O acontecimento de Deus nos acontecimentos dos homens. A atmosfera é sempre alimentada por uma surpreendente Theosfera.

Sábado, 23 de Abril de 2011

 

Mons. Eduardo António Russo foi um homem de dedicação extrema e generosidade ilimitada.

 

Quanto aos problemas, a sua grande preocupação era: evitá-los, enfrentá-los e resolvê-los.

 

Procurou sempre amortecer ânimos mais exaltados.

 

Apesar da idade, nunca regateou esforços, trabalhando até ao último dia e entregando-se até ao derradeiro instante.

 

No trato com os sacerdotes era afável, recto e verdadeiro. Teve como objectivo prioritário ajudá-los na sua acção pastoral e auxiliá-los nas mais diversas questões que lhes surgiam.

 

Devoto de Nossa Senhora dos Remédios, foi d’Ela um fiel servidor. O serviço como Juiz da Irmandade entusiasmava-o e mobilizava-o por dentro e por fora.

 

Morreu há quatro anos.

 

Mantinha um bom relacionamento com toda a gente. Era de Soutelo por nascimento, tornou-se lamecense por adopção.

 

Sentiremos muito a sua falta. Sentiremos sempre a sua intercessão.

publicado por Theosfera às 20:12

Os sábios conseguem as palavras certas (até) para as atitudes erradas.

 

O que vou contar refere-se a um ilustre professor universitário, falecido no início de 2010.

 

Trata-se do Padre Manuel Barbosa da Costa Freitas e a evocação pertence a José Rosa, na revista da Sociedade Científica da Universidade Católica.

 

Diz o articulista que, na personalidade do mestre, coexistiam uma inteligência fulgurante e uma inocência pura. Estes são, de facto, os maiores ingredientes da sabedoria.

 

Sem bondade, que por vezes aparenta rasar a ingenuidade, é a própria inteligência que fica obscurecida.

 

Era com este espírito que o Padre Costa Freitas costumava repetir quando sentia aproximar-se o ocaso da sua peregrinação terrena: «As pessoas perdoam-nos facilmente o mal que fazemos; mas algumas nunca perdoam o bem que lhes fizemos».

 

Porquê? Aí é que está a dificuldade. Não há qualquer vislumbre de explicação. Nem os sábios a lobrigam. Será que tal resposta existe?

 

Trata-se de um facto que está na vida. Inexplicável. Mas presente. Há,pois, que contar com ele.

 

Há que pense que isto é uma simples boutade. Mas trata-se de uma enorme verdade. Há quem nunca perdoe o bem...

publicado por Theosfera às 20:06

Hoje é o dia mundial do livro. A melhor forma de o celebrar é ler.

 

É bom que se leia.

 

Podemos ler o jornal, ler pela net. Mas confesso que ler o livro conserva um sortilégio indescritível.

 

A leitura de um livro é uma emanação que replica a leitura da vida.

 

Num livro palpita a vida.

 

É preciso tempo e também paciência para escrever e para ler.

 

Um livro anda, muitas vezes, na vida antes de aparecer em livro.

 

Sucede igualmente que, ao folhearmos um livro, ficamos com a sensação de que era aquilo mesmo que nós gostaríamos de escrever. Só que houve alguém que o captou primeiro.

 

Um livro tem de ser um acto de sinceridade. Tem de ter alma. Isso é muito mais importante que ter estilo.

 

É com pesar que leio a notícia de um possível plágio numa tese de doutoramento.

 

Espero que seja mentira.

 

Citar é uma coisa, é pedir e é reconhecer o mérito a quem nos facultou a ideia.

 

Plagiar é outra coisa, é furtar e é tentar iludir. É dar a entender que uma coisa nos pertence quando ela foi subtraída a outrem.

 

Reconheço que, hoje em dia, não é fácil ser original.

 

Às vezes, em nome de uma pretensa originalidade, cometem-se os maiores dislates.

 

O importante é ser autêntico. É que se vislumbre a alma daquele que, sob uma palavra, quis estar perto de nós.  

publicado por Theosfera às 20:04

É para o alto que vamos.

 

É do fundo que partimos.

publicado por Theosfera às 10:20

Onde esteve Jesus desde a Sua morte até à Sua ressurreição?

 

Eis um dos mais estimulantes convites à procura do saber e, ao mesmo tempo, um dos mais poderosos certificados do não-saber. Não é ilícito procurar aquele, mas é importante aceitar este: não é o não-saber uma das expressões mais vivas do saber?

 

Escutemos o que diz Hans Urs von Balthasar: «Eloquentes quando descrevem a paixão de Jesus vivo até à morte e sepultura, os Evangelhos tornam-se naturalmente silenciosos quando se trata do tempo

que medeia entre o sepultamento e a ressurreição.

 

Devemos estar-lhes gratos por isso. O silêncio pertence à morte, não apenas no que se refere à tristeza dos que sobrevivem, mas, principalmente, em relação ao paradeiro e à situação do morto».

 

Mas, sinceramente, quem lê este magnífico texto fica com a impressão de que von Balthasar até presenciou o que aconteceu.

 

O saber que resulta deste não-saber primordial permite-nos chegar ao essencial: este acontecimento (descida de Jesus à terra) «é sobretudo salvífico, significa a introdução dos frutos da Cruz no abismo da perdição e da morte».

 

Há uma passagem no Evangelho de Nicodemos que ilustra esta afirmação: «À meia-noite, um clarão de sol penetrou naquelas trevas e todos os recantos do Hades tornaram-se luminosos»!

 

Mas, amigo leitor, leia mesmo este texto de von Balthasar. Ficará como eu: extasiado!

publicado por Theosfera às 09:42

No Sábado Santo não há nenhuma liturgia oficial. As igrejas estão vazias. Os altares desnudados. Os tabernáculos abertos e vazios. As velas apagadas. O silêncio pervade todos os ambientes. É uma experiência de recolhimento e atitude de espera.

Tudo para lembrar que Cristo desce à mansão dos mortos e assume o destino e a limitação do ser humano. Ele é solidário até o fim e faz a descida da morte, entra no seu mistério, para sair vitorioso e abrir para todos um caminho de luz e esperança.

 

Não é, por isso, sábado de aleluia: aleluia é só a partir de Domingo.

 

A Vigília Pascal, cronologicamente, começa no sábado. Mas, kairologicamente, decorre já no Domingo.

 

Isto porque o povo a que Jesus pertenceu considera que o dia começa quando o sol se põe. 

 

Portanto, o sábado é um dia de reflexão, meditação e expectativa.

 

O Senhor ressuscitará.

publicado por Theosfera às 09:40

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