O acontecimento de Deus nos acontecimentos dos homens. A atmosfera é sempre alimentada por uma surpreendente Theosfera.

Sexta-feira, 06 de Janeiro de 2012
«O laço essencial que nos une é que todos habitamos este pequeno planeta. Todos respiramos o mesmo ar. Todos nos preocupamos com o futuro dos nossos filhos. E todos somos mortais».
Como era bom que não esquecêssemos nunca esta (essencial) verdade assinalada por Jonh Kennedy.
publicado por Theosfera às 10:49

«Perante a cólera nada é mais conveniente do que o silêncio».
Safo tem tda a razão.
A intempérie só é superada com a calmaria.
Palavras contra palavras acaba por dar ruído.
O melhor é seguir Buda: nem sim, nem não, nem talvez. Apenas caminhar. Para a frente!
publicado por Theosfera às 10:48

Ser fiel a quem nos decepciona não é fácil.
Continuo fiel ao jornal que compro desde o primeiro dia da sua aparição: 5 de Março de 1990.
Confesso que já pouco me atrai nele. De dia para dia, penso em deixá-lo. Mas, no amanhecer de um novo dia, volto a ceder.
Hoje, porém, vale a pena pelo ensaio que traz sobre o nosso maior ensaísta: Eduardo Lourenço.
Uma homenagem sentida a um pensador brilhante. E, coisa rara, humilde.
Ao invés de muitos, Lourenço está cheio de muita coisa. Mas nunca deu mostras de estar cheio de si.
Até nisso é (saudavelmente) heterodoxo!
publicado por Theosfera às 10:47

Melhorámos muito no respeito pelos Direitos Humanos, mas há ainda um longo caminho a percorrer.
Já não há tantas condenações de quem discorda. Mas continua a persistir o desgaste sobre quem ousa ser diferente.
E o desgaste acarreta a pressão.
E a pressa conduz ao preconceito, ao afastamento.
Há quem entenda unidade como mera uniformidade, como submissão...
publicado por Theosfera às 10:46

A presença de alguém é, em si mesmo, um bem. Mas, por vezes, pode ser uma fuga.
Já Aristóteles entrevia o perigo de «certas pessoas procurarem a companhia de outras pessoas para fugir delas mesmas».
No entanto, a amizade é fundamental.
O Estagirita adiantava que «precisamos de um amigo pra nos conhecermos. O amigo é um outro eu».
publicado por Theosfera às 10:45

Há quem, perante um objectivo elevado, desista e resigne alegando que se trata de um ideal e que nós vivemos no mundo real.
Ora, o ideal e o real não estão condenados a viverem de costas voltadas. Nem o ideal tem de ser obrigatoriamente engolido pelo real.
O que devemos é tentar que o ideal se torne real.
Desistir só fim da viagem. O caminho da esperança ainda não terminou!
publicado por Theosfera às 10:44

Há palavras e frases que ornamentam belamente qualquer texto, mas que encontram uma dificuldade enorme em chegar à vida.
Há pensamentos geniais, que citamos com enlevo, mas que parecem não funcionar na prática.
É por isso que S. João, ao insistir na necessidade de nos amarmos, convida a não amarmos com palavras, mas com obras e em verdade.
A palavra «amor» fica bem em qualquer texto. Mas fica muito muito melhor na vida!
publicado por Theosfera às 10:44

Há um paralelismo cada vez mais assimptótico entre a vida política e a vida cidadã. Parecem caminhos que nunca se cruzam.
Do Estado chegam-nos ecos de preocupações sobre as contas públicas, sobre o equilíbrio orçamental, sobre o défice.
Mas o que devia estar no centro das preocupações é a situação da pessoa que trabalha e não recebe. Ou da pessoa que nem sequer trabalha.
Como dormir descansado quando há tanta gente que não vê qualquer futuro mesmo se ao futuro chegar?
publicado por Theosfera às 10:43

Numa época de excessos, há quem carregue no acelerador do pessimismo. Mas também não falta quem não consiga pôr travão ao optimismo.
Ray Kurzweil, que se apresenta como futurista de profissão, é de opinião que a imortalidade na terra está ao nosso alcance.
Para ele, «não há nada que diga que temos de envelhecer e morrer, pois tudo pode ser contornado com engenharia genética». Mais. «Não há necessidade de adoecermos. O processo de evolução biológica foi criado para manter as espécies vivas tempo suficiente para se reproduzirem. Há mil anos a experança de vida era de 23 anos. Creio que poderemos contornar as razões que nos levam à morte».
Descerá a eternidade ao tempo?
publicado por Theosfera às 10:42

