O acontecimento de Deus nos acontecimentos dos homens. A atmosfera é sempre alimentada por uma surpreendente Theosfera.

Terça-feira, 13 de Março de 2012
Deus diz que a Sua casa será uma casa de oração.
 
Jesus, ainda anteontem o escutamos, mostrou-Se iracundo por terem transformado a Casa de Oração em Casa de Comércio.
 
As duas actividades são estimáveis. Mas são também incompatíveis.
 
Onde se faz uma não se fará a outra. O templo é para orar. Mas, para muitos, é apenas para fotografar.
 
Ainda agora, subia a avenida e os meus ouvidos captaram: «Vamos para a Sé»!, dizia alguém entrado em anos. «Vamos para a Sé tirar fotografias»!
 
 Nem sequer uma ressalva: «Vamos para a Sé tirar fotografias...depois de rezar»!
 
Tudo muda. Para melhor?
publicado por Theosfera às 10:38

Muito cultuamos nós a eficácia, mas muito descuidamos também aquilo que mais conduz a ela: a disciplina.
 
Quando existe ordem e contra-ordem, o resultado mais provável é a desordem!
 
Não creio que a disciplina tenha de ser um exclusivo do temperamento autoritário. Pelo contrário, acredito muito mais na forma da autodisciplina, do autodomínio.
 
É em casa que se começa. É na escola que se consolida.
 
É na vida que se faz o teste.
 
A disciplina é o grande cinzel da personalidade!
publicado por Theosfera às 10:37

Não sou «cavacólatra», mas também não me considero «cavacófobo».
 
Creio que, tal como toda a gente, também o Prof. Cavaco Silva, enquanto interveniente político, não está acima da crítica. Mas também não estará abaixo do respeito.
 
Concordo que deve haver contenção da parte do Presidente da República em relação aos cidadãos. Mas também deve haver contenção por parte dos cidadãos em relação ao Presidente da República. O que ele disse do anterior Primeiro-Ministro foi infeliz. Mas o que muitos dizem acerca dele será feliz?
 
Afinal, o Presidente da República é um representante do País. Por sinal, o máximo.
 
Respeitando-o a ele (o que não exclui a crítica construtiva), respeitamo-nos a todos!
publicado por Theosfera às 10:35

A vida não é só o que nós queremos dela. É também o que ela quer para nós.
 
Não é apenas o que nós fazemos nela. É também o que ela faz em nós.
 
Há um balanceamento entre nós e a realidade que alicerça o que somos.
 
Perceber que somos o que damos e o que recebemos é o segredo da lucidez. E a alavanca da felicidade!
publicado por Theosfera às 10:34

Habitualmente, assinalamos o que acontece: o nascimento, o curso, as revoluções, etc.
 
Mas a vida não é feita só pelo que acontece. Ela é também feita (ou desfeita) pelo que não acontece. Pelo que devia ter acontecido. Pelo que jamais acontecerá.
 
A vida é lembrada pelas ocorrências, mas ela acaba por ser preenchida pelas ausências. Estas, umas vezes, assumem a forma de frustração, outras vezes de expectativa, outras vezes ainda, de sonhos adiados.
 
Frequentemente, a vida assemelha-se a um recipiente que só tem aquilo que lhe vem de fora. E raramente contém o que lhe queríamos colocar a partir de dentro.
 
Se olharmos para a vida à luz do que, nela, podia ter acontecido (e não aconteceu), ficaremos surpreendidos com a sua feição!
publicado por Theosfera às 10:33

«O sorriso custa menos que a electricidade e dá mais luz».
Assim reza (pertinente e magnificamente) um provérbio de origem escocesa.
publicado por Theosfera às 10:31

«É uma grande injustiça impor às consciências normas e leis se não pudermos provar claramente que elas são queridas por Deus».
 
Eis a advertência de um santo: Sto. Afonso Maria de Ligório.
publicado por Theosfera às 10:31

«Eu saltei da barca e caminho sobre as ondas ao encontro de Cristo que me chama. A Igreja deve renunciar às suas certezas. Deve abandonar a segurança da barca e caminhar sobre as ondas. Chegará a noite, a tempestade, o medo. Mas não há que retroceder. A Igreja é chamada a ir ao encontro do mundo».
 
Sabem quem disse isto? Foi um Papa, o (bom) Papa João XXIII.
publicado por Theosfera às 10:30

A palavra é uma possibilidade. E, como tal, a sua força tanto está em ser usada como em ser retida.
 
A liberdade permite-nos discernir o momento adequado de a usar ou de a não usar.
 
Jesus aparece-nos, muitas vezes, a usar a palavra. Mas, não raramente, também surge em silêncio.
 
Numa altura, os Seus coevos queriam hostilizá-Lo.
 
Jesus, em resposta, não litigou, não rebateu.
 
Diz o Evangelho que «seguiu o Seu caminho»(Lc 4, 30)!
publicado por Theosfera às 10:28

«Evitai fazer oas homens aqueles favores que não podem ser feitos sem provocar iguais desfavores a outros».
 
