Num texto que, no pretérito Domingo, escutámos na Missa, S. Paulo convida-nos a fugir da futilidade.
A futilidade é um sinal de decadência. E, nessa medida, um sintoma de alarme.
A partir de certa altura, pode inclusive degenerar numa tal inconsciência que já nem nos apercebemos do estado em que estamos. A futilidade não se reconhece fútil.
Empobrece-nos sob a ilusão de uma aparente riqueza.
A banalização é um perigoso alerta. Tudo tende para a padronização, para o estereótipo.
Importante, por conseguinte, será prestar alguma atenção à advertência de Chateubriand: «Existem palavras que deveriam servir uma única vez».
Há palavras que, quanto mais se repetem, menos se ouvem!
Hermann Melville recomenda: «Não podemos viver apenas para nós mesmos. Milhares de fibras ligam-nos aos nossos compatriotas humanos».
Sigamos, então, a natureza.
O «eu» está ligado ao «tu» e emoldurado pelo «nós». O egoísmo não serve o «eu». Tolhe-o.
O lugar do «eu» não é fechado em si mesmo. É aberto à humanidade inteira!
O sábio bíblico já se apercebera de que o seu conhecimento era maior do que as suas palavras.
É por isso que as palavras do sábio são comedidas.
Onde há gritaria, não haverá muita sabedoria. Por muito cuidado que haja, as palavras ficarão sempre aquém do que pretendem revelar.
Elas devem servir como vislumbre e não como pretensiosa exibição.
A sobriedade na linguagem é um precioso sintoma de sabedoria.
Montaigne, por exemplo, falando das suas viagens, confessava: «Sei muito bem daquilo que fujo, e não aquilo que procuro».
E, no entanto, fugia. E, contudo, procurava.
Afinal, somos sempre fuga de algo. Afinal, somos sempre procura de tanta coisa!
Há muito, muito, tempo o sábio Qohélet proclamou: «Mais vale um bom nome do que um bom perfume».
O bom nome é o melhor perfume.
A difamação, ainda que ruidosa, pode lançar alguma lama.
Mas a conduta, ainda que silenciosa, não deixará de repor o bom odor!
Uma rápida viagem pelo «medalheiro» destes Jogos Olímpicos presenteia-nos com o poder da China e com o fulgor dos Estados Unidos.
Afinal, o desporto mimetiza os contornos da geopolítica.
A China emerge. Os Estados Unidos mantêm-se. A Coreia do Sul surpreende. A Alemanha, a Itália e a França também estão no cimo.
Mas, nesta «universidade desportiva», as oportunidades são para quase todos. Até países como a Arménia, a Etiópia, a Geórgia, o Quénia, o Uzbequistão e Trindade e Tobago já conseguiram os seus feitos.
A lista de países com medalhas é bastante extensa. Será que não haverá um lugar para Portugal?
Agora foi o primeiro-ministro a sair. O que fica ao lado do presidente da Síria?
Ficam as armas. Fica a ambição. Fica a violência. Fica uma luta tremenda contra a evidência.
O desfecho de tudo isto é conhecido. E não vai ser bom para ninguém.
Muitas vidas já foram ceifadas. Muitas vidas vão continuar a cair.
Que ficará para festejar? Quem ficará para festejar?
Hoje, 07 de Agosto, é dia de S. Sisto II, S. Caetano, Sto. Alberto de Trápani, Sto. Agatângelo de Vêndome e S. Cassiano de Nantes.
Um santo e abençoado dia para todos!