O acontecimento de Deus nos acontecimentos dos homens. A atmosfera é sempre alimentada por uma surpreendente Theosfera.

Domingo, 25 de Dezembro de 2011
É muito bonito um Natal com sol.
Mas quem não sente a falta de um Natal com neve?
publicado por Theosfera às 18:29

Celebrar o Natal (ou até falar dele) ) num ambiente de pompa não faz uma combinação adequada.
Deus foi tão eloquente na simplicidade com que veio ao mundo!
A conversão à humildade é muito mais difícil do que a reprodução da doutrina.
Mas é imensamente mais necessária!
publicado por Theosfera às 18:28

Por instantes, parece que entramos noutro tempo.
A crise deu tréguas. Não se pensa nela.
O céu abriu-se. O sol visita-nos. O sorriso acende-se.
Já tinha saudades de ver tanta gente com ar genuinamente feliz.
Só até logo? Praza a Deus que para sempre.
A adversidade é uma condicionante, mas não é um obstáculo intransponível.
Os problemas existem não para nos vencerem, mas para serem vencidos por nós!
publicado por Theosfera às 18:27

Já quase não se fala disso e é pena.
Mas faz hoje 50 anos que o Papa Bom (João XXIII) anunciava ao mundo a realização de um novo Concílio.
Hoje, sentimos que o Vaticano II foi uma brisa muito suave que passou pela Igreja e envolveu a humanidade.
É importante que se volte a falar deste Concílio. E, acima de tudo, é fundamental que se volte a vivê-lo.
João XXIII. Que saudades da «primavera» suscitada por alguém que parecia no ocaso!
publicado por Theosfera às 18:24

Ele veio por causa do amor. E nós, tantas vezes em Seu nome, lutamos pelo poder.
Ele deixou-nos um mandamento. E nós, em vez de nos ocuparmos com o conteúdo do mandamento (o amor), ficamo-nos pela forma: pelo acto de mandar!
É triste. É pouco.
Sim, Deus é todo-poderoso, mas todo-poderoso no amor.
Como dizia sapientemente Paul Ricoeur, Deus é o todo-amoroso.
publicado por Theosfera às 18:22

A Missa da noite de Natal tem um encanto especial.
O sorriso ilumina mais que as luzes.
Uma serenidade apodera-se do olhar.
Até o frio nos aquece.
Um feliz Natal.
publicado por Theosfera às 18:21

Ao menos hoje, deixemos cantar as crianças. E, nelas, oiçamos cantar o Deus Criança!
Um santo Natal para todos.
Um abraço imenso! Estremecido pela gratidão!

http://youtu.be/nGxv0X20ik0
publicado por Theosfera às 18:18

O que toda a gente sabe mas nem toda a gente parece entender:
Deus fez-Se homem e fez-Se pobre!
publicado por Theosfera às 18:18

