O acontecimento de Deus nos acontecimentos dos homens. A atmosfera é sempre alimentada por uma surpreendente Theosfera.

Sexta-feira, 15 de Abril de 2011

Creio que foi Talleyrand que afirmou: «Quando algo se torna urgente já é demasiado tarde».

 

Andamos sempre a reboque dos acontecimentos.

 

Até certa altura fizemos história. Actualmente, parece ser a história a fazer-nos. Ou, o que será mais adequado dizer, a desfazer-nos.

 

Portugal é dos países do mundo onde as pessoas mais trabalham. Mas nem por isso a produtividade é elevada.

 

Estamos focados no défice público, mas a actual situação tem muito que ver com os cidadãos. É sobretudo a banca e o investimento imobiliário que nos trouxeram para este ponto excruciante.

 

Ainda assim, era o pensamento dominante que nos instigava ao consumo.

 

Está na hora de redefinir um rumo para o país e para os seus cidadãos.

 

Recordo que, quando entrámos na então CEE, Mário Soares assegurou que «a solidariedade europeia nunca nos faltaria».

 

Mas não podemos viver sempre à boleia dos outros, até porque (v.g. o caso da Finlândia) a satuarção de quem ajuda começa a notar-se.

 

Vamos ter de nos habituar a viver com menos. O problema é que, em muitos casos, isso significará a insolvência, a fome.

 

Outorgámos um doutoramento a Lula da Silva, mas não cuidámos de lhe perguntar a fórmula para colocar o Brasil como uma potência emergente. (Isto apesar das assimetrias que persistem).

 

Mas ele não se tem escusado a pôr em público o que fez. A sua fórmula pode sintetizar-se em duas palavras: desenvolvimento com justiça.

 

Uma sociedade não cresce quando o lucro aumenta, mas quando todos têm acesso ao essencial. A cada um deve ser dado segundo a sua necessidade. De cada um deve ser pedido segundo a sua capacidade.

 

Tudo precisa, pois, de ser refundado: a vida política e a vida cívica.

 

O actual modelo está esgotado. 

publicado por Theosfera às 10:37

Na política, conta cada vez menos a substância e conta cada vez mais o acidente e, particularmente, o incidente.

 
Em vez de se atender à realidade que nos envolve, há quem nos procure afastar da realidade que nos cerca e vá até ao ponto de fabricar uma realidade que nos anestesia.
 
Durante a campanha, não há uma política centrada na realidade. Há, acima de tudo, uma realidade centrada na política.
 
É tudo muito vaporoso, mas tem os condimentos do espectáculo e logra atrair até os mais precavidos.
 
O homem-espuma, que se debruça sobre o que assoma à superfície dos dias, vai ocupando, assim, o lugar do homo sapiens, cada vez mais soterrado em tanto ruído informativo.
 
Tudo se concentra no flash.
 
 
A acção política vive muito de fait-divers com expressão cénica apelativa. O entretenimento entra com força nas campanhas.
 
A televisão sinaliza, à saciedade, a entorse em que nos encontramos no palco da vida: o telejornal é um convite à restrição do consumo (a crise não abranda!); já nos intervalos do telejornal, multiplicam-se os apelos à intensificação do consumo (com toda a sorte de publicidade aos mais diversos produtos!).
 
 Pela minha parte, auspicio que sobre algum espaço para a surpresa. E que a surpresa redunde em melhores dias para os pobres e em justiça e paz para todos!
publicado por Theosfera às 00:01

Quinta-feira, 14 de Abril de 2011

Não é só nas estantes que encontramos livros. Há grutas que têm alojado preciosas obras.

 

Há cinco anos, um beduíno jordano encontrou, numa gruta em Saham, uma colecção de 70 livros, todos mais pequenos que um cartão de crédito.

 

São de cobre e chumbo, com inscrições em hebraico.

 

Um dos códices tem gravada, na capa, a imagem de um homem com barba e cabelo encaracolado. Será de Cristo?

 

Os primeiros testes apontam para que tais livros sejam do século I. Seriam usados pelos cristãos como um código de ensino secreto, a fim de evitar a perda de conhecimento durante as perseguições.

 

Refira-se que, há cerca de sessenta anos, foram descobertos 930 manuscritos na região de Qumran, a cerca de vinte quilómetros de Jerusalém.

 

São textos bíblicos, comentários e histórias religiosas da época.

publicado por Theosfera às 21:13

A procura de Deus não passou de moda nem perdeu sentido.

 

O que acontece é que ela é feita no âmbito das inquietações que o tempo coloca.

 

A sensibilidade crítica está muito mais apurada que outrora.

 

Daí que a relação com a Igreja esteja marcada por uma atenção muito maior.

 

Até Joseph Ratzinger reconhecia, já em 1973: «Se, antigamente, a Igreja era a medida e o lugar do anúncio, agora apresenta-se quase como o seu impedimento».

 

E, no entanto, a saudade de Deus mantém-se, como salienta Vergílio Ferreira. Tal saudade - acrescenta - «é a inexaurível verificação da permamência de uma interrogação para a qual já não nos basta a resposta que nos deram».

 

Quem não se põe à escuta como pode esperar que o escutem?

publicado por Theosfera às 20:53

Cipriano de Cartago tinha certezas: «Ninguém pode ter a Deus por Pai se não tiver a Igreja por Mãe».

 

Pacheco Pereira não parece alimentar dúvidas: «Quanto mais perto da Igreja, mais longe de Deus» (cf. aqui).

 

Muitos séculos separam estas afirmações.

 

É importante não desperdiçar o capital de respostas. Mas é fundamental não desatender as inquietações que nos são dirigidas.

 

Há afirmações que podem não ser totalmente certas. Mas não podemos passar ao lado das experiências que não estão na sua base.

 

Antes de responder, o necessário é meditar.

 

A humildade da reflexão é sempre preferível à rapidez de uma (eventual) refutação.

publicado por Theosfera às 19:13

Nascemos no mesmo ano. Éramos formados na mesma área e, a maior das coincidências, fomos orientados pelo mesmo mestre. Que, aliás, sempre me falou muito bem dele.

 

Tinha uma função relevante no seu país. Era uma esperança para muitas pessoas.

 

Acabo de saber (aqui) que partiu.

publicado por Theosfera às 11:48

«É quando a situação é mais dura que a esperança tem de ser mais forte».

Assim escreveu (notável e magnificamente) Vergílio Ferreira.

publicado por Theosfera às 10:37

As raízes do futuro já estão a deixar-nos de sobreaviso quanto à qualidade dos seus frutos.

 

Um estudo recente diz que 15% dos jovens se magoa de propósito.

 

Trata-se de uma forma de auto-regulação emocional e de uma reacção à tristeza, à irritação e à desesperança.

 

Os motivos podem ser os mais sérios ou os mais fúteis como acharem-se demasiado gordos ou excessivamente magros.

 

O consumo de tabaco e de álccol está a diminuir, mas o recurso à haxixe tende a aumentar.

 

Más notícias para o futuro.

 

 

publicado por Theosfera às 10:34

Nem com a nebulosidade a pairar sobre o futuro conseguimos ter um golpe de asa na forma de fazer política.

 

Os partidos continuam a cavar fossos entre si em vez de unirem esforços em prol do país.

