O acontecimento de Deus nos acontecimentos dos homens. A atmosfera é sempre alimentada por uma surpreendente Theosfera.

Segunda-feira, 19 de Dezembro de 2011
Ontem foi um domingo marcado por duas mortes: Kil-Jong-Il e Vaclav Havel, um ditador e um combatente das ditaduras.
Nestas horas, o que se deve relevar é que se trata de dois seres humanos. Mas o dramaturgo checo ocupará, sem dúvida, um lugar na História como um homem de bem.
A sua «revolução de veludo» será sempre um marco que deixará marcas imperecíveis!
publicado por Theosfera às 21:41

Domingo, 18 de Dezembro de 2011

Maria,

Tu és a serva do Senhor,

a Mãe da disponibilidade,

o farol da nossa esperança.

 

Na Tua humildade,

encontramos a verdade.

 

Na Tua fidelidade,

reencontramos o sentido.

 

Com o Teu sim,

tudo mudou,

tudo continua a mudar.

 

Que o Teu sim nos mude.

 

Que o Teu sim mude a nossa vida.

 

Faz do nosso ser

um novo presépio,

igual ao Teu.

 

Que o Teu Filho nasça em nós.

 

Que a paz brilhe.

Que a justiça apareça.

E que os sonhos das crianças não deixem de se realizar.

 

Obrigado, Senhor,

por vires até nós

e por ficares sempre connosco!

 

 

Maria, Mãe,

semeia em nós

o Teu Natal,

o Natal do Teu (e do nosso) Jesus!

publicado por Theosfera às 10:35

Os textos da Missa deste Domingo operam bem a transição entre o Antigo e o Novo Testamento.
Refiro-me a um aspecto que passa, quase sempre, ao lado da reflexão, mas que não deixa de ser importante.
A primeira leitura fala de um palácio como morada de Deus.
A grande mensagem do Natal é que a morada de Deus não é um palácio. Muito longe disso, a morada de Deus é o ser humano.
Por isso,Jesus, que vem do alto, nasce num sítio que costuma ficar por baixo das casas dos homens.
Deus tem uma atracção irresistível pelo que é humilde!
publicado por Theosfera às 08:32

Sábado, 17 de Dezembro de 2011
A noite é uma imagem do tempo actual. A escuridão domina.
O amanhecer desponta como uma imagem da eternidade. E basta que a luz da eternidade desça sobre a alma para que a história comece a mudar.
Uma santa e feliz noite. Em Jesus manso e humilde!
publicado por Theosfera às 23:38

Uma única atitude de bondade compensa, de longe, toda uma miríade de maldades.

 

As maldades não deixam de doer.

 

Mas um único eflúvio de bondade supera tudo.

publicado por Theosfera às 23:37

É bom fazer presépios. É melhor ser presépio.
Maria aparece, neste Domingo, como um presépio vivo. Foi dentro d'Ela que esteve o Menino.
O mais belo presépio não é de madeira. O mais belo presépio é o que é confeccionado com a vida.
Os presépios do exterior têm de ser a projecção epifânica do presépio interior!
publicado por Theosfera às 23:36

O misterioso remete-nos sempre para o primordial.
Pensamos pouco, por exemplo, na importância do não-saber.
Sucede que nunca se pode dar um segundo (muito menos, um décimo segundo) passo sem dar o primeiro.
Com a abundância prodigiosa de informação disponível, fácil é depreender que se sabe tudo. Mesmo, mesmo no fluxo dessa informação que escorre, subjaz o não-saber acerca de muita coisa.
O mistério é, por isso, um despertador, um alerta. Ele avisa-nos que há muita coisa que supera a lógica e desafia a compreensão. E negar o mistério não impede que ele exista!
publicado por Theosfera às 23:35

As pessoas que se acham importantes quase nunca são simples.

 

As pessoas simples são sempre importantes. E é importante estar com elas, aprender com elas. Não há maior beleza que aquela que irradia da simplicidade.

 

O que é artificial não é autêntico. Não é genuíno.

 

Uma pessoa simples é uma aparição de Deus!

publicado por Theosfera às 23:34

Era uma senhora nobremente simples e simplesmente nobre. Nos antípodas do deslumbramento mediático que, hoje por hoje, nos satura!