O problema da nossa época é que se concentrou muito em si mesma, na nossa época.
Queremos tudo no instante. Perdemos a noção dos tempos longos. Até Deus é invocado para conseguirmos conquistar tudo imediatamente.
Era neste sentido que Vaclav Havel dizia estarmos na «primeira civilização ateia». Não quer dizer que tenhamos perdido as referências a Deus. Mas já perdemos «a conexão com o infinito e com a eternidade».
Vivemos como se não tivesse havido ontem. E como se já não houvesse amanhã!
Estes são tempos em que muitos se arrogam no direito de falar e poucos se capacitam da necessidade de ouvir.
Não é fácil ser profeta nem intelectual. O seu papel, dizia Vaclav Havel, é «antever as ameaças, os horrores e as catástrofes».
A missão do político será «escutar as vozes de aviso, tomar nota dos perigos e, ao mesmo tempo, pensar intensamente no modo de os afrontar ou prevenir». Mas quem está disponível para esta missão?
 Somos a primeira civilização global. As suas vantagens são óbvias. Já o seu principal perigo parece ser mais subtil. Mas ele existe. Cada perigo num determinado ponto do mundo pode tornar-se numa ameaça global.
 As perspectivas são grandes, mas estranhamente os nossos horizontes são curtos.
Vaclav Havel nota que a preferência é pelo ganho a curto prazo.
Todos querem assegurar o melhor para si. Mas poucos pensam como os nossos actos afectarão a vida dos outros daqui a cem anos!
 A nossa época avançou muito, mas também regrediu bastante. Temos a ideia de que sabemos tudo e que aquilo que ainda não sabemos depressa o descobriremos.
O nosso saber está focado no crescimento, que julgamos imparável, irreversível.
Esquecemos, porém, algo que os antepassados sabiam: «que nada é evidente por si mesmo».
A autoconfiança desproporcionada é um mau sintoma. Esta crise financeira é um aviso.
Vaclav Havel entrevia aqui um apelo à humildade para que «não tomemos nada como automaticamente garantido».
 Para Havel, se não corrigirmos o orgulho e a sua consequente miopia, caminharemos para a catástrofe!
 Vaclav Havel considerava-se um «meio crente». Não cria na personalização de Deus, nem aderia a uma religião. Mas acreditava no mistério.
«O mundo não é apenas efeito do acaso. Estou convencido de que há um ser, uma força velada por um manto de mistério. E é o mistério que me fascina. O que ele defendia não era tanto a militância religiosa, mas a espiritualidade e o sentido da transcendência. «A transcendência é a única alternativa real à extinção».
 Para Vaclav Havel, o grande erro do Ocidente é não compreender devidamente a História.
O que se passou no Leste não foi só a queda de um regime, mas «um espelho deformador da civilização no seu todo».
Daí que a derrota do comunismo não resolva, em si mesma, a «doença da civilizaçao ocidental».
O problema só será superado quando o Ocidente recuperar os seus valores.
O pragmatismo e a pressão das eleições impedem os políticos de «assumirem a dimensão metafísica da sua linha de acção».
Uma nova «divindade» se perfila e se coloca acima do respeito pelo horizonte metafísico da vida humana: «o ideal de uma produção e de um consumo incessantemente crescentes».
Este «deus» sacia. Mas satisfaz?
A legitimidade da política não assenta em si mesma. Ela deve ser legitimada «através de qualquer coisa que a transcenda, como valores éticos e espirituais».
É por isso que a dissidência liderava por Vaclav Havel não ambicionava a conquista do poder».
Só que os acontecimentos evoluiram no sentido de sempre.
Porventura, a humanidade terá ainda de atravessar muitos mais conflitos para perceber algo elementar: como «pode ser incrivelmente míope um ser humano ao esquecer que não é Deus». E se até Deus quis humanizar-Se, não é pelo caminho da desumanização que o desenvolvimento chega!
 
publicado por Theosfera às 18:08

A Bíblia não é um livro. É um conjunto de livros.
Não é passível de uma leitura. Ela tem recebido imensas leituras.
Ela serve para fazer juramentos, promessas. Já serviu até para condenar.
Mesmo no plano científico, há várias leituras, nem sempre coincidentes.
Ronald Reagan, que não era teólogo, disse: «Não lemos a Bíblia como ela é; lemos a Bíblia como nós somos».
Quando se quer impor uma leitura da Bíblia, no fundo estamos a impor-nos a nós.
Que cada um sinta a paz no encontro com a Palavra feita vida. E não apenas texto!
publicado por Theosfera às 18:05

 

Há presépios lindos.
Há presépios engenhosos.
Há presépios deslumbrantes.
Há presépios originais.
Há presépios interessantes.
Há presépios surpreendentes.
E até há presépios ao vivo.
Faltam, contudo, presépios vivos.
Que, a bem dizer, são os únicos presépios necessários.
Aqueles que são construídos não nas ruas ou nas casas. Mas no coração humano.
No meu. No teu. No nosso.É aí, irmão, que Ele — o Senhor — quer (re)nascer hoje.
Vais consentir que Ele seja atirado novamente para um estábulo, como há dois mil anos?
Não tardes, meu Deus!
Acorda-nos da sonolência que nos envolve!
publicado por Theosfera às 18:03

Tantos gestos ao longo destes dias.
Fico sem palavras.
Dizer «obrigado» é pouco, quase nada. Mas é tudo o que me resta. Diante de tanto que recebo. Diante de tudo que cada um representa para mim.
O melhor Natal para todos: o Natal de Jesus!
publicado por Theosfera às 18:00

