O acontecimento de Deus nos acontecimentos dos homens. A atmosfera é sempre alimentada por uma surpreendente Theosfera.

Segunda-feira, 20 de Junho de 2011

Ele era a voz. Ela foi o seu eco.

 

Andrei Sakharov já tinha falecido.

 

Agora foi a vez da sua esposa, Elena Bonner.

 

O amor entre os dois traduziu-se num serviço à causa dos direitos humanos.

 

Duas vidas que não se apagam. Nem a morte elimina o seu rasto.

publicado por Theosfera às 22:22

Neste Dia Mundial do Refugiado, arrepia ver tantos irmãos nossos sem lugar numa terra que devia ser para todos.

 

Além da incúria de alguns, esta situação conta com a indiferença de tantos.

 

No meio desta tormenta, sempre é reconfortante ver um português ao lado de quem sofre, de quem é rejeitado...numa casa onde todos deviam caber.

 

António Guterres honra a vocação universalista e o talante solidário do nosso povo.

publicado por Theosfera às 21:25

A vontade é soberana, mas os factos são eloquentes.

 

A prática parlamentar era a de que o nome proposto pelo partido mais votado seria eleito presidente da Assembleia da República.

 

Mesmo quando não houve maioria absoluta de qualquer partido, tal hábito continuou a ser respeitado. Desta vez, nem o parceiro da coligação se juntou à proposta.

 

A pergunta que se coloca é: qual o motivo para a rejeição de Fernando Nobre?

 

Ser fundador de uma associação humanitária, estar sempre pronto a ajudar os outros não é um crédito?

 

Ficava mal ao Parlamento ter uma pessoa como esta à sua frente?

 

Haverá razões que alguns sabem, mas que a maioria desconhece.

 

Tudo isto aconteceu num dia em que o Evangelho dizia: «Não julgueis e não sereis julgados».

publicado por Theosfera às 21:19

«Não queiras saber tudo. Deixa um espaço para te saberes a ti».

Assim escreveu (magistral e magnificamente) Vergílio Ferreira.

publicado por Theosfera às 16:05

«Não há Deus sem bondade».

Assim escreveu (notável e magnificamente) Ireneu de Lyon.

publicado por Theosfera às 16:04

1. Para muitos, a vida assemelha-se cada vez mais a um palco onde todos acabamos por representar um papel.

 

Quem representa espera ser aplaudido. Daí a tendência para que o comportamento responda às expectativas.

 

A primeira (e principal) consequência desta atitude é o esbatimento da autenticidade. Há quem queira mais um riso forçado do que uma lágrima sincera. Apenas para causar impressão.

 

Há pessoas que podem andar melancólicas, mas, quando se encontram com outras, lá vão simulando uma presumida alegria.

 

Será que já reparámos devidamente nas figuras tristes que fazemos só para parecer que estamos alegres?

 

Aliás, um dos conselhos que se dá, a quem for a uma entrevista de emprego, é que mostre um sorriso de autoconfiança.

 

Enfim, parece que a sociedade não tolera a tristeza. Além do pensamento único, teremos sentimentos dominantes?

 

Não há dúvida de que é preferível estar alegre a estar triste. Creio que ninguém está triste por opção deliberada. Mas o respeito pelo outro não deverá conduzir à aceitação dos seus estados de espírito?

 

Recordo o impacto que causou, há tempos, o convite que alguém fez numa reunião: «Quem estiver triste, é melhor sair daqui».

 

Aliás, a célebre oração atribuída a S. Francisco de Assis pede a Deus que se coloque alegria onde houver tristeza.

 

E dá-se até o caso de, em algumas listas dos sete pecados capitais (como a de Evágrio de Ponto), constar a tristeza.

 

Será que a tristeza, por muito que nos doa, não tem mesmo nada de positivo?

 

 

 

2. Um jornal deste dia traz um curioso apontamento em torno deste tema. Aí se diz que «a tristeza é útil e necessária para resolver conflitos internos», podendo tornar-se, por vezes, «o motor da criatividade e da capacidade de lidar com o mundo».

