O acontecimento de Deus nos acontecimentos dos homens. A atmosfera é sempre alimentada por uma surpreendente Theosfera.

Sábado, 31 de Dezembro de 2011
Finalmente, oiço silêncio, habito o silêncio.
Nenhum carro. Nenhum grito, nenhuma voz.
Um grande encontro com Deus me espera.
Levarei, reconhecido, a lembrança dos que me ungem com a sua amizade.
Para todos, uma luminosa passagem de ano.
Até 2012. Até daqui a pouco!
publicado por Theosfera às 22:16

Pior que a ausência de discurso só mesmo a capitulação do discurso.

 

Mas a tendência é, acriticamente, para fazer o que toda a gente faz, para dizer o que toda a gente diz.

 

O discurso que segue a tendência dominante evita grandes incómodos.

 

Mas compromete também importantes mudanças!

publicado por Theosfera às 22:14

‎2012 poderá ser o melhor ano das nossas vidas.
Nunca terá havido tantas dificuldades. Nunca haverá, por isso, tão grandes possibilidades.
Eberhard Jungel asseverou: «Quanto maiores são as dificuldades, tanto maiores são as possibilidades». 
A felicidade não vem da facilidade. O que vale custa. O que custa vale.
Os problemas serão grandes. A vontade de os vencer será maior.
Deixemos de falar de mudança. Comecemos a mudar!
publicado por Theosfera às 22:12

São momentos com estes que mais certificam que a nossa vida é tecida, na sua grande parte, de muitas ausências.
A nossa presença mútua por estas horas faz sobressair as prolongadas ausências de muitas horas, de imensos dias.
Somos peregrinos no tempo. Nómadas uns dos outros!
publicado por Theosfera às 18:45

É nas alturas que a solidão de muitos é ainda mais solitária, ainda mais dolorosa.
Estamos sós quando estamos isolados. E, muitas vezes, sós continuamos quando estamos acompanhados.
A vida é um mistério. O ser humano é um enigma.
Nenhum conhecimento o decifra. Só a esperança a pode transformar!
publicado por Theosfera às 18:43

Gandhi dizia: «O que importa é o fim para o qual é o chamado».
Neste fim de ano, parece haver uma dificuldade em perceber qual é a finalidade dos nossos passos.
Nem o fim é totalmente fim. O fim abre as portas a um novo começa. O fim de um ano gera um novo ano.
O fim da vida não impede o desabrochamento do início da vida!
A eternidade habita-nos no tempo, em cada «átomo» do nosso viver!
publicado por Theosfera às 18:42

Que a paz brilhe. Neste dia. Neste ano. Neste mundo. Nesta vida.
Seja paz. E tenha sempre muita paz.
publicado por Theosfera às 18:41

A esta hora, o verbo que mais vem à tona da lembrança é «passar».
Passar de ano tem aquele sortilégio a que quase ninguém escapa.
Mas não basta «passar». É necessário também «mudar». E, acima de tudo, é urgente «melhorar».
Passar não chega. Mudar não basta. Só mudando para melhor é que vale a pena estar na vida.
O ano até nem será melhor. Mas podemos ser melhores nele. E isso é sublime!
publicado por Theosfera às 18:38

Há épocas que marcam as pessoas e há pessoas que marcam épocas.
Não me refiro apenas (nem principalmente) à história e às suas grandes ocorrências.
Refiro-me especialmente à vida das pessoas e aos seus (aparentemente) pequenos acontecimentos.
As pessoas que marcam mais intensamente a vida não são as que surgem nas televisões ou as que figuram nos jornais.
As pessoas que mais nos marcam são as mais simples.
Aquelas que são capazes dos gestos mais nobres. São elas que abrem a porta da sua casa. E as janelas da sua alma!
publicado por Theosfera às 18:27