Com o olhar fixo na simplicidade desarmante da manjedoura, eis uma oportunidade soberana para a Igreja apurar, serenamente, se está a imitar Jesus.
Não basta reproduzir o que Ele disse. É fundamental procurar ser como Ele foi.
A humildade, a pobreza e o despojamento são as etapas do caminho. A simplicidade é o grande trunfo.
Jesus é o critério para a Igreja. E não vice-versa!
publicado por Theosfera às 17:59

Sábado, 24 de Dezembro de 2011
Há quem esteja preocupado com a a falta de sinais de Natal.
As pessoas referem-se à falta de iluminação, de música, de agitação.
Serão esses, porém, os sinais do Natal?
Sinais do Natal serão (seriam) mais justiça, mais verdade, mais solidariedade, mais bondade, menos egoísmo, mais paz!
publicado por Theosfera às 09:52

Ainda não será desta que teremos «aquele» Natal sonhado por Jesus: na humildade, na paz universal, na fraternidade cósmica.
Mas não desbaratemos a esperança.
O Natal não é só amanhã. Como disse David Mourão-Ferreira, «há-de vir um Natal e será o primeiro em que o nada retome a cor do infinito»!
publicado por Theosfera às 08:58

Amar o próximo. Levar a paz. Não responder às provocações. Manter a serenidade na tempestade. Animar os espíritos adormecidos. Amortecer os espíritos agitados. Emitir um sorriso. Afagar uma lágrima. Não ter vergonha de assumir o que se sente. Ser autêntico. Respeitar toda a gente e preferir os pequenos e os pobres.
Ser cristão será outra coisa?
publicado por Theosfera às 08:57

«Portugal desceu ao túmulo», diz Eduardo Lourenço.
E esta é uma boa notícia. É que, como dizia Nietzsche. «só os túmulos conhecem a ressurreição».
Só a partir do fundo se consegue subir. Estamos, portanto, a viver uma hora estimulante. E um momento decisivo!
publicado por Theosfera às 08:56

«Pensar é o acto mais violento que há».
Porque é que Vergílio Ferreira terá vertido esta percepção?
E o que será violento: o acto de pensar ou as reacções impiedosas que ele desencadeia?
Será por isso que hoje pouco se pensa mesmo quando alguns pensam que pensam? Poderá haver pensamento sem risco?
publicado por Theosfera às 08:54

O Natal, na sua encantadora simplicidade, inocula nas pessoas sentimentos especiais.
Aquilo que nos parece banal recebe uma outra luz. Até o consumo ganha uma dimensão surpreendente.
Quando se compra algo, pensa-se em alguém. Ao olhar para esse algo vemos alguém. É bonito.
Só é pena que este ambiente termine inopinadamente com o fim da noite da Consoada.
Estranhamente, o Natal, para muitos, já nem dura até ao dia de Natal.
Tudo parece finar-se na véspera. Não será possível esticar o Natal a todo o ano, a toda a vida?
publicado por Theosfera às 07:51

Sexta-feira, 23 de Dezembro de 2011
O Natal é belo quando é sonhado.
O Natal é lindo quando é cantado.
O Natal é encantador quando é tingido de frio e regado de neve.
O Natal é importante quando não é esquecido.
O Natal é bom quando é celebrado.
Mas o Natal é melhor quando é vivido, partilhado, abraçado, chorado, humanizado, fraternizado, assumido e projectado no mundo inteiro.
O melhor Natal para si!
publicado por Theosfera às 11:44

O que nos chega da realidade não é apenas a luz. São também as sombras. É também a obscuridade.
A pressão (e a consequente pressão) parece que só abrem caminho para captarmos os visível.
Cabe-nos, por isso, mobilizar a atenção para o escapável.
A ausência de complexidade não é um bom sintoma. Um discurso demasiado fluente pode esconder muita superficialidade.
E não são os aplausos que resolvem o problema.
Regra geral, aplaudimos o que gostamos. Mas a verdade vai muito para lá do nosso gosto!
publicado por Theosfera às 11:41

