O acontecimento de Deus nos acontecimentos dos homens. A atmosfera é sempre alimentada por uma surpreendente Theosfera.

Sexta-feira, 20 de Abril de 2012

Houve um tempo, antes do 25 de Abril, em que, por muitos problemas que houvesse, a informação oficial passava a ideia de que tudo estava tranquilo.

Hoje em dia, por muito localizados que sejam os focos de tensão, a informação acaba por passar a ideia de que a desordem é geral.

Outrora, os textos terminavam dizendo «reina a calma em todo o país».

Não dava para acreditar. Mas hoje também não dá para crer que só haja violência.

O que se passou no Porto é grave. Mas também é triste que se passe grande parte dos telejornais a dissecar «ad nauseam» aquelas imagens deprimentes!

publicado por Theosfera às 10:30

O estudo da Universidade Católica oferece uma percepção que, por sua vez, anela por uma compreensão.

No fundo, o que se pergunta é como uma identidade religiosa herdada (o Cristianismo) está a ser recebida pelas pessoas.

A chave da compreensão reclama elementos da Sociologia das Religiões.

Daniêle Hervieu-Léger tem-se dedicado bastante a este esforço. É preciso ter em conta a diminuição da influência da Igreja sobre o ambiente e o aumento da influência do ambiente sobre a Igreja.

O enfraquecimento da influência das hierarquias é outro dado a ter em conta.

Há uma pluralidade muito grande em todo este fenómeno.

A cidade coloca entraves e o próprio mundo rural já não é, «ipso facto», um mundo religioso.

A religião está presente de forma pluriforme.

Os sinais estão aí: igrejas fechadas durante horas ou dias, paróquias sem padres, culto dirigido por leigos!
publicado por Theosfera às 10:28


«Não teria nada a objectar contra o crescente saber da Humanidade, se as pessoas com isso se tornassem mais sensatas».

Uma sensata frase de Jack London.

O problema, de facto, é que pouca gente alia o saber à sensatez. E é por isso que acabamos por ter pouca gente sábia e pouca gente sensata.

A falta de sensatez anula a sabedoria. A ausência de sabedoria ofusca a sensatez!

publicado por Theosfera às 10:27


Não basta instalar a liberdade. É preciso, em seu nome, corrigir assimetrias e promover o acesso às oportunidades.

A liberdade não é só a ausência de coacção («libertas a coactione»). É também, como observou Fernando Savater, ausência de miséria («libertas a miseria»).

Enquanto não disponibilizarmos o essencial para todos, a liberdade estará incompleta. E em perigo!

publicado por Theosfera às 10:26

Quinta-feira, 19 de Abril de 2012

Deus pode ser encontrado em toda a parte. Também na tempestade.

Mas, como diz o grande Tagore, Deus não é tempestade. É brisa!

publicado por Theosfera às 10:05


«É relativamente fácil suportar a injustiça. O mais difícil é suportar a justiça».

Mencken até terá razão.

Será por isso que se foge tanto da justiça?

publicado por Theosfera às 10:04


Na preparação das revoluções, são os ideais que predominam. E são os interesses que as minam.

Os que defendem ideais de mudança depressa desaparecem após as revoluções.

Não raramente, são tomados pelo desencanto e tornam-se os seus maiores críticos.

Os que se mantêm à tona são, muitas vezes, os próceres do oportunismo e os aúlicos dos poderes.

Chateaubriand apercebera-se já deste fenómeno: «Os espíritos de primeira ordem, que produzem as revoluções, desaparecem; os espíritos de segunda ordem, que tiram proveito delas, permanecem».

Os factos depõem a favor desta tese. Infelizmente!

publicado por Theosfera às 10:01

Bento XVI foi eleito Papa há sete anos.

 

Ele é o timoneiro visível de uma barca que, como diziam os antigos, vacila mas não cai.

 

Porquê? Porque, repetiam os mesmos escritores de antanho, o seu piloto é Cristo e o seu mastro é a Cruz.