Vou confessar-me.
E, desde já, peço perdão se vou desapontar alguém.
Até reconheço que as pessoas precisam de descomprimir.
O passado foi difícil e o futuro será duro. Mas este clima de euforia que, por horas, está instalado inocula dentro de mim um sentimento de estranheza.
Não me revejo nisto. Soa-me tudo a artificial, a vazio.
Nada como a simplicidade, a serenidade, a paz.
Mas que cada um viva cada momento como se sentir melhor. E que seja feliz. O meu respeito é total. As opções são sagradas!
publicado por Theosfera às 18:25

«Quem tem culpas desconfia de todos».
Este pensamento de Jeanne Roland evoca a situação oposta.
Quem está de consciência limpa e com a alma pura não desconfia de ninguém.
Uns acham que isso é ingenuidade. Eu julgo que se trata de coerência.
publicado por Theosfera às 18:24

Um ponto de vista é sempre a vista de um ponto.
Desde a Universidade de Lovaina, Paul de Grauvw entende que não é a Alemanha que está a ajudar Portugal.
No fundo, Portugal é que está a ajudar a Alemanha. O estado alemão pede emprestado a preço baixo e empresta a preço mais alto.
Heterodoxo, este prestigiado economista assegura que, para sair da crise, é preciso gastar e produzir.
No fundo, é necessário que a riqueza circule. O que está a acontecer é o oposto. Só o empobrecimento aumenta!
publicado por Theosfera às 18:23

Afinal, Paulo Futre não fez só um exercício de humor quando, numa célebre conferência, anunciou a vinda de dinheiro chinês.
Ele pensava nos voos de charters para ver o melhor jogador da China a actuar em Portugal.
Mas os voos acabaram por acontecer. Para já, a electricidade está nas mãos do estado chinês. Que mais se seguirá?
publicado por Theosfera às 18:22

Todos nos lembramos.
No final de 2008, dizíamos que o ano foi mau e esperávamos que 2009 fosse melhor.
Em finais de 2009, achávamos que o ano tinha sido pior que o anterior e desejávamos que 2010 fosse melhor.
No termo de 2010, chegámos à conclusão de que o ano conseguira ser (ainda) pior. As esperanças estavam canalizadas para 2011.
Chegados ao último dia deste ano, ninguém tem dúvidas de que foi mau.
2012 será bom se for tão mau como 2011?
Os mais optimistas não passam deste patamar. Se o ano novo não for melhor, que nós sejamos melhores no novo ano!
publicado por Theosfera às 18:20

O bem que se faz pode ser esquecido. Mas, mesmo assim, não deixa de estar realizado.
O esquecimento dói. Mas a prática do bem conforta. Ainda que solitariamente...
publicado por Theosfera às 18:19

Amigo verdadeiro não é o que diz o que gostas de ouvir.
Amigo verdadeiro é o que está presente quando precisas. É o que te escuta. O que te apoia. O que não te falta.
publicado por Theosfera às 18:18

A terra onde gostaria de viver é Filadélfia.
Não. Não é na cidade dos Estados Unidos que penso.
É numa cidade que gostaria de ajudar a construir. Filadélfia é formada por duas palavras gregas: uma (filos) traduz a ideia de amigos; a outra (adelfos) veicula a ideia de irmãos.
Uma terra de amigos, um povo de irmãos - não seria o chão ideal para pisar e o local certo para viver?
Parece utopia. Mas utopia é (apenas) o que ainda não foi realizado.
Vamos começar a construir a Filadélfia da nossa vida.
Não depende só de nós. Mas pode começar a germinar em nós!
publicado por Theosfera às 18:17

Afinal, é mais um dia, mais uma noite, mais um acordar, mais um amanhecer.
Os finais e os inícios de ano são convenções que nos deveriam despertar para algo importante: o mistério do tempo e a importância de cada momento.
O dia mais importante é hoje. O momento mais decisivo é este.
Quando chegar a meia-noite, esse será o instante mais importante.
Mas, um minuto depois, já será passado. E esse minuto passará a ser o mais importante. Procure a beleza de cada instante. Seja feliz agora. Deus está em si.
publicado por Theosfera às 18:15

