«É a capacidade do homem para a justiça que torna a democracia possível, mas é a inclinação do homem para a injustiça que torna a democracia necessária».
Reinhold Niebuhr verteu uma grande (enorme) verdade.
A necessidade da democracia está também (e bastante) na sua força correctiva.
Quando a democracia não evita a injustiça será democrática?
Admiro a competência. Mas o deslumbramento preocupa-me, a vaidade entedia-me e a arrogância deprime-me.
Corre por aí que temos a geração mais bem formada de sempre.
Prudentemente, digo que não sei. Gostaria que fosse verdade.
Uma coisa é certa: temos a geração mais diplomada da história. Mas do diploma nem sempre decorre uma formação de qualidade.
Há minutos, ouvi um jovem publicitar a sua licenciatura, mostrando vontade de ir para o estrangeiro. A justificação? Somos «cidadões do mundo»!
Os grandes cometimentos não dependem só do talento. Dependem, acima de tudo, da persistência, da vontade, da determinação, da coerência.
Thomas Atkinson asseverou: «Não é um notável talento o que se exige para assegurar o êxito em qualquer empreendimento; mas sim um firme propósito».
Quando não se sabe o que quer nem para onde se quer ir é o caos!
Bernard Shaw, qual atalaia, deixou-nos de prevenção: «Imaginamos o que desejamos, queremos o que imaginamos e, por fim, acreditamos no que queremos».
Tudo somado, isto resultado num comatoso contecioso com a realidade.
É bom acreditar que se pode alterar a realidade.
Mas, para isso, é mister conhecê-la. E, regra geral, entre o que está na vida e o que perpassa pela nossa imaginação vai uma distância muito grande. Intransponível?
A facilidade seduz, mas não ajuda. O facilitismo ilude, mas prejudica.
E, no entanto, passa-nos pela cabeça que ajudar é tornar tudo mais fácil. Ajudar tem de ser tornar tudo (mais) possível.
Como querer um ensino fácil se a vida, para que ele prepara, é difícil?
O ensino será bom se introduzir nas dificuldades, se estimular a sua superação. O ensino será nocivo se tentar passar ao lado das dificuldades.
A falta de dificuldades nem sequer estimula o desenvolvimento das capacidades. Como referia Mao-Tsé-Tung, «um caminho demasiado plano não desenvolve os músculos das pernas».
O que vale custa. O que custa vale!
Há já muitos anos, Badaró lamentava que os políticos ocupassem, por vezes, o lugar dos comediantes.
Beppe Grillo está a mostrar que é possível aos comediantes ocupar o lugar dos políticos.
Este humorista italiano lançou um blogue, que alicerçou um movimento de pendor radical.
O certo é que, nas eleições municipais italianas, o movimento teve um grande êxito e ganhou a câmara de Parma!
Um sinal dos tempos!
A sabedoria de Lula, confesso, sempre me surpreendeu. O que ele tem dito parece ter a força de um oráculo.
Nesta altura, assume-se «preocupado com a falta de liderança no mundo».
Quanto à crise, defende que «a Europa não pode destruir a União Europeia. A Europa é património da humanidade».
O mundo é global, mas não pensa nem age de forma globalizada. Cada país está muito voltado para si próprio. Cada líder está muito preocupado consigo mesmo.
Para Lula, governar «é fácil quando se sabe para quem, de onde veio e para onde vai voltar».
Apesar de tudo, «acredita cegamente na bondade do ser humano»!
Hoje, 24 de Maio, é dia de Nossa Senhora Auxiliadora, Nossa Senhora da Estrada, S. Rogaciano, S. Donaciano, S. Luís Zeferino Moreau e S. Guilherme de Fenol.
Um santo e abençoado dia pascal para todos!