O acontecimento de Deus nos acontecimentos dos homens. A atmosfera é sempre alimentada por uma surpreendente Theosfera.

Quarta-feira, 12 de Setembro de 2012

O pobre acaba por ser mais rico do que muitos ricos.

Ao pobre qualquer coisa o contenta. A muitos ricos nada os satisfaz.

Públio Siro já tinha reparado: «À pobreza faltam muitas coisas, à avidez falta tudo»!

publicado por Theosfera às 20:18

Há certos elogios da humildade que mais não que apologias da mediocridade.

Tecemos encómios à «modéstia» de quem nada faz quando, no fundo, nos sentimos incomodados por aqueles que fazem. Achamos que são arrogantes.

O Marquês Maricá observava: «Queixamo-nos da fortuna para desculpar a nossa preguiça»!

publicado por Theosfera às 16:33

São muitos os que pensam que a transparência, valor sempre estimável, é o mesmo que exibição.

Há quem se considere transparente na medida em que diz tudo o que pensa, tudo o que faz, tudo o que veste, tudo o que calça.

Há quem confunda transparência com partilha (ao minuto!) de todos os passos que dá.

A transparência não é isso. A transparência é respeitar a natureza das coisas.

A transparência implica perceber, desde logo, que existe uma diferença entre o público, o discreto e o privado.

O público é obviamente para publicitar. O discreto pode ser para comentar em circuito reservado. O privado é para manter na esfera da intimidade.

Até porque não pensemos que a exposição excessiva aumenta a reputação. Já dizia o Marquês Maricá que «os homens em geral ganham muito em não serem totalmente conhecidos».

Este é o tempo em que se fala muito da vida privada em público e em que se fala muitíssimo da vida pública em privado.

Era bom que falássemos mais das ideias das pessoas do que da vida das pessoas!
publicado por Theosfera às 16:03

François Mitterand dizia que cada povo faz a política da sua geografia.

No fundo, todos defendem os seus interesses.

O Marquês Maricá, com alguma ironia, denunciava: «Mudai um homem de classe, condição e circunstâncias, vós o vereis mudar imediatamente de opiniões e de costumes».

Não digo que sempre seja assim. Mas é indiscutível que muitas vezes é assim!

publicado por Theosfera às 15:32

Grandes políticos são maiores que os problemas. Enfrentam-nos. E acabam por vencê-los.

Os outros não só não os vencem como ainda os criam.

Hoje, temos problemas novos e políticos novos.

Curiosamente, os políticos novos não parecem capazes de fazer frente aos problemas novos.

Há pouca substância e demasiados lugares-comuns.

A mudança só pode surgir por contraste.

Não é na esteira desta geração de líderes que a (ansiada) mudança regressará!

publicado por Theosfera às 13:10

Nem só de pão vive o homem, disse Jesus (cf. Mt 4, 4). Para viver, o homem precisa também de valores, de palavras, de horizontes, de ideais, de poesia.

Charles Baudelaire garante: «Qualquer homem saudável pode viver dois dias sem comida. Mas não sem poesia».

Pode parecer metáfora. Mas é a realidade. Sem poesia, a que se escreve em livro e a que se inscreve na alma, não se vive. Sobrevive-se. Apenas!

publicado por Theosfera às 10:31

Há palavras de ontem que identificam alguns comportamentos de hoje.

«Hybris» e «nêmesis» são profundamente reveladoras.

Há, de facto, nos tempos que correm, quem paute a sua vida pela presunção, pela arrogância, pelo deslumbramento em relação ao poder.

E também não falta quem recoorra à vingança, à perseguição.

Os antigos perceberam (quase) tudo. Nós é que, pelos vistos, não temos aprendido muito!

publicado por Theosfera às 10:29

Eis um tempo em que muita gente chora. Para fora. E sobretudo para dentro.

As lágrimas não veiculam apenas desespero. Também podem veicular esperança.

Simone de Beauvoir escreveu: «Em todas as lágrimas há uma esperança».

Eu diria: sobretudo nas lágrimas. Unicamente nas lágrimas?

publicado por Theosfera às 10:27

Os que estão atrás de nós parecem idiotas. Os que estão à nossa frente parecem loucos.

George Carlin percebeu o que muitos pensam do alto da sua inacção.

Os que (des)qualificam os outros por idiotice ou loucura não entendem sequer o óbvio. Que o mundo não estabiliza sem os «idiotas» que parecem não andar. E que o mesmo mundo não avança sem os «loucos» que parecem andar demais.

