O acontecimento de Deus nos acontecimentos dos homens. A atmosfera é sempre alimentada por uma surpreendente Theosfera.

Domingo, 08 de Maio de 2011

Nem sempre o progresso é sinónimo de crescimento. Como alerta Luís Racionero, o progresso também pode ser sintoma de decadência.

 

Temos, por isso, de estar de sobreaviso diante de uma espécie de automatismo do progresso.

 

A escola superior, está, cada vez mais, distante das letras, das humanidades. A pressão do emprego parece criar uma vertigem pelos cursos científicos.

 

A universidade afasta-se assim, crescentemente, do seu conceito. Ela é o território em que muitas especialidades prosperam. E não o terreno onde as muitas especialidades se poderiam cruzar.

 

Uma reportagem de hoje realça a queda dos cursos de letras, designadamente da História e da Filosofia.

 

É pena. A crise nas humanidades é o sintoma de uma cultura pouco humanitária.

 

Até nas ciências, a interligação com as letras é importante.

 

Além de especialistas do concreto, precisamos de cultores do universal.

 

A maturidade articula-se na complexidade. E atesta-se na integração do diferente.

 

Pessoas de uma só ideia e proprietários de um só saber podem alimentar a ilusão de que tudo está no que aprenderam.

 

O espírito crítico tende a decrescer e o dogmatismo a aumentar.

 

A pressa, atiçada pela pressão, gera uma dificuldade acrescida na digestão de um livro, na meditação de uma palavra ou na degustação de um conceito.

 

O mundo precisa de tudo. A universidade empobrece sem a riqueza que lhe é dada pelas letras.

 

A própria ciência precisa de outros horizontes de questionamento e de problematização.

publicado por Theosfera às 16:05

Os discípulos de Emaús são um retrato. Um retrato de nós mesmos.

 

Como eles (há quem diga que se trata de um casal), também nós somos seres abatidos, caminhando pela estrada, a caminho de casa, no ocaso do dia, ao fim da tarde.

 

As expectativas tinham sido esvaziadas. As esperanças pareciam ter caído. A aposta fora perdida.

 

Mas é nessa mesma estrada, que é a existência, que surgem muitos circunstantes.

 

Em cada um deles está o Jesus que nós, à primeira, não reconhecemos nem acolhemos.

 

Na hora que passa, a solução está na hospitalidade.

 

É preciso receber o outro na nossa casa, na nossa vida.

 

A solidariedade é o único caminho do desenvolvimento. E é também o maior barómetro da hospitalidade.

 

Depois de acolhermos Jesus na pessoa dos pobres, sentir-nos-emos reabilitados e possuídos por uma energia renovada. Estaremos prontos para voltar.

 

A Jerusalém da nossa vida é o local do nosso trabalho, o palco da nossa missão, o chão do nosso destino.

 

Uma nova manhã há-de raiar, vencendo o cinzento da tarde e a espessura da noite. 

publicado por Theosfera às 13:34

A fé não é convincente pela consistência teológica ou pela coerência doutrinal.

 

A fé não é convincente quando os crentes se julgam melhores que os outros.

 

A fé torna-se convincente quando consegue superar o que é mau e acrescentar o melhor ao que já é bom.

 

Nunca a fé será convincente quando imita o pior e compete com os outros no triste campeonato da iniquidade.

 

Pode haver uma miríade de explicações para o que aconteceu no Egipto, esta noite. Mas não existe uma única justificação para o sangue semeado e para as vidas ceifadas.

 

Se é pelos frutos que se conhece a árvore (disse-o o Mestre dos mestres), então estas árvores são completamente infecundas.

 

Tratar-se-á de mais um acidente. Só que já são tantos acidentes que muitos serão levados a encetar a sua procura por outras vias.

 

A violência é sempre inqualificável. Mas a violência religiosa é, pura e simplesmente, abjecta.

 

John Jocke apontava a tolerância como o critério decisivo para aferir a verdadeira religião.

 

A amostra que a realidade nos oferece não é animadora.

 

A violência, como demonstram os estudos de René Girard, sempre pairou nas imediações do sagrado.

 

Como é que as pessoas que se consideram mais religiosas desfiguram tão flagrantemente a religião?

 

Ruiz de la Peña estava certo. É preciso recompor o rosto de Deus. É urgente deixar que Deus seja Deus.

 

Ou será que é preciso descer as escadas do templo para O reencontrar?

 

Por algum motivo Jesus avisou que o verdadeiro culto é o que é prestado em «espírito e verdade».

 

Deus pode ser encontrado em qualquer lugar. Mas o melhor santuário é a consciência recta. O coração limpo. O olhar puro. A vida solidária.

publicado por Theosfera às 13:09

Um dos maiores paradoxos da religião: quase sempre a pregar a paz, quase sempre a violar a paz.

 

Até quando?

publicado por Theosfera às 13:05

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