O Álvaro deixou um aviso, fez um reparo e formulou um pedido.
O aviso vem de trás e nem sequer traz nada de novo. Dizer que vêm aí tempos difíceis parece uma redundância. Difíceis são os tempos desde há muito.
Depois, o Álvaro chamou a atenção para uma falha. Havia produtos nacionais em exposição, mas seria bom que houvesse uma bandeira portuguesa para os sinalizar.
Finalmente, o Álvaro pediu que não o tratassem por ministro. E deu o exemplo dele mesmo. Quando chegou a Inglaterra, era tratado pelo nome próprio, por Álvaro.
Curioso paradoxo este: depois de apelar para os produtos nacionais, apela para uma prática habitual no estrangeiro.
Será uma espécie de snobismo ao contrário?
O Governo está a dar bastos sinais quanto ao estilo. É composto por pessoas desinibidas, com um porte informal, quase iconoclasta. Basta reparar no ministro que chegou de mota (ele que também Mota se chama) à tomada de posse.
São práticas enxutas, saudavelmente refrescantes. Mas não é por aí que o país avança.
Às vezes, o saldo destes excessos de informalidade nem costuma ser muito positivo. Alguma transcendência nos contactos não fica mal e nem sequer prejudica a estima e a proximidade.
Termos um Álvaro que é ministro ou um ministro que é Álvaro não é muito relevante.
Importantes não são os gostos pessoais do Álvaro. Importantes são os seus actos como ministro.