre pode resultar de uma simples oportunidade perdida».
A atenção não é necessária apenas nas grandes decisões. Ela é fundamental também nos pequenos instantes.
Os campeões não se fazem unicamente nos jogos com os grandes. Os campeões costumam fazer-se jogo a jogo.
Os jogos com as chamadas equipas pequenas são fundamentais.
Os pontos perdidos com os pequenos podem não ser recuperados com os grandes!
O fim «do apartheid» político não conduz, necessariamente, ao fim do «apartheid» económico.
A África do Sul pôs fim ao «apartheid» há 18 anos. Mas, hoje em dia, o rendimento de um branco é seis vezes superior ao de um negro.
Os caminhos da justiça costumam ser longos. Praza a Deus que não sejam intransitáveis!
Podemos estar informados, mas nunca estamos totalmente preparados nem devidamente precavidos. Apesar de todos os alertas, o furacão «Sandy» já provocou 32 mortos.
Imaginem o que não seria sem qualquer informação.
A natureza, quando impiedosa, não permite grandes resistências!
Um conhecido banqueiro acha que o povo português ainda aguenta mais austeridade. Pelos vistos, só a morte é o limite.
O exemplo da Grécia devia servir para recuar e não para reproduzir.
As pessoas sobrevivem. Mas sobreviver - como dizia Edgar Morin - não é viver.
E, já agora, será que todos estão a aguentar?
Há muita gente a ir morrendo. Há muita gente a pôr termo à vida.
Há muita gente com uma única refeição por dia. Há muita gente que nem isso consegue ingerir.
Um pouco mais de respeito e de decoro não ficaria mal.
Hoje, 31 de Outubro, é dia de Sto. Afonso Rodrigues, Sto. Ângelo de Acri, S. Quintino (invocado contra a tosse), S. Wolfang e Sta. Joana Delanoue.
Um santo e abençoado dia para todos!
Deus é omnipotente, todo-poderoso. Portanto, Ele pode tudo.
Tudo?
Segundo Clemente Romano, há uma coisa que Deus não pode: mentir.
E, no entanto, tanto se mente. Por vezes, até em nome de Deus!
Tudo começa pelo princípio.
Eis uma «lapalissada» que nem sempre é tida na devida conta.
Penso, particularmente, na formação de um ser humano.
A pessoa não é uma construção meramente orgânica. A educação tem uma importância vital. E os inícios são determinantes.
Pode emendar-se, mais tarde, o que está errado desde o começo. Mas é mais arriscado.
Quanto mais se avança, há factores que se vão entranhando e dos quais é muito difícil demarcar-se.
O melhor é apostar nos começos. Já Victor Hugo dizia que, «para formar um homem, é preciso começar pela sua avó»!
Porque é que se vendem menos jornais?
A responsabilidade tende a ser endereçada para o cidadão. Porque é que, pelo menos em tese, não se coloca também do lado dos operadores jornalísticos?
Fala-se do analfabetismo e da iliteracia das pessoas. Porque é que não se pondera a competência e a qualidade dos jornais?
É claro que, numa altura em que tudo vende menos, percebe-se que os jornais vendam menos também.
Só que, mesmo quando o consumo estava em alta, os jornais nunca venderam muito.
Era bom que, antes de mais, se fizesse uma autocrítica!
Hoje, 30 de Outubro, é dia de S. Marcelo, S. Cláudio, Sta Doroteia Swartz e S. Domingos Collins.
Um santo e abençoado dia para todos!
Na indecisão, vá pelo mais difícil. A facilidade não se dá bem com a verdade.
O que custa costuma valer. O que vale costuma custar.
Carlo Maria Martini escolheu como divisa episcopal «pro veritate adversa diligere»(escolher a adversidade por amor à verdade).
É que, mesmo se verificar que errou, ficará com a certeza de que tentou, de que fez quanto podia, quanto podia.
