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Sexta-feira, 11 de Novembro de 2011

Martinho, pobre e humilde, entrou rico no Reino de Deus.

 

Eis o melhor que poderá ser dito a respeito de alguém. Foi escrito por Sulpício Severo sobre S. Martinho.

 

É por isso que, mesmo com chuva, hoje há Verão.

 

Há Verão dentro do coração de quem se dispuser a fazer o mesmo que Martinho fez.

 

Quem ama e partilha faz destapar o sol da bondade, reaquecendo até os corações mais arrefecidos!

publicado por Theosfera às 10:52

Doris Salcedo é uma artista colombiana que tem uma exposição na Gulbenkian com o curioso título «Plegaria Muda».

 

Não se assumindo religiosa no sentido convencional, reconhece que «se move numa zona próxima do misticismo».

 

Qualifica a sua religiosidade como «responsabilidade». No mundo, «somos responsáveis por tudo e em todos os momentos».

publicado por Theosfera às 10:51

«A recordação da felicidade já não é felicidade. Mas a recordação da dor ainda é dor».
Assim escreveu (pertinente e magnificamente) Lord Byron.

publicado por Theosfera às 10:50

«Caia sete vezes; levante-se oito vezes».
Assim reza (pertinente e magnificamente) um provérbio japonês.

publicado por Theosfera às 10:50

«Se acha que existe crise, festeje-a. É a sua grande oportunidade».
Assim escreveu (espantosa e magnificamente) Lauro Trevisan.

publicado por Theosfera às 10:49

As obras de auto-ajuda correm o risco de resolverem tudo através de palavras.

 

Tais palavras funcionam bem no mundo do texto. Já no contexto da existência, as coisas são bem diferentes, bem mais sombrias.

 

Ainda assim, se o optimismo, por si só, não resolve, pelo menos também não complica.

 

Daí a utilidade da leitura do último livro de Lauro Trevisan: «Faça da crise o seu sucesso».

publicado por Theosfera às 10:48

1. Num mundo em que até os não crentes anelam pela espiritualidade, a Igreja é chamada a tornar-se, antes de mais, uma comunidade orante.

 

A Eucaristia é o cume da oração. Maria é o grande modelo do orante. Por isso, toda a oração tem de ser eucarística e mariana. Ao ser eucarística, já é mariana: Maria é, como no-lo recorda Hans Urs von Balthasar, o primeiro grande sacrário da História e posiciona-Se como o cálice do Verbo. 

 

Ao ser mariana, a oração já é eucarística: Maria, como nos lembra João Paulo II, é a «mulher eucarística». E, nessa medida, Ela surge, na linha do que escreveu Frei Amador Arrais, como a «Capela de Deus».

 

Daí que toda a criatividade, para ser fiel, tenha de apontar para estes dois grandes eixos: Jesus eucarístico e Maria eucarística.

 

São enormes as lições da História em matéria de oração. Aprender com os grandes não deslustra, só engrandece. O perene nunca deixa de ser actual.

 

Toda a vida eclesial, e designadamente toda a oração, será eucarística. A Eucaristia dá um horizonte de sentido a tudo o resto. Ela é para viver, para celebrar, para adorar e para contemplar. A própria oração do Terço do Rosário, tão cara à alma do povo simples, entronca-se neste registo.

 

Paulo VI afirmou na Marialis cultus: «Oração evangélica, centrada sobre o mistério da Encarnação redentora, o Rosário é, por isso mesmo, uma prece de orientação profundamente cristológica. Na verdade, o seu elemento mais característico, a repetição litânica do "Alegra-te, Maria", torna-se também ele, louvor incessante, a Cristo, objectivo último do anúncio do Anjo e da saudação da mãe do Baptista:Bo fruto do teu ventre" (Lc 1,42). Diremos mais ainda: a repetição da Ave-Maria constitui a urdidura sobre a qual se desenrola a contemplação dos mistérios; aquele Jesus que cada Ave-Maria relembra é o mesmo que a sucessão dos mistérios propõe, uma e outra vez, como Filho de Deus e da Virgem Santíssima; nascido numa gruta de Belém; apresentado pela mesma Mãe no Templo; um rapazinho ainda, a demonstrar-se cheio de zelo pelas coisas de seu Pai; depois, Redentor, agonizante no horto, flagelado e coroado de espinhos; a carregar a cruz e a morrer sobre o Calvário; por fim, ressuscitado da morte e elevado à glória do Pai, para efundir o dom do Espírito».

 

 

2. Importa, entretanto, não perder de vista que o Rosário não é a única oração mariana. Não é a única nem a principal. 

 

A principal oração mariana é a Eucaristia. O vínculo entre Maria e a Eucaristia encontra-se expressivamente tipificado na estrutura da celebração.