 

Junker até avisou para não pensarmos muito na campanha eleitoral.

 

É que, ganhe quem ganhar, o espaço de manobra vai ser escasso.

 

A governação do país está a ser desenhada, por estes dias, num gabinete algures na Avenida da Liberdade. Por quem? Nem sequer são portugueses. Nem sequer foram escolhidos por portugueses.

 

Atenção que esta ajuda não é apenas um auxílio. É também um negócio.

 

Não há almoços grátis. A gratuidade passou de moda.

 

O preço a pagar será estrondosamente elevado. E não é só em dinheiro que vamos pagar. 

 

Não alienemos um dos poucos capitais que nos resta: a esperança!

publicado por Theosfera às 10:25

O que mais impressiona, por estes dias, não é só a grandiosidade dos problemas.

 

É, acima de tudo, a falta de grandeza das lideranças.

publicado por Theosfera às 10:15

Quando a economia se separa da moral e, desse modo, se impõe à política, o resultado não é famoso.

 

Vítor Bento explica, de forma condensada e magistral, a importância da articulação entre as três disciplinas. E deixa bem claro, no opúsculo recentemente publicado, que a crise é também (e bastante) uma crise de valores.

 

O que a linguagem cifrada dos especialistas nos oculta nestes dias o documentário Inside Job permite ver com toda a crueza. 

 

Sem regras, qualquer actividade pode descambar. O sistema bancário norte-americano foi desregulado a partir da década de 1980. O poder político foi incapaz de antecipar qualquer medida. Houve quem recorresse ao crédito de forma descontrolada. Os vencimentos e os lucros dos quadros eram assustadoramente elevados.

 

Em 2008, o sistema ruiu. Muita gente perdeu as poupanças, os empregos e as casas. O mais curioso é que os responsáveis políticos, que de tudo sabiam e nada fizeram, mantiveram-se nos cargos.

 

Pormenor relevante: as agências de rating, tão severas na classificação das economias e dos bancos de muitos países, foram atribuindo as classificações mais elevadas (AAA) aos bancos norte-americanos em fase de desregulação.

 

O sistema financeiro global foi abalado com um prejuízo de mais de vinte triliões de dólares.

 

A responsabilidade está identificada. Mas os responsáveis não ficaram muito mal. Mal ficaram os cidadãos comuns.

 

Os mercados, como ainda ontem revelou um perito, andam sobressaltados e resolveram pressionar Portugal. O nosso desempenho não será totalmente exemplar, mas, ainda segundo aquele expert, não justificava a forte pressão.

 

Os Estados Unidos e, na sua escala, a Islândia já estão a recuperar. Nós, pelo contrário, ainda vamos na fase do diagnóstico.

 

Vejam Inside Job. É uma lição imperdível. Sobre aquilo que não deveria ser feito.

 

É um filme sobre a crise económica. E sobre o vazio moral.

 

A reter.

publicado por Theosfera às 00:00

Quarta-feira, 13 de Abril de 2011

Todos têm direito à opinião. Mas ninguém devia dá-la sem fundamento, sem correcção e, já agora, sem um pouco de elevação e urbanidade.

 

Outrora, os meios eram escassos e a selecção era apertada.

 

Hoje, a facilidade tende a fomentar a banalidade.

 

É muito fácil publicitar um ponto de vista. O cuidado para a sua elaboração é que se tornou bastante mais reduzido.

 

Opina-se muito com base no que se ouve, no que se vê, no que se intui. Não se faz o contraditório, não se testa a veracidade, é tudo demasiado instantâneo.

 

Como diz Umberto Eco, o computador veio mudar o mundo e mudá-lo depressa.

 

Outrora, a opinião tinha como base sobretudo o que se lia.

 

Ora, a leitura é um processo moroso, que envolve uma maturação e pressupõe uma preparação.

 

No passdo, ninguém vinha à televisão ou emitia pareceres em jornais sem se documentar devidamente.

 

Hoje em dia, há praticamente um jornalista no encalço das mais diversas personalidades.

 

O éter anda cheio de palavras, descodificadas à guisa de ruído.

 

Estamos a progredir. Estaremos a crescer?

publicado por Theosfera às 14:41

É a verdade que nos liberta.

 

É na liberdade que nos tornamos verdadeiros.

 

Fora da liberdade só há submissão, coacção.

 

Fora da liberdade, não nos sentimos em condições de dizer a verdade que dói nem de viver a verdade que inquieta.

 

Fora da liberdade só há constrangimento.

 

Quem entra em litígio com a verdade acaba por entrar em conflito com a liberdade.

 

A liberdade e a verdade andam juntas.

 

Os constrangimentos do nosso tempo podem levar a exercícios de contorcionismo perigoso.

 

Honra, por isso, a quem resiste. Ainda que se perca o emprego, não se perde a honra nem a dignidade.

 

Gostava que isto não tivesse acontecido.

 

No mês da liberdade, é preciso reflectir bastante. E inflectir depressa.

 

Enquanto o tempo avança, vamos deixar que os valores recuem?

publicado por Theosfera às 14:13

Há cinquenta anos começou a guerra colonial no (então) chamado ultramar.

 

Tantos lá sofreram. Muitos por lá morreram.

 

Fomos lutar pela terra. Mas o que lá deixámos foi sobretudo sangue. Muito sangue.

 

Ainda sinto os ecos dos gritos de tantas mães no funeral de seus filhos!

 

Lutar contra as evidências nunca foi um bom princípio.

 

Os anos 60 já não corriam fagueiros para impérios. Iria Portugal ser a excepção?

 

Ficou a cultura. Ficou a fé. Ficou a amizade.

 

Tudo podia ter terminado de outra forma.

 

Uma só vida é preciosa. Nenhum pedaço de terra justifica que o sangue se derrame.

 

Hoje não penso em quem ganhou ou perdeu. Penso, sim, em quem partiu, em quem lutou, em quem caiu.

 

A terra é sagrada. Mas, como lembra Shimon Peres, a vida humana é-o muito mais.

 

Portugal já não vai do Minho a Timor. Mas continua a ir por todo o mundo.

 

Desde recanto continuamos a partir.

 

Já não vamos dar novos mundos. Andamos a participar na (re)construção do mesmo mundo!

publicado por Theosfera às 12:08

Talvez por ter nascido de madrugada, cheguei a acreditar que o mundo iria entrar numa manhã de sol radioso sem crepúsculos.

 

Parecia não haver poente para tanta esperança.

 

Entusiasmava-me a evolução criadora, descrita por Henri Bergson. O humano aparentava seguir uma linha (imparavelmente) ascendente. Teilhard de Chardin gerava um estremecimento na alma.

 

Esqueci-me de que há ciclos. E noto que voltamos a mergulhar num tempo de vésperas.

 

O horizonte empalidece. A penumbra instala-se, de novo, na alma do mundo.

 

Uma nova noite está à porta. Um outro amanhecer acabará por despontar.

 

Quem cá estará para ver? 

publicado por Theosfera às 11:55

Já sabemos que a liberdade, sendo um direito sagrado, não é um absoluto. Será sempre relativa às pessoas que coexistem. A liberdade de uns não pode litigar com a liberdade de outros.