No último dia do ano, penso em todos os que estão alegres. Mas uno-me, espcialmente, a quantos são visitados pela tristeza.
Pressinto que muitos não querem festejar. Querem sobretudo esquecer.
Não deixemos que a esperança adormeça!
publicado por Theosfera às 18:13

Estamos mais novos no Ano Velho. Estaremos mais velhos no Ano Novo.
No início do novo ano, estaremos mais perto do fim, do nosso fim.
O ambiente é de euforia. Que seja de alegria. De esperança. De paz. De convívio. Mas também de recolhimento.
Não se esqueça de quem nunca Se esquece de si.
Procure passar o ano (também) na companhia de Deus!
publicado por Theosfera às 18:12

A realidade muda-nos. É inevitável.
Mas nós também podemos mudar a realidade. Não é impossível.
Há que contar com o pior. E pugnar sempre pelo melhor.
É nas adversidades que se testa a qualidade.
Há muitos atropelos à nossa frente. Mas contamos com um aliado incomparável: o próprio Deus, Aquele que habita em cada um de nós!
publicado por Theosfera às 18:11

O tempo desapareceu. Possivelmente, já nem existe.
Ninguém sabe o que ele é. Poucos sabem onde ele está. Toda a gente o perdeu. Todos se sentem sem ele. Quase ninguém o tem.
À mais pequena abordagem que se faz a alguém para alguma coisa, a primeira reposta é: «Não tenho tempo»!
Onde está o tempo? Quem tem tempo?
publicado por Theosfera às 18:10

Retenha o que está a dizer e a escrever nesta altura.
Provavelmente, daqui a um ano estaremos a dizer e a escrever o mesmo. Ou algo semelhante.
Afinal, nós não mudamos assim tanto. O tempo muda mais que nós!
publicado por Theosfera às 18:09

Sexta-feira, 30 de Dezembro de 2011
Hoje é o dia da Sagrada Família.
José, Maria e Jesus formaram uma família humilde.
O ambiente era de paz. Não se falava muito. Escutava-se bastante.
Havia uma sabedoria feita de subtileza e adornada pela simplicidade.
Uma oração por todas as famílias. Para que o mundo seja uma grande família. E para que cada família se capacite de que é um pequeno mundo.
Qual o segredo? Que cada um se assuma como é. Que todos sejam amados como são.
Que haja autenticidade e nunca traição. O brilho dos olhos de uma criança será sempre o melhor certificado do amor de seus pais!
 
Para a família, não há soluções prévias nem receitas impostas. Há caminhos.
Às vezes, falar é decisivo. Outras vezes, calar é fundamental.
Viver em família é uma arte, uma permanente descoberta.
Cada dia é uma novidade. É preciso saber admirar o outro. E é necessário também aprender a suportar o outro.
Não há escola para viver em família. A família é a melhor escola para si mesma.
O dia mais importante é hoje. Cada momento é uma etapa, sem a qual o caminho fica inconcluído e a obra interminada.
Um abraço de admiração a todas as famílias!
 
publicado por Theosfera às 15:59

Multiplicam-se os balanços de 2011 e parece tudo negativo.
Chovem perspectivas para 2012 e nada de positivo.
Será a realidade que é escura? Ou será uma questão de perspectiva pouco luminosa?
publicado por Theosfera às 15:57

São as coisas pequenas que revelam as grandes pessoas.
Não esteja à espera de um discurso arrebatador ou de uma obra empolgante.
Para conhecer o fundo de alguém, procure reparar nos mais pequenos gestos.
E, neste caso (como em muitos outros), as crianças são o melhor barómetro para saber se alguém é bom.
Um dia, D. Hélder Câmara quis ver o célebre filme ET. Mas não foi sozinho. Convidou dois meninos da rua.
No fim, perguntou-lhes a opinião. Resposta pronta de um deles: «Aquele boneco [o ET] é tão bonzinho e tão feiinho como o senhor»!
publicado por Theosfera às 14:35

