Até numa ponta de ironia pode haver um oceano de verdade.
Atente-se nesta frase de Montesquieu: «A amizade é um contrato segundo o qual nos comprometemos a prestar pequenos favores para que no-los retribuam com grandes».
De uma forma bem mais prosaica, o povo costuma dizer: «Quem merendas come, merendas deve».
O que tudo isto insinua é que o relacionamento humano não passa de uma permuta de interesses e de um tráfico de favores.
Acredito, porém, nas excepções.
Amizade não é isto.
A amizade é dar sem esperar nada em troca. E é agradecer, penhorado, quando algo se recebe.
A amizade é sempre uma dádiva. É sempre um acolhimento.
Na amizade, dá-se e recebe-se constantemente.
Sem pedir. Sem exigir!