 

Como escreveu Peter Seewald, Sua Santidade «está a arranjar um novo som como Papa. Trabalha numa melodia para o novo século. O novo tom que ele encontrou lembra, apesar do carácter decidido da sua doutrina na Fé, a mansidão do Evangelho. Não quer o pormenor, quer o todo».

publicado por Theosfera às 09:18

Tudo começa. Tudo acaba.

Para tudo voltar a começar. Para tudo voltar a acabar.

O que persiste é a passagem.

Tudo é transcorrência, um ir daqui para ali, um caminhar de hoje para outro hoje.

O que subsiste é o bem que se semeia.

É ele que ficará. Mesmo quando nós já cá não estivermos!

publicado por Theosfera às 00:05

Quarta-feira, 18 de Abril de 2012

Quando escreveu a «Introdução ao Cristianismo», onde exalta a beleza da fé, Joseph Ratzinger começou a ser apontado como sendo o «Mozart da Teologia».

Este qualificativo deve-se não apenas ao apreço que o teólogo tem pelo músico, mas também pela similitude na arte.

Em campos diferentes, ambos realçam a elegância da forma. Ainda hoje, aquela obra é uma referência.

Já agora, quem será o «Bach da Teologia»?

Eu julgo que Rahner e von Balthasar disputam o título: pela imensidão da obra, pela elevação do espírito e por ficarmos tocados mesmo por aquilo que (neles) nos parece inatingível!

publicado por Theosfera às 23:41

Mensurar o que não é, em si mesmo, mensurável torna-se uma tarefa árdua.

Fazer um estudo sobre a religiosidade das pessoas é importante, mas não é fácil.

O recente estudo da Universidade Católica ressente-se dessa dificuldade. Como tipificar as diversas situações?

O conceito de «católico praticante» foi abandonado. Em seu lugar, aparece «católico militante». Já o «não praticante» dá lugar a «católico nominal».

Releve-se o esforço, mas registe-se a persistência da debilidade.

Trata-se da linguagem de quem estuda. Mas será esta a linguagem de quem é estudado?

Um católico pode não ir regularmente à Missa, mas pode considerar-se militante. Não milita no culto, mas milita na solidariedade, por exemplo.

E «católico nominal» não abrangerá a totalidade? Os que participam no culto também invocam o nome «católico».

Como dizia há minutos Frei Fernando Ventura, é preciso «ir à Missa» e também «ir à Vida»: antes e depois da Missa!
publicado por Theosfera às 23:38

«A crise da Igreja, dizia Ratzinger nos finais dos anos 60, é resultado do abandono do essencial. O que resta é uma mera luta pelo poder. Essa luta já existe abundantemente no mundo, não precisamos dela na Igreja».

Mas, por vezes (muitas vezes, infelizmente), essa luta infiltra-se e cola-se a ela como lapa!
publicado por Theosfera às 22:28


Dá a impressão de que «a Igreja tem as rédeas demasiado curtas, uma quantidade excessiva de leis, algumas delas responsáveis pela queda do século na descrença, em vez da sua condução à salvação. A fé tem de sair desta carapaça, tem de se confrontar com a situação actual, com uma nova linguagem e uma nova abertura. Assim, também na Igreja, deve criar-se uma nova liberdade».

Palavras pertinentes estas.

Têm exactamente 50 anos.

Foram proferidas, em 1962, por um teólogo (então) emergente: Joseph Ratzinger!

publicado por Theosfera às 22:04


A falta de clareza nos pensamentos e nas decisões resulta, muitas vezes, de querermos pensar e decidir muitas coisas ao mesmo tempo.

É por isso que a meditação adquire uma importância determinante.

Dizia Buda: «A nossa vida é determinada pela nossa mente. Tornamo-nos naquilo que pensamos»!

A vida das pessoas assemelha-se à vida dos povos. Hoje, os extremismos são uma tentação e a moderação é uma ausência.

Os antigos diziam que a virtude está no meio. Buda não se sentiu bem quando levava uma vida de luxo no palácio. E sentiu-se mal quando optou por uma mortificação em excesso.

