Cada progresso acarreta sempre um retrocesso, avisa Edgar Morin.
Sempre terá sido assim, mas, presentemente, o saldo negativo parece mais notório.
A net constitui um avanço, mas não deixa de trazer alguns alertas preocupantes.
A pressa com que tudo ocorre, a falta de profundidade do pensamento e a ausência de um raciocínio sustentado obtêm uma exposição como nunca se tinha visto.
Há quem esteja desapontado. Mário Vargas Llosa, não poupando nos termos, entende que a net «está a liquidar a gramática», provocando uma espécie de «barbárie sintáctica».
Nada macio, avisa: «Se escreves assim é porque falas assim; se falas assim é porque pensas assim; e se pensas assim...» (não cito o resto).
É possível, continua, «que as pessoas sejam mais felizes assim. Não sei».