Por isso, modere-se, questione-se. Os impulsos que fluem a partir de si acabam por refluir em desfavor de si. Eleve o espírito. Eleve o olhar. Mas não eleve a voz.
Quando a razão está em alta, a voz deve ser baixa. Para que não sufoque a razão. A fé não fica beliscada com a dúvida, com a procura. A fé só sai afectada com o medo, com a indiferença, com o calculismo!
Estranho este momento, em que as soluções estão a agravar os problemas.
E nem se pode dizer que é tudo uma questão de perspectiva. Não. A realidade é eloquente. E, além de eloquente, muito teimosa. Contra os factos que ela nos apresenta, não é isto que dá, não é isto que resulta.
A austeridade também não pode ser assacada. Ela, honra lhe seja, já provou que não resolve.
A austeridade faz aumentar o défice e contribuir para crescer a dívida. Serão precisos mais sinais para mudar de rumo?
Não é só a fortuna que se herda. A miséria, disse Riccardo Bacchelli, «também é uma herança».
Nesta altura, é o que alguns se preparam para legar. E não me reporto apenas à indigência de meios materiais. Penso sobretudo na ausência de horizontes.
Estamos a empobrecer velozmente. Estamos a empobrecer transversalmente. Estamos a empobrecer quase todos.
Ainda iremos a tempo de inverter a tendência e impedir que ela se torne uma (quase) fatalidade?
Já é tarde. E pouco falta para que seja tarde demais. Para nós. E para muitos dos que virão depois de nós.
Não é só os cofres que estão vazios. A alma das pessoas também começa a ficar desabitada.
Não espanta, por isso, que o número de suicídios já tenha ultrapassado o número de mortos nas estradas.
Já temos pouco dinheiro. Já temos pouco tempo.
Usemos bem o pouco dinheiro que temos. E não desperdicemos o pouco tempo que resta!
O que é a esperança, afinal?
É a antecipação daquilo que se pode vir a ter. Mas pode ser também a vivência do que nunca viremos a possuir.
A esperança é a felicidade sem posse, sem garantia.
Antoine Rivarol achava que «a esperança é um empréstimo que se pede à felicidade».
O que é mais curioso é que, mesmo que a felicidade não venha, não impede que a esperança sobrevenha.
E a esperança de vir a ser feliz já é felicidade!
Hoje, 29 de Outubro, é dia de S. Narciso, Sta. Ermelinda e S. Miguel Rua.
Um santo e abençoado dia para todos!
«Que eu veja, Senhor»!
Eis o pedido que um cego Te fez há dois mil anos.
Eis pedido que, de novo, Te fazemos.
Precisamos de ver
e só Tu és a luz.
Precisamos de ver
por fora e por dentro.
Precisamos de ver a vida,
o passado, o presente e o futuro.
A fé salvou o cego.
A fé salva-nos a nós,
tantas vezes cegados pela mentira, pela insinuação e pela inveja.
A fé salva na esperança e no amor.
A fé é luz que ilumina e brilha.
A fé é luz que liberta e redime.
Hoje também,
Tu, Senhor, continuas a chamar,
a chamar por nós nesta situação difícil.
Ouve, Senhor,
o clamor dos pobres, dos aflitos e dos famintos.
Ouve, Senhor,
o grito dos sem-abrigo e dos sem-amor.
Ouve, Senhor,
a súplica dos desempregados e dos que têm salários em atraso.
Ouve, Senhor,
o pedido dos que querem dar pão aos seus filhos e não têm conseguem encontrar esse pão.
As prateleiras até estão cheias,
mas há corações que permanecem vazios.
Mas Tu, Senhor, fazes maravilhas.
Tu, Senhor, és a constante maravilha.
Por isso continuamos a soltar brados de alegria.
Apesar da crise,
apesar do sufuco e da tempestade,
nós sabemos que, neste tempo de fome,
nós dás o alimento.
Tu, Senhor, és o alimento,
o pão da Palavra e o pão da vida.