Advogou, por isso, o chamado caminho do meio. Evitava os extremos e apostava sobretudo na meditação!

A vida e a morte do Buda foram mananciais de ensinamentos. A humildade e o despojamento avultam em doses supinas.

Pouco antes de morrer, o Buda foi abordado pelo seu primo Ananda.

Queria este que indicasse um sucessor. Mas o Buda objectou: «Do mesmo modo que nunca tentei sujeitar a comunidade aos meus ensinamentos, também não lhe deixo instruções acerca do meu sucessor. Depois da minha morte, cada um terá a sua própria ilha, o seu próprio refúgio». Em cada um está o caminho para a verdade!

publicado por Theosfera às 10:07


Não se pense que é só a derrota a trazer dificuldades. Às vezes, as vitórias também trazem problemas.

Churchill exarou: «Os problemas da vitória são mais agradáveis do que os da derrota, mas não são menos difíceis».

Não raramente, é com os triunfos que começam as decadências.

Muitos só procuram chegar ao alto. Depois, não sabem estar nele!

publicado por Theosfera às 10:05


Ele disse que, se pudesse, faria tudo outra vez.

Ele matou 69 pessoas pacíficas.

Ele está a ser julgado e não mostra arrependimento.

Ele tem estudos e vive num país culto.

Ele acha que está a prestar um serviço à civilização.

Ele acha que os outros são uma ameaça. Não pelo que fazem, mas apenas por existirem.

Ele entende que as diferenças se resolvem não com diálogo mas com a agressão.

Quantos Anders Breivik estarão a germinar entre nós?

publicado por Theosfera às 10:04


Para se aferir a pujança de uma igreja, a multidão é pouco e o culto não é tudo.

O importante, embora alentador, não é reunir muita gente de vez em quando.

O decisivo, embora estimulante, não é juntar muitas pessoas com frequência.

O fundamental é viver o mandamento do amor: em cada instante, em toda a parte!

Esta é a maior carência. Esta tem de ser a maior urgência!

publicado por Theosfera às 10:03


Outrora, as ditaduras eram fruto da imposição de alguns. Hoje, correm o risco de ser fruto da desistência de muitos.

Há quem faça tudo para condicionar a democracia. Que estamos a fazer nós para salvaguadar a liberdade e a sua irmã gémea, a justiça?

Muitos avançam porque muitos outros se retraem.

Há que estar alerta. A história não oferece nada. Ela só conserva o nome daqueles que acreditam. E nunca desistem!

publicado por Theosfera às 10:01


Tanta gente a falar em nome de Deus. Tantos a arvorar-se em Seus putativos porta-vozes.

Tantas palavras Lhe são atribuídas.

O que Deus diz, na pessoa de Seu Filho e na consciência de todos os Seus filhos, permite inferir que Ele só quer uma coisa: que cada pessoa seja feliz.

Por isso Ele enviou o Seu Filho. Por isso Ele deu a vida. Para que todos tenham vida. E vida feliz!

publicado por Theosfera às 07:22


Um grande sábio chamado Agostinho disse há séculos: «É quando parece que tudo acaba que tudo verdadeiramente começa».

Os que só vêem nuvens não conseguem impedir que as estrelas brilhem.

Demos tudo no presente.

E deixemos que o futuro seja futuro. E não mera repetição (ou agravamento) do presente!

publicado por Theosfera às 07:20


D. António Couto, Bispo de Lamego, assinala hoje o seu aniversário natalício.

«Oremus pro Eum»!

publicado por Theosfera às 07:19

1. Há estudos que revelam o que ainda poucos sabem. E há estudos que mostram o que toda a gente já conhece.

 

A sondagem realizada pela Universidade Católica documenta o que temos sido capazes de ver mas incapazes de inverter. Ou seja, o número de católicos, apesar de continuar elevado, está a cair. Ainda são muitos (79,5%), mas são cada vez menos (há doze anos, eram 86,9%).

 

Acresce que — aspecto importante — os portugueses não estão a ficar descrentes (estes não chegam a 10%). Estão, sim, a optar por outras confissões cristãs, por outras religiões ou, então, por cultivar a fé longe de qualquer enquadramento institucional.