Numa altura em que tudo muda, o perfil do intelectual não podia ficar de fora do vendaval da mudança.
Habituados a ver o intelectual como alguém que se move no plano do dizer, temos de nos preparar para ver o intelectual também como alguém que se movimento do mostrar.
O artista é alguém que recebe a realidade. E mostra-a não no texto de um livro, mas numa tela, num busto, num «graffiti», etc.
O mistério do mundo não é unidimensional. As suas expressões também não são unívocas.
publicado por Theosfera às 11:40

Um espantoso pensamento de Anselmo Borges: «O mundo está em processo e o prrocesso ainda não transitou em julgado. Ninguém sabe o que está em questão na História do mundo e na História dos homens. A História lê-se do fim para o princípio e o fim ainda não chegou».
Como só perceberemos a História no fim e como não veremos o fim, nunca perceberemos verdadeiramente o que acontece.
Somos construtores sem certezas definitivas e sem seguranças plenas. Só a esperança nos acompanha...
publicado por Theosfera às 11:39

«Este parte, aquele parte».

 

Portugal, «ficas sem homens que possam cortar teu pão».

 

Este excerto de um poema de Rosalía de Castro retoma actualidade. Só muda o contexto.

 

Rosalía de Castro falava da Galiza de antanho.

 

Mas, neste momento, é o nosso país que se prepara para ver partir aqueles que rejeita. Aqueles a quem não dá oportunidade de cortar o pão...

publicado por Theosfera às 11:37

«Pacta sunt servanda».

 

Mas acima dos pactos está a vida das pessoas!

 

Quando os pactos colidem com a vida, não há que hesitar!

publicado por Theosfera às 11:36

Há certas coisas, di-lo a experiência, que os mais simples entendem muito melhor que os mais doutos.
Por mais que expliquemos, os mais letrados retorcem e voltam sempre ao (seu) ponto de partida.
Já os mais simples percebem tudo. Eles são, no fundo, os mais sábios. Porque, além da inteligência, usam o coração.
Eles sabem que é no coração que repousa a sabedoria!
publicado por Theosfera às 11:33

Maria Filomena Mónica escreveu um texto em que interroga Deus.
O Sermão da Montanha, que Gandhi considerava o texto mais belo de sempre, suscita-lhe aquiescência e repulsas.
Não se revê no «Bem-aventurados os mansos». A soióloga acha que a injustiça não se vence com a mansidão, mas com a revolta.
Entendo.
Mas, à semelhança de Jesus, penso que a maior revolta é a dos mansos!
Paradoxalmente, são eles os que mais inquietam, os que mais incomodam, os que mais irritam os poderosos, os opressores!
publicado por Theosfera às 11:31

Vaclav Havel foi alguém que viu o fim de uma ditadura e entreviu o perigo de uma opressão.
Em 1997, denunciou «o grande erro que consiste em pretender reduzir o Homem a um simples produtor de lucro».
Por isso, ao ser investido na missão de presidente checo, ele afirmou: «O meu poder é o poder dos sem poder». Até porque os outros já o detêm. Os homens de excepção também sabem repor os equilíbrios perdidos!
publicado por Theosfera às 11:30

A má notícia é que passamos a ser uma «democracia com falhas».
A boa notícia é que (ainda) somos uma democracia.
Mas as dúvidas começam a adensar-se em muitos espíritos...
publicado por Theosfera às 11:28

Neste tempo frio, aqueça a vida com esperança. E incendeie este mundo com a paz.
Nunca dê nada por terminado. Há sempre um começo depois de cada prenúncio de fim!
publicado por Theosfera às 11:26

José de Bouza Serrano é perito em protocolo, tem uma assolapada predilecção pela monarquia e já esteve no Vaticano.
Para ele, trata-se de uma «monarquia», embora «electiva». E o Papa é visto como um «rei».
Todos nós sabemos que a romanização (sobretudo a constantinização) da Igreja levou a estas derrapagens conceptuais.
Mas na lista dos qualificativos do Papa, não consta tal menção.
A Igreja não pode ser vista como uma monarquia tutelada por um rei. Ela é um serviço conduzida por um pastor que se vê como servo: «servo dos servos de Deus»!
publicado por Theosfera às 11:25

Quando quiser encontrar as melhores pessoas, não olhe para cima, para as chefias, para os importantes.
Olhe para baixo, para os simples, para os pequenos.
É aí que abunda a pureza. É aí que fermenta a maior grandeza.
Não foi o próprio Deus que, ao fazer-Se Homem, quis aparecer com um Menino?
publicado por Theosfera às 11:23

