La Rochefoucauld foi talvez demasiado cáustico ao escrever: «Um parvo não tem categoria suficiente para ser bom». Mas toca num ponto sensível.
De facto, há quem filie a bondade na contemporização passiva com o mal. Só que isso não é bondade; é conivência.
Às vezes, ou não se vê o mal ou finge-se que não se quer olhá-lo.
A bondade, desde logo, não é reactiva. A bondade toma a iniciativa. A bondade é o empreendimento na prática do bem.
Uma bondade que fosse aceitação do mal desmentir-se-ia a si própria e esvaziar-se-ia a si mesma.
A bondade inclui, certamente, a tolerância para com aquele que erra e cai. Mas exclui, necessariamente, a indiferença para com a maldade!