O calor prolonga-se na Europa, apesar da chegada do Outono.
As chuvas destroem nas América Central, não obstante a proximidade do Verão.
Nem o clima conseguimos já perceber!
O calor prolonga-se na Europa, apesar da chegada do Outono.
As chuvas destroem nas América Central, não obstante a proximidade do Verão.
Nem o clima conseguimos já perceber!
É, sem dúvida, uma pessoa séria, esforçada, contida. Mas quem olha para o Ministro das Finanças adivinha, além de muito cansaço, bastante desalento.
Para quem está a começar, é preocupante. E, de facto, a experiência tem mostrado que quem tem entrado em recessão costuma ter enorme dificuldade em sair dela.
De um timoneiro espera-se sempre aquele suplemento de esperança que falta ao cidadão comum.
Há imagens que dizem muito. Esperemos que o esforço conjunto ajude a reverter o que, aos olhos de muitos, parece irreversível.
Hoje, assinala-se o dia mundial de erradicação da pobreza.
Há uma perturbadora ironia nesta efeméride.
É que, entre nós, a pobreza não dá sinais de estar a ser erradicada. Pelo contrário, além dos pobres, há muitos que estão a empobrecer.
Aliás, há estudos que documentam que, no capítulo salarial, o país cresceu muito pouco nos anos da liberdade.
Será que, em vez de acabar com a pobreza, estamos apostados em acabar com os pobres?
Motivos sobejos para reflectir. E sobretudo para inflectir.
Ainda não passamos a fase do anúncio das medidas de austeridade, e já corre veloz a onda de protestos.
Receio que o meu país se transforme num vulcão de turbulência. E o pior não será o coro de protestos. O pior poderá ser (em certa medida, já está a ser) a violência social tipificada em assaltos avulsos, imprevisíveis, mas com efeitos devastadores.
Os cidadãos estão apreensivos e até os estudiosos se mostram preocupados. Basta meditar nas declarações de sociólogos como Boaventura Sousa Santos e António Barreto. Este último, apesar da moderação que habitualmente o acompanha, já questiona a possibilidade de sobrevivência do país.
O problema é que, por um lado, as pessoas sentem que algum sacrifício é necessário pelo bem comum e, concretamente, pela redução do défice. Mas, por outro lado, é difícil saber para onde nos conduzem estas medidas. A sensação que paira é que não é assim que nos libertaremos da teia que nos prende.
Recorde-se que a própria troika, tão prolixamente invocada, preceitua também o incremento do crescimento económico. Sucede que, por este andar, a recessão é o mais certo e o almejado crescimento será o mais incerto.
Portugal precisa de mais. Portugal merece melhor.