Por vezes, somos tentados a usar palavras que achamos irrefutáveis.
E, depois, ficamos surpreendidos ao verificarmos que continua a haver quem não esteja convencido.
Ser convincente não depende só do talento do emissor. Depende também da disponibilidade do interlocutor.
É por isso que o efeito de certas palavras é o mesmo do silêncio. Com a agravante de gerarem maior tempestade!
publicado por Theosfera às 10:40

Pode ter perdido tudo. Ou quase tudo.
Pode ter perdido a carreira, o emprego, a reputação ou até a saúde.
O cenário não é, obviamente, animador. Mas se não tiver perdido a paz, até será tentado a pensar que nada perdeu.
A paz não é tudo. Mas deve estar em tudo!
publicado por Theosfera às 10:39

Há nomes que, após anos de fama, parecem desaparecer de cena.

 

Ninguém fala deles. Só voltam a surgir nos escaparates quando morrem.

 

Foi o que aconteceu com Pedro Osório. Tinha entrado no olvido há tempos. Agora, o rodapé das televisões está a passar a notícia do seu passamento.

 

As suas composições foram interpretadas por alguns dos intérpretes mais conhecidos.

 

Tinha talento. Primava pela coerência e pela dignidade.

 

RIP

publicado por Theosfera às 10:37

Ninguém culpa um doente pela doença que tem. Mas não falta quem tente culpar as vítimas pelas atrocidades que caem sobre elas.
Os gritos dos oprimidos são vistos como ressabiamentos.
Cansamo-nos dos lamentos dos que sofrem. Mas aplaudimos os panegíricos aos que fazem sofrer.
Só queremos estar com quem está no alto.
A conversão à justiça ainda tem um longo caminho a percorrer.
publicado por Theosfera às 10:36

A temperatura até está amena, tendo em conta a época do ano.
Não chove. Não neva. Não venta.
No exterior, não há frio. Frio só parece haver no interior das pessoas. As expectativas de muitos estão geladas.
Falta calor nas decisões, na acções!
publicado por Theosfera às 10:35

Quinta-feira, 05 de Janeiro de 2012
A mediocridade é tão grande e a presunção é tão forte em alguns espíritos, que, para a nossa vida cívica, já só clamo por um valor: decência!
publicado por Theosfera às 11:06

A situação é difícil para o Estado. Mas está a tornar-se dramática para muitas pessoas.
Os sinais de desespero estão a multiplicar-se exponencialmente.
Se os salários baixam, as despesas também têm de baixar. Elementar.
O problema é com as despesas que não podem deixar de ser feitas: alimentação ou saúde.
É uma dor grande não poder comprar o que é preciso.
Mas é uma dor maior não poder pagar o que já se possui.
Há quem viva numa casa sabendo, nesta altura, que, provavelmente, vai ficar sem ela!
Se o dinheiro não entra, as pessoas terão de sair.
Só pergunto: isto será humano?
publicado por Theosfera às 10:55

O Titanic era dado como totalmente inafundável e naufragou logo na estreia.
As Torres Gémeas eram tidas como irresistíveis e tombaram.
A aviação é alçada à condição de meio de transporte mais seguro e caem muitos aviões.
Na vida das pessoas, ocorre algo similar.
Não é o estatuto de certas funções nem a posição de certas pessoas que as torna imunes a erros, falhas ou quedas.
Não sei se o melhor é expor tudo na praça pública. Mesmo as pessoas públicas têm (ou deviam ter) vida privada.
E, além da justiça, nunca deve faltar a tolerância.
«Quem não tiver pecado que atire a primeira pedra». O Mestre dos mestres tem sempre razão.
publicado por Theosfera às 10:53

«Parecer o que se é, é um crime; parecer o que não se é, um sucesso».
Eis o que disse Girardin.
E o mal é que não falta quem siga esta fórmula.
Pior é que muitos nem se apercebem dela. Mas antes ser enganado do que enganar!
publicado por Theosfera às 10:52

Os mais crescidos podem dar lições. Mas os mais pequenos também nos dão ensinamentos.
Com eles, devíamos aprender a espontaneidade, a autenticidade, a humildade, a generosidade, o encanto.
Frente ao «desencantamento do mundo» (expressão de Marcel Gauchet), precisamos do encantamento das crianças.
Nelas reluz o brilho diáfano de Deus!
publicado por Theosfera às 10:51

