O acontecimento de Deus nos acontecimentos dos homens. A atmosfera é sempre alimentada por uma surpreendente Theosfera.

Terça-feira, 03 de Maio de 2011

O 13º mês e o subsídio de Natal não vão ser afectados.

 

As pensões mais baixas poderão não vão crescer, mas também não vão diminuir.

 

O salário mínimo não sofrerá reduções.

 

Os despedimentos não serão facilitados.

 

Por isso, os portugueses estarão um pouco aliviados.

 

Podia ser pior. Esta expressão, tipicamente portuguesa, terá assomado ao pensamento de muitos.

 

O primeiro-ministro parecia feliz. Já o ministro das finanças exibia alguma apreensão. E o representante do PSD mostrava-se um pouco tenso.

 

Governo, PSD e CDS aparentam disputar a autoria do acordo com a troika

 

Foi pena que a apresentação das linhas gerais do acordo não tenha sido feita em conjunto. Teria sido um sinal de maturidade.

 

Assim, cada um procura demonstrar que o auxílio, mais que uma vitória para o país, é uma derrota dos outros. Preocupante!

 

O auxílio, de 78 mil milhões de euros, é por três anos, mas o pensamento está voltado para daqui a um mês. Já agora, que dirão as próximas sondagens?

 

O senhor primeiro-ministro foi muito profissional, ao realçar, cirurgicamente, as medidas menos gravosas desmontando as expectativas mais pessimistas que se vinham desenhando.

 

Mas ainda não foi dito tudo. Amanhã, será apresentado o resto. Provavelmente, a factura que teremos de pagar.

 

Já nem as ajudas são de graça.

publicado por Theosfera às 21:25

«O laço essencial que nos une é que todos habitamos este pequeno planeta. Todos respiramos o mesmo ar. Todos nos preocupamos com o futuro dos nossos filhos. E todos somos mortais».
Assim escreveu (pertinente e magnificamente) John Kennedy.
publicado por Theosfera às 21:10

No rescaldo de toda a operação que pretendeu decapitar o comando da Al-Qaeda, a nossa consciência segreda-nos. Osama nunca pode ser um modelo, mas nem sempre Obama pode ser uma referência.

 

Osama jamais pode ser aprovado. Mas Obama também não pode ser aplaudido.

 

O envolvimento da fé, em toda esta trama, só adensa a carga de tragédia.

 

Nunca percebi a preocupação da Igreja em, proclamando a paz, demarcar-se do pacifismo. Este que, como atesta a História, foi a prática corrente da Igreja até Constantino.

 

O problema, que aliás tem sido estudado, radica aqui: a mensagem de Jesus, que supera a Lei de Talião, foi sendo monitorizada pelo Direito Romano, que retoma a Lei de Talião sob a égide de uma pretensa justiça retributiva.

 

Esta, no fundo, limita-se a aplicar ao criminoso o que o criminoso fez. Se o criminoso mata dve ser morto.

 

A bem dizer, esta justiça não passa de uma vingança oficializada.

 

Foi, de resto, o que se ouviu na Casa Branca: «Foi feita justiça». Foi?

publicado por Theosfera às 20:23

O mundo das religiões é um poço de contradições. É capaz do melhor e do pior.

 

Tudo depende do encaminhamento que damos ao absoluto de Deus. As vias são o amor, o poder e a violência.

 

Amor absoluto é uma bênção. Poder absoluto é um tormento. Violência absoluta é um perigo e pode ser a destruição.

publicado por Theosfera às 19:55

Aquando do 11 de Setembro, falava-se, com arrepiante estupor, daqueles que amam mais a morte do que nós a vida.

 

Agora, quando é eliminado um dos principais mentores do terror planetário, assinala-se que o seu ódio pelos inimigos era superior ao amor pelos filhos.

 

Parece algo inimaginável, mas está aí, à prova dos factos.

 

Se o amor não tem limites, o ódio também parece não conhecer fronteiras.

 

Há quem encare o ódio como uma espécie de prova de vida: «Odio, ergo sum» (odeio, logo existo).

 

Já Empédocles, um dos sábios pré-socráticos, admitia que, a par do amor, o ódio era uma das forças mais poderosas do mundo.

 

Acresce que muitos dos que se esmeram na arte de odiar gostam de se apresentar como devotos. Trazem a palavra Deus nos lábios, mas parecem ignorá-Lo com as suas acções.

