«Como é Deus?», pergunta Pawel, órfão de mãe e educado numa fé laica na ciência.
A tia fica em silêncio. Não diz nada.
Depois aproxima-se, abraça Pawel, aperta-o no peito e pergunta-lhe: «Como te sentes agora?».
«Bem», responde a criança.
Mais um momento de silêncio e, de novo, a tia: «Estás a ver? Deus é assim».
E, facto, Deus é assim: um abraço que o abraço revela.
As palavras, dizendo muito, dizem muito menos que estes gestos.
(Do filme «O Decálogo», de Kieslowski).