Por muito que saibamos, é possível saber sempre um pouco mais.
Por muito que programemos, há sempre espaço para mais uma surpresa.
Há muita escurdão neste mundo, mas, quando menos se espera, acende-se uma luz!
publicado por Theosfera às 11:22

Não raramente, o mais próximo corre o risco de ser o mais desconhecido.
Em Lamego, cidade vetusta e por vezes ignota, há um escultor de especiais atributos e luminosos recursos.
Alexandre Fandino tem, neste momento, a decorrer uma exposição de presépios.
Conjuga belamente a expressão do mistério do Natal com o ambiente do Douro. Já obteve muitos prémios no passado, mas a sua obra ainda tem muito para dar no futuro. Vale a pena passar pelo Ribeiro Conceição.
Os olhos ficam deslumbrados. E a alma sentir-se-á tonificada.
Nestes tempos de penumbra, o belo oferece-nos, assim, um suplemento de luz!
publicado por Theosfera às 11:20

«Ver o que está à frente do nariz requer uma luta constante».
Assim escreveu George Orwell. Muitas vezes, o mais óbvio corre o risco de ser o mais difícil de reconhecer e aceitar.
publicado por Theosfera às 11:19

A decência, sendo um valor elementar, desponta também como um valor fundamental.
Acerca de Vaclav Havel, disse Jiri Pehe: «Muitos questionar-se-ão sobre o que terá tornado Havel excepcional. A resposta é simples: decência. Ele era um homem decente, com princípios».
publicado por Theosfera às 11:17

Os santos são geniais. E, muitas vezes, até surpreendentemente irónicos.

 

Alguém é capaz de discordar desta frase de Santo Ambrósio: «Sois, na verdade, muito misericordiosos! Roubais até quando dizeis que socorreis»?

publicado por Theosfera às 11:15

É estranho que, na China, se possa ser comunista e, ao mesmo tempo, capitalista.
O que, pelos vistos, não se pode é ser comunista e, simultaneamente, religioso.
Conheço muitos que, sendo sinceramente comunistas, também são convictamente crentes.
A liberdade é o princípio fundamental que há-de estar a montante e a jusante das divergências.
Mas, de facto, o oriente encerra toneladas de mistério.
Na Coreia do Norte, o regime é comunista e existe culto: um enorme «culto da personalidade»!
publicado por Theosfera às 11:14

Começou o Inverno.
Mas parece que vivemos uma prolongada secura. Refiro-me a uma prolongada secura democrática.
As indemnizações vão diminuir em 70%. Quem decidiu foi a troika.
Houve diálogo? Houve discussão?
Parece que houve decisão unilateral. Isto é democracia? É, sim, um grande seca democrática!
publicado por Theosfera às 11:12

A nossa vida é feita de referências.
São pessoas que nos marcam, porque nos deram o que há de mais precioso: o seu exemplo, o seu testemunho, o seu ser.
Se é verdade que, ao longo da vida, acumulamos muitas decepções (acabando as referências por se transformar em anti-referências), também é certo que algumas mantêm a consistência que o primeiro impacto gerou.
Anteontem, fez 88 anos uma das grandes referências da minha vida. E uma das poucas que a eternidade ainda não levou.
A Mons. Simão Botelho um abraço de enorme gratidão e eterno reconhecimento.
publicado por Theosfera às 11:10

Quinta-feira, 22 de Dezembro de 2011

Está quase a chegar o dia dos Meus anos.

 

Eu sei que muitos mal se lembram,

mas o Natal é mesmo o dia em que se assinala o Meu nascimento.

 

Às vezes, parece que o Natal é como um aniversário sem aniversariante.

 

Vejo as pessoas a correr, a comprar e a comer.

Eu até fico contente.

Mas gostava de ver também as pessoas a meditar,

a pensar um pouco no significado deste dia.

 

Toda a gente celebra o seu aniversário.

O próximo Domingo é o dia em que se celebra o Meu.

 

É claro que ninguém sabe ao certo diaem que Eunasci.

Também não quis que isso ficasse registado.

Porque Eu não nasci apenas naquele dia.