Nesta hora de balanços, os jornais vão arrumando o que sobressaiu este ano e o que transita para o próximo.
A atenção está focada na grande notícia, nos casos e descasos que fizeram manchete.
Confesso que a ocorrência que mais me tocou tem poucos dias, mas encerra um enorme (e perturbador) alcance. Uma mãe que se atira para a morte com a filha nos braços.
O desespero levou-a a não ver possibilidade nem para o seu presente nem para o seu futuro.
Achou que melhor seria a morte que tal sorte. E até para quem mais amava achou que o melhor era morrer.
A mãe morreu. A menina sobreviveu. Como irá viver?
publicado por Theosfera às 14:34

Os sinais mais recentes dão (deviam dar?) que pensar.
Os portugueses estão a sair. O capital estrangeiro está a chegar.
Foi a EDP. São aldeias, ilhas e até um castelo que estão à venda.
Se a tendência se mantêm por muitos anos, teremos um mundo mais português que o próprio Portugal.
A Selecção Nacional é disso um ícone revelador: a quase totalidade dos seus jogadores evoluem fora do país.
Que terá Portugal para atrair o que há de bom lá fora e para não acolher o que tem de melhor cá dentro?
publicado por Theosfera às 14:31

Chamava-se Isaura Sequeira.
Sentiu-se mal logo pela manhã. Foi imediatamente atendida. Mas não resistiu. Tinha 74 anos.
Era minha Avó, minha querida Avó. A única que conheci.
Eu sei que ela gostava muito de mim. Ela sabia que eu gostava muito dela.
Morreu neste dia. Há 37 anos!
publicado por Theosfera às 11:50

D. Manuel Clemente falou, recentemente, de «macrocefalia».
Mário Dorminsky fala de um «micropaís».
Em causa está a mesma realidade: o centralismo de Lisboa.
Dorminsky alerta: «Portugal é um micropaís chamado Lisboa».
O resto limita-se a assistir. Fazem estradas para mais depressa daqui sairmos.
O que D. Sancho fez, a actualidade está a desfazer.
Somos uma grande metrópole cercada por uma paisagem cada vez mais despovoada!
publicado por Theosfera às 11:47

Ninguém é insubstituível. Mas cada pessoa é única.
O que cada um faz poderá ser feito por outros.
Já o que cada um é nunca será repetido por ninguém!
publicado por Theosfera às 11:46

Abraham Lincoln acertou quando escreveu: «Quase todos os homens suportam a adversidade. Para testar o carácter de um homem, é dar-lhe poder».
Mas, às vezes, valia mais não experimentar. Há experiências que é melhor evitar!
publicado por Theosfera às 11:44

O poder tudo consegue. Mas o poder não está no povo. O povo tem a ilusão de ter poder.
O poder está no dinheiro.
Venha de onde vier, por onde passa tudo leva.
A Europa será mesmo comprada pela China?
publicado por Theosfera às 11:42

Tudo é realidade e é sinal. Tudo é mais do que parece.
Portugal já esteve na China durante vários séculos.
A China está cada vez mais em Portugal.
Durante quanto tempo? Um pequeno território chinês já foi nosso. A nossa luz já é chinesa!
publicado por Theosfera às 11:41

A vida é feita de encontros. Só que, como avisava Vinicius, há tantos desencontros na vida.
Estranhamente, o diálogo serve para muitos impor a sua opinião. O diálogo, muitas vezes, é exercido num único sentido.
Nessa altura, não passa de tempestade de palavras, de mero ruído.
É por isso que, talvez para estupor de muitos, Paulo VI exalta a importância do silêncio na família.
Quando o clima emocional é exacerbado, é melhor guardar as palavras do que despejar gritaria.
O conselho de Pitágoras ia nesse sentido: «Cala-te ou então diz coisas que valham mais que o silêncio».
Aprender a calar, em certas alturas, evita muitos problemas. E, que sabe, pode salvar a paz!
publicado por Theosfera às 11:36