 

Há certos posicionamentos teológico-espirituais que aparentam desconfiar mais do amor que do ódio.

 

Está tudo invertido. O amor é a palavra mais usada, mas o ódio parece ser a prática mais frequente. O que se faz, o que se diz e o que escreve aí está para o certificar.

 

Olhemos para os perseguidos de todas as épocas. Descobriremos algum motivo consistente para tantas perseguições?

 

Se descontarmos o ódio, encontraremos o vazio.

publicado por Theosfera às 10:57

É provável que esteja morta. Mas não é impossível que esteja viva.

 

Uma coisa é certa: Maddie McCann continua presente...desde que ficou ausente!

publicado por Theosfera às 10:30

Façamos o que nos compete.

 

Julgar não nos compete.

 

O juízo é de Deus (cf. Deut 1, 17).

publicado por Theosfera às 10:30

3 de Maio é dia de dois apóstolos, S. Filipe e S. Tiago. Dia também para recordar, gratamente, uma figura apostólica que muito me marcou. O senhor D. António de Castro Xavier Monteiro foi ordenado bispo nesta data.

 

Jamais poderei esquecer a sua estatura eclesial, espiritual, humana e intelectual. Também é impossível olvidar o carinho com que nos tratava.

 

A sua delicadeza sempre o distinguiu e nobilitou. Uma prece sentida. Uma recordação entremeada de saudades. Profundas. Imensas.

publicado por Theosfera às 10:29

Causou estranheza a muita gente que Barack Obama tivesse invocado o nome de Deus, por mais de uma vez, na comunicação onde anunciou a morte de Ben Laden.

 

O presidente do Peru foi mesmo ao ponto de considerar este o primeiro milagre obtido pela intercessão no novo Beato João Paulo II!

 

Como todos se lembram, o nome de Deus era também utilizado por Ben Laden e por outros terroristas.

 

Ora, isto reconduz-nos ao que José Saramago denunciara com a sua acidez impenitente. Parece que um deus andou a semear ventos e outro deus andou a colher tempestades.

 

Dir-se-ia que se a verdade é a primeira vítima da guerra, Deus não é a última.

 

Quando ouvimos mais depressa recorrer a Deus para a guerra do que para a paz, estamos a prestar um péssimo serviço Àquele a quem, supostamente, queremos louvar.

 

No fundo, dizemo-nos religiosos e nem sequer percebemos o básico do religioso: ligar e não desligar, muito menos eliminar.

 

A história religiosa está cheia de instrumentalizações que nos deviam fazer corar.

 

Enquanto não tolerarmos o discrepante, enquanto não avançarmos para o consensuante (estou a socorrer-me de fecundas expressões de Pedro Laín Entralgo), continuaremos longe do essencial.

 

O inquisidor de Dostoiésvsky censurava Jesus por ter colocado a liberdade à cabeça de tudo. Só que teimamos em não aprender com Ele.

 

Eliminar o diferente é uma tentação muito grande. De parte a parte.

 

Hoje, muitos vão deitar-se aliviados. Será que, amanhã, irão despertar sem medo?

 

Precisamos de algum tempo para saber se, com a morte de Ben Laden, o 11 de Setembro ficou liquidado ou se, pelo contrário, não continuará a ter penosas réplicas.

 

As trevas persistem em não nos deixar.

 

Sobre tudo isto, mantenho no essencial o que assumi aqui.

publicado por Theosfera às 00:01

O processo educativo não é o que nos convence daquilo que sabemos. É o que nos mobiliza para aquilo que podemos vir a saber.

 

Vladimir Nabokov estava certo quando defendeu que «a medida de uma educação é que adquirimos alguma noção da extensão da nossa ignorância».

 

Por isso é que a educação nos capacita para o primeiro (e fundamental) saber, sem o qual nenhum outro existe: o não saber.

 

Receio, pois, aqueles que estão sempre prontos a ensinar sem manifestarem qualquer disponibilidade para aprender.

 

Ser convincente é muito diferente de ser convencido.

 

Quanto mais se avança na aprendizagem, tanto mais se cresce na percepção de que é pouco o que se sabe, de que é muito o que há para saber.

 

Só a humildade espevita a procura e permite saciar a fome. A fome de saber, a fome de viver, a fome de ser...

publicado por Theosfera às 00:00

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