Procuro não ser preconceituoso e entendo que as oportunidades devem ser dadas a toda a gente. Qualquer pessoa deve ter condições para obter a formação que pretenda, seja qual for o momento da sua vida.
Mas se pretende formação é porque parte do princípio de que vai à procura daquilo que ainda não tem.
Se a formação se limita ao reconhecimento daquilo que já se tem, qual é a mais-valia de uma tal formação?
Alguém acha que basta ter contacto com doentes para obter uma licenciatura em Medicina? Ou que basta ter prática na construção para ter uma licenciatura em Engenharia Civil ou Arquitectura? Ou que basta estar habituado a fazer contas para alcançar uma licenciatura em Gestão? Ou, já agora, que basta rezar muito para obter uma licenciatura em Teologia?
Pelo rumo que algumas coisas estão a ter, mais vale (passe o exagero) diplomar toda a gente à entrada da universidade!
Há muita gente que estudou enquanto trabalhava sem que a experiência profissional servisse de atenuante para ser dispensado desta ou daquela disciplina.
É um esforço grande, mas é um enriquecimento compensador.
A formação não dispensa a experiência. Mas pode enriquecê-la. Até porque a formação, no fundo, acaba por ser a partilha da experiência (que inclui os conhecimentos) de outros.
E só pela exigência a formação tem valor. E sabor!