 

Tudo somado, temos vasta matéria para reflexão e muitas pistas para a missão.

 

Desde logo, importa retomar a interpelação deixada por Joseph Ratzinger nos anos 70: estará a ser a Igreja uma via ou um obstáculo para a busca de Deus e o anúncio de Cristo?

 

 

2. Para se aferir a pujança de uma igreja, a multidão é pouco e o culto não é tudo.

 

Estes indicadores, embora relevantes, são insuficientes para conferir a totalidade do que está em causa.

 

Eles tipificam o que se refere ao ocasional, isto é, ao que se passa durante certos momentos do ano, do mês ou da semana. Mas não permitem colher o que ocorre de forma constante.

 

Os estudos avaliam o mensurável, designadamente o envolvimento com a instituição Igreja. Mas a fé tem muito que não é mensurável: a relação com Deus e com as pessoas a partir de Deus.

 

 

3. Estes trabalhos quantificam, habitualmente, o que se refere ao «vir». O que se apresenta são números e percentagens sobre aqueles que «vêm» à Igreja.

 

Sucede que, sendo a Igreja por natureza missionária (como recordou Paulo VI), o primeiro movimento é «ir». E este «ir» há-de visar não apenas «atrair», mas também (e acima de tudo) «repartir».

 

Num tempo em que muitos chamam seu ao que é comum, é determinante que cada um se disponha a chamar comum ao que é seu.

 

Trata-se daquele «comunalismo» desenhado nos Actos dos Apóstolos e que tanto impressionava os contemporâneos dos cristãos da primeira hora (cf. Act 4, 32).

 

 

4. Nos tempos que correm, a fenomenologia da descrença mantém-se residual.

 

Ora, isto contradiz, uma vez mais, a ideia, difundida por alguns, do «eclipse de Deus» na sociedade. O encanto por Deus mantém-se. O desencanto pela Igreja é que se acentua. Como inverter esta última tendência?

 

Propostas haverá muitas, mas todos os caminhos terão de passar por um duplo eixo: espiritualidade e solidariedade.

 

As pessoas valorizam, cada vez mais, a vivência de Deus no seu interior e anseiam por um testemunho de Deus no exterior. Trata-se, em suma, de uma «sócio-espiritualidade».

 

A Igreja cai sempre que se aquieta e cresce sempre que se inquieta. A Igreja tem de se «des-centrar» para se «re-centrar». Tem de se «des-centrar» de si para se «re-centrar» naquele que era o duplo centro para Jesus: Deus e o Homem.

 

Tal como para Jesus, também na Igreja Deus tem de ser a prioridade e o Homem o caminho.

 

Já dizia o apóstolo João: «Quem ama a Deus, ame também a seu irmão»(1Jo 4, 21)!

publicado por Theosfera às 00:15

Terça-feira, 17 de Abril de 2012
Muito se fala dos idosos assaltados, agredidos e, não raramente, seviciados e mortos.

Quase todos estão sós.

Existe uma quantificação neste capítulo. Há cerca de 400 mil idosos que vivem sós.

Mas, além dos que estão fisicamente sós, há os que estão afectivamente sós.

Podem viver ao pé de outras pessoas em casas ou em lares. Mas, em não poucos casos, é como se estivessem sós.

Muitas vezes, são ofendidos e não bem tratados.

A solidão afectiva não dói menos que a outra!
publicado por Theosfera às 13:20

Todos somos dependentes dos começos. Muita coisa se altera no percurso, mas o que vem dos inícios permanece.

Veja-se o caso de um jovem chamado Afonso Henriques. O seu empenho em fazer um reino de um simples condado levou-o, contra tudo e contra todos (há quem diga que contra a própria mãe!), a criar uma entidade que, nove séculos depois, ainda se mantém: Portugal!

Transponhamos, «mutatis mutandis», esta situação para o que se passa na vida de uma pessoa.

Quando não se respeita a autoridade primigénia, a dos pais, é muito difícil haver respeito pelas restantes autoridades.