Um importante alerta de um importante oráculo: «O excesso de informação provoca a amnésia. Informação em demasia faz mal. Quando não nos lembramos do que aprendemos, ficamos parecidos com animais. Conhecer é cortar, é seleccionar».
Será possível dissentir de Umberto Eco?
publicado por Theosfera às 10:50

Zubiri disse uma coisa que toda a gente sabe, mas que nem toda a gente aplica: «Viver é optar».
Há quem se veja condicionado. Há quem se sinta coagido.
Não havendo liberdade plena, haverá opção a sério?
Há quem se arrogue no direito de decidir pelos outros, entrando, por esta vida, no território onde jamais deveria entrar: na consciência dos outros.
O direito mais elementar (e o valor mais sagrado) é a liberdade de consciência!
publicado por Theosfera às 10:49

Os poemas mais inspiradores não estão em livro de papel.
Eles encontram-se no livro da vida. Da sua vida. Quem sabe?
publicado por Theosfera às 10:49

Não te preocupes com o que os outros dizem em relação a ti. Preocupa-te com o que tu fazes em relação aos outros.
Se os outros disserem mal de ti e tu continuares a fazer o bem, fica tranquilo.
Agradar não rima com servir. E os aplausos são mais para quem está no palco. Ainda bem que estás na vida!
publicado por Theosfera às 10:47

Ninguém é tão pequeno como aquele que pensa ser grande diminuindo os outros.
Ninguém é tão fraco como aquele que julga ser forte enfraquecendo os outros.
publicado por Theosfera às 10:47

O mundo só será mundo quando cada pessoa for ela própria.
Representar é para os palcos.
Na vida, só nos cabe desempenhar um papel: o nosso!
 
Era bom que a simplicidade nos habitasse e que transparência nos possuísse.
Querer parecer o que não somos e pretender ser o contrário do que parecemos configura a mentira mais asquerosa: a hipocrisia, o fingimento, a simulação.
A verdade de uma vida limpa é a única ambição que é legítimo alimentar!
 
publicado por Theosfera às 10:45

Eles ficaram petrificados por lhes ter dito que, a partir de certa altura, o pensamento da morte não assusta. Pelo contrário, até apazigua.
Não se trata da morte como dissolução, mas como termo de uma viagem e entrada num mundo diferente.
Se o pensamento da morte nos habitasse, talvez nos preocupássemos mais com o eco das nossas atitudes.
O que fica depois de nós?
O resto é o rasto. Se ficar um sopro de bondade, teremos assegurado a mais bela sobrevivência dos nossos passos!
publicado por Theosfera às 10:44

O mais fácil é dizer que é a voz de alguém ressabiado. Mas, além do preconceito e da injustiça, uma tal apreciação desvia do essencial: o conteúdo.
A entrevista de José María Castillo ao «Público» pode ser incómoda. Mas merece ser lida, reflectida e serenamente ponderada.
É a palavra de um homem livre. E que toca num ponto sensível.
Estamos na Igreja não por causa do sistema eclesiástico, mas por causa de Jesus. Ele é que é o centro!
 
Existe o poder através das armas, o poder através das leis, o poder através das palavras, das imagens, etc.
E existe também o poder sobre as consciências. É um poder muito perigoso.
José María Castillo denuncia-o na sua entrevista. Trata-se de um poder ao qual a religião é tentada a recorrer.
Jesus veio reposicionar as coisas no seu devido lugar. Nenhuma autoridade é dona da consciência de ninguém. Para Jesus, a dignidade da pessoa é um valor prioritário.
 
O discurso não verbal acaba por ser infinitamente mais eloquente do que o discurso verbal.
As atitudes pesam mais do que as palavras. E o porte define melhor que qualquer pose.
É por isso que a mais elevada doutrina pode ficar comprometida com uma prática desconforme.
José María Castillo, sem entrar pela via do protesto, faz uma advertência. É preciso ver se, em Igreja, não corremos o risco de fazer o oposto de Jesus.
Os discípulos de Jesus não devem portar-se como órgãos de poder e como aliados dos poderes.
O que Jesus quer é que se «portem como as crianças».
Não cabe à Igreja «emendar o projecto de Deus». Cabe-lhe, sim, pô-lo em prática. Na humildade e na modéstia!
 
