Onze portugueses em movimento vão deixar milhões de portugueses parados.
A esta hora, pressente-se ansiedade, expectativa, esperança.
O futebol é assim.
Congrega pessoas, desperta emoções e excita sentimentos.
Mas, haja o que houver, nunca deixará de haver motivos para, daqui a umas horas, o povo continuar a sorrir.
Com vitória ou sem vitória, um país nunca perde quando luta. Quando não desiste. Quando persiste!
O impossível não é necessariamente um limite. Muitas vezes, desponta como um obstáculo.
Os obstáculos são para transpor. Os limites são para ultrapassar.
Os problemas existem não para nos vencerem, mas para serem vencidos por nós. Quando Deus quer e o homem sonha, a obra acaba por nascer.
Nélson Mandela, do alto da sua sageza humilde, proclamou: «Tudo parece impossível até que seja feito»!
O fazer é o grande certificado do querer e o maior desmentido do parecer.
Que o futebol mostre o que a vida tem condições para demonstrar: há impossíveis que não são eternos; há impossíveis que são efémeros. É preciso tentar superá-los. É importante persistir. E é urgente não recuar!
Nunca foi possível a Portugal chegar à final de um Europeu ou de um Mundial. Até agora. Até hoje?
Quem não ama os outros será que se ama a si mesmo?
Habitualmente, fraccionamos o amor ao próximo e o amor a si mesmo.
Partimos do princípio de que, para amar o próximo, é mister deixar de se amar a si mesmo. Mas será assim?
Para amar o próximo, não será necessário amar-se a si mesmo?
É interessante notar como o termo de comparação, para Jesus, é o amor próprio. O Seu mandamento é que cada um ame os outros como a si mesmo.
E, mais perto de nós, Cesare Pavese vai na mesma direcção quando denuncia: «Odeiam-se os outros porque se odeia a si mesmo».
O caso é verídico e, pelos vistos, não foi único.
Um funcionário do Governo dos Estados Unidos avisa um ministro da Irlanda. Este país iria pedir um resgate à Europa.
O ministro responde que não sabe de nada. O Governo da Irlanda ainda não tomara qualquer decisão. Ao que o norte-americano replicou: «Não foi o teu Governo que me disse, foi o Governo alemão»!
O resto é conhecido. Na Irlanda. Na Grécia. Em Portugal. Na Espanha.
(I)moral da história: «Qui a l'argent a le pouvoir»!
Não há só pobreza nos países pobres. Há também pobreza nos países ricos.
Nos países pobres, a pobreza é geral. Já nos países ricos, a pobreza é selectiva.
Em qualquer caso, trata-se não de um problema dos países em causa. Trata-se de um momentoso problema da humanidade. Ou, melhor, de falta de humanidade!