 

O Cânone Romano, por exemplo, insere um sentimento de veneração: «Em comunhão com toda a Igreja, veneramos a memória da gloriosa sempre Virgem Maria, Mãe do nosso Deus e Senhor Jesus Cristo».

 

Já a segunda Oração Eucarística inclui uma súplica: «Dai-nos a graça de participar na vida eterna com a Virgem Maria, Mãe de Deus».

 

Como perguntava João Paulo II, «quem pode, melhor do que Maria, fazer-nos saborear a grandeza do mistério eucarístico?»

 

Fica, assim, realçada a marianidade da Eucaristia. Maria, como refere Stefano de Fiores, «é o ícone do estilo de quem vive realmente a Eucaristia». Mas, ao mesmo tempo, reluz a eucaristicidade da devoção mariana: «A devoção mariana não pode prescindir do centro, do dom por excelência que é a Eucaristia. Aliás, os santuários testemunham-no: a Missa é sempre o momento culminante de todas as peregrinações».

 

É que - recorda sabiamente Madre Teresa de Calcutá - «a primeira Eucaristia aconteceu no momento em que Deus deu o Seu Filho a Maria; e Maria foi não só o primeiro altar, mas também o único ser que pôde dizer com toda a sinceridade: "Isto é o meu corpo"». Na verdade, Maria ofecereu «o Seu corpo, a Sua força e todo o Seu ser para formar o Corpo de Deus. Nela habitou o poder do Espírito Santo e o Verbo Se fez carne».

 

Maria - assinala Edith Stein - desponta como «o símbolo mais perfeito da Igreja, porque é o seu protótipo e origem. Também é um órgão Seu, muitíssimo especial: o órgão do qual foi formado todo o Corpo místico e até a própria Cabeça».

 

Não espanta, pois, que o cardeal Nguyen van Thuan tenha assumido: «O momento em que sinto mais filho de Maria é na Santa Missa, quando pronuncio as palavras da consagração. Estou identificado com Jesus, in persona Christi». E acrescenta no mesmo registo: «Para mim, Maria é como um Evangelho vivo, de bolso, com grandíssima difusão, mais acessível que a vida dos santos».

 

É neste sentido que Jean Vanier recomenda: «Para contemplar o dom do Corpo deJesus, devemos contemplar Maria, a mulher que O concebeu e O pôs no mundo». Daí que, como observa Elias Zoghby, «quando recebo a Eucaristia, sejamos sempre três: Jesus, Maria e eu. O papel da Mãe é o de nos ensinar a ter nos nossos braços o Seu divino Filho, como Ela e com Ela, com uma ternura verdadeiramente materna».

 

Bem avisada está, por isso, Maria Constanza Zauli quando confidenciou: «Onde quer que se encontre uma hóstia consagrada, de maneira inexplicável, mas numa realidade de graça bem convincente para a alma, Maria está presente em atitudes de oração».

 

Por aqui se vê, como anotou Adrienne von Speyr, que «Maria não vive somente no Céu, mas continua a viver na Igreja, participando, de modo especial, no serviço litúrgico». A consagração corresponde à descida do Filho ao seio da Mãe: «Tal como a Mãe O acolhe para, depois, O dar imediatamente ao mundo, assim também o Senhor desce à Sua Igreja no acto da consagração para logo Se lhe dar como dom de Si mesmo na comunhão».

 

Maria «recebe com um abraço quem se aproxima da hóstia. Ela acolheu o Filho numa atitude de completa humildade e simplicidade; a quem recebe a hóstia dá algo da pureza do Seu acto de aceitação do Filho».

 

 

3. Acresce que a marianidade da Eucaristia não se esgota na Missa. Ela prolonga-se na Missão por ela gerada. Assim como Maria parte à pressa para casa de Isabel quando recebe Jesus no Seu seio (cf. Lc 1, 39), também o cristão - alerta Charles de Foucauld - «há-de fazer o bem com a solicitude e a dedicação da alma amante e do servo bom, que fazem com diligência e sem demoras o que deseja o seu amado, o seu Senhor».

 

A íntima conexão da Eucaristia com a Igreja - ínsita no célebre axioma «a Eucaristia faz a Igreja e a Igreja faz a Eucaristia» - remete-nos imediatamente para Maria. É que, enquanto Corpo de Cristo, a Igreja foi gerada em Maria. Nela, Bruno Forte vê esculpido «o ícone da paternidade divina».

 

Tendo em conta que a Mãe de Cristo é também a Mãe da Igreja, não admira que, ao actualizar sacramentalmente a entrega de Jesus Cristo na Cruz, a Igreja como que actualize igualmente a presença de Maria junto da mesma Cruz (cf. Jo 19, 25). De resto, como é que Aquela que esteve no Calvário não havia de estar na Eucaristia?