O caminho da Igreja não pode ser o de lançar culpas para cima das pessoas.
O caminho da Igreja só pode ser aliviar as pessoas do sofrimento. «Só humanizando-nos, lembra Castillo, sendo cada vez mais profundamente humanos, podemos corrigir este mundo, dar esperança às pessoas, estar perto de quem sofre».
Deus não é encontrado fora do mundo. Estando nós no mundo, é na profundidade do mundo que O encontraremos!
Jesus não eliminou, mas superou a imagem de Deus no Antigo Testamento. Muitas vezes, a Igreja limita-se a integrar essa mesma imagem.
Parece que nem sempre faz a triagem operada por Jesus.
Dá a impressão de que tanto adoramos o Deus amor como o Deus castigador.
Castillo entende que «não se pode estar de acordo com coisas tão contraditórias».
Se Jesus é o critério, então a Sua imagem de Deus é que há-de prevalecer.
Jesus mostra-nos Deus como o Pai que acolhe e vai ao encontro sobretudo dos pecadores e dos pobres. O mínimo que se pode esperar de uma religião, diz Castillo, «é que torne claro em que Deus crê».
 
O que José María Castillo pede é uma Igreja que não se envolva em «interesses ou pactos polítcos».
É uma Igreja que aposte tudo na «sua exemplaridade evangélica». O que pretende «é recuperar as origens, a inspiração profética e carismática de Jesus».
Às vezes, parece difícil. Daí a pergunta: «Não tenho o direito de pedir que voltemos ao Evangelho?»
 
 
 
 
publicado por Theosfera às 00:21

Quarta-feira, 04 de Janeiro de 2012

«Não terás razão em chamar feliz àquele que muito possui».

 

Era o que Horácio pensava há séculos.

 

Já naquele tempo se achava que onde há excesso de ter há défice de ser!.

 

E onde o ser está em baixa, a felicidade poderá estar em alta?

publicado por Theosfera às 11:17

Terça-feira, 03 de Janeiro de 2012
Há sempre qualquer coisa de grande nas pessoas simples.
Crescemos sempre junto dos mais pequenos, dos mais humildes e pobres.
O interior de cada pessoa é o santuário onde melhor aspiramos a respiração divina!
publicado por Theosfera às 16:42

Ninguém é profeta na sua terra. E parece que ninguém é senhor no seu tempo.
Os políticos actuais são contestados. Mas os políticos antigos, hoje venerados, como eram tratados no seu tempo?
E como serão apreciados os actuais daqui a uns tempos?
Isto também mostra que o grau de exigência já foi grande. E, depois, basta olhar para o discurso e para as obras.
Um ar de decadência percorre o firmamento dos nossos dias!
publicado por Theosfera às 16:41

As atenções do país voltam-se para as acções do Presidente e para as intervenções de um dos seus antigos presidentes.
Mas Portugal não se reduz apenas a Cavaco Silva e a Mário Soares.
Ramalho Eanes e Jorge Sampaio também ocuparam a presidência. Este último concedeu uma notável entrevista ao «Expresso», onde exibe uma notável lucidez sobre questões prementes.
É bom estar atento à voz dos nossos senadores.
O trabalho de Sampaio na Aliança das Civilizações, embora pouco mediatizado, merece apreço!
publicado por Theosfera às 16:40

Não foi só La Palisse a deter o exclusivo das «lapalissadas».
Depois dele, os lugares-comuns abundam. E, antes dele, também não faltavam.
Maquiavel recorda que «o que tem começo tem fim». Também se poderia dizer que «o que tem fim tem começo».
Ainda assim, o mais óbvio precisa de ser lembrado.
Por vezes, há quem se comporte como se fosse dono do mundo. E como se durasse para sempre.
A humildade é uma preciosa torrente de lucidez!
publicado por Theosfera às 16:39

Podem contar com os pais e não com o país.
A diferença é pequena. Está no acento. Mas é uma diferença fundamental.
Clara Ferreira Alves dá conta dela na sua última crónica.
O país diz aos pais para investirem nos filhos. Mas, depois de formados, o país não os acolhe.
Só os pais lhes conseguem valer.
publicado por Theosfera às 16:38

Cínico, sentenciou Oscar Wilde, é o que não sabe o valor de nada, mas o preço de tudo.
Ninguém pode dizer que alguns empresários ignoram os valores. Mas é normal depreender que eles saibam o preço de tudo.
E é natural que se antecipem cenários. Se alguém pensa fazer investimento noutro país e suspeita que os lucros serão tributados nesse país e no seu país, é previsível que procurem alternativas.
Os impostos pagos por esta empresa fazem falta a Portugal. Provavelmente, vão pagar o mesmo na Holanda.
Ninguém muda para pagar mais. Mas o anúncio de subida de impostos dá nisto!
publicado por Theosfera às 16:36