Esta advertência de Francesco Guicciardi encerra doses infindas de pertinência.
 
A justiça é muito querida. Mas será devidamente seguida?
publicado por Theosfera às 10:27

«O segredo para não ter tédio, pelo menos para mim, é ter ideias».
 
Eis a melhor terapia para Delacroix.
 
Eis o que, talvez, melhor explique a disseminação comatosa do tédio nos tempos que correm!
publicado por Theosfera às 10:26

«Tudo quanto aumenta a liberdade, aumenta a responsabilidade».
 
Victor Hugo percebeu que sem responsbilidade a liberdade é uma equação insolúvel e uma vivência impossível.
 
A responsabilidade não é um freio para a liberdade. É o seu «habitat»!
publicado por Theosfera às 10:25

«Os factos devem provar a bondade das palavras».
 
Elementar esta advertência de Séneca. Tanto mais que, amiúde, os factos depõem acerca da falta de bondade de muitas palavras!
publicado por Theosfera às 10:25

Há palavras que, como avisou Stendhal, servem mais para esconder do que para revelar.
 
Há governantes que não se limitam ao papel de executivos. Alcandoram-se também ao estatudo de exegetas.
 
Fazem exercícios de semiótica para vulgo ver. Afinal, as excepções na TAP e na Caixa não passam de adaptações.
 
Que fique bem claro. Mesmo que seja tudo nebuloso.
 
Como é que nós não conseguimos ver? Pobres de nós, que ainda acreditamos na coerência! Como é que não reparamos que, em rigor, o que conta é a conveniência?
publicado por Theosfera às 10:23

A técnica aumentou a produtividade. Com a técnica há mais produtos com menos produtores. Não é preciso tanta gente para produzir. O problema é que, com mais produtos e menos produtores, cresce a oferta e descresce as possibilidades de procura. Com a técnica, aumenta o desemprego, aumenta a fome.
 
Por outras palavras, António Sérgio já nos avisou há muitos anos. Mas, como sempre, não ligámos!
publicado por Theosfera às 10:22

Há santuários muito belos. Mas o melhor é cada ser humano.
 
É aí que Deus habita antes de mais.
 
A Bíblia fala do homem como «imagem» de Deus.
 
Jesus assinala que aquilo que é feito ao mais pequeno ser humano é feito a Ele mesmo!
 
O Concílio recorda que a consciência é o «santuário secreto».
 
Muito antes, Sta. Catarina de Génova proclamava, quiçá para nosso desconcerto: «O meu eu é Deus, e não conheço outro eu senão esse Deus».
 
Por isso é que Sto. Agostinho recomendava (poucos o saberão) que quando o sacerdote, na Comunhão, diz «O Corpo de Cristo»», os cristãos não deviam dizer «ámen». Deviam responder: «Sou eu»!
publicado por Theosfera às 10:21

As igrejas são vistas como lugares de respostas. Mas não faria mal que se assumissem também locais ressoadores das perguntas.
 
Espanta-me quem aparenta saber tudo sobre Quem o tudo que possamos saber ficará sempre aquém do minimanente satisfatório.
 
O estatuto epistemológico da Teologia é muito discutido porque, acerca de Deus, o conhecimento será sempre incipiente. Por isso, S. Tomás falava da Teologia como uma ciência segunda. A ciência primeira é a do próprio Deus.
 
O grande avanço da Teologia é capacitar-nos do nosso não saber primordial.
 
O que ela nos fornece são os esforços por saber, as tentativas de procura, o recomeço incessante em busca de um encontro.
 
As igrejas deveriam ser o espaço da procura, da espera e da esperança.
 
Deus está nas igrejas, mas é muito mais que as igrejas.
 
Deus está na liturgia, mas fórmulas doutrinais. Deus está no escrito e no dito. Mas está também (e bastante) no não escrito, no não dito.
 
As igrejas deviam proporcionar um ambiente, uma atmosfera (a bem dizer, uma teosfera), para acolhermos as surpresas de Deus.
 
É verdade. Deus tem surpresas. Deus é, todo Ele, uma surpresa infinda!
publicado por Theosfera às 10:19

mais sobre mim
pesquisar
 
Março 2012
D
S
T
Q
Q
S
S

1
2
3

4
5
6
7
8
9


20



Últ. comentários
Sublimes palavras Dr. João Teixeira. Maravilhosa h...
E como iremos sentir a sua falta... Alguém tão bom...
Profundo e belo!
Simplesmente sublime!
Só o bem faz bem! Concordo.
Sem o que fomos não somos nem seremos.
Nunca nos renovaremos interiormente,sem aperfeiçoa...
Sem corrigirmos o que esteve menos bem naquilo que...
Sem corrigirmos o que esteve menos bem naquilo que...
hora
Relogio com Javascript

blogs SAPO


Universidade de Aveiro