«A ameaça do mais forte faz-me sempre passar para o lado do mais fraco».
Eis um pensamento de Chateaubriand que sempre me acompanhou.
A montante e a jusante da razão que possa ter, basta que o mais forte constitua ameaça para que a decisão penda para o outro lado.
O mais fraco até pode nem ter razão. Mas a submissão a que está sujeito faz com que não se possa hesitar na opção.
publicado por Theosfera às 11:33

Conheces o mundo. Conheces a vida. Conheces a história. Conheces os outros.
Conheces-te a ti?
publicado por Theosfera às 11:31

É nas alturas de alegria que muitos são mais visitados pela tristeza.
Porque será? A vida humana é mesmo paradoxal...
publicado por Theosfera às 11:30

Quinta-feira, 29 de Dezembro de 2011
1. Ainda «ontem» era Janeiro. Já «hoje» é Dezembro. E «amanhã» volta a ser Janeiro.
Tudo é tão veloz no tempo. Tudo é tão rápido na vida.
Parece que tudo volta ao início, mas neste novo início nós não estamos mais novos. Podemos (e devemos) estar mais renovados. Mas a viagem do tempo vai-nos envelhecendo. E até o começo de um novo ano significa que estamos mais velhos.
 
2. Parece uma contradição, mas no início do novo ano, estamos mais perto do fim, mais perto do fim da nossa vida.
Ainda que duremos cem (ou mais) anos, no dia 1 de Janeiro, estaremos mais perto do nosso fim do que a 31 de Dezembro.
 
3. Com o tempo, notamos que a vida é uma viagem cujo ritmo vai acelerando.
Na infância, chegamos a pensar que o tempo não anda. Depois, achamos que o tempo passa. A seguir, verificamos que o tempo corre. Finalmente, sentimos que o tempo voa.
Estamos todos mais próximos do começo definitivo, da manhã sem tarde, da nascente sem foz. A eternidade espera por nós!
 
4. Não é só na morte que penso. A bem dizer, ninguém morre.
Ninguém faz a experiência da sua morte. Como dizia Epicuro, quando nós estamos, ela ainda não está; quando ela está, nós já não estamos.
 
5. Os outros é que notificam a nossa morte. Para nós, a morte será sempre futuro e nunca presente. Todos dizem «vou morrer». Ninguém afirma «morro» ou «morri».
Mia Couto diz que «se morre nada quando chega a vez. É só um solavanco na estrada por onde já não vamos».
Somos seres feitos para a vida. No tempo e (assim o esperamos) na eternidade!
 
6. Bom seria que a eternidade nos iluminasse no tempo. Que não fizéssemos deste percurso pelo tempo uma «correria» desenfreada. E, sobretudo, que semeássemos as únicas coisas que vale a pena deixar atrás de nós: o bem, a solidariedade, o amor.
 
7. Aesta hora, fazemos muitos votos e acalentamos muitos desejos. Mas, pela (implacável) lei das probabilidades, já sabemos que o novo ano vai ser difícil.
Mas se o novo ano não vai ser melhor, nós podemos ser melhores no ano novo.
E é por isso que um momento como a passagem de ano pode ter um efeito positivo se o aproveitarmos para meditar.
 
8. Poucas transformações dependerão de nós. Mas de nós dependerá a mudança mais importante: a mudança do nosso interior, da nossa vida, do paradigma da nossa actuação.
O mundo será melhor de cada um de nós apostar mais no sentido do outro. A Europa, por exemplo, está a penar porque as perspectivas nacionais asfixiam uma visão de conjunto.
Mas, atenção, não basta uma visão de conjunto. É que uma visão de conjunto pode ser insuficiente e até deslocada.
Pode ser uma visão de conjunto com uma perspectiva tecnocrática. É por isso que, mais do que de uma visão transnacional, do que precisamos, em cada país e na Europa, é de uma visão humanitária!
 