 

A França pode não apreciar o uso da burqa por parte de algumas mulheres islâmicas. Não faz parte da sua tradição. Só que os tempos mudam e o mundo tornou-se uma aldeia. Se, no passado, encontrámos europeus na África e na América, é natural que, actualmente, encontremos africanos, americamos e asiáticos na Europa.

 

Convém não esquecer que, no passado, os europeus não se coibiram de impor muitos dos seus hábitos lá fora. Como não aceitar que os outros vivam de acordo com os seus hábitos cá dentro? Desde que não os imponham, tudo se circunscreverá a uma questão de pluralidade.

 

Cada terra deixou de ser um quadro monocolor. Assemelha-se, cada vez mais, a um mosaico multicolor. Em cada terra acaba por estar toda a terra.

 

O poder tem obrigação de entender o zeigeist, o espírito do tempo. Arranjar problemas desnecessários não é um bom sintoma.

 

Até Timothy Gartom Ash, que não é propriamente um religioso, defende que «os homens e as mulheres devem poder fazer, dizer, escrever, desenhar e vestir o que quiserem, sempre que isso não cause danos aos outros».

 

Para quê ver um desafio onde, à partida, nada mais existe que afirmação de identidade? 

publicado por Theosfera às 11:44

Terça-feira, 12 de Abril de 2011

Disseram-nos que o rejeitado PEC IV era mau.

 

Asseguram-nos que com o agora negociado resgaste vai ser muito pior.

 

A nossa atracção pelo abismo parece incorrigível.

 

Será que um temporal forte será preferível a muitos dias de chuva?

 

O certo é que, com tudo isto, estamos a desconseguir melhorar o país.

publicado por Theosfera às 22:18

A palavra é um direito, mas o silêncio não deixa de ser um dever.

 

É sabido que os direitos só estão assegurados quando os deveres são cumpridos.

 

Na hora que passa, a turbulência das palavras é tal que um pouco de silêncio teria o sabor de um oásis. E o efeito de um bálsamo.

 

A realidade reclama o maior cuidado, mas as atenções concentram-se nas palavras. Nas palavras que todos dizem, mas que ninguém parece querer ouvir.

 

O frenesim é de tal ordem que a vontade de ser conhecido supera a necessidade de conhecer.

 

As palavras, sem o tempero que lhe advém de um pouco de silêncio, correm o risco de se sobrepor ao real, criando uma espécie de carapaça.

 

Há palavras que ferem. E não apenas os ouvidos. Há palavras que massacram o espírito, porque escondem em em vez de revelar. Porque desviam em vez de encaminhar. Porque obscurecem em vez de iluminar.

 

O silêncio pode ser, pois, uma forma de higiene. E uma terapia urgente.

 

A alma já não aguenta esta tempestade de palavras.

 

Umberto Eco põe-nos de sobreaviso ao alertar para o poder perverso da linguagem. Esta tanto serve «para dizer a verdade como para criar coisas que não existem, fazendo crer que têm existência real».

 

A força da falsificação - exorta o sábio - é muito grande e deveras tentadora. No princípio, desconfia-se. Mas, à força da insistência, acolhe-se.

 

Estes são tempos em que a imprevidência nos tenta e nos arrebata. Tudo entra em nossa casa sem filtro, sem critério e sem selecção. Damos crédito a qualquer coisa. Os vendedores de ilusões e os pregadores de catástrofes sabem disso.

 

Um pedido, por isso, aos que nos aparecem, a cada passo, com declarações, réplicas e tréplicas. Se não nos podem oferecer a verdade nas palavras, não nos privem, ao menos, da serenidade do silêncio.

 

É em alturas como esta que mais razão dou a Kahlil Gibran: «O silêncio dos homens está mais próximo da verdade do que as suas palavras».

 

Senhores governantes, políticos, economistas e comentadores: moderem as vossas palavras e oiçam o eco do nosso silêncio.

 

No que não é dito jaz muita dor. E subjaz muita desesperança.

 

Não deixem de ouvir quem já só espera nada esperar.

 

(a última expressão é adaptada de José Régio)

publicado por Theosfera às 21:00

Ao país é dada ajuda.

 

Mas ao povo só são pedidos sacrifícios.

publicado por Theosfera às 20:21

A linguagem que nos servem tem o condão de, quase sempre, nos esconder (ou maquilhar) a realidade.

 

Então no universo da Economia, a linguagem surge-nos cifrada, como se de uma cabala se tratasse.

 

Falam-nos de mercados que ninguém conhece, de resgate que ninguém sente, de agências de rating que ninguém sabe para que servem e, desde há tempos, de défault que ninguém entende.

 

A única coisa que se nota é o custo de vida a aumentar.

 

Viver está a tornar-se uma missão difícil.

publicado por Theosfera às 19:12

À primeira vista, parece que o non-sense se apoderou, definitivamente, da nossa vida, tal é a intensidade com o absurdo nos visita.

 

Na Alemanha, vai ser interposta uma providência cautelar que visa impedir a ajuda a Portugal.

 

Tentando descodificar o cenário, o cidadão comum encontra o seguinte: os que ajudam não querem ser prejudicados; o problema é que os que vão ser ajudados não serão muito beneficiados.

 

Entre nós, prepara-se, ao que dizem, um conjunto de medidas de austeridade como contrapartida ao apoio(?) recebido.

 

É a única forma de, usando palavras de Luís Amado, sairmos da situação de «humilhação e vergonha» em que nos encontramos.

 

Paradoxal tudo isto: uma ajuda que, pelos vistos, só traz prejuízos.

 

São estes que pertencem ao visível. Se houver vantagens, elas pairarão no invisível.

publicado por Theosfera às 16:42

A aceitação da realidade é um sintoma de bom senso e maturidade, mas sonhar é conatural ao ser humano.

 

Ultimamente, têm sido intentados vários ensaios da chamada história virtual. Tais ensaios começam pela pergunta:E se determinadas coisas tivessem sido diferentes?

 

Não adiantará muito especular, mas não custa nada perguntar.

 

A História da Igreja tem oferecido grandes rasgos e proporcionado enormes santos, mas não custa (e, aliás, isso tem sido feito) conjecturar um pouco.

 

Queria acontecido se S. Pedro não tivesse saído de Jerusalém?

 

Que teria acontecido, mais proximamente, se João XXIII tivesse vivido mais alguns anos?

 

Que teria acontecido se João Paulo I não tivesse morrido um mês após a eleição?

 

Que teria acontecido se o Cardeal Martini tivesse sido eleito papa?

 

Nunca saberemos. O corpo da Igreja seria o mesmo. O seu rosto, provavelmente, poderia ser um pouco diferente.

 

Não quer dizer que o que tem sido feito não seja bom.  Mas o que poderia ser realizado não seria menos inspirador.

 

A fidelidade ao passado é meritória, mas sente-se alguma falta do perfume das origens.

 

Há ciclos que se completam por inteiro. Mas nem por isso deixamos de olhar para o brilho que depressa se apagou. Nem deixamos de pensar no vislumbre da promessa do que nem chegou a começar.

 

Tudo segue o seu curso. Há manhãs que nunca passarão pelo entardecer. Ficarão como promessas de uma história por acontecer?

publicado por Theosfera às 11:59

Para Jesus, a Lei é para cumprir, mas está longe de ser um pretexto para condenar.

