O que é a cultura? Talvez tudo. Talvez nada. Quando é tudo, acaba por ser nada.
Tanto se chama cultura ao livro, ao pensamento e à arte como ao «pimba» e à mera diversão.
Cultura é um «chapéu» que tanto cabe a Bach e a Mozart como a Quim Barreiros e a Tony Carreira.
Outrora, era o pensador que aparecia. Hoje, é o «entretainer», o futebolista e o apresentador televisivo que surgem avassaladoramente.
O que conta não é a qualidade, não é a substância. É o espectáculo.
Vargas Llosa rebela-se: «Seria uma tragédia que a Cultura acabasse em puro entretenimento».
Mas a frivolidade já triunfou. O vazio tem o espaço ocupado.
Por isso, tanto se pode votar Le Pen a 22 de Abril como Hollande a 6 de Maio.
Impensável? Quando não se previnem as causas, arriscamo-nos a lamentar as consequências!