Se uma decisão do século XII se prolonga no século XXI, como é que um hábito dos primeiros anos não se há-de prolongar pelos restantes 60, 70 ou 80 anos?
publicado por Theosfera às 11:28


Uma grande verdade enunciada por Jaime Balmes: «Quando o poder dirige a sua mira para o bem pessoal de quem o exerce, já degenerou em tirania»!

O interesse obscurece a missão!

publicado por Theosfera às 11:06


Creio no que disse Molière: «A escola da experiência é a mais educativa»!

publicado por Theosfera às 11:05


«O que não aconteceu nunca esteve para acontecer. E o que aconteceu nunca esteve para não acontecer».

Que terá levado Teixeira de Pascoaes a escrever isto?

Há tanta coisa que esteve mesmo à beira de acontecer!

publicado por Theosfera às 11:04


Na vida, há muita coisa que não sabemos se resulta.

Mas há também muita coisa que sabemos que não resulta. Por exemplo, a austeridade.

Não é preciso que qualquer especialista se pronuncie. Basta escutar a voz da experiência.

Eurico Figueiredo e Fernando Condesso limitam-se, pois, a fazer ecoar o óbvio: «A maneira como estamos a resolver a crise é aquela que sempre falhou: austeridade, mais austeridade. Esta situação, intolerável, não nos ajudará a pagar a dívida, mas sim a endividarmo-nos ainda mais»!

publicado por Theosfera às 11:03


Ele chorou, mas não de arrependimento.

Andres Breivik chourou de raiva e de propaganda no início do julgamento.

Diz que agiu em legítima defesa.

Achou que, ao matar 69 pessoas, estava a defender a Noruega da investida do multiculturalismo.

Isto acontece no continente que se considera hipercivilizado!

publicado por Theosfera às 11:02

Segunda-feira, 16 de Abril de 2012

Charles de Gaulle foi muito subtil ao escrever: «Como nenhum político acredita no que diz, fica sempre surpreso ao ver que os outros acreditam nele».

O povo sofre de ingenuidade ou de desgaste?

publicado por Theosfera às 10:17


A rir, a rir, se vertem algumas (quiçá muitas) verdades.

Torga disse que somos um povo pacífico de gente revoltada.

Luís Afonso, no «Bartoon» de hoje, assinala que os portugueses aceitam pacificamente todas as adversidades: redução de salários, cortes de subsídios, aumentos de preços, etc.

Só reagem «quando lhes tocam nas questões essenciais». A saber: «penalties inventados, foras-de-jogo mal assinalados»!

publicado por Theosfera às 10:15


Estamos no limiar da antipolítica ou da alterpolítica?

Estamos a chegar ao fim da política ou no começo de uma nova política?

A discussão está em marcha. O desgaste dos partidos leva a equacionar a possibilidade de uma de uma decmocracia sem partidos ou sem o exclusivo dos partidos.

Será possível que grupos de cidadãos proponham candidatos a deputados?

O entendimento poder-se-se-á fazer directamente com os deputados?

A realidade mostra como os partidos parecem estar em autofagia, em fase de implosão!

publicado por Theosfera às 10:14


Menandro afirmou: «O que é persuasivo é o carácter de quem fala e não a sua linguagem».

Cada vez aquiesço mais a esta afirmação!

publicado por Theosfera às 10:13


Há dois mil anos, os discípulos de Cristo estavam fechados.

Hoje, muitos seguidores de Jesus continuam fechados.

Outrora, eram as portas de casa que estavam trancadas. Hoje, são as portas do coração que se mantêm encerradas.

Jesus continua a vir quando estamos fechados, tolhidos pelo medo.

Ele continua a vir trazer a paz, derrubar as fronteiras e ajudar-nos a prosseguir o caminho. Na companhia de todos os viandantes.

Páscoa é passagem, mas não é passado.

Páscoa nunca passa. Está sempre a acontecer!

publicado por Theosfera às 00:06

Domingo, 15 de Abril de 2012

Páscoa não é só um dia, Páscoa não é só um tempo.

