Uma noite sem sono não é uma noite perdida. Pode ser uma noite bem preenchida: a rezar, a pensar e a ler.
Na penúltima noite li um livro que prende a atenção desde o início e motiva a reflexão para lá do fim.
Foi escrito a duas mãos: Frei Fernando Ventura e Joaquim Franco.
O título é todo um programa de vida: «Do eu solitário ao nós solidário».
Este é, de facto, um passo que urge ser dado: da monolatria do eu à polifonia do nós.
Somos «solteiros nos afectos» e «viúvos nas emoções».
Há palavras e expressões que têm sido esquecidas: «gosto de ti», por exemplo.
O certo é que Deus é o primeiro a gostar de nós.
Não esqueçamos de o dizer uns aos outros. Com os lábios? Sobretudo com o coração!
Ao longo do livro de Frei Fernando Ventura e Joaquim Franco, aparecem, de forma recorrente, duas perguntas com uma pertinência excruciante: «Adão, onde estás?» e «Que fizeste do teu irmão?».
Deus está sempre a vir ao encontro do homem. Este é o paradigma para o nosso relacionamento.
Cada um de nós é responsável pela sorte do seu irmão. Na tarde da nossa vida, seremos avaliados pelo que fizemos pelos outros!