 

Paz à sua (bela) alma.

publicado por Theosfera às 23:31

Em épocas de não-pensamento, este diagnóstico de Norberto Bobbio tem sobrecarga de pertinência:
«A figura do homem servo mas feliz substitui o que nos é mais familiar através da tradição do pensamento grego e cristão do homem inquieto mas feliz. Qual das duas formas de convivência está destinada a prevalecer no próximo futuro, ninguém é capaz de prever».
publicado por Theosfera às 23:30

Uma época como esta corre o risco de ser desfigurada.
O Natal tem cada vez mais actividades, mas nem sempre terá a mesma vivência.
É a festa das crianças. Mas é a altura também do abandono dos idosos. Há cada vez mais idosos nos hospitais porque muitas famílias não os querem ter e muitos lares não os podem acolher.
Uma fonte hospitalar assegura que há idosos cujos filhos ficam com as reformas enquantos eles estão internados sem que vão tratar da respectiva alta. É isto que mostra como estamos a desfuncionar em muitos aspectos.
publicado por Theosfera às 23:28

Quando alguém está descontrolado e em fúria, o melhor é não exaltar (ainda mais) os ânimos.
Se a um incêndio se acrescenta lenha, as chamas podem ficar incontroláveis. Os assaltos aumentam.
As mortes disparam. A austeridade cresce ainda mais. É deste modo que querem pacificar a sociedade?
Dir-se-á que os sacrifícios são inevitáveis. Preparemo-nos. Inevitáveis serão também mais assaltos e mais mortes.
publicado por Theosfera às 00:22

A mais elementar lucidez impõe algum cuidado.
Todos somos capazes do pior e do melhor. É como se um santo e um monstro convivessem no nosso interior.
Há que ter esperança para acolher o santo.
E há que estar alerta para repelir o monstro. Porque, de quando em vez, ele quer «soltar-se». E dominar-nos.
publicado por Theosfera às 00:21

Dialogar, sempre. Mas, às vezes, o que denominamos diálogo não passa de monólogos alternados.
Quando não for possível o encontro, não opte pela afronta.
Nenhuma palavra convence quando não existe receptividade. Às vezes, a palavra só aprofunda as feridas e cava as mágoas.
O melhor será o silêncio. E seguir em frente!
publicado por Theosfera às 00:20

Muita coisa muda. Basta pensar no tempo.
Nunca estamos no mesmo instante. Mas a mudança devia servir para realçar o valor do que deve permanecer.
É natural que as formas de cortesia mudem. Mas seria bom que a cortesia se mantivesse. Que a compostura não passasse de moda.
Há uma nobreza muita bela na simplicidade de um gesto, na urbanidade do trato. A educação é o rasto que deixamos, mesmo depois de passarmos!
publicado por Theosfera às 00:19

Orar não é mexer os lábios nem articular palavras. Isso é rezar. (Rezar vem do latim «recitare»).
Orar não é mexer os lábios; é abrir o coração e mobilizar a vida.
Agostinho de Tagaste anota que, para orar, não é preciso «estar continuamente de joelhos, prostrados, de mãos erguidas».
Orar é sobretudo o desejo de estar com Deus. «O teu desejo é a tua oração. Se o teu desejo for contínuo, contínua será também a tua oração. Se não queres interromper a oração, não interrompas o desejo».
publicado por Theosfera às 00:18

O meu espanto foi como é que só agora Eduardo Lourenço recebeu este prémio.
Creio, sinceramente, que fazia mais falta Eduardo Lourenço ao prémio do que o prémio a Eduardo Lourenço.
Mas, como sói dizer-se, mais vale tarde que nunca!
publicado por Theosfera às 00:16

O Natal é época de paz e, mais que isso, prenúncio de uma vida que devia ser só (e sempre) de paz.
Por isso, devemos recordar as violações que a paz recebe constantemente.
Vassili Grossman, em «Vida e Destino» dá-nos conta do que foi o totalitarismo irreligioso.
Entretanto, Natale Benazzi e Mattei d'Amico, em «O livro negro da Inquisição», reporta algum do totalitarismo religioso.
Nenhum é desculpável. Há muito a percorrer pela humanidade até que consiga ser humana!
publicado por Theosfera às 00:15

Eis a época em que mais mensagens são trocadas.
Muitas fazem apelos à partilha, à solidariedade.
Confesso que as mensagens que mais me tocam não são as pré-formatadas, as institucionais.
Algumas mensagens de Natal são tão frias como o frio.
As mais belas são as que vêm, directas, do coração.
Algumas nem precisam de palavras!
publicado por Theosfera às 00:13