O bem e o mal actuam no mesmo palco: o ser humano.
É por isso que ninguém pode dar nada por garantido. Ou presumir que é imune a todo e qualquer assédio do mal.
Os ingleses dizem que Deus está no pormenor. Mas também sói dizer-se que o diabo está nos detalhes.
E Lutero foi perspicaz quando escreveu: «Onde Deus construiu uma igreja, o demónio edificou também uma capela».
Só pelo caminho da humildade é que estaremos em condições de evitar o mal. «Sem Mim, assegurou Jesus, nada podeis fazer» (Jo 15, 5).
publicado por Theosfera às 16:35

«As acções dos homens são os melhores intérpretes dos seus pensamentos».
Eis o que disse Joyce.
Como diziam os antigos, o agir segue o ser.
Nada como um bom coração para dar conta de uma brilhante inteligência.
publicado por Theosfera às 16:34

«Um banco é um lugar que te empresta dinheiro se conseguires provar que não necessitas dele».
Foi o que disse Hope. E, de facto, assim parece.
Supostamente quem não precisa é que melhor pode ressarcir o montante do empréstimo. Mas pode haver preconceito.
Os mais pobres dão catedráticas lições de seriedade!
publicado por Theosfera às 16:33

A sociedade «explica» o estado da educação. A educação «explica» o estado da sociedade.
O processo educativo, por força de imposições várias, está a formar (formatar?) gestores da conjuntura.
O êxito é reconhecido a quem melhor se movimenta na defesa dos seus interesses.
A mudança tem de começar por algum lado. A educação é chamada a exercer um papel determinante.
Ela tem de ser mais que a aquisição de conhecimentos.
Os valores, os princípios e as referências éticas têm de estar na linha da frente!
publicado por Theosfera às 00:35

Quando o mercado dita regras, os resultados não podem ser bons.

 

O Estado precisa de dinheiro. Mas, ao aumentar desmesuradamente os impostos, pode estar a provocar uma diminuição das receitas.

 

Os ricos americanos dispuseram-se a pagar mais porque pagavam muito pouco: 6%. Os ricos portugueses recusam-se a pagar mais porque acham que já pagam muito: à volta de 50%.

 

O problema é que, com tudo isto, o cidadão comum é que sofre.

 

Se o Estado tiver menos receitas, as pessoas terão de pagar mais pela saúde, educação, luz, etc.

 

Se os grandes empresários forem mais tributados, muitos postos de trabalho estarão em risco.

 

O dinheiro de salários terá de ir para impostos. Nem sempre se consegue a quadratura do círculo!

É muito estranho notar que, numa altura em que os mercados são tão invocados, se esqueça uma das suas regras mais elementares: quando os preços sobem, a procura desce.
Se o Estado precisa de aumentar as receitas, devia criar estímulos. Subindo os impostos, incentiva a fuga.
O imperativo ético e o sentido patriótico não estão propriamente em alta nestes tempos.
 
Nunca talvez como hoje, a metáfora do gato e do rato seja tão pertinente. O fisco corre atrás das empresas e dos cidadãos.
E a tendência de muitos será para fugir. Transferir a sede de grupos nacionais para outros países é um sinal perturbador. Como atrair o investimento de empresas estrangeiras, se acabamos por afugentar o investimento nacional?
 
As pessoas e as empresas estão cada vez mais voltadas para si próprias. Cada um procura acautelar os seus interesses.
O sentido do outro afere-se nas sobras. A notícia desta noite é um sinal que deve ser tido em conta.
Se a tendência se mantém, a liberdade de circulação de capitais fará o seu caminho. O dinheiro irá para o ambiente que lhe for mais favorável.
Há uma ironia nisto tudo: parece que o dinheiro irá «emigrar» mais depressa que muitas pessoas!
 
A magna notícia desta noite encerra um profundo significado em início de ano. Nos momentos complicados, o expediente será o de sempre.
O Estado despede e aumenta impostos. As empresas despedem e sobem os preços.
Alguém ganhará com isto? Não é, seguramente, o cidadão comum.
O mercado age. Os políticos comentam. Os cidadãos sofrem. Pensam. E penam!
 