 

Quando respeitáveis figuras do Seu tempo Lhe apresentaram uma mulher caída em adultério, Jesus não respondeu o esperado; agiu de modo inesperado.

 

Sem contestar abertamente a Lei, perguntou se havia alguém que se sentisse com autoridade para condenar quem não a cumpria.

 

Se quem infringe tivesse de ser apedrejado, é caso para perguntar onde estariam os apedrejadores.

 

Jesus não aprovou a conduta da mulher, mas também não a condenou.

 

A função da justiça, para Jesus, é convidar à prática do bem e não penalizar quem cede ao mal.

 

Por vezes, mesmo em ambientes eclesiásticos, tendemos a manter uma concepção vindicativa da justiça. Esta é vista como uma espécie de vingança oficializada.

 

Não deixa de ser curioso notar as enormes dificuldades em seguir a reforma introduzida pelo próprio Jesus.

 

A chamada Lei de Talião integrava o famoso Código de Hamurabi, o mais antigo sistema legal descoberto pelo homem. De entre os seus 282 artigos, o mais célebre refere-se à punição para os crimes graves. O princípio estipulado era o da reciprocidade: o castigo devia ser proporcional ao crime.

 

A justificação da pena de morte estriba neste pressuposto.

 

É claro que há pessoas que, pela sua prática, não podem conviver de modo normal com a sociedade. Se são um perigo, têm de estar num lugar reservado.

 

Mas uma coisa é preservar a sociedade de quem a ameaça, outra coisa, bem diferente, é condenar quem erra.

 

A revolução instaurada por Jesus continua por cumprir. Mantém-se incumprida.

publicado por Theosfera às 11:42

Eis o acabado exemplo de como o gato acabará por apanhar o rato, por muito que este fuja.

 

A necessidade de aumentar as receitas tem levado o Estado a recorrer a todos os estratagemas.

 

Uma delas foi portajar as antigas SCUT.

 

A estimativa de dinheiro apurado tinha por base o volume de automóveis que costumavam usar tais vias.

 

Acontece que o número de veículos começou a diminuir.

 

Os recursos são cada vez menores. Outras estradas têm sido usadas.

 

Só que o Estado não desarma. Se as portagens não estão a render o esperado, deitará mão a outros expedientes.

 

Impostos mais altos, preços mais elevados, salários mais reduzidos são alguns dos ingredientes que continuarão a servir-nos.

 

Até quando?

publicado por Theosfera às 11:24

«As crianças aprendem mais a partir do que somos do que daquilo que lhes ensinamos».

Assim escreveu (sapiente e magnificamente) William du Bois.

publicado por Theosfera às 10:42

Hoje faz cinquenta anos que o primeiro ser humano viajou pelo espaço.

 

Depois de amanhã faz noventa e nove anos que o Titanic se afundou.

 

Dois acontecimentos, um duplo sinal: a peregrinação da humanidade pelo tempo vai baloiçando entre as alturas e as profundezas.

 

Os nossos sonhos fazem-nos chegar aos sítios mais altos.

 

Mas, muitas vezes, a realidade atira-nos para a profundidade mais funda.

 

Mas sempre é mais fácil cair quando se sobe do que subir quando se cai. Sobretudo quando se cai nas profundezas.

publicado por Theosfera às 10:40

«A dor só é verdadeiramente insuportável quando vivida em solidão».

Assim escreveu (notável e magnificamente) Rita Jonet.

publicado por Theosfera às 10:29

Segunda-feira, 11 de Abril de 2011

1. A Páscoa é sempre na Primavera, muitas vezes em Abril e, este ano, na véspera do 25 de Abril.

 

Nada disto é por acaso. Nada, aliás, acontece por acaso. Tudo isto tem um sentido. Poderemos captá-lo?

 

Para já, até o sol está a ajudar, conseguindo romper o negrume da crise.

 

Esta luminosidade primaveril deixa-nos entrever melhor o liame entre os dois acontecimentos.

 

A Páscoa é, antes de mais, libertação. E o 25 de Abril é, acima de tudo, liberdade.

 

Sem liberdade, ainda que se tenha tudo, subsiste a sensação de não se ter nada. Daí a confidência de Miguel Torga: «Só presto para ser livre».

 

O povo judeu prosperava no Egipto. Era admirado pela sua capacidade empreendedora. Tinha tudo. Só não tinha liberdade.

 

Apesar das vicissitudes, preferiu a inclemência do deserto à pretensa tranquilidade da escravidão. A Terra Prometida é, no fundo, o chão da liberdade.

 

Esta, porém, teve de ser conquistada com suor, com persistência, com altos e baixos, avanços e recuos.

 

Páscoa vem de peshah e significa passagem. A liberdade é um percurso que se trilha, uma estrada em que se corre.

 

Tudo é oferecido à partida. Mas nada está garantido sem caminhada. É necessário ter muita energia para não perder o caminho da liberdade.

 

 

2. Jesus Cristo é, todo Ele, um evento de liberdade.

 

S. Paulo percebeu isso e não se esqueceu de anotar que «foi para a verdadeira liberdade que Cristo nos libertou» (Gál 5, 1).

 

A libertação é abrangente e não deixa de lado a própria liberdade. Também a liberdade precisa de ser libertada.

 

É que a liberdade tende a ser conectada com mera ilusão de fruição pessoal. No limite, tal liberdade pode contender com a liberdade dos outros.

 

A liberdade, segundo Jesus, é a mais poderosa vacina contra a pior das doenças: o egoísmo.

 

O vértice da liberdade não está em fazer o que me apetece. O vértice da liberdade consiste na entrega voluntária da minha vida pelos outros.

 

De resto, Jesus teve o cuidado de advertir que, antes de ser alguém a tirar-Lhe a vida, era Ele que dava a Sua vida (cf. Jo 10, 18).

 

Jesus instaura, assim, um paradigma de existência radicalmente inovador.

 

 

3. Deste modo, toda a opressão é profundamente anticristã.

 

Em nome de Cristo, não pode haver a menor conivência com a exploração, com a escravização seja de quem for.

 

A mensagem de Cristo também reclama a libertação da ordem social injusta.

 

Não se pode ser cristão e, a pretexto de uma suposta neutralidade, patentear indiferença em relação às pessoas exploradas e aos povos oprimidos.

 

Muitas vezes, esta dimensão da liberdade foi esquecida e até contrariada.

 

Os seguidores de Cristo terão de ser paladinos da liberdade. Da liberdade integral.

 

 

4. Neste mês, em que até a natureza se liberta da prolongada sonolência do Inverno, há sobejos motivos para celebrar a liberdade.

 

Tal celebração não dispensa, entretanto, uma cuidada atenção e uma constante vigilância.

 

A liberdade, que é um dom e uma conquista, pode ficar em perigo quando a desligamos da justiça.

 

No nosso país, que reencontrou a liberdade há trinta e sete anos, há quem não se sinta livre.

 

Os constrangimentos à liberdade começam a alastrar. Há muitas condicionantes que entravam a sobrevivência e a auto-realização de cada um.

 

Quando se tolera que poucos possuam muito e muitos tenham pouco (ou quase nada), não é a liberdade que está a funcionar. É a liberdade que está a definhar.

