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Quinta-feira, 19 de Maio de 2011

Hoje, 19 de Maio, as agendas litúrgicas assinalam a memória de S. Celestino V.

 

Trata-se de alguém que, muito a contragosto, aceitou ser Papa, mas que, pouco tempo depois, abdicou.

 

O que sempre me impressionou mais neste homem foi a humildade com que aceitou a missão e a humildade com que se retirou dela.

 

Pedro Celestino, eremita, nasceu em 1221 em Isenia, na província de Apulia.

 

Tendo apenas seis anos de idade, disse à mãe: «Mãe, quero ser um bom servo de Deus».

 

 Depois de ter terminado os estudos, retirou-se para um ermo, onde viveu dez anos.

 

Decorrido este tempo, ordenou-se em Roma e entrou na Ordem Beneditina.

 

Com licença do Abade, abandonou o convento, para continuar a vida de eremita. Como tal, teve o nome de Pedro de Morone, nome tirado do morro de Morone, no sopé do qual erigira a cela em que morava.           

 

O tempo que passou naquele ermo foi uma época de grandes lutas e provações.

 

A paz e tranquilidade voltaram depois de Pedro ter confessado o estado de sua consciência a um sábio sacerdote.

                                                      

Em 1251, fundou, com mais dois companheiros, um pequeno convento, perto do morro Majela. A virtude dos monges animou outros a seguir-lhes o exemplo.

 

O número dos religiosos, sob a direcção de Pedro, cresceu tanto que o superior, por uma inspiração divina, deu uma regra à nova ordem, chamada dos Celestinos.

 

Esta Ordem, reconhecida e aprovada por Leão IX, estendeu-se admiravelmente, e, ainda em vida do fundador, contava 36 conventos.

                                                      

Com a morte de Nicolau V, em 1292, ficou a Igreja sem Papa.

 

Dois anos durou o conclave, sem que os cardeais chegassem a acordo.

 

Finalmente, a 5 de Julho de 1294, contra todas as expectativas, saiu eleito Pedro Morone.

 

Só que ao eremita faltavam por completo as qualidades indispensáveis para governar a Igreja, ainda mais num período tão crítico e difícil.

 

Os cardeais depressa viram que o eleito, em vez de ouvir os seus conselhos, preferia seguir os do rei e de alguns monges, ficando com isto seriamente afectados os interesses da Igreja.

 

O Pontífice, por sua vez, reconheceu que estava deslocado e depressa abdicou (13-12-1294).

 

Bonifácio VIII, seu sucessor, foi interpelado por muitos, que chegaram a declarar não justificada, e sem efeito a abdicação de Celestino, e ilegal a eleição de Bonifácio.

 

Para afastar o perigo de um cisma, mandou fechar Celestino, até à morte, no castelo Fumone.

 

Pedro sujeitou-se a esta medida coerciva e passou dez meses, por assim dizer, na prisão.

                                                      

Por uma graça divina foi conhecedor do dia da sua morte, que predisse com toda a exactidão.

 

Tendo recebido os Santos Sacramentos, esperou a morte, deitado no chão. As últimas palavras que disse foram as do Salmo 150: «Todos os espíritos louvem ao Senhor».

                                                        

Já em 1313 foi honrado com o título de Santo, pela canonização feita por Clemente V.

                                                        

A Ordem dos Celestinos estendeu-se rapidamente pela Itália, França, Alemanha e Holanda.

 

Estimada pelos príncipes, teve em todos os países uma bela florescência, até à grande catástrofe religiosa na Alemanha e a Revolução Francesa.

 

Na Itália existem ainda poucos conventos da fundação de Pedro Celestino.

 

publicado por Theosfera às 14:25

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