O acontecimento de Deus nos acontecimentos dos homens. A atmosfera é sempre alimentada por uma surpreendente Theosfera.

Quarta-feira, 06 de Abril de 2011

No mesmo dia, dois quadros que contrastam, duas realidades que colidem, dois mundos que não ligam.

 

Foi nesta quarta-feira que se soube que muitas escolas vão estar abertas nas férias da Páscoa para dar refeições aos alunos com carências alimentares.

 

E foi também nesta quarta-feira que tomamos conhecimento de que muitos destinos de férias já estão esgotados para a Páscoa.

 

Portugal é uma terra com dois países.

 

A distância entre eles é muito superior à que afasta o Minho do Algarve.

 

São dois países sem contacto, que não interagem.

 

Um desses países vive cada vez melhor. O outro sobrevive cada vez pior.

 

Só que, como alertava Morin, «sobreviver não é viver».

 

A crise é uma coisa muito selectiva e, de certo modo, aristocrata. Poupa uns quantos e arrasta, na sua voragem, uma imensa maioria de sofredores.

publicado por Theosfera às 23:31

Estava escrito. O dinheiro da Europa tinha de vir. E, como já dizia Garrett, «o que tem de ser tem muita força».

 

Não são as palavras que fazem frente à ditadura dos factos.

 

Aquilo que se tentou, primeiro, negar e, depois, adiar tornou-se inevitável.

 

A ajuda europeia tinha de vir e veio. Há-de vir também a factura.

 

Dizem que não temos alternativa.

 

As lideranças seguem atrás da realidade. Não haverá condições para irem à frente.

 

Mas o líder é o que vê longe e decide antes.

 

Esperávamos líderes que fizessem épocas. Mas são as épocas que fazem os líderes.

 

E a nossa época não está para grandezas.

publicado por Theosfera às 23:18

No imaginário da maioria, o mundo está à beira do fim.

 

O cenário parece montado: crise económica, insegurança na rua, trabalho precário, ausência de perspectivas, vazio de valores, transtorno de referências, extremismos à solta, alterações climáticas, ameaça de catástrofe nuclear.

 

Há uma sensação de fim. Algo semelhante à proximidade do abismo.

 

Quero acreditar que estamos no limiar de um novo começa.

 

Como sentenciava o sábio, é quando parece que tudo acaba que tudo verdadeiramente começa.

 

E, de facto, parece que (quase) tudo está a acabar...

publicado por Theosfera às 12:04

O problema do nosso país carece de uma intervenção rápida, mas precisa, ainda mais, de um tratamento longo.

 

Acresce que, só com a intervenção rápida, o problema subsiste.

 

A intervenção rápida chama-se capital material. O país precisa de dinheiro.

 

Palpita-me, porém, que esta vai ser uma reclamação que vamos fazer muitas vezes.

 

O tratamento longo tem que ver com os valores que perdemos, com os princípios que abandonámos, com a ética que fizemos evaporar.

 

Esse tratamento não se faz de um dia para o outro. Mas sem ele a degradação prosseguirá. Com a agravante de que nem nos aperceberemos da enfermidade.

 

Umberto Eco assinala que, agora, é que estamos verdadeiramente no vazio. No vazio vaticinado, há duas décadas, por Lipovetsky.

 

Um dos mais perigosos sintomas desse vazio é continuarmos a ver muita gente cheia de si.

 

Esbanjámos o importante. E andamos a desfrutar o urgente. Até quando?

publicado por Theosfera às 11:25

«A educação tem raízes amargas, mas os seus frutos são doces».

Assim escreveu (superior e magnificamente) Aristóteles de Estagira.

publicado por Theosfera às 11:18

Prossegue o esticar da corda e o extremar dos campos.

 

Dizem que a ajuda externa é necessária. Mas ninguém está disposto a requisitá-la.

 

Há quem se lembre do povo para chegar ao poder. Mas que se esqueça do mesmo (e massacrado) povo na hora de exercer o poder.

publicado por Theosfera às 11:15

O que pode correr mal acaba, quase sempre, por correr pior.

 

O optimismo tem um adversário muito poderoso e bastante cruel: a realidade.

 

Se nada fizermos, estaremos a ser coniventes com quem faz.

 

A inércia nada resolve. A violência tudo degrada.

 

Já não basta reflectir. É hora de inflectir.

 

Caso contrário, o que agora é algo que nos espanta tornar-se-á uma banalidade que nos devora.

 

E aí talvez já nem seja notícia. 

publicado por Theosfera às 11:11

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