 

Só há liberdade quando o essencial está à disposição de todos: alimento, habitação, saúde, educação.

 

A liberdade não obriga a que sejamos todos iguais. A liberdade é o que nos oferece a possibilidade de sermos diferentes. E o que garante que ninguém será prejudicado por essa diferença!

 

 

publicado por Theosfera às 14:41

«Quando alguém compreende que é contrário à sua dignidade obedecer a leis injustas, nenhuma tirania pode escravizá-lo».

Assim escreveu (lúcida e magnificamente) Mahatma Gandhi.

publicado por Theosfera às 10:51

Voltam a prometer que vamos mudar de política.

 

O que sabemos é que vamos ter de mudar de vida.

 

Como com menos dinheiro não se adquirem os mesmos bens, vamos ter de prescindir destes.

 

O corte já não se contenta com o supérfluo. Atinge também o essencial.

 

Vamos ter de partilhar. No fundo, vamos ter de aprender a dizer solidariedade não com os lábios, mas com a vida.

 

Os sinais deste tempo são eloquentes.

publicado por Theosfera às 10:28

 A dificuldade de os portugueses pagarem despesas essenciais como a prestação da casa, renda, água, luz e gás aumentou.

 

Até as vendas nas feiras caíram 85%. Nem os produtos mais baratos conseguem saída.

 

Este é, pois, o tempo das dívidas e das dúvidas.

 

As receitas descem, os preços sobem, as dívidas disparam.

 

Têm dívidas as pessoas. Tem dívidas o Estado.

 

Como sair desta situação?

 

Enquanto as dívidas aumentam, as dúvidas adensam-se.

 

Parece que nenhum caminho nos tira das imediações do abismo.

 

Que não enveredemos por um (des)caminho que nos atire para dentro dele.

 

A alternativa não é estimulante. A opção é estreita.

 

Aqui chegados, sentimos que não podemos falhar mais.

 

Mas não podemos deixar de arriscar.

 

Com ousadia, podemos perder. Sem ousadia, estaremos perdidos.

publicado por Theosfera às 10:06

Ainda há quem pense que o humano é um obstáculo para chegar a Deus. E que, em conformidade, preconize (e cultive) a desconfiança, o distanciamento ou o preconceito.

 

É a mentalidade que alavanca a célebre fuga do mundo. O pressuposto é linear: quanto mais longe do humano, mais perto do divino.

 

Ignora-se, porém, que tal atitude litiga fortemente com o essencial da Encarnação.

 

Jesus Cristo é onde o humano e o divino mais se tocam.

 

Jesus Cristo significa que até Deus assume inteiramente o humano.

 

Se foi pelo humano que Deus veio ao nosso encontro, será sempre pelo humano que nós chegaremos ao encontro de Deus.

 

Pela desumanidade é que nunca nos aproximaremos d'Ele.

 

Se em alguma coisa os cristãos devem ser peritos é, como lembrava Paulo VI, em humanidade.

publicado por Theosfera às 09:48

Domingo, 10 de Abril de 2011

Creio, como sempre me disseram, que Jesus é Deus.

 

Mas, mesmo que não mo dissessem, bastava olhar para Ele como Homem.

 

Humano como foi só mesmo alguém divino.

 

Não consigo pensar na Sua humanidade sem pensá-la como divina.

publicado por Theosfera às 19:03

Será verdade isto?

 

O autor é um economista reputado.

 

publicado por Theosfera às 18:56

Muito dinheiro vem a caminho. Para todos?

 

Já os sacrifícios não precisam de fazer caminho. Já cá estão. Para todos, não sei. Para muitos, seguramente.

 

O FMI já cá esteve e não foi o FIM.

 

No entanto, há muito de estranho em tudo isto.

 

A ajuda financeira será volumosa, mas tende a passar por invisível.

 

Já a austeridade que ela implica mostra-se bastante palpável.

 

O dinheiro será por causa de todos. Mas chegará a todos? Quanto aos sacrifícios, não há a mais pequena dúvida. Muitos vão pagar o que nem todos irão receber.

 

Já passámos por muitas tardes de turbulência e ainda não nos finamos.

 

Desta vez, há quem nos queira fazer crer que vamos atravessar uma longa noite. Voltaremos a ver um novo amanhã?

 

FMI é anagrama de FIM.

 

Mas até no fim há prenúncios de recomeço.

 

O cinto aperta. Mas a esperança não se deixará asfixiar.

publicado por Theosfera às 16:19

Nem a agressividade tenebrosa dos dias consegue apagar o brilho do olhar de uma criança.

 

Esse brilho não desaparece com os anos. Apenas se aloja nas profundezas mais recônditas da alma.

 

As chagas do quotidiano perturbam os olhos, mas não ofuscam o olhar.

 

À medida que o tempo passa, o olhar mais belo vai-se deslocando dos olhos para a alma.

 

Dostoievsky estava certo quando disse, em O Idiota, que «só a Beleza salvará o mundo». E foi soberanamente assertivo quando apresentou Jesus Cristo como o ser absolutamente belo.

 

O belo é uma dádiva. Pode vir como um silêncio eloquente, como uma palavra discreta, como uma brisa que nunca deixa de refrescar.

publicado por Theosfera às 14:14

Há muita coisa que lembramos. Há muita coisa que esquecemos.

 

A respeito de Jesus, são muitos os esquecimentos que amortecem as lembranças.

 

Lembramos, habitualmente, as doutrinas sobre Jesus. Mas tendemos a esquecer os gestos de Jesus, os sentimentos de Jesus.

 

O Evangelho deste Domingo, ao apresentar-nos um Jesus portentoso que devolve à vida um cadáver já sepultado, mostra-nos também um Jesus poderoso na Sua divina fragilidade.

 

Por vezes, a nossa frieza institucional não abre grande espaço para perceber, por exemplo, que Jesus também tinha amigos, que Jesus também gostava dos Seus amigos, que Jesus também sentia, que Jesus também chorava.

 

Jesus não teve vergonha de assumir o Seu pranto.

 

Só deve haver vergonha quando nos recusamos a ser humanos.

 

Jesus é a humanidade total. É o divino que emerge no humano sem freio.

 

Jesus é o diferente tornado realidade.

 

Ele o possível de todas as nossas impossibilidades.

 

Nem a morte faz recuar ou desistir.

 

Todos os lázaros deste mundo podem ter a certeza de que têm em Jesus um aliado, um companheiro, um irmão.

publicado por Theosfera às 13:29

Quando mais precisamos de aterrar na realidade, eis que nos oferecem (uma vez mais) um banho de encenação.

 

Quando não fala o chefe, fala-se do chefe.

 

Desde há uns anos, é sempre assim: minguam as ideias, sobram os aplausos.

 

É tudo muito oco, mas as massas alimentam-se à volta do chefe.

 

O «one man show», apesar de tudo, é um espectáculo muito apreciado. Cada vez se ouve menos polifonia. À nossa frente apenas a sinfonia de uma nota só: a do chefe!

 

Os tempos não são fáceis.

 

O tempo político gira à volta das eleições.

 

O tempo real precisa de quem se concentre nos problemas.

 

É aqui que nasce a contradição: para se ganhar eleições, não se pode falar das dificuldades.