 
 
publicado por Theosfera às 00:30

Admiro a lucidez, a profundidade, a argúcia.
Mas o que mais me toca é a coragem.
Pronunciar-se sobre todos os assuntos e deixar de lado temas delicados não é próprio de profeta.
Não basta ser sábio ou mestre.
Só os profetas convencem. Porque são aqueles que adornam com a vida a eloquência das palavras.
publicado por Theosfera às 00:28

A vida é misteriosa, enigmática, quase indecifrável.
As perguntas sobrevivem sempre às respostas. As explicações soçobram diante da realidade.
Desde há uns tempos a esta parte, o «não saber» tornou-se o meu único saber.
Mas nunca desistamos. Embora custe sofrer (e o sofrimento da alma não fica a dever nada ao sofrimento corporal), há que manter a nossa identidade.
No fundo, somos semeadores de um porvir que a muitos poderá sorrir. É pena que tal sorriso não nos toque a nós.
Mas se, com o nosso testemunho, ajudarmos a semear felicidade em alguém, terá sido bom.
publicado por Theosfera às 00:26

Segunda-feira, 02 de Janeiro de 2012
Muito é o que, no novo ano, esperamos «para» nós.
Mas será que já paramos para pensar no que, ao longo deste ano novo, a vida espera «de» nós?
publicado por Theosfera às 13:38

1. O que transita de um ano para outro são as grandes ocorrências. É nelas que se centra a atenção. É para elas que se dirigem os olhares.

 

Mas até os maiores acontecimentos são tecidos de pequenas incidências.

 

Podem escapar aos holofotes da fama. Podem inclusive passar ao lado das nossas deambulações reflexivas. Só que, se pensarmos bem, a sua importância é decisiva.

 

 

2. A informação que nos é servida não é isenta de parcialidades nem de obsessões.

 

A falta de matéria alia-se à necessidade de apresentar serviço e a solução é, invariavelmente, a mesma: insistir, até à exaustão, nos mesmos assuntos.

 

Os protagonistas são os habituais. Os consumidores continuam a ser os de sempre.

 

 

3. Os poderosos são notícia até pelas suas mais insignificantes trivialidades. Já o cidadão só notícia consegue ser quando o invulgar o atormenta.

 

As férias de uma figura pública têm maior espaço que as aspirações de povoações inteiras.

 

O cidadão, quando é referido, é diluído no número e dissolvido na massa anónima.

 

 

4. Habitualmente, tem de haver uma tragédia para que o seu caso seja trazido para o conhecimento geral.

 

Foi o que aconteceu, quase no fim de 2011, com aquela mulher que, em desespero, se atirou de uma ponte.

 

Mas não se atirou sozinha. Com ela levou também o seu futuro: a sua filha de vinte meses.

 

 

 

5. Todos anotaram o facto. Mas quem se preocupa com as ilações? Quem está atento a tantos (possíveis) casos semelhantes?

 

Quando novas tragédias se verificarem, não faltará quem registe, quem lamente. Mas continuará a faltar quem reflicta, quem medite.

 

 

 

6. Aquela mãe morreu. A filha sobreviveu. Conseguirá viver? Era a própria mãe que achava que não havia futuro para o seu rebento.

 

Alguém poderá duvidar do amor daquela mãe? E, mesmo assim, ela entendeu que o mundo não tinha lugar para a sua filha.

 

 

7. É por isso que não basta olhar para a vida a partir de cima. É claro que não é fácil governar, dirigir, orientar.

 

Mas era importante que, a montante de certas decisões, se pensasse no efeito que elas podem ter na vida (e na morte) das pessoas!

 

E que cada um de nós ponderasse bem, antes de falar ou de agir, se determinadas atitudes não irão magoar alguém.

 

 

 

8. Há causas que podem desencadear as mais terríveis consequências e conduzir aos piores desfechos.

 

Nunca se pode acautelar nem prever tudo. Mas era bom que, nos grandes centros, se olhasse para os pequenos casos. Se é que são pequenos. Nada é pequeno quando em jogo está um ser humano.

 

 

9. Confesso que esta imagem é a que mais me acompanha no trânsito de 2011 para 2012. A esta hora, quantas vidas não estarão na iminência de se atirar de um qualquer viaduto?

 

É nestas alturas que a esperança tem de ser mais forte. Quando tudo parece perdido, não deixemos perder a esperança.

 

E, por favor, não nos concentremos só nos números. Olhemos para as pessoas, para cada pessoa.

 

 

10. Uma comunidade só se faz com a totalidade dos seus membros. Onde há marginalização, não pode haver desenvolvimento.

 

Vivemos num mundo onde nos sentimos perto de todos os lugares. Mas onde ainda não estamos próximos de todas as pessoas.

 

Às vezes, parece que é mais fácil chegar ao lugar mais distante do que à pessoa mais próxima.

 

 

11. Dizem-nos que o mundo se transformou numa aldeia. Mas, por vezes, tal aldeia parece um deserto.

 

As pessoas passam umas pelas outras. Mas chegarão a entrar no interior umas das outras?

