O acontecimento de Deus nos acontecimentos dos homens. A atmosfera é sempre alimentada por uma surpreendente Theosfera.

Sexta-feira, 13 de Janeiro de 2012
1. Sentimos que os problemas estão demasiado perto e que as soluções se encontram excessivamente longe.
Habitualmente, achamos que a paz só está em risco no Paquistão, no Iraque, no Afeganistão. Longe, portanto. Muito longe.
 
2. Mas se olharmos para nós, a situação será assim tão diferente? Não há muita paz no mundo. Mas haverá muita paz em nós?
Poderá haver paz no mundo se não houver paz no coração de cada ser humano? Talvez. Depende do que entendermos por «paz».
 
3. Na nossa cultura, há basicamente três palavras que se traduzem por «paz». Mas existem algumas precisões a fazer entre elas.
A palavra mais óbvia é o latim «pax». Para os romanos antigos, a paz é o que resulta do diálogo, da negociação, do contrato. Aqui, portanto, a paz é a mera ausência de guerra.
 
4. Semelhante é o conceito veiculado pelo grego «eirene». A paz, para os gregos, decorre da harmonia entre forças contrárias. Ou seja, pressupõe-se não só a diferença, mas também a contradição. Mas estabelecem-se bases para que não haja conflitos.
 
5. O hebraico «shalom» contém muito mais. A paz é sentir-se completo, integral.
Não se reduz, pois, a um mero contrato ou a uma simples harmonia, o que já não é pouco, diga-se.
A paz reclama tudo o que faz parte do ser e da vida. Ela inclui a verdade e não dispensa a justiça.
 
6. É por isso que a paz só estará no mundo se estiver em cada pessoa que há no mundo. Antes da negociação, é fundamental pugnar pela conversão à paz.
Jesus, no Sermão da Montanha, considera felizes os construtores da paz. Só eles serão «chamados filhos de Deus» (Mt 5, 9).
Trata-se não de uma paz ensimesmada, mas de uma paz difusiva, que envolve o ambiente, que contagia o universo.
 
7. Esta paz, que é um dom, é também uma construção. Tem de ser reiventada todos os dias.
Nem sempre (a bem dizer, quase nunca) as religiões são aliadas da paz. Importa, porém, perceber que o primeiro sinal de Deus é a paz. Quando Deus vem à terra em forma de criança, os enviados celestes entoam um cântico que diz tudo: «Glória a Deus nas alturas e paz na terra» (Lc 2, 14).
A paz desponta, assim, como o grande sinal de que Deus já está entre nós.
 
8. Temos de estar atentos porque, infelizmente, é possível perder a paz.
Perde-se a paz quando há vontade de domínio e existe complexo de superioridade. Quando se pretende mandar, nunca há serenidade. Subsiste sempre o receio de que alguém chegue primeiro.
A paz alimenta-se com a meditação, pela qual se acolhe a presença pacificante de Deus. E a paz alastra através da compaixão, através da qual se olha para o outro como irmão e nunca como adversário ou inimigo.
 
9. Só haverá paz fora se houver paz por dentro. A paz nunca pode ser imposta pela força. O medo não é portador de paz.
É por isso que em causa está muito mais que a «pax romana». Aqui valia o princípio enunciado por Cícero: «Si vis pacem, para bellum» (se queres a paz, prepara a guerra).
Não é o medo que nos prepara a paz. Nenhum outro caminho nos conduz à paz. Gandhi tinha razão quando dizia: «Não há caminho para a paz; a paz é o caminho»!
 
10. É por isso que o lugar onde mais se decide a paz no mundo não é a mesa onde os líderes mundiais se encontram.
O lugar onde a paz mais se decide é o nosso interior. Se um coração mudar, a mudança começará a acontecer.
Um dia, o paraíso vai descer à terra. Quando apostarmos na mudança a partir do interior, o exterior começará a exalar um perfume diferente!
publicado por Theosfera às 12:33

