O acontecimento de Deus nos acontecimentos dos homens. A atmosfera é sempre alimentada por uma surpreendente Theosfera.

Terça-feira, 06 de Dezembro de 2011

Há estudos que se dispensam. São redundantes. Toda a gente vê o que eles mostram. Mesmo assim, têm o valor de um reforço e de um alerta.

 

O relatório da OCDE, ontem divulgado, diz que Portugal vai à frente num índice nada abonatório: é o país da Europa onde a desigualdade entre ricos e pobres é maior.

 

E daqui a um ano como será?

 

Função do Estado seria corrigir as assimetrias que a realidade apresenta.

 

Pelo (des)caminho que tomámos, o mais certo é que tais assimetrias se agravem!

publicado por Theosfera às 16:09

Em menos de um ano, Dilma Rousseff já teve de substituir seis ministros por acusações de corrupção.

 

Isto significa que o vício está instalado. Mas significa também que alguém reage!

publicado por Theosfera às 16:08

Corre, nada fagueira, a discussão acerca das nomeações para certas instituições de saúde e outras.

 

Pensava o cidadão que os critérios seriam a competência, o mérito e a experiência. Pese embora a inevitável componente de subjectividade, julgar-se-ia que haveria um concurso e que um júri decidiria.

 

Consta, porém, que as pressões partidárias são muitas e, ao que dizem, determinantes.

 

Alguém interrogado a este respeito, assegura que se limitou a dar umas indicações.

 

E ninguém ruboriza? Ninguém fica corado?

 

Qualquer esperança de mudança é assim fagocitada pelos hábitos de sempre!

publicado por Theosfera às 16:07

É sempre bom regressar à nossa terra. E sentir que, afinal, nunca de lá saímos mesmo que poucas vezes lá voltemos.

 

A nossa terra acompanha-nos sempre.

 

Pode ser muito grande. Mas cabe sempre num lugar muito pequeno. No nosso coração!

publicado por Theosfera às 16:06

Será que, depois de tanto bradarmos contra os «monopólios», a alternativa passará por um «duopólio»?

 

Ou não será o «duopólio» uma espécie de monopólio repartido entre a França e a Alemanha?

 

No fundo, poderá ser uma operação de cosmética. O monopólio alemão seria demasiado tenebroso. Mas ele existe. A França é uma espécie de coro. Limita-se a assentir!

publicado por Theosfera às 16:04

Não é vulgar haver dois portugueses entre os três melhores do mundo na sua actividade.

 

Mas Mourinho está entre os três nomeados para melhor treinador. E Cristiano Ronaldo está na lista dos três finalistas para melhor jogador.

 

Sucede que que nem um nem outro trabalham em Portugal.

 

Tudo isto é realidade. Tudo isto é sinal.

 

Eis, pois, um significante com um poderoso significado!

publicado por Theosfera às 16:03

O bem deve feito sem estar à espera de qualquer recompensa. Porque o mais certo é não haver recompensa qualquer. Não há linearidade na vida.

 

O bem deve ser feito porque vale em si mesmo e em qualquer circunstância. O resto é especulação!

publicado por Theosfera às 16:02

Uma das coisas mais insuportáveis é o complexo de superioridade.

 

Desde logo, porque pressupõe que o critério reside em quem se pronuncia. Depois, porque leva a humihar o diferente. E, finalmente, porque a experiência mostra que quem se julga superior devia curvar-se diante daqueles que humilha e considera inferiores.

 

O «Papalagui» é um dos livros mais belos que li.

 

Trata-se de uma metáfora poderosa.

 

O «homem branco» achava que o homem da floresta iria ficar deslumbrado com a civilização ocidental.

 

Mas esta só lhe provocou um sentimento: decepção.

 

«O homem branco diz que adora a Deus, mas o seu deus é o dinheiro». Estará errado?

publicado por Theosfera às 16:01

1. Coincide este «Natal da crise» com uma prolongada «crise do Natal».

 

Constituindo, sem dúvida, uma das palavras mais sobrecarregadas de significado, o Natal foi-se tornando, desde há muito, um dos vocábulos mais esvaziados de sentido.