 

Ela pode ser inclusive uma «condição fundamental da saúde mental», pelo que as crianças devem ser estimuladas a lidar com ela.

 

Quem não se lembra de António Nobre apresentar o seu como «o livro mais triste que há em Portugal»? Alguém será capaz de pôr em causa a valia dessa obra?

 

Jaime Milheiro considera que «só poderá gozar de boa saúde mental quem puder sentir-se triste, quando for o caso». É que «só poderá saborear as verdadeiras alegrias da vida quem tiver a capacidade de se entristecer e de se percorrer em tal sentimento, sem obrigatoriedade de lhe fugir».

 

Segundo Pais Ribeiro, um dos efeitos da tristeza é «promover um estilo de raciocínio analítico que permite uma grande atenção ao detalhe em que a informação é processada».

 

A tristeza, acrescenta, «facilita a concentração e a análise, possibilita uma melhor resolução de dilemas sociais e parece ser uma consequência do reportório cognitivo da evolução humana».

 

Motivo? Uma vez que «a análise consome muito tempo e requer um processamento sustentado, a tristeza facilitaria o enfoque no problema e na sua resolução».

 

O certo é que um dos melhores professores que tive exibia sempre um ar triste e um porte melancólico. Ao primeiro contacto, intimidava. Mas a forma como dissecava os problemas fascinava completamente os alunos.

 

Era uma pessoa triste, mas muito delicada, atenta aos pormenores. Em suma, era alguém que entrava na profundidade: na profundidade das questões e na profundidade da nossa alma.

 

 

3. Acontece que, hoje em dia, estamos voltados para o sucesso, seja a que preço for. A tristeza é vista como sinónimo de frustração pelo que subsiste a propensão para a sua dissimulação.

 

Ressalve-se que a tristeza não é o mesmo que a depressão. A tristeza pode passar a depressão se houver uma fixação no pensamento e na vida do sujeito, não conseguindo este pensar em mais nada.

 

Feita a ressalva, é preciso respeitar e acolher as pessoas como elas são. Ninguém deve ser formatado. Quando a tristeza surge, não há que entrar em pânico.

 

Aliás e como defendia Eric Wilson, «a tristeza ensina a ver a realidade». Talvez por isso Zita Seabra tenha notado que «se aprende muito com a tristeza». 

 

 

4. Bento XVI entende que «há duas espécies de tristeza: uma que perdeu a esperança, que deixou de confiar no amor e na verdade e, consequentemente, destrói o homem por dentro; mas há também a tristeza que deriva da comoção provocada pela verdade e leva o homem à conversão, à resistência contra o mal. Esta tristeza cura, porque ensina o homem a esperar e a amar de novo».

 

Será por isso que a Bíblia diz que a tristeza é melhor que o riso (cf. Ecle 7, 3)?

publicado por Theosfera às 15:14

 1. Na hora que passa, as finanças podem ser o mais urgente. Mas não há dúvida de que a educação é o mais importante.

 

É ela que está a montante e a jusante de todas as crises. E é ela que tem de estar a montante e a jusante de todas os esforços para superar a actual crise.

 

 A educação não é só o ensino nem ocorre apenas na escola. A educação é também o comportamento. Por isso, deve começar em casa, o que não quer dizer que tenha de ficar à porta da escola.

 

 Também se ensina na família e também se educa na escola. Também se ensina quando se educa e também se educa quando se ensina.

 

 Acontece que, hoje em dia, passa-se cada vez menos tempo em casa e cada vez mais tempo na escola.

 

 A educação não pode estar ausente da casa, mas tem de estar cada vez mais presente na escola.

 

 

2. Uma enorme ebulição atravessa todo este universo. Como era de prever, as transformações sociais afectaram a família e a escola.

 

 Em vez de ser a educação a transformar a realidade, é apenas a realidade que transforma a educação.