Eu quero renascer em cada dia.

 

Conto convosco para realizar o Meu sonho,

o sonho que trago coMigo há dois mil anos,

mas que quase ninguém Me deixa realizar.

 

Sonho com um mundo onde só haja paz, justiça,

liberdade, amor, fraternidade.

 

Sonho com um mundo onde todos dêem as mãos,

onde todos se ajudem,

onde todos se estimem como irmãos.

 

Sonho com um mundo onde não haja distância entre ricos e pobres,

onde não seja preciso colocar fechaduras à porta de casa

e sobretudo onde ninguém queira colocar fechaduras à porta do seu coração.

 

Sonho com um mundo onde as pessoas sejam tratadas como pessoas

e não de acordo com a sua posição social ou económica.

 

Sonho com um mundo onde todas as pessoas tenham acesso à saúde,

à educação, à habitação, ao trabalho.

 

Sonho com um mundo onde as crianças sejam acarinhadas

e os velhinhos sejam respeitados.

 

Já vos estou a ouvir dizer que é um sonho impossível.

Mas impossível porquê?

 

Eu continuo a acreditar neste sonho

e conto convosco para o realizar.

Quereis ajudar-Me?

 

Sei que, apesar da crise, ides trocar muitas prendas.

Mas queria que soubésseis que o melhor presente

é o presente da presença.

Eu estou presente em vós.

Cada um de vós está presente em Mim.

 

E «onde estás Tu?», já vos oiço perguntar.

Não. Não Me procureis na riqueza, na glória, no poder.

Eu não estou aí.

 

Se quiserdes encontrar-Me, procurai-Me na simplicidade,

na humildade, na pobreza, no despojamento.

Por muito que vos espante, é aí que Me encontro.

 

Se fordes humildes e puros,

se fordes capazes de ver a Minha imagem esculpida nas crianças,

nos doentes, nos marginalizados e nos pobres,

se pensardes nos outros e não apenas em vós,

não tenhais dúvida de que haveis de Me encontrar.

 

Eu disse muita coisa há dois mil anos,

muita coisa que muitos não sabem,

que outros esqueceram

e que muitos, mesmo sabendo e não tendo esquecido, não põem em prática.

 

Não falta quem repita as Minhas palavras

e explique, muito doutamente, os Meus ensinamentos.

 

Mas Eu só quero que guardeis um mandamento:

«Amai-vos uns aos outros como Eu vos amei».

Basta isto. Apenas isto. Sempre isto.

 

Não quero mais nada. O amor é tudo.

Foi para isso que Eu nasci: para vos amar e para que vós vos ameis.

 

Eu continuo convosco.

Na noite de Natal, vou estar em vossa casa.

E, em cada dia, estarei no vosso coração, na vossa vida.

Cada um de vós é o presépio onde Eu quero estar.

 

Que, em vossa casa, haja amor, alegria, saúde e bondade.

Não desistais nas horas difíceis.

Podeis contar sempre coMigo.

 

Que seja Natal não apenas no dia 25.

Que seja Natal todos os dias.

Que seja Natal agora.

E que tenhais sempre um Feliz Natal!

 

Eternamente vosso

Jesus

 

 

publicado por Theosfera às 13:38

Quarta-feira, 21 de Dezembro de 2011
Não diga apenas «Feliz Natal». Seja também um «Natal feliz» para todos.
Deus não corre somente nos seus lábios. Deus escorre em toda a sua vida.
Seja, pois, um Natal em forma de sorriso. Em forma de abraço. Em forma de lágrimas. Em forma de acolhimento. Em forma de paz!
publicado por Theosfera às 00:25

Que ninguém pense mal de ninguém. Que ninguém diga mal de ninguém. Que ninguém faça mal a alguém.
Apenas hoje.
Será pedir muito?
publicado por Theosfera às 00:23

Terça-feira, 20 de Dezembro de 2011
«O livro do protocolo», acabado de publicar, pode soar a bizantinice num tempo iconoclasta e excessivamente informal. Mas creio haver, cada vez mais, necessidade de repor equilíbrios desfeitos.
A perda do pêndulo e a passagem de um extremo a outro fizeram com que a um extremo de formalismo sucedesse um extremo de informalidade.
A compostura tende a desaparecer no modo de falar, de pentear, de vestir.
Um certo decoro faz sempre falta e, no que toca à urbanidade, convém não baixar o nível.
A simplicidade é muito mais que vulgaridade!
publicado por Theosfera às 23:38