Alguém dizia, com extremos de pertinência, que a gratidão não vem no catecismo. Mas podia vir, devia vir.
Não é coisa pouca a gratidão, apesar de muitos não a terem em grande conta. Ela é, sem dúvida, uma virtude que tem muito de teologal. Respira Deus. Ela está incluída na fé. É irmã gémea da esperança. E tem um enamoramento assolapado pela caridade.
Tudo o que vem de Deus excita gratidão. E esta deve escoar no relacionamento entre as pessoas.
Quem não sabe agradecer saberá fazer o bem?
publicado por Theosfera às 00:12

Sexta-feira, 16 de Dezembro de 2011
A natureza está inquieta, sobressaltada.
Esta manhã sequencia uma noite de vendaval. As ventanias são velozes e ferozmente tumultuosas.
Até a natureza carece de paz. Até a natureza tem falta de paz!
publicado por Theosfera às 10:45

Uma frase de Alexandre Herculano pode servir de reflexão para o momento que estamos a atravessar.
O rumo que a situação está a tomar reclamará, sem dúvida, um sobressalto muito forte, impactante: «Há épocas de tal corrupção que, durante elas, talvez só o excesso de fanatismo possa, no meio da imoralidade triunfante, servir de escudo à nobreza e à dignidade das almas rijamente temperadas».
Confesso que a palavra «fanatismo» causa-me engulhos na alma. Mas o problema é tão sério que precisa de uma terapia de excepção!
publicado por Theosfera às 10:44

Mais que ateu, posicionava-se com um autêntico antiteísta.
As suas obras, aliás, reflectem esse passo. Nos seus títulos, tanto encontramos «Deus não existe» como «Deus não é grande». Este, aliás, até pressupõe que existe.
O escritor e jornalista britânico Christopher Hitchens, morreu em Houston, nos Estados Unidos, aos 62 anos vítima de um cancro no estômago.
Era uma mente brilhante e um espírito inquieto.
Os seus textos, apesar de algum azedume, são um estímulo para a reflexão e um convite ao diálogo.
O Deus em quem acredito e que ele negava não deixará certamente de O acolher!
publicado por Theosfera às 10:43

«Não há inocência que esteja segura de um falso testemunho».
Eis o que disse o Padre António Vieira.
E é bem verdade. Só somos o que somos aos olhos de Deus e aos nossos olhos. De resto, acabamos por ser o que dizem de nós. E, aqui, não há qualquer friso de lógica.
Há quem seja recto, verdadeiro e justo e, não obstante, seja devastado pela opinião geral.
E, inversamente, há quem seja danoso e corrupto e, mesmo assim, se veja alcandorado aos píncaros da fama.
Nestes casos, antes ser sem parecer do que parecer sem ser!
publicado por Theosfera às 10:41

Todo o repouso é necessário.
Nenhum, porém, é mais reconfortante do que a paz da consciência. Até podemos estar tristes e afogados na dor. Mas a tranquilidade de consciência infunde uma paz inultrapassável!
publicado por Theosfera às 10:30

Quinta-feira, 15 de Dezembro de 2011
Uma das (muitas) coisas que a vida ensina é que a qualidade enturma com a exigência.
A pessoa sábia, competente e dedicada nunca está satisfeita. Sem ser perfeccionista, é sempre autocrítica, corrige-se constantemente.
Aliás, os santos são os que se julgam mais pecadores e confessam-se com frequência.
Já a mediocridade é demasiado gongórica. Está sempre a celebrar os seus feitos. Deslumbra-se com facilidade.
Com a recorrência do fenómeno, podemos chegar a um estado em que sobrevivam poucos para avisar acerca do (des)caminho que estamos a seguir!
publicado por Theosfera às 11:04

O poder está na rua, diz Almeida Santos.
Permito-me dissentir do ínclito causídico e preclaro tribuno.
O poder não só não está na rua, como está cada vez mais longe da rua.
É claro que o poder não pode ser exercido na rua. Mas não devia ignorar jamais o que na rua se passa, o que na rua se sofre.
O problema do poder é o seu «autismo», a sua entranhada «endogamia».
O problema é o facto de o poder estar nos bancos, nos mercados e em algumas chancelarias!
publicado por Theosfera às 10:34

«Em muitas coisas, somos superiores aos animais. Mas no animal não há nada que também não possa estar em nós».
Assim escreveu (lúcida e magnificamente) Karl Ludwig Borne.
publicado por Theosfera às 10:33

