O cenário é recorrente e a situação está a tornar-se deprimente.
Aquando da suspensão do subsído de férias e de Natal, foi dito que tal medida era temporária. Iria vigorar enquanto vigorasse o programa de austeridade.
Em 2013, iria acabar tal suspensão, pelo que em 2014 tudo voltaria ao normal.
Eis quando, há dias, foi advertido que, afinal, a reposição dos referidos subsídios só se verificaria em 2015. E, pelos vistos, não será na totalidade, mas de forma gradual.
Ainda em campanha eleitoral, o então candidato a primeiro-ministro qualificara tal medida como um disparate. Depois, aplicou-a.
George Steiner explica tudo isto, que já nem nos espanta. Estamos na era «epilológica», na era «pós-palavra».
Usa-se muito a palavra. Mas ela está banalizada, trucidada pelo seu (ab)uso.
Urge revalorizar a palavra, devolver-lhe a densidade perdida e a dignidade desperdiçada!