 

Tem havido sucessivas reformas na educação. Porventura, é chegado o momento de reformar a própria reforma, de a repensar e de a desdogmatizar.

 

No balanceamento de avanços e recuos, é importante que se olhe não somente para o que se ganhou, mas também para o que se perdeu.

 

 Basicamente, perdeu-se a tradição e perdeu-se a autoridade. Esta percepção, que hoje salta à vista, era já verbalizada em 1957 por Hannah Arendt.

 

Ela achava que, «para preservar o que é novo e revolucionário em cada criança», é necessário ajudar a fazer a mediação entre o antigo e o novo. Ora, isso passa por «um extraordinário respeito pelo passado».

 

 Por sua vez, a autoridade encontra-se seriamente debilitada em função de uma equivocada concepção do princípio da igualdade.

 

 Tal concepção procura «igualar ou apagar, tanto quanto possível, a diferença entre dotados e não dotados, entre alunos e professores».

 

 

 3. A esta luz, são veiculadas algumas ideias que Hannah Arendt considerava perniciosas.  

 

 A primeira é a de que o mundo dos alunos é autónomo e que estes se podem governar a si próprios. O adulto será um mero facilitador da aprendizagem.

 

A autoridade com que ele se confronta é, em primeira instância, a da maioria do grupo. A reacção «a esta pressão tende a ser ou o conformismo ou a delinquência juvenil e, na maior parte dos casos, uma mistura das duas coisas».

 

 Outra ideia denunciada tem que ver com a separação entre a ciência do ensino e a matéria a ensinar. O professor não precisa de conhecer a sua disciplina. Basta que «saiba um pouco mais do que os seus alunos».

 

Finalmente, Hannah Arendt critica a ideia de que «não se pode saber e compreender senão aquilo que se faz por si próprio».

 

Uma decorrência desta ideia é a crescente substituição da aprendizagem convencional pelo jogo. «Considera-se o jogo como o mais vivo modo de expressão».

 

Sucede que este método acaba por manter a criança num nível infantil. Aquilo que «deveria preparar a criança para o mundo dos adultos é suprimido em favor da autonomia do mundo da infância».

 

 

4. Urge, portanto, vencer a nuvem de preconceitos que povoa o universo da educação.

 

É preciso reinstaurar o elo perdido entre a família e a escola.

 

É fundamental voltar a apostar no professor como mestre do saber e exemplo do agir. E é decisivo que não se ponha em causa a sua autoridade.

 

Sem autoridade quebra-se a confiança e compromete-se o êxito.

publicado por Theosfera às 15:13

Veja aqui.

publicado por Theosfera às 09:46

É bom que haja contributos para superar a crise e aumentar a produtividade.

 

Não sei se a via administrativa será a melhor.

 

Voltou a discussão em torno dos feriados.

 

Há quem queira reduzir o seu número ou atenuar os seus efeitos, encostando-os ao fim-de-semana.

 

É que há feriados que se replicam. Se o feriado é à quinta, a sexta transforma-se num novo feriado em virtude da ponte.

 

O dia a seguir ao Natal, não sendo feriado, transformou-se num dia de descanso.

 

O Carnaval, não sendo feriado de jure, aparece como um feriado na prática.

 

E assim por diante.

 

O problema, convenhamos, é de mentalidade.

 

Se o feriado é à quinta, porque não trabalhar na sexta?

 

Depois, a dimensão simbólica é fundamental. Uma data deve ser respeitada.

 

E, acima de tudo, há que fazer esta pergunta.

 

Será que o nosso problema é o que não se produz nos feriados ou o que se deixa de produzir nos dias de trabalho?

publicado por Theosfera às 06:20

Dói-me a dor dos que procuram e não encontram. Dos que se cansaram de procurar. Dos que desistiram de encontrar.

 

Mas Alguém vai sempre ao teu encontro. Deixa-te encontrar.

publicado por Theosfera às 06:19

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