Para Jesus não havia lugar na hospedaria.
Há dois mil anos, teve de vir ao mundo num lugar marginal.
Nasceu num sítio próprio de animais. Os locais habitados pelos humanos estavam ocupados.
Curiosamente, os enviados celestes foram dar a notícia a pessoas que cuidavam de animais.
Os humanos andavam distraídos. Hoje, continua a ser nas margens que Jesus mais resplandece.
No centro, nos altos, falar-se-á muito de Jesus. Mas a Sua presença só brilha na luz da simplicidade!
Quando o perceberemos?
publicado por Theosfera às 10:31

A importância que damos aos valores não pode ser aferida apenas nos momentos solenes.
Eu diria que eles são mais testados no teste de cada instante, naquele momento que nos parece mais trivial.
A verdade é um valor estrutural, imprescritível. Mas, enfim, estamos sempre a resvalar.
Tantas vezes nos perguntam «está tudo bem?» e a resposta invariavelmente surge: «Tudo bem». E, frequentemente, é sabido que tal não é verdade.
Nem tudo está bem. E, não raramente, há muita coisa que está mal.
O mesmo se passa com «é feliz?». Quando respondemos que sim, estaremos a falar verdade?
publicado por Theosfera às 10:30

Não estamos no fim do mundo.
Mas creio que estamos à beira de um fim de mundo.
Há um certo tipo de mundo que não tem mais para dar. Ou acabamos com ele ou ele acaba connosco.
O mundo dos interesses, em que o capital jugula o trabalho e degola a pessoa, tem de terminar.
Mas não será por inércia. Só o amor vencerá o egoísmo.
A «egopatia» é, decididamente, a pior doença da humanidade, a mais letal!
publicado por Theosfera às 10:29

Grandes políticos são maiores que os problemas. Enfrentam-nos. E acabam por vencê-los.
Os outros não só não os vencem como ainda os criam. Hoje, temos porblemas novos e políticos novos.
Curiosamente, os políticos novos não parecem capazes de fazer frente aos problemas novos.
Há pouca substância e demasiados lugares-comuns.
A mudança só pode surgir por contraste. Não é na esteira desta geração de líderes que a (ansiada) mudança regressará!
 
Quando se diz que temos a geração mais qualificada de sempre, era bom que olhássemos para as lideranças que estamos a produzir.
A lideranças fracas sucedem lideranças ainda mais frágeis. Cuidado com as generalizações.
Há muitas competências. Falta, porém, vibração, profundidade, cultura, humanismo, complexidade.
Um pouco mais de humildade (e menos deslumbramento) ajudará a reverter a tendência.
 
A mediocridade é desconfiada e atrevida. Persegue e afasta quem poderia estar disponível para contribuir.
Só que, infelizmente, a competência raramente anda de mãos dadas com a apetência.
Quem tem muita apetência pelo poder raramente revela competência para o exercer.
 
 
publicado por Theosfera às 10:26

É preocupante o que se está a passar no país.
Há um descontrolo cívico, emocional. O Primeiro-Ministro foi vaiado e insultado na tarde de ontem.
Não é edificante. Mas as pessoas estão a atingir o limite do suportável.
Isto não justifica nada, mas explica (quase) tudo.
publicado por Theosfera às 10:25

Quarta-feira, 14 de Dezembro de 2011
Hoje é dia de S. João da Cruz, um místico espanhol de primeira grandeza e um poeta de apuradíssima sensibilidade.
Optou cedo pela «solidão sonora» como via para encontrar Deus.
A «estranheza ontológica», entre o Homem e Deus, deu lugar à «entranheza pessoal» de Deus no Homem e do Homem em Deus.
Não se esqueceu de advertir, pensando certamente em Mat 25, que, «na tarde da nossa vida, seremos julgados pelo amor».
É esta a (única) pauta para o juízo final!
publicado por Theosfera às 10:37

«Vivemos todos sob o mesmo céu, mas nem todos temos o mesmo horizonte».
Assim escreveu (lúcida e magnificamente) Konrad Adenauer.
publicado por Theosfera às 10:36