9. Aproveitemos estes dias para recordar o passado. Não se trata de uma cedência à nostalgia. É, acima de tudo, um acto de justiça e um exercício de lucidez. É que, em muitos momentos do passado, o futuro começou a germinar. Pelo contrário, em não poucos momentos do presente, o mesmo futuro dá sinais de vacilar.
 
10. Apesar de tudo, acredito num futuro melhor. Sobretudo porque o «parto» é doloroso. Mas haverá algo de bom e de belo que sobrevenha sem dor?
Afinal, até as rosas têm espinhos. E não são os espinhos que ofuscam a beleza das rosas.
 
11. Um feliz ano novo!
publicado por Theosfera às 19:47

Ao «querido líder» sucede o «líder espantoso».
Não são apenas os sistemas religiosos que criam narrativas de pendor hagiográfico.
Nem o materialismo dispensa as suas liturgias.
Digo isto sem ironia e com o máximo respeito.
Ernst Cassirrer afirmava que o homem é um «animal religioso».
Ninguém foge à sua identidade! Alguém escapará à sua natureza?
publicado por Theosfera às 11:09

Bernstein dizia que «o movimento é tudo, o objectivo não é nada».
E nestas alturas parece que andamos ainda mais descentrados.
As pessoas cantam, gritam, falam. Sinais de alegria? Ou tentativa de abafar a tristeza? Euforia não é o mesmo que alegria.
Nada como a serenidade de um sorriso discreto. Não é preciso haver muita agitação para atrair a esperança!
publicado por Theosfera às 11:08

Confesso que certas datas (como a passagem de ano) infundem em mim um sentimento de tristeza.
É bonita a vontade de juntar as pessoas e de partilhar a alegria. Mas há excessos que perturbam.
Dizem que Roman Abramovich vai gastar cinco milhões de euros na festa que vai dar. O dinheiro é dele. E do dinheiro seu fará o que entender.
Mas se a vontade é soberana, os sentimentos também são legítimos.
E com tanta pobreza no mundo, coisas destas só me infundem tédio.
Nada como a simplicidade e a sobriedade. Nada como passar o ano em família. Nada como passar o ano em oração.
A paz que se respira é impagável. Incomparável. Insuperável!
publicado por Theosfera às 11:04

Não há volta a dar. Nem justificações que convençam.
As imagens que chegaram da Terra Santa dão que pensar e que penar.
Dois grupos de sacerdotes litigam, combatem e agridem-se. Até as vassouras são utilizadas.
«Quem não precisa de conversão?» - perguntava o saudoso D. Hélder da Câmara.
publicado por Theosfera às 11:02

A situação que estamos a viver não põe em causa apenas o nosso modelo de desenvolvimento.
Os últimos acontecimentos certificam, à saciedade, que em causa está cada vez mais a nossa segurança. E, nessa medida, a nossa existência.
É óbvio que nunca estivemos totalmente seguros. Mas é um facto que nos sentimos cada vez mais inseguros.
Há quem não respeite não somente as nossas coisas, mas também a nossa vida. Isto precisa de uma reflexão atenta e de uma inflexão urgente!
publicado por Theosfera às 11:01

O mundo sempre foi o nosso destino. A diáspora atravessa a nossa história. A emigração não se apagará do nosso horizonte.
O problema não é, pois, que o êxodo continue a aumentar. O problema é sentir que, no nosso país, já não há condições para trabalhar. Até quando haverá condições para (sobre)viver?
Uma grande esperança me visita. Mas um forte receio não me larga.
Os próximos tempos não vão ser fáceis. E o problema não estriba apenas nas dificuldades.
O que mais me preocupa é sentir um desalento na alma das pessoas.
Todos os dias nos são servidas notícias deprimentes. E a sensação dominante é a de que ninguém sabe como reagir. A começar pelos que mandam.
Poderá ser inevitável que muitos tenham de sair a fim de ganhar para o país. Mas também é importante ficar para lutar pelo país!
 
