Esta é uma semana que reclama, sobretudo, interioridade, recolhimento.
Há uma densidade muito grande e um apelo muito fundo que nenhuma palavra conseguirá descrever.
O que nos é oferecido não pertence ao enigma, mas pertence ao mistério.
Isto significa que o quadro que nos surge não é inatingível, mas também não é manipulável.
Esta é, porém, a tentação, o peirasmós de sempre.
O Cristianismo deve ser a única religião em que o Fundador é um mártir e morre como um abandonado.
A Sua proximidade com Deus não impede que experimente toda a amargura do drama humano.
Divino, a partir de Cristo, não é, pois, a distância ontologicamente intransponível entre Deus e o Homem. Divino não é tanto o poder infinito, a imortalidade ou a imutabilidade.
Divina é esta humanidade sem freio, é esta franqueza sem constrangimentos, é este amor sem vacilação, é esta entrega sem limites.
Não é quando nos distanciamos do humano que nos aproximamos de Deus. É quando aterramos na sua maior profundidade que tocamos o divino.
Para Deus sobe-se descendo. Foi das profundidades da terra que Jesus irrompeu para Deus.
Há atitudes que se atribuem a Deus que são demasiado humanas. Não passam de projecções. O castigo, a vingança e uma justiça sem misericórdia não honram a transcendência. São excessivamente imanentes.
Já o humano tão puramente humano (tão inteiramente humano!) de Jesus é uma respiração divina, um enclave da eternidade pelas inclementes estradas do tempo.
O desfecho de toda esta meditação não pode ser apenas o anúncio. A Páscoa não é só para proclamar. É, acima de tudo, uma oportunidade para melhor viver.
Há um convite que fica. O caminho de Jesus não é tanto para ser explicado. É, sem dúvida, para ser conhecido. E é tão fascinante conhecer Jesus. O mais aliciante, contudo, é procurar viver.
Jesus é uma lição sem fim. Lição que não vem de qualquer cátedra, mas que tem a argamassa de uma vida tão humanamente cheia.
Haverá algo mais divino que esta humanidade de Jesus?
Há uma panóplia de hábitos associados a esta época que têm o seu encanto.
Neste dia, são muitos os que vão benzer os ramos para oferecer aos padrinhos. Que, por sua vez, ofertam o folar na Páscoa.
E assim vemos muitos carros com crianças e ramos ao colo. Dão um colorido acrescidamente pulcro a este dia belo.
São formas de aprimorar o relacionamento entre as pessoas.
São hábitos que faz bem manter.
Tu és rei, Senhor, e o Teu trono é a Cruz.
Tu és rei, Senhor, e Teu reino é o coração de cada Homem.
Tu és rei, Senhor, e estás presente no mais pequeno.
Tu és rei, Senhor, e estás à nossa espera no pobre.
Tu és rei, Senhor, e queres mais o amor que o poder.
Tu és rei, Senhor, e moras em tantos corações.
Tu és rei, Senhor, e primas pela mansidão e pela humildade.
Tu és rei, Senhor, e não tens exército nem armas.
Tu és rei, Senhor, e não agrides nem oprimes.
Tu és rei, Senhor, e não ostentas vaidade nem orgulho.
Tu és rei, Senhor, e a tua política é a humildade, a esperança e a paz.
Tu és rei, Senhor, e continuas a ser ignorado e esquecido.
Tu és rei, Senhor, e continuas a ser silenciado.
Tu és rei, Senhor, e vejo-Te na rua, em tanto sorriso e em tanta lágrima.
Tu és rei, Senhor, e vais ao encontro de todo o ser humano.
Tu és rei, Senhor, e és Tu que vens ter connosco.
Hoje, Senhor, vou procurar-Te especialmente nos simples, nos humildes, nos que parecem estar longe.
Hoje, Senhor, vou procurar estar atento às Tuas incontáveis surpresas.
Obrigado, Senhor, por seres tão diferente.
Obrigado por seres Tu:
JESUS!