A palavra «Deus» em certos lábios arrepia.
Não falta quem se julgue Seu porta-voz, quase Seu substituto. E que, nessa medida, comine com todas as ameaças e críticas quem não se revê em tais invocações.
Hitler, há sete decénios, apelou à «Divina Providência» e à «a vontade de Deus», «Senhor do Universo» para fazer a guerra e eliminar milhões de seres humanos.
A voz de Deus não passa, necessariamente, por quem mais fala d'Ele. Ele só passa por quem O vive.
É nas pessoas simples e puras, nos corações bondosos e solidários, que Ele está. E nem precisam de falar muito d'Ele. A sua vida é uma revelação constante!
publicado por Theosfera às 10:35

É preocupante, e já vais nas imediações do alarmismo, esta onda de violência.
Pessoas que são assaltadas no multibanco. Pessoas que são agredidas em casa. Pessoas que são atingidas no seu local de trabalho.
Além do acto em si, há a registar o número de ocorrências. Porventura, a cifra vai aumentar.
A responsabilidade de quem comete estes actos não pode ser esquecida. Mas as causas últimas envolvem também as políticas que têm vindo a ser seguidas.
Bertold Brecht alertou em tempos: «Do rio que tudo arrasta se diz que é violento. Mas ninguém diz violentas as margens que o comprimem».
O poder comprime, asfixia, abafa. Há quem não aguente e despeje a revolta sobre quem não tem culpa!
publicado por Theosfera às 10:33

«Qualquer um pode tomar o leme quando o mar está calmo».
Públio Siro expendeu, à guisa do «ovo de Colombo, uma elementar evidência.
O problema é manter a serenidade no meio da tormenta, a luz no meio das trevas, a paz no meio da violência.
Não é fácil. Mas não é impossível.
Nessas alturas (as alturas em que se move a nossa vida presente), o melhor é conservar os ouvidos atentos, os olhos abertos e a boca fechada. E seguir em frente!
publicado por Theosfera às 10:32

«Todos os homens matam aquilo que amam».
Mais uma frase de Oscar Wilde que sempre me deixou desconcertado.
Será que há coisas que só os génios entendem? Ou não será que aos génios assiste errar genialmente?
Será concebível que matar seja prova de amor? Ou será que o amor tem de passar sempre pelo poço da morte?
E sobreviverá a tal prova?
publicado por Theosfera às 10:30

Até nas imediações do Natal, a maldade tem o desplante de passear pelo coração humano.
Pelo menos três pessoas morreram e várias ficaram feridas, esta terça-feira, no centro de Liége, na Bélgica, na sequência de um ataque com granadas e armas de fogo, executado por vários indivíduos.
Ele veio há dois mil anos! Quando começará a mudança que veio trazer?
publicado por Theosfera às 10:29

Terça-feira, 13 de Dezembro de 2011
É preciso mudar.
Todos o dizemos. Mas, ao mesmo tempo, todos o impedimos.
Não é fácil a mudança, apesar de necessária.
Há quem bloqueie. Há quem atropele.
Acredito muito nas novas gerações, que ainda vivem em «estado puro».
Que nunca percam essa pureza. O caminho é estreito. Mas o mundo tem de mudar. A partir de nós!
publicado por Theosfera às 11:22

Apesar da crise, vivemos melhor hoje, materialmente falando.
Mas este Douro tão belo, património mundial declarado, está a perder o que tem de melhor: as pessoas.
Numa única década, são doze mil a menos. Esta é a única perda irreparável.
publicado por Theosfera às 11:21

Muito se fala, habitualmente, do que não existe, do que não é respeitado ou posto em prático.
Fala-se, hoje em dia, do belo porque estamos carentes de beleza. E não é só na paisagem que ela nos era oferecida.
A beleza celebrava-se no encontro, na partilha. Estamos muito formatados, arrefecidos por dentro.
As emoções soltam-se e eclipsam-se com uma velocidade espantosa.
Esta é uma quadra que pode ajudar a ressuscitar a beleza do gesto e a revivescer o encanto do encontro!
publicado por Theosfera às 11:19

É meritório o esforço e serão acertadas as medidas.
Os alunos precisam de mais história e geografia, como precisam de mais português e matemática.
Mas isto não basta. A mudança na educação não se opera com decisões avulsas. Há que visar uma grande reforma.
Há que redespertar o amor pela leitura, pela cultura, pela estética, pelas humanidades, pelo pensamento complexo.
Há que interligar os saberes e ajudar a crescer na sabedoria.
Enfim, há que apostar tudo no mais importante: na construção da pessoa!
publicado por Theosfera às 11:18