 

Páscoa é todos os dias, Páscoa é todo o tempo.

 

Páscoa não foi. Páscoa é. A Páscoa não passa. A Páscoa é passagem, mas nunca é passado.

 

A Páscoa não foi apenas há oito dias. A Páscoa também é hoje.

 

Também hoje, Senhor, vens ter connosco. Também hoje nos dás a Tua paz, o Teu perdão, o Teu amor.

 

O Teu mandamento não é pesado, o Teu jugo é suave, a Tua carga é leve.

 

Quando Te amamos, amamos também as pessoas. Quando amamos as pessoas, amamos-Te também a Ti.

 

Também hoje, queremos ter um só coração e uma só alma.

 

Também hoje, queremos pôr tudo em comum.

 

Também hoje, queremos que ninguém passe necessidade, que ninguém tenha fome.

 

Também hoje, queremos conjugar, com os lábios e com a vida, o verbo «dar», o verbo «repartir», o verbo «amar».

 

O que é de cada um queremos que seja de todos.

 

Ajuda-nos, Jesus, a vencer a pior doença: o egoísmo.

 

Ensina-nos, Jesus, a vencer a falsidade e a mentira.

 

Envolve-nos, Jesus, com a Tua misericórdia e habita-nos com a Tua bondade.

 

Obrigado, Jesus, por morreres por nós.

 

Obrigado, Jesus, por ressuscitares para nós.

 

Obrigado por vires sempre ao nosso encontro.

 

Como S. Tomé, também hoje Te adoramos, também hoje Te dizemos:

 

«Meu Senhor e meu Deus!»

publicado por Theosfera às 11:05

Sábado, 14 de Abril de 2012

O Titanic tinha tudo para não falhar.

Houve até quem dissesse que nem Deus conseguiria afundá-lo.

Faz hoje cem anos que os factos desmentiram (tragicamente!) as pretensões.

O deslumbramento não é bom conselheiro.

No Titanic perderam-se muitas vidas e naufragaram muitas ilusões.

A lei das proporções verificou-se: grandes empreendimentos, grandes fracassos.

A «omnipotência» pode albergar uma «omnifragilidade»!

publicado por Theosfera às 12:13


Maquiavel assegurava que, «quando um homem é bom amigo, também tem amigos bons».

Devia, de facto, ser assim. O problema é que raramente é assim.

Às vezes, dá mesmo a impressão de que quanto mais bom amigo se é mais se atraem os que bons amigos não sabem ser.

Porque os piores amigos (para não dizer inimigos) são, frequemente, os que «parecem» ser amigos!

publicado por Theosfera às 12:08


Duas palavras podem explicar muitas atitudes: «hybris» e «nêmesis».

Não são portuguesas, mas vertem-se facilmente para o nosso espírito. Para muitos, o poder leva ao deslumbramento, ao abuso («hybris»). Para o conseguir, para o manter e para afastar outros, não hesitam em recorrer a tudo, até à vingança («nêmesis»).

São palavras antigas que explicam comportamentos (infelizmente) actuais!

publicado por Theosfera às 12:07


A Irlanda, a Grécia, Portugal, a Itália e a Espanha mudaram de governo.

Os novos governos apresentaram com o propósito de resolver os problemas que vinham de trás.

Mas, coisa estranha, foi quando apareceram aqueles que queriam «curar» que a «doença» pareceu mais funda e que os países mais se afundam!

publicado por Theosfera às 12:06


José Manuel Tengarrinha deixou de aparecer há muito. Reapareceu na semana que fez 80 anos.

Diz ter perdido o apetite para a política, mas não pelos livros.

Assume o desencanto que a actualidade lhe inocula: «A economia deixou de ser uma ciência e a política deixou de ser uma arte»!

publicado por Theosfera às 12:05


A fasquia das expectativas tem baixado.

Durante décadas, andámos a sonhar com o futuro.

Hoje, desencantados, já achamos que o próprio futuro não funciona...antes de começar! Instintivamente, deixamos de apostar no melhor. Limitamo-nos a evitar o pior.