 

Afinal, ainda há um longo caminho a percorrer até que o mundo seja autenticamente mundo. E até que a humanidade seja verdadeiramente humana!

publicado por Theosfera às 10:47

Depois de uma semana em que muitos fizeram uma espécie de incursão pela irrealidade, eis-nos de volta ao contacto com o real.
E, pelo esgar da maioria das pessoas, a impressão não é a mais animadora.
Até o céu se tingiu de cinzento neste dia 2. Há quem exiba um ar de derrotado.
Parece que não vai haver 2013. Parece que tudo vai acabar.
Parece. Mas tudo vai continuar. As narrativas pessimistas fazem o seu caminho, mas são impotentes para pôr fim à viagem.
A esperança é mais necessária do que nunca. Não a deixemos de lado nesta hora!
publicado por Theosfera às 10:39

No fundo, no fundo, não é a novidade que nos seduz.
Só gostamos de uma coisa nova se vem ao encontro de desejos antigos. A «arché» é que nos guia.
Somos mais conservadores do que pensamos.
Paul Valery deu conta desta propensão quando escreveu: «O que há de melhor numa coisa nova é aquilo que satisfaz um desejo antigo».
Vale a pena meditar!
publicado por Theosfera às 10:26

A palavra não é isenta de perigos.
A raiz hebraica «dbr» tanto dá para «palavra» como para «peste».
E não há dúvida de que, não raramente, certas palavras empestam o ambiente, conspurcam o relacionamento e obscurecem os melhores propósitos.
É preciso ter cuidado com a tentação de um certo discurso que é mais encobridor que revelador da realidade.
O discernimento hermenêutico é fundamental.
publicado por Theosfera às 10:25

François Mitterand disse, do alto da sua sageza e da sua muita experiência, que «cada povo faz a política da sua geografia».

 

Não espanta, pois, que a China olhe menos para a ideologia e mais para a ambição. Está visto que ela está interessada em dominar a terra.

 

E, não contente com isso, já se fala da sua vontade de chegar à Lua!

publicado por Theosfera às 10:24

«O que é belo é bom e o que é bom depressa será também belo».
Eis o que disse Safo.
Não há beleza fora da bondade. O que é bom, ainda que pareça feio, será sempre belo. Só a bondade está ungida pela beleza.
A beleza vem de dentro. Do fundo. E espraia-se pelo rosto, pela vida.
publicado por Theosfera às 10:23

O paradoxo habita-nos. Importante é aceitá-lo, integrá-lo.
Tolentino de Mendonça ajuda-nos nessa tarefa numa entrevista publicada neste Domingo.
A vida de relação não dispensa a solidão.
A fé é uma luta. A felicidade não está na ausência dessa solidão, mas na sua aceitação serena.
A paz não está na ausência desta luta, mas na sua integração iluminadora num projecto de vida.
A vida é mesmo assim.
publicado por Theosfera às 10:21

A proximidade é um bem que acarreta não poucos perigos.
Em princípio, ela devia favorecer a entreajuda, a partilha, o amor, a solidariedade.
Mas, na prática, ela fomenta, muitas vezes, a intriga, o boato, a calúnia, a difamação, a corrupção.
Porquê? Como é possível desbaratar o mais precioso tesouro que temos: a bondade?
publicado por Theosfera às 10:20

Domingo, 01 de Janeiro de 2012
Estamos a chegar ao fim do início de 2012.
O tempo é um enigma dificilmente decifrável. O mais distante, afinal, está muito próximo.
O princípio e o fim tocam-se com uma intimidade (quase) intimidante.
Uma fracção de segundo nos trouxe de 2011 para 2012.
A primeira parcela das 366 fatias deste ano já está consumida.
O fim já começou. Desde o princípio!
publicado por Theosfera às 23:44

Durante muito tempo, nascia-se cristão. Agora, recuperando uma percepção da antiguidade (ínsita, por exemplo, em Tertuliano), «tornamo-nos cristãos».
A fé já não vem, para muitos, pelo nascimento nem pela via sociológica. Vem pela opção de fundo, pela adesão pessoal.
Ela já não resulta de respostas que se repetem, mas de perguntas que se multiplicam.
Para viver a fé, as pessoas não se contentam com o território.
Procuram referências, constroem alternativas e têm uma ânsia de pureza, autenticidade e abertura que urge ter em conta!
publicado por Theosfera às 23:36