«O maior risco não é que as nossas aspirações sejam demasiado altas e não as consigamos concretizar, mas que sejam demasiado baixas e as alcancemos».
Esta espantosa frase de Miguel Ângelo mostra que enquanto não há resultado alcançado, haverá sempre caminho a percorrer.
É para o infinito que temos de apontar. Viver é (sempre) superar-se!
publicado por Theosfera às 11:16

São muitas as imagens do Menino que pendem de muitas casas.
Continuo, porém, a pensar que mais belas que estas belas imagens são as imagens que correm na vida das pessoas.
A imagem do Menino tem as feições de cada um. As suas também!
publicado por Theosfera às 11:15

Costuma dizer-se, e eu concordo, que é mais importante dar vida aos anos do que dar anos à vida.
Mas, graças a Deus, há quem consiga congraçar os dois requisitos, mostrando ter muita vida nos anos e muitos anos na vida.
Manoel de Oilveira completou, anteontem, 103 anos.
Apesar da proximidade do Inverno, são 103 primaveras. Em pleno vigor!
publicado por Theosfera às 11:13

«Não somos seres humanos passando por uma experiência espiritual.Somos seres espirituais passando por uma experiência humana».
Assim escreveu (notável e magnificamente) Pierre Teilhard de Chardin.
publicado por Theosfera às 11:10

Angela Merkel pretende dar força à Alemanha. Mas tendemos a esquecer que a sua posição é frágil dentro da própria Alemanha.
As eleições regionais têm-lhe sido desfavoráveis. Provavelmente, o SPD voltará ao poder em breve.
Uma nova visão sobre a Euorpa pode emergir: uma visão mais integrada, mais solidária.
Depois de uma Europa a alemanizar-se, voltaremos a ter uma Alemanha europeia?
publicado por Theosfera às 11:09

Há pessoas cujos lábios são o eco do coração.
Neste mundo, ainda há almas cheias de simplicidade e repletas de generosidade.
Os seus gestos valem por mil discursos!
 
Para alguns, o maior espaço é sempre pequeno tão grande é o seu ego. Não querem ninguém. Não partilham.
Felizmente, para outros até o espaço mais pequeno consegue ser grande. Porque grande, grande é o seu coração, a sua generosidade.
Há pessoas que têm um espírito do tamnaho do universo.
As pessoas mais simples são as mais importantes.
São elas que nos fazem tocar no céu, na eternidade!
 
publicado por Theosfera às 11:08

Sei cada vez menos sobre cada vez mais!
E vou sabendo muito mais sobre muitso menos! 
A vida tem sido uma lição contínua.
publicado por Theosfera às 11:07

A verdade é, muitas vezes, o que queremos não ver e aquilo em que preferimos não acreditar.
Quem no-la traz nem sequer é olhado como um ser humano. É despachado como um louco.
Falamos muito da realidade, mas, no fundo, gostamos mais da ilusão. Os profetas da antiguidade nunca foram bem tratados. O maior de todos até foi assassinado. E as vozes incómodas de hoje continuam a ser silenciadas!
 
A reputação de cada um não depende apenas da sua integridade. Depende também (e bastante) da predisposição dos outros em reconhecê-la.
Simon Wiesenthal ilustra bem esta situação com um dado pessoal.
Interpelado por um oficial nazi acerca do que tencionava contar sobre os campos de concentração, respondeu: «Apenas a verdade».
Réplica cortante do interlocutor: «Pensariam que estavas louco, ninguém acreditaria em ti».
A realidade, muitas vezes, parece inacreditável. Mas é sobretudo incómoda. Por isso o mais fácil é atacar quem no-la conta.
Umas vezes, fala-se de loucura. Outras vezes, diz-se (olimpicamente) que «não foi bem assim»!
O problema é que as coisas acontecem. Mesmo que não queiramos!
 
publicado por Theosfera às 11:04

Domingo, 11 de Dezembro de 2011

Natal é a mesa farta,

mas é sobretudo a alma cheia.

 

Natal é Jesus, Natal é a família,

Natal é a humanidade e Natal também és tu.

 

Não fiques à espera do Natal,

sê tu mesmo o melhor Natal para os outros.

  

Constrói um Natal para todo o ano,

para toda a vida.

 

Tu és o Natal

que Deus desenhou e soube construir.

 

É por ti que Deus hoje continua a vir ao mundo.

É em ti que Ele também renasce.

 

Sê, pois, um Natal de esperança,

de sorriso e de abraços,

de aconchego e doação.

