Ganhar um debate ajuda a ganhar eleições? E ganhar eleições ajuda a ganhar o país?
A primeira pergunta pode parecer excitante. Mas a segunda é a mais pertinente.
A resposta à primeira pergunta é, obviamente, muito subjectiva.
A resposta à segunda devia ser o objectivo.
Aferir o futuro pela lógica de um confronto verbal não será o critério mais indicado.
Nesta noite, procuraram-se os temas onde as clivagens parecem ser mais notórias.
Falou-se de saúde, sobretudo por causa dos seus custos.
Remexeu-se a questão da dívida e do auxílio externo.
A única discussão sobre o futuro foi em torno de cenários pós-eleitorais e de (im)possíveis coligações.
Os dois intervenientes mostraram-se muito preocupados consigo e bastante focados um no outro.
O país parece distante de tudo isto.
Como é possível que, num debate destes, não se fale da pobreza e não se aborde a educação?
Combater a pobreza é o mais urgente. Apostar na educação tem de ser o mais importante.
Marcaram-se muitas diferenças. Comprometeram-se possibilidades de cooperação.
A moderação não saiu a ganhar. A esperança ainda não despertou.
Pelo que dizem as sondagens, tudo vai ser muito disputado até ao fim.
A incerteza vai durar até às 19 horas do dia 5 p.f.