Vem connosco saciar a fome deste mundo:
a fome de pão,
a fome de justiça
e a fome de paz.
Há nuvens por debaixo do sol.
Mas há sol por cima das nuvens.
Obrigado, Senhor, por este pão.
Que ele chegue a todas as casas.
Que ele entre em todos os corações.
Obrigado, Senhor, pelos sonhos.
Um dia, as lágrimas hão-de regar as avenidas da vida.
E o sonho de um mundo melhor há-de sorrir para todos.
Tu, Senhor, és esse sonho,
um sonho que se realiza em cada instante.
O sonho és Tu,
JESUS!
As palavras de Eisenhower são pertinentes como sempre e palpitantes como, talvez, nunca: «Não se é líder batendo na cabeça das pessoas - isso é ataque, não é liderança».
Hoje temos muito quem bata. Falta quem saiba liderar!
O problema dos governantes é que funcionam, muitas vezes, em circuito fechado.
Do povo esperam o voto. Mas não é com o povo que escrutinam a sua acção.
Avaliam-se a si mesmos e não se avaliam junto do povo.
Sucede que já Maquiavel opinava que, «para bem conhecer a natureza dos povos, é necessário; mas, para bem conhecer a natureza dos príncipes, é necessário pertencer ao povo»!
«Nada de grande se faz sem sonho».
Renan parece mais actual do que nunca. Há gestores que se demitiram de sonhar. E, ainda por cima, decapitam os sonhos que nos iam acalentando...
Hoje, 28 de Outubro e XXX Domingo do Tempo Comum, é dia de S. Simão, S. Judas e S. Malchion.
Um santo e abençoado dia para todos!
Hoje, 27 de Outubro, é dia de Nossa Senhora das Vitórias, S. Gonçalo de Lagos, S, Vicente, Sta. Sabina e Sta. Cristeta.
Um santo e abençoado dia para todos!
Não há pessoas insubstituíveis.
Assim se diz. Assim se repete.
É uma frase que toda a gente reproduz. É um pensamento que quase ninguém questiona.
Mas as pessoas são mesmo insubstituíveis.
Podem ser substituídas nas funções que desempenham. Mas nunca são substituídas como pessoas. Cada pessoa é única, irrepetível. Logo insubstituível!
Quem vai para a vida pública não tem de pensar apenas na missão que se propõe realizar.
Tem de ponderar também (e bastante) a exposição que vai ter e os ataques que (inevitavelmente) irá receber.
Estou certo de que, muitas vezes, este duplo factor condiciona muitos e acaba por afastar muitos dos nossos melhores valores.
Dir-se-á que são as regras do jogo. E é verdade que já Henri Truman avisava: «Se não suportas o calor, evita a cozinha».
Mas reconheçamos que a «temperatura da cozinha» pode aumentar desmedidamente e tornar impossível o acesso.
Urge introduzir moderação e (sobretudo) decência na vida pública!
Esta coisa de dizer, repetidamente, que não há alternativa está a ter consequências funestas.
Não se pensa. Não se repensa. Só se grita. Só se agita.
Há um imenso ruído sonoro. E há uma enorme poluição visual.
Estranha sensação, a de muitos.
Já não estamos saturados apenas dos políticos. Começamos a ficar fatigados com muitos comentadores, opinadores e jornalistas.
Querem, à fina força, que nos resignemos, que nos convençamos de que temos de viver pior.
É estranho que os líderes defendam que o caminho é recuar. Não é próprio dos líderes dizer que o caminho é prosseguir?
A realidade não é só o que é. Também pode ser o que queremos que ela seja.
Temos de a obrigação de conhecer a realidade. Mas temos igualmente o (indeclinável) dever de a procurar transformar!
As palavras podem ser polissémicas, mas os conceitos devem ser claros.
Hoje propende-se a chamar cultura a qualquer actividade lúdica.
