O que ontem parecia banal hoje parece quase genial.
Não foram apenas alguns espíritos que refinaram a inteligência.
É também a mediocridade que faz reluzir, ainda mais, as estrelas que restam.
O que ontem parecia banal hoje parece quase genial.
Não foram apenas alguns espíritos que refinaram a inteligência.
É também a mediocridade que faz reluzir, ainda mais, as estrelas que restam.
Portugal está a viver um impasse e a preparar-se para uma longa recessão.
Poderá haver mudanças, mas dificilmente haverá diferenças.
O que é estranho é que não se defina um rumo.
A Oposição assume que não se revê na política actual. Mas tudo indica que não dispõe de grande margem para fazer diferente.
Escusado era haver um discurso para dentro e outro para fora.
A tranquilidade dos mercados não tranquiliza as pessoas. A tranquilidade das pessoas não tranquiliza os mercados.
Para oscilações, já basta as que provêm da realidade.
O discurso político devia ter alguma consistência.
Não pode variar tanto conforme os dias e os ambientes em que é proferido.
Cada época molda os seus líderes. Mas os grandes líderes é que moldam as épocas.
Pressentimos que ainda não é desta que teremos alternativa. Mesmo que tenhamos alternância.
O mais certo é termos o mesmo pelos mesmos ou o mesmo por outros.
Que, ao menos, haja decoro, verdade e sobriedade.
Pelos vistos, já é só mesmo na ausência de títulos que o Sporting se distingue dos seus principais rivais.
Quanto ao civismo, deixou de haver qualquer distinção.
Eu era dos que pensavam que a compostura estava inscrita na matriz leonina.
Mas o que se está a passar pulveriza toda e qualquer réstia de ilusão.
A bem dizer, o início deste século vinha prenunciando algo de estranho.
É como se de uma autofagia se tratasse.
Os insultos gritados esta noite contra o presidente eleito filiam-se no mesmo perfil de actuação que impediu Mourinho de treinar o Sporting, que levou Paulo Bento a deixar de treinar o Sporting e que obrigou José Eduardo Bettencourt a abandonar a presidência do Sporting.
Aliás, vale bem a pena reflectir sobre este último caso.
Contesta-se Godinho Lopes por ter sido eleito por estreita margem. Mas Bettencourt foi eleito por 90% dos votos e nem isso obstou a que fosse severamente contestado.
É tudo muito triste e preocupante. Acresce que estes fenómenos são protagonizados por gente nova.
É bom que os mais novos acalentem sonhos. Mas é importante que aprendam a ter paciência, a saber esperar e a respeitar normas.
Só merece ganhar quem sabe perder.
Acresce que nem a língua se salva. Como se não bastasse o calão que bolsam, aparece um Português completamente degradado.
Ainda agora, surge um comunicado onde se lê: «Houveram inconformidades»! Houveram...
Quando falta humildade, começa a faltar tudo o resto.
É claro que tudo será remediado se a bola entrar com mais frequência nas balizas dos adversários.
Mas há coisas que não se decidem no campo. Nem nas bancadas. Nem nas ruas.
A educação e o respeito são o maior património. Nenhum troféu os iguala.
Serenidade precisa-se!
Até quando irá durar a longa noite sportinguista?
Não há vitória desportiva que apague a penosa derrota cívica que a noite passada desferiu no palco dos pesadelos leoninos.
Será que um triunfo valerá tamanho destempero?
Jesus aposta na pessoa.
Abre caminhos.
Adorar a Deus não é tanto uma questão de lugar. É uma atitude do coração.
Os verdadeiros adoradores são os que adoram em espírito e verdade.
Pensávamos nós que a Oposição chumbara o PEC porque ia longe demais na dureza.
Acontece que o líder do PSD vem dizer que a reprovação se deve ao facto de tal PEC não ir suficientemente longe na austeridade.
O discurso político está a ser muito oscilante, com rotações constantes, guinadas imprevisíveis e uma geometria excessivamente variável.
Esperam-nos tempos difíceis, sem dúvida.
Urge reflectir bastante. E inflectir depressa.
A realidade muda. E o discurso parece mudar também.
Enquanto vulcão de emoções habitualmente reprimidas, o desporto acaba por ser um retrato da sociedade.
E, neste capítulo, o Sporting pode ser visto como um espelho de alguma degradação da sociedade portuguesa.
Outrora, este clube era conhecido pela compostura dos seus dirigentes, atletas e adeptos. O seu civismo manifestava-se, particularmente, mas horas de adversidade.
De há uns tempos para cá, tudo tem vindo a mudar.
A campanha para a presidência do clube foi marcada por uma agressividade inesperada entre os candidatos e por uma violência inaudita entre simpatizantes.
Basta olhar para alguns comentários que circulam nos diversos espaços informativos. Até parecia que o adversário morava em casa.
Ontem, houve eleições. A contagem de votos demorou. Foi anunciado um vencedor. Terá sido pedida uma nova recontagem. Foi indicado um outro triunfador.
É natural que a euforia e a desilusão mudem de campo. Muita coisa pode explicar alguma amargura. Mas nada justifica o desacato e o insulto.
Percebe-se que a comunicação social goste de trabalhar por antecipação. Mas, diante de um ambiente efervescente, a prudência era recomendada.
Durante horas, um vencedor era dado como certo. Sucede que a informação oficial diz que nunca houve dúvidas quanto aos resultados. A demora destes terá ficado a dever-se ao processo.
As imagens desta noite irão, seguramente, marcar a actualidade deste domingo chuvoso.
O Sporting tem vindo a perder muito. Já não nem o civismo lhe restará?
A Bíblia pode ser vista como uma longa palavra com 73 sílabas.
46 são soletradas no Antigo Testamento e 27 são entoadas no Novo Testamento.
Em relação à imagem de Deus, muitas dessas sílabas são completamente átonas. Quase O desfiguram. Basta pensar no Terror de Isaac, assim Deus é apresentado numa passagem genesíaca.
Entre desfiguramentos e aproximações, vamos gaguejando, sílaba a sílaba, até chegar a Lucas.
Aqui encontramos a sílaba tónica.
Deus não castiga. Deus não condena. Deus abraça. Deus festeja.
Deus não é um polícia a escrutinar os nossos erros. Deus é o Pai que Se alegra com o nosso bem.
Deus é misericórdia.
A maior festa não é quando se dá o encontro. É quando ocorre o reencontro após o desencontro.
Porque é tão difícil, então, pronunciar devidamente a sílaba tónica?
Porque é que, ainda hoje, continua a prevalecer a linguagem do castigo sobre a cultura da bondade, da compaixão e do amor?