publicado por Theosfera às 10:58

Quarta-feira, 28 de Dezembro de 2011
A nossa sociedade tem, consabidamente, uma relação atribulada com a verdade.
Mark Twain hiperbolizava o quadro assegurando: «Todos mentimos. Todos os dias; a toda a hora».
Ian Lesli escreveu um livro a que deu o sugestivo título de «Mentirosos natos».
Diz que mentimos por muitas razões: «para ser educado ou simpático, para poupar tempo ou embaraço, por diversão, para manipular, para magoar, para nos defendermos ou para defender alguém».
É fundamental que nos curemos a tempo desta enfermidade. Só a verdade liberta.
publicado por Theosfera às 11:15

Este Natal teve menos consumo. Menos 200 milhões de euros nas compras.
Segundo Daniel Bessa, desde 2000, o país está a endividar-se à média de dois milhões de euros por hora.
Como é que só agora vemos o que, desde sempre, devíamos ter olhado?
publicado por Theosfera às 11:14

Tudo na vida é realidade e é sinal.
Tudo pode ser mais do que aquilo que é.
Tudo é aquilo que nós vemos. Um símbolo acaba por ser uma realidade projectada noutro lado.
Na Coreia do Norte, até a natureza é vista como partilhando do luto pela morte de Kim Jong-il.
É uma ave que limpa a neve que cobria os ombros de uma estátua do líder.
Ou o gelo que se quebrou num lago no local do seu nascimento.
Ou os trabalhadores que dizem terem visto duas aves a chorar.
Por aqui se vê como tudo tem a configuração do nosso olhar!
publicado por Theosfera às 11:13

Uma grande frase de Leibniz, que, nesta época, readquire sentido: «O tempo presente está prenhe do que há para vir».
Estamos a semear o futuro. Quando teremos a colheita?
publicado por Theosfera às 11:12

Pediram-lhe uma única palavra para nos descrever e ele não hesitou: «faladores».
Os portugueses são «faladores».
É provável que já nem notemos muito, tal é a força incoercível do hábito.
O problema é que «falamos» muito e «falamos» mal. Já viram como, entre nós, toda a gente tem uma opinião mesmo que não tenha conhecimento?
Um pouco de comedimento não fará mal. Mas sem imposições. O uso da palavra ou a sua supressão só podem dimanar da liberdade!
publicado por Theosfera às 11:09

Terça-feira, 27 de Dezembro de 2011
Consta que, já idoso, sendo muito requisitado para falar aos cristãos, S. João limitava-se a repetir: «Meus filhos, amai-vos uns aos outros».
Os ouvintes, a determinada altura, resolveram questioná-lo: «Tudo bem, João, mas nada mais tens para nos dizer?»
E o Apóstolo respondia: «Nada mais tenho para vos dizer, porque nada mais é necessário dizer, só o amor basta».
publicado por Theosfera às 10:11

Um pensador é, antes de mais, um colector de ideias e um semeador de horizontes.

 

Em Espanha, Zubiri destacava a «função ressoadora» desempenhada por Ortega.

 

Através dele, muitas das novidades que laboravam na Alemanha e na França entraram no país vizinho.

 

Essa «missão ressoadora» é exercida, entre nós, por Anselmo Borges.

 

No púlpito e na cátedra, no papel de jornal e nas páginas do livro, eis uma torrente infindável de referências que nos convidam a pensar e nos ajudam a (melhor) viver.

 

«Deus e o sentido da existência» é o mais recente título que fez sair.

 

«Logos» não é só palavra nem apenas razão. É também sentido.