 

Não me refiro, apenas, à vertigem consumista que, apesar das condicionantes, abarca as pessoas. E, verdade seja dita, acaba por dar algum impulso ao (depauperado) comércio.

 

De facto, Natal não é consumismo. Não é troca de presentes, que disfarça a carência de presença. Não será o melhor presente o presente da presença?

 

Há, porém, outro deslocamento do Natal que importa anotar e, se possível, superar.

 

Quando se fala do Natal, pensa-se, quase imediatamente, numa celebração religiosa e, particularmente, cristã. Os que não partilham este credo optam por juntar a família e aproveitar o descanso.

 

 

2. Não descartando a óbvia dimensão religiosa do Natal, importaria perceber que o Natal transcende toda e qualquer instituição, mesmo religiosa.

 

A religião tem de ser encarada como uma via de aproximação a Jesus e nunca como uma espécie de aprisionamento da Sua mensagem.

 

O horizonte de Jesus é a humanidade. Ele não é de ninguém e é de todos. É por isso que palavras como Jesus (e Natal) deviam remeter não para uma religião, mas para a vida.

 

Em cada dia, há um Jesus que agoniza, adulto ou criança, por não ter nada para comer.

 

Há uma imagem de Cristo que, todos os dias, vem ao nosso encontro. Não é uma imagem de barro, mas de carne e osso (às vezes, mais osso que carne). Em cada dia que passa, não deixemos passar a oportunidade de fazer o bem!

 

É por isso que nada falta para que seja Natal. Basta crer. Basta querer.

 

Cada coração é um presépio. É aí que Jesus quer renascer no mundo. Natal pode, por isso, ser hoje. Agora. Já.

 

 Jesus é o inspirador de um projecto de vida, que está muito para lá das fronteiras institucionais das religiões.

 

 

3. A teologia, sem intuitos necessariamente apologéticos, chama-Lhe o «universal concreto». Com efeito, Ele é a concretização das aspirações que pairam em todas as culturas e em todos os corações: verdade, justiça, amor e paz.

 

O problema é que, como refere Karl Jaspers, «à realidade de Jesus se sobrepuseram visões que Lhe são estranhas». Não faltou quem fizesse d'Ele «algo diferente».

 

Não faltou quem tivesse transformado uma mensagem de amor e de serviço num sistema de poder e até de dominação.

 

É claro que a triagem, em parte, já foi feita e muita coisa aditada já se encontra superada. Mesmo assim, permanece alguma neblina que obscurece a luminosidade que Jesus lança nos corações.

 

Também não podemos negligenciar que é às igrejas que devemos o desenvolvimento do Cristianismo ao longo dos séculos. Nem elas nos impedem a aproximação à figura espantosa de Jesus, mestre de uma humanidade renovada.

 

Era bom que o Natal acrisolasse o nosso olhar sobre Jesus e nos reconduzisse aos começos. Ele «demonstrou uma vida cujo sentido não se aniquila no malogro do mundo». Ele configurou «a libertação da angústia existencial no assumir da cruz».

 

Daí que escutar a Sua mensagem ensine «a manter os olhos abertos para o infortúnio absoluto do mundo, impeça a auto-satisfação, recorde a instância superior».

 

 

4. De Jesus brota uma enorme «força propulsora», em virtude «da Sua radicalidade sempre significativa».

 

Ainda hoje, Ele permanece como uma «força poderosa» mesmo diante do Cristianismo que reclama a Sua herança.

 

Ele é uma espécie de «dinamite» que pulveriza muitas das «cristalizações mundanas» do sistema eclesiástico.

 

E o certo é que Jesus é invocado não só pelos cristãos, mas por crentes de muitas proveniências, por contestatários de muitas igrejas e até por não crentes.

 

Em Jesus, o divino é encontrado na simplicidade de uma manjedoura e não no fausto ostentatório de um palácio.

 

Esta é a lição jamais apreendida na totalidade. Francisco de Assis percebeu-a belamente, porventura já agastado com o distanciamento que notava.

 

Para compreender Jesus, não basta a complexidade da inteligência. É fundamental a simplicidade do coração.

 

Jesus não é a consolidação dos poderes constituídos. Jesus é a transformação da vida. A começar por dentro. A iniciar por nós. 

 

publicado por Theosfera às 00:04

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