A ajuda exterior é, antes de mais, por causa das contas. Seria bom que ela viesse, sobretudo, por causa das pessoas.
Era bom que os nossos parceiros não nos ajudassem apenas a reduzir o défice. O importante era que nos ajudassem a erradicar a pobreza.
Precisávamos de um programa que, desde logo, reagisse à emergência social que estamos a viver. E que se lançasse uma acção que promovesse a instalação de empresas, promovendo o trabalho e combatendo assim o desemprego.
Esta ajuda dificilmente chegará aos mais pobres. Pelo contrário, tudo indica que ela vai prejudicar, ainda mais, a vida dos mais desfavorecidos.
Com as medidas que se anunciam (corte nos abonos de família, aumento do desemprego, agravamento do custo de vida, redução dos salários e das pensões), os mais pobres vão ter problemas acrescidos.
O auxílio monetário é bem-vindo. Mas seria bom que os mais pobres sentissem esse apoio. Acontece que não é isso o que se perfila.
Uma intervenção humanitária era bem mais necessária.
Estamos num mundo que é uma aldeia cujo dono é o capital.
O capital só olha para o capital. Os que o têm triunfam. Os que não lhe conseguem chegar vão definhando.
Até quando?