 

Quando é que o triunfo voltará a surgir a quem prometa «sangue, suor e lágrimas»?

 

A verdade é admirada, mas parece estar sempre ao lado dos vencidos.

 

Já estamos em pré-campanha. Os vendedores de ilusões já estão em campo.

 

Dia 6 de Junho, voltarão a falar-nos da realidade.

 

Até lá, só uns espamos de verdade.

 

Gostaria que tudo fosse diferente. Mas, à esquerda, à direita e ao centro, tudo parece montado para continuar igual.

 

Entre comícios, tempos de antena, visitas aos lugares mais remotos e bandeirinhas, vamos coleccionar promessas de paraíso. Dia 6, lá nos dirão que, afinal, o abismo está mesmo aos nossos pés.

 

O que vale é que estamos há séculos nesta situação. E ainda não sucumbimos.

 

Somos uns sobreviventes.

publicado por Theosfera às 13:28

Sábado, 09 de Abril de 2011

Admiro, cada vez mais, quem não se resigna, quem não se conforma, quem se inquieta.

 

A fé é a paz da permanente inquietação.

 

A eternidade é onde sobre-existem os inquietos.

 

Felizes os que nunca se aquietam. Felizes os que aceitam inquietar-se e inquietar-nos.

 

Os que mais perguntam são, no fundo, os que mais perto estão da verdadeira resposta. Esta é sempre um ponto de partida para novas perguntas.

 

Bem-Aventurados os que sempre ousam. Os que nunca se sentam. Os que nunda desistem de bater à porta de muitas consciências adormecidas pelas respostas de sempre.

 

Venero os que sempre se levantam. E espevitam os que continuam sonolentos.

publicado por Theosfera às 00:00

Sexta-feira, 08 de Abril de 2011

Estamos a perder a sabedoria e a vacilar nos conhecimentos.

 

Que, ao menos, não se evapore a réstia de bom senso que, ainda, subsiste.

 

Descartes achava que o bom senso era a coisa mais difundida pelos homens.

 

Às vezes, não parece.

 

Na hora que passa, baixemos o tom e elevemos o nível.

 

Sigamos o bom senso.

publicado por Theosfera às 10:36

É uma tentação muito grande, esta: fazer da vida um imenso palco no qual cada um representa um papel.

 

A autenticidade fica minada e, por isso, a confiança torna-se corroída.

 

O regresso à verdade é o caminho.

 

publicado por Theosfera às 10:33

Quinta-feira, 07 de Abril de 2011

Passamos o tempo a negar aquilo que a realidade nos mostra.

 

Como é que podemos transformar o que negamos?

 

Invocar a situação dos outros é importante, mas, por si só, é pouco eficaz.

 

Que adianta falar das doenças dos outros se não cuido de tratar do mal que me afecta?

 

O primeiro passo para a cura é assumir a doença.

 

Há uma pandemia ética a avassalar-nos.

 

Um surto de verdade é a única via, a única vida.

publicado por Theosfera às 16:39

Num caos de contornos labirínticos, é natural que não seja fácil ver por onde começar a tão necessária recuperação.

 

Mas só há um caminho: a educação.

 

Acontece que, neste momento, também o mundo da educação é mais o sintoma da crise do que o sinal da superação da crise.

 

E, aqui, o problema não se restringe (longe disso) à escola. A educação começa (e, muitas vezes, acaba) em casa.

 

Já estamos todos tão sufocados pelo novo paradigma educacional que mal divisamos um rumo diferente.

 

Todas as discussões, aliás, ocorrem dentro do mesmo paradigma. Limitam-se a propor melhorias, quando o importante seria apostar na diferença.

 

Quando se diz que temos a geração mais preparada de sempre, diz-se uma parte da verdade.

 

Não há dúvida de que nunca, como hoje, houve tanta gente diplomada.

 

Só que a formação escolar e o percurso académico tendem, cada vez mais, a privilegiar as competências. Temos muita gente competente nas tecnologias.

 

E isso é, indiscutivelmente, importante. Mas não chega.

 

Só haverá mudança na sociedade quando a educação voltar a priorizar os valores, os princípios, a conduta, a ética, a sabedoria e as humanidades.

 

Nada disto faz obscurecer o lugar da técnica. Pelo contrário, dá-lhe uma nova luz.

 

Só com um novo paradigma de educação seremos sensíveis à situação das pessoas, que são muito mais que números.

 

Só com um novo paradigma de educação olharemos de outra forma para os desempregados, para os desalojados.

 

Só com um novo paradigma de educação sofreremos com quem sofre.

 

Em suma, precisamos de especialistas do universal.

 

O problema actual não é só (nem principalmente) financeiro ou económico.

 

É muito mais vasto, muito mais fundo.

 

Ir à raiz é fundamental. Sem raízes não há frutos.

publicado por Theosfera às 10:43

À medida que o tempo passa, cada vez nos capacitamos mais de quão temerário e leviano é o longo processo eleitoral em que nos embrulhamos.

 

Governo e Oposição têm de apostar mais em dialogar do que em querelar.

 

Todas as energias são poucas para fazer sair o país da depressão em que caiu.

 

Acresce que, por muito que nos doa (e vai doer cada vez mais), não parece haver grandes alternativas.

 

As eleições podem gerar alternância. Mas não é expectável que ofereçam alternativa.

 

É de fora que vêm as regras. Somos meros executivos e nem os que se apresentam como decisores podem aspirar a algo que não seja executar o que outrem, lá fora, decide.

 

As sondagens destapam-nos um país completamente baralhado.

 

Se é para tudo continuar igual (pensarão não poucos), que fiquem lá os mesmos.

 

Os dois principais partidos têm valores percentuais muito próximos.

 

Não há nenhuma vaga de fundo num ou noutro sentido.

 

E, afinal, a austeridade que foi chumbada em finais de Março acabará por nos ser servida lá para meados de Abril.

 

Agora, que o sol aquece, os ânimos permanecem cinzentos e o coração mantém-se frio. A tiritar de incerteza. 

publicado por Theosfera às 10:31

As nossas vitórias sobre a morte podem ser muitas, mas todas elas são precárias.

 

A vitória da morte sobre nós é apenas uma, mas é definitiva.

publicado por Theosfera às 10:20

Quarta-feira, 06 de Abril de 2011

No mesmo dia, dois quadros que contrastam, duas realidades que colidem, dois mundos que não ligam.

 

Foi nesta quarta-feira que se soube que muitas escolas vão estar abertas nas férias da Páscoa para dar refeições aos alunos com carências alimentares.

 

E foi também nesta quarta-feira que tomamos conhecimento de que muitos destinos de férias já estão esgotados para a Páscoa.

 

Portugal é uma terra com dois países.

 

A distância entre eles é muito superior à que afasta o Minho do Algarve.

 

São dois países sem contacto, que não interagem.

 

Um desses países vive cada vez melhor. O outro sobrevive cada vez pior.

 

Só que, como alertava Morin, «sobreviver não é viver».

 

A crise é uma coisa muito selectiva e, de certo modo, aristocrata. Poupa uns quantos e arrasta, na sua voragem, uma imensa maioria de sofredores.

publicado por Theosfera às 23:31

Estava escrito. O dinheiro da Europa tinha de vir. E, como já dizia Garrett, «o que tem de ser tem muita força».