Um arraial com Quim Barreiros está, assim, no mesmo patamar que um concerto de Bach. É arrepiante, mas é real.
Também não espantará que a secretaria de estado da cultura tanto seja gerida por um escritor como por um gestor.
Interessante será, por isso, evocar no paradigma avançado por Miguel de Unamuno. Para ele, a cultura radicava na vida interior.
É a partir do fundo que tudo vem. Que vem a inquietação, a ânsia, a beleza.
Haverá interioridade no simples ruído ou no mero ritmo?
Estamos descompensados por dentro. E é por isso que andamos (um pouco) perdidos por fora.
Só reencontrando-nos a nós encontraremos tudo o resto!
«Entre os desejos e as realizações destes transcorre toda a vida humana».
Schopenhauer notou como a vida pode ser um sonho contínuo e e uma frustração constante.
Luther King garantia que a vida acaba por ser a história dos nossos sonhos desfeitos.
No fundo, a existência é um composto de realidade e de irrealizações.
A realidade raramente é feita com aquilo que sonhamos. Muitas vezes, é desfeita com aquilo que nos impõem.
O mundo é o palco de um combate entre a leveza encantatória dos sonhos e o muro implacável da realidade.
À partida, tudo esbarra no muro. Mas - quem sabe? - pode ser que, um dia, seja o muro a desfazer-se. Nunca deixemos de tentar. Nunca deixemos de sonhar!
Flaubert bem avisou que «o sucesso é uma consequência e não um objectivo».
O problema é que não se presta a devida atenção ao aviso.
Há, de facto, quem viva preocupado (diria mesmo obcecado) com o sucesso. O êxito a qualquer preço tornou-se, segundo Javier Aranguren, uma das três grandes doenças do nosso tempo. (As outras duas, já agora, são o ruído e a pressa).
O êxito não é nada em si mesmo. O êxito é nada se nada mais houver.
Pode ser alguma coisa a partir de tudo o resto.
Quando este resto se faz com dedicação, o êxito pode sobrevir. Mas, mesmo que não sobrevenha (o bem nem sempre é reconhecido), é importante manter o perfil, a conduta honesta.
Antes o bem sem êxito do que o êxito sem bem.
O êxito, por si, é balofo, é vazio, é vaidade. É o nada alçado à categoria de tudo. Mas não passa de ilusão!
Hoje, 26 de Outubro, é dia de Sto. Evaristo e S. Boaventura de Potenza.
Um santo e abençoado dia para todos!
Como é possível ser mais fácil chegar à lua do que ao ser humano que vive ao nosso lado?
Porque é que o distante se torna próximo e o próximo se torna distante?
Lamennais entreviu, há mais de cem anos, que «o grito do pobre sobe até Deus, mas não chega aos ouvidos do homem».
Mas, sem amor, até o maior rico fica mais pobre que o mais pobre dos homens!
Se vivesse hoje, Oscar Wilde teria razões acrescidas para escrever: «A diferença entre a literatura e o jornalismo é que o jornalismo é ilegível e a literatura não é lida».
De facto, o jornalismo é cada menos menos legível e a literatura (sobretudo a boa) também não é muito lida.
Esperemos por melhores tempos!
Há frases elementares que, no entanto, contêm lições profundas.
Não é preciso apelar para a autoridade de Zubiri para perceber que «viver é optar».
Na transumância das nossas opções, vamos ganhando e vamos perdendo, vamos adquirindo e vamos deixando, vamos dizendo «sim» e ouvindo «não».
Por isso é que Bergson sublinhava que «escolher é excluir». As exclusões inerentes às opções são, muitas vezes, dolorosas. E, quase sempre, inevitáveis.
Há atitudes com as quais a decência não permite pactuar.
Subsiste o respeito por todas as pessoas. Mas a proximidade com quem reincide em certos comportamentos pode tornar-se impraticável.
O problema não são as desilusões de última hora. O problema é chegar-se à certificação de que se andou iludido muitas horas, longos dias e sucessivos anos.