É cómodo não discutir. É fácil insultar.

Quem tem argumentos discute-os. Quem não tem argumentos, insulta.

Mário de Sá-Carneiro achava que, quando os loucos são a maioria, até os inteligentes são considerados loucos.

Mas são esses «loucos» que vão operando a mudança e abrindo caminhos!

publicado por Theosfera às 10:24

O problema da nossa classe política nem será da vontade. Não creio que haja uma estratégia deliberada de entrar em guerra com a sociedade, designadamente com a população trabalhadora.

O problema não é de vontade, é de sensibilidade.

Esta classe política tem pouca sensibilidade para o sofrimento das pessoas. Já não se condói com as dificuldades. Tudo decide a uma mesa de contabilidade.

Acredito numa viragem. Talvez na geração que virá a seguir à próxima!

publicado por Theosfera às 10:08

Neste mundo, nesta vida, há quem faça tudo para estar no alto. E muitos nem sequer olham a meios para lá chegar.

A «escada» são os outros, que pisam a toda a hora. Só que o sabor é diminuto.

Cayo Salústio denunciou há séculos: «Quanto mais se está no alto, menos se é livre».

Nada como ser simples. Nada como andar pela base.

É nas profundezas que se conhece a realidade.

É de baixo que se sobe. É do alto que se cai!

publicado por Theosfera às 10:06

Creio muito no que escreveu Lévis: «Ainda é mais fácil avaliar o espírito de um homem pelas suas perguntas do que pelas suas respostas».

É a pergunta que nos coloca no lado certo: o lado da procura, do caminho.

Hoje, vivemos atropelados por muitas respostas. Só que estas respostas não respondem a às grandes perguntas!

Precisamos de estar mais atentos às perguntas!

publicado por Theosfera às 10:03

Mariano da Fonseca, conhecido como Marquês de Maricá, fez uma observação com extremos de pertinência e actualidade: «Os homens preferem, geralmente, o engano, que os tranquiliza, à incerteza, que os incomoda».

Regra geral, somos implacáveis para quem nos abala e incomoda.

Contemporizamos com quem nos engana e ilude. Quando acordamos, já não vamos a tempo de emendar a atitude nem de reparar a injustiça!

publicado por Theosfera às 10:02

Eis um momento que parece ser um despertar.
Para o povo, os limites já foram ultrapassados. Para o poder, porém, o limite parece que ainda não terá sido atingido.
Cada medida de austeridade aparenta ser o prenúncio de...mais medidas de austeridade.
As pessoas estão arrasadas. Os sonhos estão desfeitos. As esperanças encontram-se degoladas.
Já não é só a oposição que contesta. A coligação, a avaliar pelo que dizem algumas das suas figuras, parece vacilar.
O problema é que não se vislumbra alternativa. O cidadão revê-se na célebre frase de Régio: «Não sei para onde vou. Sei que não vou por aí!»
O povo sabe que não está bem. Mas não lobriga quem seja capaz de fazer melhor.
Como é óbvio, estou solidário com a gente sofrida do nosso país. Acompanho-a nas manifestações de indignação.
Apenas espero que, apesar da violência das medidas, se mantenha o decoro e a moderação nos protestos. É possível (e desejável) denunciar a injustiça e manter o comedimento e a paz!

Não sou apologista de soluções sebastiânicas. Mas tenho o dever de ser amante da lucidez.

Na hora que passa, precisamos de serenidade, visão e determinação.

Continuo a pensar que este devia ser o momento dos senadores.

A Itália, que também passa por uma crise, virou-se para uma figura experiente. Não tinha trajectória política. Mas está a mostrar grande maturidade.

Mário Monti ilustra a capacidade de a política se abrir à sociedade civil.

As situações não serão totalmente similares. Mas o modelo devia, pelo menos, merecer alguma reflexão.

O povo italiano também sofre e também contesta. Mas, ao mesmo tempo, aprova.

Monti, que não é populista, está a tornar-se uma referência muito popular!

publicado por Theosfera às 09:58

Hoje, 12 de Setembro, é dia do Santíssimo Nome de Maria, de Sto. Apolinário Franco, S. Tomás de Zumárraga e seus Companheiros mártires, de Sta. Maria Vitória Forláni e de Sta. Maria de Jesus.

Um santo e abençoado dia para todos!

publicado por Theosfera às 07:08

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