Esta questão das nomeações, que infecta o espaço mediático e está a empestar a convivência cívica, tem dois ângulos de análise.
Parece que, quanto à legalidade, nada haverá a apontar.
O problema passa-se na ética. Uns dizem que não é curial prejudicar as pessoas só por serem da área do Governo.
Muitos, porém, inquietam-se ao saber que, no meio de tantas nomeações, só aparecem pessoas da área dos partidos do Governo.
Compreendo o senhor Primeiro-Ministro. Mas, ao contrário dele, não me sinto «confortado nem confortável»!
publicado por Theosfera às 10:23

Vida difícil a de Santo Hilário de Poitiers, cuja memória hoje ocorre.
Retenho dele uma frase que sempre me marcou: «Permaneçamos desterrados contanto que permaneçamos na verdade».
publicado por Theosfera às 10:00

Não se deixe abater pelo que aconteceu neste dia.
Amanhã será melhor. E ainda que, nele, haja mais problemas, também irá haver a sua energia para os combater.
E, depois, Deus está do seu lado e não do lado dos seus problemas.
Daqui a pouco vai começar um belo dia!
publicado por Theosfera às 09:56

A supeita está omnipresente nos espíritos. Todos suspeitam de todos.
A amizade é um valor muito invocado mas pouco cultivado.
Os que resistem são uns verdadeiros heróis!
 Creio nos heróis do quotidiano, nos que esperam mesmo quando parece já não haver esperança.
Naqueles que fazem o «milagre» de dar o pão, ainda que escasseiem os meios.
Naqueles que não desistem de continuar o caminho, mesmo quando muitos teimam em tapar os horizontes!
 
publicado por Theosfera às 09:56

Uma aula com adolescentes na casa dos 14, 15 anos. Todos assumidamente católicos. E todos com uma genuína curiosidade sobre a Maçonaria.
O ambiente primava pelo decoro, pelo respeito e por uma enorme tolerância.
Os mais novos dão-nos maduras lições de convivência salutar.
As exclusões são degenerescências dos que se julgam mais crescidos!
publicado por Theosfera às 09:54

Uma frase de Emanuel Levinas que sempre me acompanhou: «Mais alta que a grandeza é a humildade».
A maior epidemia deste mundo, cujos tentáculos provocam muitas doenças, chama-se «egopatia»: a doença do eu!
Esta doença afecta não apenas o eu pessoal, mas também o eu institucional, o eu geracional, o eu grupal.
Cada um sente-se o centro e presume-se a norma.
Luminosa foi, por isso, a resposta do Dalai Lama quando o teólogo lhe perguntou qual seria, na sua óptica, a melhor religião.
Quem estivesse à espera de que ele respondesse «o Budismo», ficou surpreendido: «A melhor religião é a que te torna melhor, é a que faz de ti melhor pessoa»!
publicado por Theosfera às 09:51

Há muita (diria mesmo toda a) razão na denúncia dos critérios que presidem à maioria das nomeações.
O problema não está na razão. Está na autoridade e na vontade.
Não há quem tenha autoridade quanto ao passado. E não há quem pareça ter vontade quanto ao futuro.
As críticas sobem de tom e mudam de protagonistas. Mas a situação, essa, perdura. Até quando?
publicado por Theosfera às 09:50

«Não se pode ser católico e maçon».
Cresci a ouvir isto. Era a voz da autoridade eclesiástica.
Ontem, o Dr. Ricardo Sá Fernandes assumia-se como cristão e maçon.
Entendo o primeiro pronunciamento. E respeito integralmente o segundo.
Em última instância, é à consciência de cada um que cabe tomar as decisões. A ninguém é lícito contestá-las.
Eu não me considero melhor cristão que Sá Fernandes...
publicado por Theosfera às 09:48

Não diria tanto (sobretudo porque creio que ir a igrejas não impede que se ame), mas não há dúvida de que este pensamento de Osho é inspirador e muito interpelante: «Religião não tem nada a ver com igrejas e templos e rituais: a religião nasce somente quando alguém pulsa com amor».
publicado por Theosfera às 09:47

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E como iremos sentir a sua falta... Alguém tão bom...
Profundo e belo!
Simplesmente sublime!
Só o bem faz bem! Concordo.
Sem o que fomos não somos nem seremos.
Nunca nos renovaremos interiormente,sem aperfeiçoa...
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