Uns falarão de ingenuidade. Outros acharão que é a confiança. Q
uando se confia expõe-se à falsidade, à ausência de reciprocidade. Mas mais vale continuar a apostar na confiança do que ser desconfiado!
Hoje, 25 de Outubro, é dia de S. Crispim, S. Crispiniano, S. Cristanto, Sta. Daria, S. João Stone e Sta. Maria Jesus Masiá Ferragut.
Um santo e abençoado dia para todos!
Há quem seja impiedosamente inclemente com os outros e supremamente indulgente consigo.
Estriba aqui, segundo Marco Aurélio, a diferença entre o homem comum e o homem superior: «O homem comum é exigente com os outros; o homem superior é exigente consigo mesmo».
Hoje, 24 de Outubro, é dia de Sto. António Maria Claret, S. Proclo, S. José Baldo e S. Luís Guanella.
Um santo e abençoado dia para todos!
James Lowell percebeu que «um espinho de experiência vale toda a selva de avisos».
Nada como a experiência. As suas lições vêm ungidas com a (irrefutável) prova dos factos.
E as situações difíceis deixam marcas imperecíveis.
A dor não agrada nada. Mas ensina muito!
A desorientação pode espreitar não apenas na adversidade, mas também na procura de soluções.
Não falta quem, neste momento tormentoso, aponte para soluções (quase) messiânicas.
Um Mário Monti em Portugal não é impossível. Mas não pode ser imposto. Tem de emergir. E tem de haver condições para isso.
Por outro lado, não me parece que Monti seja um mero tecnocrata. O que parece é ser um político contido.
Não falta quem propugne um governo de técnicos.
Ora, isto é primário. Se repararmos bem, o nosso mal é a capitulação da política diante da técnica. Na hora que passa, a política precisa de técnica, mas a técnica também precisa (cada vez mais) de política. De uma política humanista, emoldurada pela ética e voltada para a solidariedade!
Tudo é revelação. Até a obscuridade. A obscuridade acaba por revelar o opaco, a resistência à luz.
A experiência dita que, na vida, o homem está sempre a ser revelado.
O êxito revela a superfície. A adversidade revela a profundidade.
Balzac fez esta síntese: «O infortúnio é um degrau para o génio, uma piscina para o cristão, um tesouro para o homem hábil e um abismo para o fraco».
Há quem não resista a uma dificuldade. Mas também há quem comece a triunfar nas dificuldades. Nada como um problema para testar a capacidade.
O que somos está sempre em teste. As horas difíceis são a prova soberana!
Hoje, 23 de Outubro, é dia de S. João de Capistrano, S. Servando, S. Germano e Sto. Arnulfo Reche.
Um santo e abençoado dia para todos!
Há um tipo de SPA que muitos frequentam por querer. Mas há outro tipo de SPA em que muitos incorrem sem querer.
O SPA que muitos frequentam quer dizer «Saúde pela Água». É um espaço de bem-estar a que poucos têm acesso.
Já o SPA em que muitos incorrem é o «Síndrome do Pensamento Acelerado». Foi definido por Augusto Cury.
Não provoca um grande bem-estar. Atinge-nos praticamente a todos. E, não obstante o seu custo ser elevado, são poucos os que lhe escapam!
Não é só a falta de dinheiro que assusta. A falta de conhecimento da História também impressiona.
E nem sequer me reporto à História mais remota. Refiro-me, desde logo, à História mais próxima.
A História não se repete, mas ensina. E quando não se aprende com os erros do passado, o mais certo é que eles se reproduzam no presente.
Os factos podem ser diferentes. Mas as consequências acabam por ser muito semelhantes.
O que aconteceu a seguir à primeira guerra mundial e a grande depressão dos anos 20 foram há menos de cem anos. Deviam figurar na nossa memória. Mas a nossa distracção pode levar a que efeitos parecidos figurem na nossa vida.