A bem dizer, ninguém morre.
Ninguém faz a experiência da sua morte. Como dizia Epicuro, quando nós estamos, ela ainda não está; quando ela está, nós já não estamos.
Os outros é que notificam a nossa morte. Para nós, a morte será sempre futuro e nunca presente.
Todos dizem «vou morrer». Ninguém afirma «morro» ou «morri».
Mia Couto diz que «se morre nada quando chega a vez. É só um solavanco na estrada por onde já não vamos».
Somos seres feitos para a vida. No tempo e (assim o esperamos) na eternidade!
publicado por Theosfera às 11:18

As perspectivas nacionais estão a afectar a visão de conjunto que a Europa reclama.
Mas, atenção, não basta uma visão de conjunto. É que uma visão de conjunto pode ser insuficiente e até deslocada.
Pode ser uma visão de conjunto com uma perspectiva tecnocrática. É por isso que, mais do que de uma visão transnacional, do que precisamos, em cada país e na Europa, é de uma visão humanitária!
publicado por Theosfera às 11:16

Um dos problemas que mais nos constrange é que não temos condições para pensar para lá de cada dia, para lá de cada instante.
Estamos a gerir, mal, o presente e a preparar, pessimamente, o futuro. Não é com soluções conjunturais que se resolvem os problemas conjunturais. Até a conjuntura requer mais que a conjuntura.
Profundidade, visão, rasgo e honestidade precisam-se!
publicado por Theosfera às 11:15

A forma terá sido desastrada. Mas o conteúdo do inflamado discurso de Pedro Nuno Santos encerra alguma dose de pertinência.
Não se trata, obviamente, de «marimbar» e e de «lançar uma bomba atómica» sobre os nossos credores.
As dívidas têm de ser pagas. É um preceito da dignidade mais elementar.
Mas os pobres têm de ser atendidos. É um imperativo da justiça mais básica.
Quando os juros da dívida são maiores que o aumento das pensões dos pobres, está tudo invertido.
Antes de estar nas mãos dos ricos, o dinheiro tem de estar na boca dos pobres. Sob a forma de pão!
publicado por Theosfera às 11:13

No mesmo jornal, uma pergunta e um reparo.
Inquire Paulo Pisco: «Que destino terá um país que investe na formação dos seus jovens e, depois, não os aproveita para o progresso colectivo? Que governação é esta que manda os portugueses emigrar em vez de lhes dar esperança e criar condições para que fiquem no país?».
É importante, como refere Joaquim Jorge, que o poder fale verdade. Mas não basta. O poder existe para «procurar, com imaginação e criatividade, resolver os problemas e ser justo»!
publicado por Theosfera às 11:11

Recordar o passado não é só uma cedência à nostalgia. É, acima de tudo, um acto de justiça e um exercício de lucidez.
É que, em muitos momentos do passado, o futuro começou a germinar. Em muitos momentos do presente, o mesmo futuro dá sinais de vacilar.
Faz quarenta anos que foi publicada uma obra que iria marcar a Teologia, a Igreja e até grande parte da humanidade.
Trata-se de «Teologia da Libertação. Perspectivas», de Gustavo Gutiérrez. Um caminho era desbravado.
A Igreja, com base na Bíblia, assumia uma opção preferencial pelos pobres. Não é esta uma prioridade de sempre?
publicado por Theosfera às 11:08

Disse Schiller: «Na terra há lugar para todos».
Embora, às vezes não pareça. Quando o amor existe, há sempre lugar. Quando a ambição domina, nunca há espaço!
publicado por Theosfera às 11:03

Um terço da população mundial é cristã, o equivalente a 2,18 mil milhões de pessoas, revela hoje um mega-estudo do centro de investigação norte-americano Pew, realçando que os cristãos são o primeiro grupo religioso, à frente dos muçulmanos.

 

O estudo, noticiado pela AFP, sobre a população cristã mundial e que se baseia em 2.400 inquéritos realizados em 200 países, salienta que a mesma permaneceu estável durante um século em termos de dimensão, mas muito variada quanto à repartição no mundo.