Muito se exalta o que é novo. Quem não fica seduzido pela novidade?
Basta pensar nos festejos que, apesar da crise, assinalaram a chegada do ano novo.
Só que, pensando bem, é o antigo que mais nos acompanha.
Estamos num novo ano, mas comemos alimentos do ano velho, estivemos com amigos de há muitos anos, mantivemos os hábitos de há muito tempo.
Os festejos seguem o modelo de sempre: foguetes, champanhe, música, saltos, banhos. O antigo tem valor.
O que é novo, afinal? Que o coração fique renovado. Que a vida seja melhor!
publicado por Theosfera às 23:16

Somos seres contingentes. E, por isso, devíamos ser humildes.
Ninguém é auto-suficiente. Todos somos interdependentes.
O outro é parte de nós. A pertença mútua é a chave do relacionamento.
publicado por Theosfera às 23:15

Após uma noite de paz e oração, verto o mais sincero desejo de que o resto do ano decorra na maior paz e no mais envolvente clima de oração.
Extirpemos os ódios e os ressentimentos, esbanjemos a reconciliação, o perdão e a esperança.
Demos as mãos.Pensemos no próximo e no pobre.
Não jugulemos a vida do desfavorecido. Mantenhamos acesa a coragem da verdade e da coerência.
Feliz 2012. Sob os auspícios de Santa Maria Mãe de Deus.
publicado por Theosfera às 23:14

Este não é o momento para ser original. Mas, não sendo original, gostaria de dizer com a máxima sinceridade: um ano novo repleto de paz, inundado de esperança.
Que a vida seja renovada no ano novo.
Que Deus habite todos os corações. Que o Seu amor nos guie nesta peregrinação da esperança pelo tempo!
publicado por Theosfera às 23:13

Um novo ano nos dás, Senhor:

12 meses para uma nova jornada pelos caminhos do Tempo,

52 semanas para uma nova peregrinação pelas estradas da Vida,

366 dias para uma nova aventura pelas encruzilhadas do Mundo.

 

Obrigado, Senhor, por mais esta oportunidade, com que — imerecidamente — nos presenteias em cada instante.

Sim, porque é no acolhimento do dom de cada instante

que mais envolvidos nos sentimos pela Tua solicitude

e que mais surpreendidos somos pelo Teu amor.

 

Que este novo ano, Senhor,

Sejam, pois, 12 meses de paz,

52 semanas de harmonia

e 366 dias de contínua solidariedade e esperança.

 

Sabemos que sozinhos não podemos nada.

Mas também sabemos que conTigo conseguiremos tudo.

Queremos, por isso, que o novo ano faça de nós criaturas novas,

porque só com homens novos será possível acender a chama do tempo novo!

 

Que ao longo deste ano, que hoje começa

nós queiramos ser

construtores da paz,

peregrinos da esperança,

arautos da Boa Nova,

testemunhas da verdade,

promotores da justiça,

semeadores do perdão,

paladinos da liberdade

e anunciadores da salvação.

 

Que, ao longo deste ano, nos encontres, Senhor,

mais atentos à Tua presença,

mais comprometidos com a Tua Palavra,

mais iluminados pela Tua luz,

mais fortalecidos pelo Teu Espírito

e mais inundados — por dentro e por fora — pela Tua infinita paz!

 

Que tudo isto não seja só o nosso sonho, mas também o nosso projecto.

Não só o nosso desejo, mas também o nosso esforço.

Não só o nosso horizonte longínquo, mas também o nosso empenhamento constante.

 

Pedimos-Te, Senhor,

que a santidade seja o nosso objectivo,

que a fé seja a nossa prioridade,

que a oração seja o ar que absorvemos,

que o silêncio seja a atmosfera que aspiramos

e que o Mandamento Novo seja a nossa eterna Lei!

 

Concede-nos

que o Teu rosto ilumine os nossos olhos,

que a Tua Palavra resplandeça em nossos lábios,

que o Teu exemplo desinstale o nosso ser

e que a Tua Vida transforme a nossa própria vida!

 

A Ti, Senhor, queremos agradecer,

em Ti, Senhor, queremos permanecer,

conTigo, Senhor, queremos gritar:

 

«Nunca mais a guerra!

Nunca mais o ódio!

Nunca mais a violência e a injustiça!».

 

Contamos conTigo,

conta connosco também

para fazermos deste ano

um passo em frente

na construção de um mundo melhor,

de um  mundo onde não haja grandes nem pequenos,

onde todos se sintam irmãos,

onde só Tu sejas Senhor,

pois o Teu senhorio

é a garantia mais segura

de que a humanidade

ainda pode ser uma única família,

um imenso povo de irmãos!

publicado por Theosfera às 00:00

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