 

A nossa vida clama por horizontes de sentido. Eis um auxiliar precioso nesta busca incessante.

publicado por Theosfera às 10:09

Segunda-feira, 26 de Dezembro de 2011
O Natal parece ser um arcaísmo. Bonito, mas uma coisa que sabe a antigo.
Ora, o Natal é a inauguração de um mundo novo e a instauração de uma vida renovada.
O Natal é a justiça, a fraternidade e a liberdade.
O Natal não é só para cuidarmos da nossa família.
O Natal é uma espécie de despertador para fazermos do mundo inteiro uma única e grande família!
publicado por Theosfera às 22:36

Fico com a sensação de que estes dias funcionam um pouco à guisa de uma «depressão pós-Natal».

 

É a viagem do regresso, são as prendas desembrulhadas e é uma espécie de vazio na alma. A este soma-se o temor do futuro.

 

Parece que fazemos as coisas porque tem de ser. Porque parece mal não parecer bom. Vivemos de estereótipos.

 

Bento Domingues alerta: «É a partir dos excluídos que temos de começar a construir o Natal. O modelo capitalista esgotou-se».

 

Jesus Cristo «manifestou-Se sempre ao lado dos marginais e dos excluídos».

 

É urgente desfatalizar a história. Não podemos resignar.

 

As coisas não têm de ser sempre assim. Demos presentes e não esqueçamos o melhor presente: a solidariedade, o sorriso, o amor. Hoje. Amanhã. E sempre.

publicado por Theosfera às 22:34

Desgosta-me a frontalidade como pretexto para a indelicadeza.
Há quem, dizendo ser frontal, mostra ser apenas insolente, pouco, nada ou mal educado.
Mas a autenticidade é sempre reconfortante e nunca afasta.
As perguntas de muitos ateus são um convite à reflexão e à mudança. Como cantava o Padre Zezinho, «às vezes, quem duvida e faz perguntas é muito mais honesto do que eu»!
publicado por Theosfera às 22:32

Ainda não chegou e já provoca desconfianças.
2012 nem o benefício da dúvida parece suscitar. Já nos dizem que vamos ter muitas saudades de 2011.
Prefiro, entretanto, deixar-me conduzir pela esperança. Temos de contar com o pior. Mas porque não acreditar na surpresa do melhor?
publicado por Theosfera às 22:31

Uma das frases que mais recordo foi pronunciada por alguém que morreu no ano em que eu nasci.
Albert Schweitzer dizia que «o exemplo não é a melhor maneira de convencer os outros; é a única».
Todos devíamos gravar esta máxima. Evitar-se-ia que se dissesse o que meus ouvidos captaram, agora mesmo, na rua.
Hoje não houve tolerância de ponto porque o país precisa de trabalho.
Porém, os nossos parlamentares só voltam ao trabalho no dia 3 de Janeiro.
Poderá haver uma miríade de explicações. Nenhuma delas chega ao conhecimento das pessoas. O exemplo é tudo!
publicado por Theosfera às 22:29

Shakespeare exarou, há séculos, uma actualíssima verdade: «Os peixes vivem no mar, como o Homem na terra: os grandes comem os pequenos»!
publicado por Theosfera às 22:28

Não deixe que o Natal passe a passado.
O Natal também é hoje. No seu local de trabalho irá reencontrar o Menino!
publicado por Theosfera às 21:40

Domingo, 25 de Dezembro de 2011
Creio não haver nada mais inspirador que o Natal.
Os textos mais belos, as músicas mais lindas, os gestos mais comoventes são inspirados pela atmosfera do Natal.
Só é pena que, para muitos, o Natal seja um presente que rapidamente passa a pretérito.
Não pergunte, por isso, «como foi o teu Natal?».
O Natal nunca foi. O Natal é. O Natal tem de ser. Em cada dia.
Feliz Natal. Hoje. Agora. Amanhã. Sempre.
publicado por Theosfera às 18:30

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