 

Não são as palavras que fazem frente à ditadura dos factos.

 

Aquilo que se tentou, primeiro, negar e, depois, adiar tornou-se inevitável.

 

A ajuda europeia tinha de vir e veio. Há-de vir também a factura.

 

Dizem que não temos alternativa.

 

As lideranças seguem atrás da realidade. Não haverá condições para irem à frente.

 

Mas o líder é o que vê longe e decide antes.

 

Esperávamos líderes que fizessem épocas. Mas são as épocas que fazem os líderes.

 

E a nossa época não está para grandezas.

publicado por Theosfera às 23:18

No imaginário da maioria, o mundo está à beira do fim.

 

O cenário parece montado: crise económica, insegurança na rua, trabalho precário, ausência de perspectivas, vazio de valores, transtorno de referências, extremismos à solta, alterações climáticas, ameaça de catástrofe nuclear.

 

Há uma sensação de fim. Algo semelhante à proximidade do abismo.

 

Quero acreditar que estamos no limiar de um novo começa.

 

Como sentenciava o sábio, é quando parece que tudo acaba que tudo verdadeiramente começa.

 

E, de facto, parece que (quase) tudo está a acabar...

publicado por Theosfera às 12:04

O problema do nosso país carece de uma intervenção rápida, mas precisa, ainda mais, de um tratamento longo.

 

Acresce que, só com a intervenção rápida, o problema subsiste.

 

A intervenção rápida chama-se capital material. O país precisa de dinheiro.

 

Palpita-me, porém, que esta vai ser uma reclamação que vamos fazer muitas vezes.

 

O tratamento longo tem que ver com os valores que perdemos, com os princípios que abandonámos, com a ética que fizemos evaporar.

 

Esse tratamento não se faz de um dia para o outro. Mas sem ele a degradação prosseguirá. Com a agravante de que nem nos aperceberemos da enfermidade.

 

Umberto Eco assinala que, agora, é que estamos verdadeiramente no vazio. No vazio vaticinado, há duas décadas, por Lipovetsky.

 

Um dos mais perigosos sintomas desse vazio é continuarmos a ver muita gente cheia de si.

 

Esbanjámos o importante. E andamos a desfrutar o urgente. Até quando?

publicado por Theosfera às 11:25

«A educação tem raízes amargas, mas os seus frutos são doces».

Assim escreveu (superior e magnificamente) Aristóteles de Estagira.

publicado por Theosfera às 11:18

Prossegue o esticar da corda e o extremar dos campos.

 

Dizem que a ajuda externa é necessária. Mas ninguém está disposto a requisitá-la.

 

Há quem se lembre do povo para chegar ao poder. Mas que se esqueça do mesmo (e massacrado) povo na hora de exercer o poder.

publicado por Theosfera às 11:15

O que pode correr mal acaba, quase sempre, por correr pior.

 

O optimismo tem um adversário muito poderoso e bastante cruel: a realidade.

 

Se nada fizermos, estaremos a ser coniventes com quem faz.

 

A inércia nada resolve. A violência tudo degrada.

 

Já não basta reflectir. É hora de inflectir.

 

Caso contrário, o que agora é algo que nos espanta tornar-se-á uma banalidade que nos devora.

 

E aí talvez já nem seja notícia. 

publicado por Theosfera às 11:11

Terça-feira, 05 de Abril de 2011

São tempos de excessos, estes. A qualquer coisa que nos ocupe antepomos facilmente (excessivamente?) o prefixo hiper.

 

Mesmo em tempo de crise, continuamos presos ao hiperconsumo e é por isso que não dispensamos o hipermercado.

 

Seduzidos pela hipertecnologia, tanto somos marcados pelo hipertexto como fascinados pelo hipercorpo.

 

Sentimo-nos ora hiperfelizes, ora hiperdesiludidos. Em suma, é tudo hiper, inclusive a decepção. Hiperdecepcionados é como nos encontramos muitas vezes.

 

Estamos, pois, não na pós-modernidade, mas em plena hipermodernidade.

 

A modernidade não chegou ao seu termo, mesmo que, em muitos sectores, provoque saturação. Há aspectos da modernidade (decorrentes sobretudo da revolução tecnológica) que estão a ser radicalizados.

 

Daí que Gilles Lipovetsky tenha proposto o conceito de hipermodernidade não como contestação da modernidade, mas como radicalização dos seus princípios designadamente o progresso técnico, a industrialização e a valorização do indivíduo.

 

O quadro da hipermodernidade, para o sociólogo de Grenoble, é «uma sociedade liberal, caracterizada pelo movimento, pela fluidez, pela flexibilidade; indiferente, como nunca antes se foi, aos grandes princípios estruturantes, que tiveram de se adaptar ao ritmo hipermoderno para não desaparecer».

 

Trata-se, portanto, de um ambiente que tende para a exacerbação e para o descontrolo. O consumo continua em alta bem como o desperdício.

 

Este afã é também pilotado pela quebra das referências. Escasseiam referências na política, na cultura e até na religião. «As pessoas não têm referenciais e, ao primeiro choque, caem num abismo de desamparo e frustrações».

 

Eis, assim, os principais ingredientes da sociedade da decepção, título de mais um livro de Lipovetsky. E tópico para percebermos o nosso estado de espírito perante o mundo e a vida.

 

Decepcionados, portanto. Que, apesar disso, a história não nos encontre tolhidos nem desmobilizados.

 

Uma decepção não é impedimento para uma transformação.  

publicado por Theosfera às 14:24

«O talento vem de Deus. Tem humildade. A fama vem dos homens. Tem gratidão. A arrogância vem de ti. Tem cuidado».

Assim escreveu (certeira e magnificamente) John Wooden.

publicado por Theosfera às 11:52

Às vezes, precisamos de sair para melhor reentrar. Temos necessidade de um longe que nos mostre aquilo que está mais perto.

 

Concretamente, há intuições no Budismo que nos presenteiam com o que de melhor existe no Cristianismo. Só que, não raramente, esse melhor está esquecido, subjugado, soterrado.

 

Pensemos na verdade. Tendemos a aferi-la pela autoridade ou, então, a extraí-la a partir da pura racionalidade.

 

E, depois, passamos o tempo a litigar por causa dela. Nem damos conta de que fazemos obscurecer a bondade.

 

Se pegarmos numa súmula de ensinamentos budistas, é natural que nos sintamos transportados para os antípodas daquilo a que estamos habituados.

 

Enquanto oferente de um olhar sobre a verdade, Buda não fez assentar a verdade nos sentidos nem tão-pouco na racionalidade.

 

«Os sentidos são o primeiro passo da verdade, mas não há aí espaço para a verdade, apesar de os sentidos poderem brilhar com um halo de beleza e de vida».

 

Já a racionalidade «é uma espada de dois gumes, que serve o propósito do amor, mas também o propósito do ódio. A racionalidade é a plataforma sobre a qual está a verdade. Nenhuma verdade é atingida sem a razão. Porém, na mera racionalidade não há espaço para a verdade, apesar de ser o instrumento que domina as coisas do mundo».