Nenhuma ciência pode ser desligada das outras ciências e sobreviver à margem da vida.
Os economistas e os políticos deviam falar mais com os historiadores!
Este é um tempo em que a nostalgia pesa mais que a determinação.
A recordação do nosso passado tende a sobrepor-se à preparação do nosso futuro.
Como recordou D. Januário Torgal Ferreira, «é pela saudade que vamos. Os mortos é que nos conduzem».
Estaremos, ao menos, disponíveis para aprender com eles?
Habitualmente, a lamúria é um disfarce da incapacidade.
Ralph Emerson não tinha dúvidas: «Nenhum grande homem se queixa de falta de oportunidades».
As oportunidades revelam os homens. Mas são os grandes homens que criam as grandes oportunidades.
Não é apenas a vida que vem ao encontro do homem. O homem também é chamado a ir ao encontro da vida!
Hoje, 22 de Outubro, é dia de Sta. Josefina Léroux e suas Companheiras mártires, Sto. Abércio, Sta. Salomé, Sta. Nunilona e Sta. Alódia, S. Tiago Giaccardi e Bem-Aventurado João Paulo II.
Um santo e abençoado dia para todos!
Tu sabes tanto.
Tu sabes tudo, Senhor.
Mas não sabes conjugar o verbo «mandar».
Tudo só sabes conjugar o verbo «servir».
Tu ficaste triste e desapontado
quando os Teus discípulos se mostravam preocupados pelo poder,
pela ambição de mandar,
pelo desejo de possuir.
O Teu Reino, Senhor, não é de poder,
é de amor, esperança e paz.
Nestes tempos convulsos e incertos,
Tu és a bússola e o sentido,
o horizonte e a paz,
Obrigado, Senhor,
por estares sempre connosco
e por nos ensinares a servir.
Ajuda-nos a constituir uma Igreja do serviço,
da ajuda e da solidariedade.
Ajuda-nos a crescer na disponibilidade
e na mansidão.
Tu estás no meio de nós como quem serve.
Tu não vens para ser servido, mas para servir
e dar a vida por todos.
Que nós aprendamos conTigo.
Que nós queiramos servir.
Tu experimentaste a dor
e toda a espécie de provações.
Tu és, pois, o nosso Cireneu,
aquele que condivide a nossa Cruz.
Obrigado, Senhor, pela Tua bondade,
pelo Teu infinito amor
e pela Tua intensa paz.
Que tudo em nós faça ressoar
a beleza da vida que vem de Ti,
JESUS!
Hoje, 21 de Outubro, XXIX Domingo do Tempo Comum e Dia Mundial das Missões, é dia de Sto. Hilarião, Sta. Úrsula e S. Gaspar del Búfalo.
Um santo e abençoado dia para todos!
O Prémio Nobel da Paz não poderia ser para Malala?
Esta menina de 14 anos luta pela vida porque lutou pelo direito de estudar.
Neste milénio dos direitos humanos, ainda há quem seja perseguido por querer aprender, por querer conhecer.
Não sabemos se Malala Yousafsai sobreviverá. Mas a sua coragem não nos pode abandonar!
«Ainda não é o fim nem o princípio do mundo. Calma. É apenas um pouco tarde».
O título do primeiro livro de poemas de Manuel António Pina é inspirador.
De facto, é um pouco tarde.
Mas ainda não será demasiado tarde para acreditar que o melhor é possível!
Crise. Palavra quase maldita.
A crise é uma espécie de elástico que chega a todo o lado.
Mas quase todos convergem num ponto. A crise é sobretudo económica. Será?
A crise económica é o sintoma de uma crise bem mais funda.
A crise económica resulta de uma crise política, de uma crise moral, de uma crise civilizacional.
E contribui para que essa crise política, moral e civilizacional alastre ainda mais.
Precisamos de contabilistas, de gestores e de economistas sem dúvida. Mas precisamos muito mais de filósofos, de poetas, de místicos e de profetas.