Pouco tempo antes de morrer, Tony Judt entreviu este cenário: «É provável que estejamos perante uma situação em que a nossa tarefa principal não é imaginar mundos melhores, mas pensar como é que poderemos prevenir mundos piores»!



 


publicado por Theosfera às 12:03


Os «ismos» são projectos, mas podem também surgir como bloqueios.

Toda a gente diz que Cristo é muito mais do que o Cristianismo.

E muita gente começa a perceber que Marx é muito diferente do Marxismo.

Proliferam estudos que visam insular (mais do que isolar) Marx dos sistemas que se lhe referem.

Às vezes, parece que Marx, em vez de ser o mentor, é o maior crítico.

Será o pensamento de Marx aplicável? Ou, como insinua Sousa Dias, não conterá os alicerces da política do impossível?

publicado por Theosfera às 12:00


Muitas palavras não são, necessariamente, o mesmo que muitas ideias.

Às vezes, até pode ser o sinal de ausência de ideias.

Ser prolixo não significa ser fecundo.

Goethe reconhecia que «se tende a colocar palavras onde faltam ideias»!

publicado por Theosfera às 08:10




Antes de falar ou escrever, devíamos pensar naqueles que nos podem ouvir ou ler.

Uma espada fere muito. Mas uma palavra pode ferir mais.

A ferida de uma palavra pode prolongar por muito mais tempo. E quem sabe se alguma vez cicatrizará?

Robert Burton disse o essencial: «Uma palavra fere mais profundamente que uma espada»!



Franz Rosenzweig tem razão: «A linguagem é mais que sangue».

Por vezes, faz sangrar muito mais que o sangue!

O problema da palavra, hoje, não está só na sua versatilidade semântica. Está também (e sobretudo) na fragilidade ética de quem a usa. Quando a palavra depende mais da conveniência do que da verdade, a comunicação entra em combustão.

O ruído prevalece. O diálogo fenece. O interesse predomina!

publicado por Theosfera às 00:11

Sexta-feira, 13 de Abril de 2012

Vem o vento. Cai a chuva. Cresce a noite. Termina o dia. Espreita o sono.

Tudo se apaga. Excepto aquela luz que Deus acendeu no seu coração.

Uma santa e repousada noite. Na paz de Jesus manso e humilde!

publicado por Theosfera às 23:58

A sorte passou por Portugal, nesta noite de sexta-feira 13, e deixou mais de 53 milhões de euros na conta de um apostador!

Parabéns. E que, acima de tudo, seja para bem!

publicado por Theosfera às 23:32


A Croácia, governada por ex-comunistas, também discutiu os feriados.

O argumento é o mesmo: aumentar a produtividade.

Mas a solução é diferente.

Apesar de laico e ateu, o poder croata entende que a tradição católica deve ser mantida no caso dos dias santos.

E, quanto aos feriados civis, invoca o orgulho nacional!

publicado por Theosfera às 10:39


No que se refere à mentira, à intriga, à calúnia ou à difamação, o pior é começar.

Depois, as pessoas habituam-se. E nem se espantam. Ou, melhor, só se espantam quando alguém se espanta e se indigna.

Muito cuidado com o que se diz ou se escreve.

Quanto em causa estão pessoas, muito cuidado.

Cada pessoa é sagrada!

publicado por Theosfera às 10:38


Jean Molière bem nos avisa, na linha de Jesus Cristo aliás: «Deveríamos olhar demoradamente para nós próprios antes de pensarmos em julgar os outros».

Já o Deuteronómio tinha exarado: «O juízo pertence a Deus»(1, 17). Apenas a Deus!

publicado por Theosfera às 10:37


«As liberdades não se concedem, conquistam-se».

Piotr Kropotkine tem razão: pela inércia nada vem.

É o esforço e a persistência que nos levam às conquistas!

publicado por Theosfera às 10:37


Honoré de Balzac foi bastante subtil ao escrever: «O remorso é uma impotência, ele voltará a cometer o mesmo pecado. Apenas o arrependimento é uma força que põe termo a tudo».