 

Então? Para o Budismo, «o trono da verdade é a rectidão; e o amor, a justiça e a boa vontade são os seus ornamentos. A rectidão é o local onde a verdade reside e aqui, no coração da humanidade que aspira à realização da rectidão, há um amplo espaço para uma riquíssima revelação da verdade».

 

Jesus não teria dificuldade em subscrever. Uma vida recta é o maior (a bem dizer, o único) esplendor da verdade.

publicado por Theosfera às 11:16

O compasso de espera, que o país está a viver, afoga as pessoas no torpor e no desânimo.

 

Ao que nos dizem, há uma prioridade iminente: solicitar auxílio ao estrangeiro.

 

Sucede que, não obstante tal iminência, ninguém quer dar tal passo.

 

A confiança, que é sempre o capital mais precioso, vai-se degradando.

 

Poderia vir alguma luz das palavras que circulam. Mas, dada a turbulência que as acompanha, só a obscuridade dá sinais de crescer.

 

Estamos perto de cair? Prefiro pensar que estamos perto de nos reeguermos.

 

Depois da queda, acredito que não ficaremos eternamente caídos.

 

Só morrreremos se pararmos. Se avançarmos, sobreviveremos.

 

Mesmo que não saibamos o que nos espera, é, pelo menos, alentador vislumbrar o inesperado.

publicado por Theosfera às 10:29

«Há algo de ameaçador num silêncio muito prolongado».

Assim escreveu (subtil e magnificamente) Sófocles.

publicado por Theosfera às 10:23

A vida é feita de muitas ausências. É tecida de muitos desencontros. É condimentada com muitos mistérios.

 

Só tarde, habitualmente muito tarde, é que nos apercebemos da falta que nos fazem as presenças rejeitadas, os encontros desaproveitados e os mistérios não acolhidos.

 

O sentido está à nossa espera quando captamos a subtileza da mensagem. Muitas vezes, escapamos quando ela nos visita.

 

Mas há sempre uma possibilidade de recomeçar.

publicado por Theosfera às 00:00

Segunda-feira, 04 de Abril de 2011

Não é necessária uma reclusão tão grande como a do imperador do Japão. Mas uma verborreia constante como a da nossa classe política começa a ser saturante e, por isso, contraproducente.

 

Independentemente do nome do senhor Primeiro-Ministro, o país precisa de uma atitude genuinamente socrática.

 

É fundamental dar à luz à verdade através da escuta e de um diálogo substantivo.

 

Ironia ainda vamos tendo, embora a um nível muito rudimentar. Mas precisávamos de uma grande dose de maiêutica

 

Mas isso está longe de acontecer. Neste tempo soalheiro, estamos a assistir a uma prolongada tempestade. De palavras.

publicado por Theosfera às 21:25

1. Pode parecer estranho, mas um dos maiores seguidores de Jesus jamais pertenceu à Igreja.

 

Nasceu hindu, nunca foi baptizado e até dizia que não gostava dos cristãos. E, no entanto, poucos como ele terão posto em prática os ensinamentos de Jesus.

 

Se olharmos para os últimos cem anos, não é fácil encontrar alguém tão parecido com Jesus no modo de encarar a vida.

 

«Quando penso em Gandhi, penso em Jesus Cristo», disse, em 1921, o pastor John Heynes Holmes, que acrescentava: Gandhi «vive a sua vida, prega a sua palavra, sofre, luta e, um dia, vai morrer pelo Seu Reino na terra».

 

Palavras premonitórias estas, que seriam concretizadas a 30 de Janeiro de 1948, quando Gandhi foi assassinado.

 

Se Jesus é único, não há dúvida de que Gandhi tem também muito de singular. Como bem referiu Albert Einstein, «as gerações futuras vão ter dificuldade em acreditar que, alguma vez neste mundo, viveu uma pessoa em carne e osso como ele».

 

 

2. A grandeza de Gandhi não estava tanto na sua palavra ou nas suas acções. No que dizia e no que fazia, adivinhava-se, sim, a grandeza da sua alma.

 

Oportuna foi, por isso, a designação que lhe foi atribuída por outra grande figura da civilização indiana. Rabindranath Tagore, Prémio Nobel da Literatura em 1913, chamou a Gandhi alma grande, em hindu Mahatma.

 

Foi este o título que começou a introduzir o seu nome: Mahatma Gandhi.

 

Não precisou de abandonar a cultura do seu povo para se abrir a outras influências.

 

Quando estudava em Londres, comprou uma Bíblia. Como se compreende, o Antigo Testamento desapontou-o, mas o Novo Testamento convenceu-o e seduziu-o.

 

E foi assim que a má impressão que lhe tinha deixado o contacto com alguns missionários na Índia se alterou.

 

O Sermão da Montanha «agradou-lhe particularmente». Ficou completamente fascinado com algumas passagens que articulava com textos da sabedoria hindu.

 

Em coerência com os princípios que professava, assumiu a promoção da independência da Índia, mas sem recorrer a meios violentos.

 

 

3. Gandhi venerava Deus «apenas como verdade». Achava que, em cada pessoa, encontra-se uma centelha da verdade divina e esta manifesta-se através «daquilo que a voz do interior diz a cada um».

 

Por conseguinte, Gandhi seguia muito mais essa voz interior do que quaisquer afirmações de amigos, livros ou doutrinas.

 

Aceitava existirem «inúmeras definições de Deus, pois as Suas manifestações são infinitas». É só pela não-violência (ahimsa) que se obtém a intuição recta e se trilha o caminho certo.

 

O esforço por chegar a Deus, que dura toda a vida, é inseparável do «serviço a todas as pessoas». É que «a única via para encontrar Deus consiste em reconhecê-Lo na Sua criação e em ser um só com Ele».

 

Esta percepção reclama uma abertura total: «Se me convencesse de que Deus estava numa gruta dos Himalaias, dirigir-me-ia imediatamente para lá. Mas sei que não O posso encontrar noutro sítio que não seja na Humanidade».

 

Como Jesus, Gandhi apostou a sua vida nos valores em que acreditava. Mas, também como Jesus, nunca pôs em risco a vida dos outros para os defender.

 

 

4. O caso de Gandhi ilustra bem como Jesus vai muito mais além das fronteiras de uma instituição.

 

A Igreja é certamente um meio importante para chegar a Jesus, mas não é o veículo exclusivo para aderir a Ele.

 

Mais do que o alicerce de uma religião em particular, Jesus surge como inspirador de uma conduta de alcance universal.

 

A história da Igreja atesta que, relativamente a Jesus, há muitas sombras dentro dela e imensas clareiras fora dela.

 

É sobretudo no ser humano que a mensagem de Jesus resplandece.

 

E não há dúvida de que, quanto a isto, Gandhi captou como poucos o essencial da proposta de Jesus.

 

Não é só pelos rituais que nos afirmamos como cristãos. É, acima de tudo, pela construção de uma humanidade nova, alicerçada na não-violência, no respeito por todos e na defesa da dignidade de cada um.  

 

Gandhi documenta à saciedade que, em relação a Jesus, há quem esteja longe parecendo estar perto. E há quem esteja perto aparentando estar longe.

 

Aqui, não é a doutrina que determina; é o testemunho de vida que decide.

 

publicado por Theosfera às 14:28

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