 

Também podes ser um Natal com algumas lágrimas.

São elas que, tantas vezes, selam o reencontro e sinalizam a amizade.

 

Eu vejo o Natal no teu olhar, no teu rosto, no teu coração,

na tua alma, em toda a tua vida.

 

Há tanta coisa de bom e de belo em ti.

Tanta coisa que Deus semeou no teu ser.

 

Descobre essa riqueza, celebra tanta surpresa,

partilha com os outros o bem que está no fundo de ti.

 

Diz aos teus familiares que os amas,

aos teus amigos que gostas deles,

aos que te ajudam como lhes estás agradecido.

 

Não recuses ser Natal junto de ninguém. Procura fazer alguém feliz.

 

Não apagues a luz que Deus acendeu em ti.

Deixa brilhar em ti a estrela da bondade e deixa atrás de ti um rasto de paz.

 

Que tenhas um bom Natal.

A partir de agora. Desde já. E para sempre! 

publicado por Theosfera às 10:48

Sábado, 10 de Dezembro de 2011
Já Hegel tinha reparado: «O que a história ensina é que os governos e as pessoas nunca aprendem com a história».
A história não se repete.
Mas os erros parece que se multiplicam. E as vítimas não cessam de aumentar!
publicado por Theosfera às 12:18

Há uma divergência semântica entre o poder e os cidadãos.
Quando se falava na necessidade de cortar nas «gorduras do Estado», havia quem pensasse no corte dos gastos da administração central.
Afinal, as tais «gorduras» parecem consistir na saúde e na educação. É aí que os cortes se verificam.
A opção é errada. O futuro perdoar-nos-á?
publicado por Theosfera às 12:17

Não é só no futebol que uma célebre máxima de Garry Lineker se aplica.
Também a política parece um jogo de todos contra todos. E, no final, quem ganha é a Alemanha!
Os satélites inclinam-se.
Eufemisticamente, fala-se de um quase consenso quando o que existe é uma imposição e uma (correspondente) submissão!
publicado por Theosfera às 12:16

Neste Dia Internacional dos Direitos Humanos, corremos o risco de celebrar uma inexistência.
Basta olhar para o primeiro artigo da Declaração Universal: «Todas as pessoas nascem livres e iguais em dignidade e direitos».
No texto é assim. Já no contexto é diferente.
Nem todos nascem iguais. Nem todos crescem iguais.
A dignidade e os direitos são vedados a muitos. Porque uma cultura dos direitos reclama simetricamente uma cultura dos deveres.
Enquanto os direitos de todos não forem assumidos como deveres para cada um continuaremos a contabilizar violações sem fim dos princípios mais sagrados.
publicado por Theosfera às 12:15

Sexta-feira, 09 de Dezembro de 2011
É da discussão que nasce a luz? Nem sempre. A bem dizer, quase nunca.
Vejam o que se passa nesta Europa que multiplica reuniões, soma cimeiras e adiciona desacordos e impasses.
Com a conferência do clima passa-se o mesmo. Nenhum resultado.
Há reuniões que sinalizam a falta de união e a sede infrene de protagonismo.
Um pouco mais de sobriedade e sensatez faria muito mais pelo mundo!
publicado por Theosfera às 10:13

Fala quem sabe.
Fausto Leite é especialista em Direito do Trabalho e assegura: «O aumento da meia hora de trabalho por dia não só atenuaria o défice de competitividade como agravaria o desemprego».
A falta de competitividade «não se resolve com mais quantidade de trabalho, mas sim com melhor qualidade, o que pressupõe, sobretudo, investimento na formação dos trabalhadores e dos gestores».
publicado por Theosfera às 10:12

Convencionou-se que o sinal do crescimento está nas grandezas. E que, nessa medida, o seu principal sintoma é a arrogância.
Esta funciona como um despertador estrepitoso. Que é como quem diz: «Olhem para mim. Vejam como sou bom. Notem como sou melhor».
A arrogância visa uma afirmação sobre os outros e, não raramente, contra os outros. Só que o verdadeiro crescimento dispensa a arrogância.
Diz Carlos M. da Silva que «a arrogância é o maior inimigo do crescimento».
O maior crescimento é o que parte de baixo, do fundo. Não faz ruído. Quem é grande vai ter sempre com a grandeza. E encontra-a sempre. Até no que parece mais pequeno!
publicado por Theosfera às 10:11

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