Quem acha que faz tudo bem arrisca-se a perpetuar o mal.

Mas não basta o pesar pelo mal praticado. É preciso que haja determinação em não repeti-lo!

publicado por Theosfera às 10:36


Rudyard Kipling aconselha: «Se puderes ennfrentar o Triunfo e o Desastre. E tratar esses dois impostores do mesmo modo...».

É que não é apenas o desastre que nos deve preocupar.

O triunfo também nos devia merecer preocupação. Sobretudo a forma como, à vezes, é alcançado!

publicado por Theosfera às 10:34

O cenário é recorrente e a situação está a tornar-se deprimente.

Aquando da suspensão do subsído de férias e de Natal, foi dito que tal medida era temporária. Iria vigorar enquanto vigorasse o programa de austeridade.

Em 2013, iria acabar tal suspensão, pelo que em 2014 tudo voltaria ao normal.

Eis quando, há dias, foi advertido que, afinal, a reposição dos referidos subsídios só se verificaria em 2015. E, pelos vistos, não será na totalidade, mas de forma gradual.

Ainda em campanha eleitoral, o então candidato a primeiro-ministro qualificara tal medida como um disparate. Depois, aplicou-a.

George Steiner explica tudo isto, que já nem nos espanta. Estamos na era «epilológica», na era «pós-palavra».

Usa-se muito a palavra. Mas ela está banalizada, trucidada pelo seu (ab)uso.

Urge revalorizar a palavra, devolver-lhe a densidade perdida e a dignidade desperdiçada!
publicado por Theosfera às 10:32

Quinta-feira, 12 de Abril de 2012

O Titanic naufragou há cem anos.

A esperança nem daqui a mil anos naufragará.

De queda em queda, ela reerguer-se-á!

publicado por Theosfera às 10:15


Se arriscas, podes perder. Se não arriscas, estás perdido.

Tudo o que é possível ganhar também é possível perder.

Não podemos ter medo de perder.

Temos de ter sempre vontade de ganhar!

publicado por Theosfera às 10:14


O primado da consciência é a grande conquista do nosso tempo, a maior aquisição da nossa vida.

Nunca agrida a sua consciência.

Um teólogo que chegou a Papa foi ao ponto de dizer que seguir a consciência era mais importante que seguir o próprio Papa.

José Régio foi magistral neste aspecto:

«Quando me dizem: "Vem por aqui"

Eu olho-os com olhos lassos

(Há nos meus olhos ironias e cansaços)

E cruzo os braços

E nunca vou por ali».

Quando todos vão pela corrente, o melhor é ir pela corrente contrária.

Não por teimosia. Mas por fidelidade a si próprio.

publicado por Theosfera às 10:13


Jules Renard: «Não é possível chorar e pensar ao mesmo tempo, pois cada pensamento absorve uma lágrima».

Será?

Ou não será que cada lágrima fecunda o pensamento?

publicado por Theosfera às 10:12


Kahil Gibran: «A sabedoria é a única riqueza que os tiranos não podem expropriar».

Mesmo que expropriassem, não ficavam mais ricos, não ficavam com ela.

A sabedoria abonima a tirania.

publicado por Theosfera às 10:11


Nem sempre o consenso é uma vantagem.

Às vezes, é um amolecimento.

Bismark afirmou: «Quando, a propósito de uma ideia, se diz que se está em princípio, isso significa que não se tem a menor intenção de a pôr em prática».

Quando muito se fala, muito se adia!

publicado por Theosfera às 10:10


E se a política for um sucedâneo da religião?

A tese, aparentemente espatafúrfia, é de um renomado filósofo inglês: John Gray.

Segundo ele, as grandes ideologias procuram realizar no tempo o que as religiões prometem para a eternidade: redimir as pessoas.

No fundo, o marxismo e o capitalismo acabam por ser versões seculares da religião.

Convém, contudo, que esta ambição de dar respostas absolutas se converta no esforço de ir dando respostas concretas às concretas necessidades das pessoas!

publicado por Theosfera às 10:09

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