 

Segundo a pesquisa, citada pelas agências internacionais, o número de cristãos quadruplicou num século, quase tanto como a população mundial, o que significa que a proporção de cristãos continuou relativamente estável (de 35 para 32 por cento actualmente).

publicado por Theosfera às 10:59

O tempo corre depressa. A vida passa a correr.
Estamos todos mais perto do fim. Estamos todos mais próximos do começo definitivo, da manhã sem tarde, da nascente sem foz.
A eternidade espera por nós!
publicado por Theosfera às 10:52

Segunda-feira, 19 de Dezembro de 2011
Já fui censurado por nada dizer. Já fui criticado pelo que disse.
Encaro o silêncio como uma necessidade e também como um conforto.
Olho, cada vez mais, para as palavras como um imperativo e igualmente como um risco.
Elas não são tomadas conforme foram ditas, mas apenas como foram acolhidas.
Num tempo em que a comunicação tende a ser dilúido no ruído do instante, inclino-me a regressar, em breve, ao aconchego do silêncio.
Falar ficará só para o inevitável!
publicado por Theosfera às 21:50

Quando deixar de fazer o que mais o cansa, não deixe de fazer o que mais importa: acreditar, não desistir, continuar.
Não alterque com ninguém. Não desista de nenhum caminho.
Às vezes, as palavras não ajudam. A melhor palavra é, muitas vezes, a que não chega a sair.
publicado por Theosfera às 21:49

Uma coisa que sempre deu que pensar e que Tácito enunciou na antiguidade: «O prestígio aumenta com a distância».
O mistério adensa a admiração. Será isso que explica, por exemplo, o culto da personalidade na Coreia de Norte?
Trata-se de um culto quase hagiográfico. A imagem está sempre presente, mas a pessoa paira, quase sempre, de um modo distante.
Independentemente do prestígio, só acredito na proximidade. Ser próximo é mais arriscado. Mas só a proximidade é humana.
publicado por Theosfera às 21:47

Há crianças que passam dias inteiros na escola sem comer aboslutamente nada. Na Grécia. No mundo.
A «doença» era dura. A «cura» está a ser insuportável.
Quando se chega ao limiar da fome, as coisas estão mesmo mal.
publicado por Theosfera às 21:46

Há muita gente envolvida na solidariedade.
Uma das campanhas mais interessantes é «O maior estendal do mundo». Já foram colhidas 57 mil peças de roupa. E a campanha só termina dia 6.
Em vez de dar prendas a quem já tem, há quem aposte em dar(-se) a quem nada tem. A quem tudo foi tirado!
publicado por Theosfera às 21:45

É interessante notar, por contraste com o mundo dos tecnocratas que nos domina, que um dos homens que mudou a história recente foi um intelectual, um artista.
A estética será sempre a melhor moldura da ética. O culto do belo impele sempre para a bondade e para a verdade.
O que mais incomodava Vaclav Havel era «a resignação dos homens e dos cidadãos».
Quem nos desperta do prolongado torpor que, uma vez mais, atravessamos?
publicado por Theosfera às 21:44

Quantos mundos tem este mundo?
Ao ver as imagens que chegam da Coreia do Norte, somos invadidos por uma onda de surpresa.
Há uma dignidade estóica naquele povo que chora, de modo convulso, a morte de alguém. Só que se trata de alguém que deixou aquele povo na fome e no obscurantismo. Há muita coisa que não tem explicação, sobre aos nossos olhos de ocidentais.
A morte de Vaclav Havel (este, sim, um paladino da liberdade) não parece suscitar o mesmo efeito emocional.
Como explicar esta discrepância? Será que o ser humano é mais reconhecido para com quem é cruel?
publicado por Theosfera às 21:42

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Sublimes palavras Dr. João Teixeira. Maravilhosa h...
E como iremos sentir a sua falta... Alguém tão bom...
Profundo e belo!
Simplesmente sublime!
Só o bem faz bem! Concordo.
Sem o que fomos não somos nem seremos.
Nunca nos renovaremos interiormente,sem aperfeiçoa...
Sem corrigirmos o que esteve menos bem naquilo que...
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