Uma jovem é violentamente espancada.
Todos têm uma opinião depois. Ninguém parece ter uma solução antes.
Todos são unânimes na condenação. Mas ninguém parece encontrar uma via de prevenção.
Todos somos eloquentes a comentar. E todos nos sentimos impotentes para evitar.
Estes jovens frequentam a escola.
A nenhum aluno é exigível o máximo. Mas de todos é expectável o mínimo. O mínimo de respeito. O mínimo de decoro. O mínimo de dignidade.
O cenário deste vídeo tem os ingredientes fundamentais da decadência: a violência da agressão e a indiferença dos circunstantes. Isto para não falar do cinismo de quem encontra material para colocar no facebook!
Inacreditável.
E só depois de tudo isto correr o mundo das redes sociais é que acordamos.
Só depois de sentirmos as consequências é que acordamos para as causas.
Que andamos a oferecer aos mais novos na família e na escola? Muitos conhecimentos e vastas competências, sem dúvida.
Mas quando falta o humanismo, falta o essencial, falta tudo.
«O supremo entender - advertia Agostinho da Silva - é a bondade».
Não propugnando um reforço da carga horária, creio que urge introduzir, em todos os graus de ensino, a disciplina de Irenologia (Educação para a Paz).
É preciso, desde a mais tenra idade, reforçar os valores fundamentais, polarizados em torno dos transcendentais: a verdade, a bondade e a beleza.
São os valores que estão em todos. Só que, pela amostra, parecem atirados para um fundo praticamente imperscrutável. É urgente voltar a trazê-los para a superfície.
Acredito que cada ser humano transporta muito de bom dentro de si mesmo. Pena é que só o mal seja exibido.