É importante saber contar. Mas não é menos necessário saber compreender o que passa.
Não é só a fazer contas que vamos sair daqui!
O pensamento único é o pensamento que capitula, que se rende, que praticamente desiste.
O pensamento único tem um pressuposto que assusta. Assegura que a realidade é inevitável.
O pensamento único não tem raízes nem horizontes.
Não medita sobre o passado. Não olha para o futuro. Naufraga no presente. Afunda-se no instante. Para renascer, o pensamento não se pode resignar.
A realidade é como é. Mas não só. A realidade pode ser o que queremos que ela seja.
A realidade que é tem as feições daqueles que a fizeram.
A realidade também pode ser o que nós quisermos.
Mesmo que não venha a ser o resultado dos nossos sonhos, que pelo menos tenha a marca das nossas tentativas, a impressão dos nossos esforços.
Não deixemos de ousar!
Muito há para começar, mesmo quando parece que tudo está a terminar.
Os começos apontam para o fim. Cada fim prenuncia novos começos.
Não se trata de um eterno retorno, mas de um permanente recomeço.
Neste sentido, é bem oportuna a recomendação de Scott Fitzgerald: «A vitalidade não se revela apenas na capacidade de persistir, mas também na capacidade de começar tudo de novo»!
Uma única coisa não se deve começar. Não se deve começar a desistir. Nem se deve desistir de recomeçar. Nem o fim põe em perigo o novo começo.
Goethe dizia que «a vida é a infância da imortalidade».
Por entre quedas e recuos, temos a certeza de que vamos a caminho do cume, da plenitude, da meta, de algo que os nossos sonhos divisam ainda que as nossas palavras não abarquem.
O melhor está para vir. O melhor não é dizível. Mas há-de ser vivido!
Hoje, 20 de Outubro, é dia de S. Maria Bertila Boscardin, S. Contardo Ferrini, Sta. Iria, S. Caprásio e Sta. Madadelena de Nagasaky.
Um santo e abençoado dia para todos!
O que nós somos não está só em nós.
Em nós não está sequer metade de nós. Em nós estará, quando muito, uma infinitésima parte de nós. O que nós somos está também nos outros, no que os outros dizem, no que os outros fazem, no que os outros nos fazem sofrer e ajudar a aliviar o sofrimento.
Somos nós em todos os outros. Somos nós em Deus. Somos nós no tempo. Somos nós na eternidade. Enfim, temos de sair de nós para chegarmos a entrar em nós.
O êxodo é o caminho do ser!
Acreditamos que a realidade pode melhorar. Até fazemos tudo para que ela melhore. E, não obstante, ela parece teimar em oferecer-nos a sua face mais austera.
François Mauriac já se apercebera: «A experiência nunca volta para nós a face de que estamos à espera».
E, às vezes, o que aparenta ser muito mau ainda consegue ser pior. Mas se a experiência nos mostra, quase sempre, a sua pior face, mostremos-lhe nós o nosso melhor rosto.
Se a vida não sorri para nós, procuremos nós sorrir para a vida.
Soltemos, pois, um sorriso no rosto. E, acima de tudo, alimentemos um permanente sorriso na alma. Não resolverá tudo. Mas ajuda bastante.
A vida é feita de realidade e tecida de ilusões.
Ninguém foge à realidade. E será que alguém escapa às ilusões?
Não se pense que as ilusões é um exclusivo da juventude. Os mais idosos também alimentam as suas, quiçá de modo inconsciente.
Hebbel Christian observou: «Muitas vezes a juventude é repreendida por acreditar que o mundo começa com ela. Mas a velhice acredita ainda mais frequentemente que o mundo termina com ela. O que é pior?»
Nem tudo começa connosco. Nem tudo termina em nós.
Bom seria que, quando nós deixarmos o mundo, o mundo fique um pouco melhor. Já não é pouco!