Quem trabalha na função pública sabe bem o (doloroso) significado da palavra «corte».
São cortes nos salários, cortes nos subsídios de férias e no Natal.
Mas há excepções. Pensar-se-ia que estas excepções contemplariam os trabalhadores em situação mais difícil.
Mas não.
As excepções abrangem os gestores de 23 empresas e institutos.
Trata-se de uma gritante questão de justiça. Mas a narrativa oficial assegura que se trata de uma mera questão semântica.
Não são «excepções», dizem. São «adaptações», garantem.
Já agora, adaptações porquê? O comum dos trabalhadores não precisa de tais adaptações? Não precisa de adaptações a uma situação delicada?
Se os mais poderosos justificam apoios, os mais desfavorecidos não os justificam?