 

João Paulo II reparou que Maria «encarnou a lógica da Eucaristia em toda a Sua existência». Vendo em Maria o seu modelo, a Igreja «é chamada a imitá-La na Sua relação com este mistério santíssimo». Percebe-se, neste contexto, que o Sumo Pontífice tenha inserido, «entre os mistérios da luz, a instituição da Eucaristia».

 

É certo que o Evangelho não refere a presença de Maria na Última Ceia, mas «Ela não podia deixar de estar presente nas celebrações eucarísticas no meio dos fiéis da primeira geração cristã, que eram assíduos à "fracção do pão" (Act 2, 42)».

 

Maria é, por conseguinte, «a mulher eucarística na totalidade da Sua vida». Nela, com efeito, a celebração existencial precedeu e acompanhou sempre a celebração sacramental da Eucaristia, Na dádiva do Filho esteve continuamente a doação da Mãe!

 

João Paulo II asseverou que «Maria praticou a Sua fé eucarística ainda antes de ser instituída a Eucaristia, quando ofereceu o Seu ventre virginal para a encarnação do Verbo de Deus». Na anunciação, Maria «concebeu o Filho divino também na realidade física do corpo e do sangue, em certa medida antecipando n'Ela o que se realiza sacramentalmente em cada crente quando recebe, no sinal do pão e do vinho, o Corpo e o Sangue do Senhor».

 

 

4. A teor desta interacção simbiótica entre Maria e Cristo, depreende-se que «todas as vezes que repetimos o gesto de Cristo na Última Ceia dando cumprimento ao Seu mandato - "Fazei isto em memória de Mim" -, acolhemos o convite que Maria nos faz para obedecermos a Seu Filho sem hesitação: "Fazei o que Ele vos disser" (Jo 2, 5)». É como se Ela nos dissesse em cada celebração: «Se Ele pôde mudar a água em vinho, também é capaz de fazer do pão e do vinho o Seu Corpo e Sangue, entregando aos crentes, neste mistério, o memorial vivo da Sua Páscoa e tornando-se assim "pão da vida"».

 

Maria «antecipa, no mistério da encarnação, a fé eucarística da Igreja. E, na visitação, quando leva no Seu ventre o Verbo encarnado, de certo modo Ela serve de "sacrário" - o primeiro "sacrário" da história -, para o Filho de Deus, que, ainda invisível aos olhos dos homens, Se presta à adoração de Isabel, como que "irradiando" a Sua luz através dos olhos e da voz de Maria».

 

Desde o princípio, Ela «viveu uma espécie de "Eucaristia antecipada", dir-se-ia uma "comunhão espiritual" de desejo e oferta, que terá o seu cumprimento na união com o Filho durante a Paixão, e manifestar-se-á, depois, na Sua participação na celebração eucarística, presidida pelos Apóstolos como "memorial" da Paixão».

 

Viver o memorial da morte de Cristo na Eucaristia implica também levar connosco, a exemplo de João (cf. Jo 19, 26-27), «Aquela que sempre nos é dada como Mãe. Significa, ao mesmo tempo, assumir o compromisso de nos conformarmos com Cristo, entrando na escola da Mãe e aceitando a Sua companhia».

 

 

5. Em Maria, a Igreja apreende a centralidade da Eucaristia e reaprende incessantemente a projectá-la na vida.

 

A Eucaristia não é mero ritual. Ela é celebração e vivência. De certa maneira, a Missa não tem fim. Quando termina a Missa, começa a Missão. O «ide em paz» não é uma despedida; é um envio. O que se celebra no templo é para testemunhar no tempo. Da celebração sacramental passa-se, pois, à celebração existencial da Eucaristia. Se não nos dispomos a viver o que celebramos, que sentido terá celebrar o que não vivemos?

 

publicado por Theosfera às 00:29

Muitas vezes, não somos o que somos. Acabamos por ser o que os outros fazem de nós.

 

As conotações sobrepõem-se, frequentemente, à realidade.

 

Ninguém escapa a esta tendência. Nem sequer os santos.

 

S. Martinho, celebrado neste dia, é associado às castanhas e ao vinho.

 

 Mas ele é, sobretudo, o homem da solidariedade, da caridade, do amor. Não tanto do amor em forma de palavra. Mas da palavra em forma de amor. O amor é mesmo o maior discurso.

 

Eis, pois, alguém que soube captar exemplarmente o núcleo do Evangelho: a presença de Cristo no Irmão, no Irmão Pobre.

 

S. Martinho era pobre e humilde e é como pobre e humilde que entra no reino dos Céus.

publicado por Theosfera às 00:00

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