O acontecimento de Deus nos acontecimentos dos homens. A atmosfera é sempre alimentada por uma surpreendente Theosfera.

Sexta-feira, 04 de Março de 2011

1990 terá sido o marco.

 

Terá sido aí que nasceu aquela que uns chamam geração parva (ou a geração Deolinda), que outros apelidam de geração à rasca (que se seguiu à geração rasca) e que alguns ainda descrevem como geração download.

 

Tudo designações com um gosto mais que duvidoso.

 

Se o tempo é o âmbito do movimento, é natural que as pessoas sejam diferentes conforme a época que vivem.

 

É claro que há diferenças. Mas, atenção, as jovens gerações também têm valores. E, além do mais, foram modeladas pelas gerações anteriores. Aquelas, precisamente, contra as quais se revoltam.

 

Os jovens de hoje também se empenham em iniciativas do voluntariado. Também são capazes de campanhas de solidariedade e de gestos admiráveis.

 

Há coisas, entretanto, em que as diferenças se notam.

 

Outrora, havia um certo recato em falar tanto do eu. Ninguém publicitava os seus feitos. Um aluno brilhante, por exemplo, tinha algum pudor em fazer melhoria de nota. Era a fronteira entre a consciência do dever cumprido e a tentação da vaidade.

 

As pessoas, de um modo geral, não se faziam a determinados lugares. Havia um escrúpulo de se poder estar a tirar o lugar a alguém.

 

Pelo contrário, havia uma maior desinibição em conseguir trabalho para os outros.

 

Nas escolas, quem tinha uma boa classificação quase se calava. Os outros é que celebravam os feitos de quem sobressaía.

 

Os que denotavam maiores dificuldades eram ajudados nos dias anteriores aos testes.

 

Havia um gosto genuíno em ser útil para os outros.

 

A maneira de vestir e de pentear era pautada por uma grande sobriedade. As indumentárias eram simples. Não se praticavam grandes extravagâncias.

 

Havia uma pedagogia em esperar pelas coisas. A consciência dos deveres estava muito arreigada.

 

Ver um filme ou uma peça de teatro era coisa rara e envolvia uma certa solenidade.

 

Ir à vila ou à cidade era (para quem vivia na aldeia) um deslumbramento.

 

As coisas saboreavam-se, não eram banalizadas.

 

As gerações actuais habituaram-se a conseguir tudo e depressa.

 

O problema é que, na hora de sair de casa («geração casinha dos pais», diz a canção dos Deolinda), as pessoas sabem que é difícil conseguir manter o mesmo padrão de vida.

 

Já houve um tempo em que até os brinquedos eram fabricados. Passou-se a uma época em que quase tudo era oferecido.

 

De um momento para o outro, descobrimos todos que é impossível manter este padrão de vida.

 

E é assim que as manifestações surgem. À semelhança de Inês Pedrosa, também me dói que as pessoas não se manifestem pelas vítimas do terrorismo ou da fome.

 

Para quem teve aulas em escolas esburacadas e frias (e a felicidade que era conseguir um lugar na sala!), espanta que haja manifestações por, durante alguns dias, o aquecimento não funcionar.

 

Os tempos mudaram. É pena que só nos manifestemos pelo ter.

 

Há qualquer coisa, na transição intergeracional, que falhou.

 

Estaremos a tempo de recuperar uma certa pureza na nossa vida?

publicado por Theosfera às 11:47

Se dúvidas houvesse de que poderemos vir a ter uma alternância sem alternativa, o que aconteceu há dias fez questão de as dissipar.

 

Muitos já incorporaram a ideia de que é possível, a curto ou a médio prazo, haver uma alternância no Governo do País.

 

Mas dessa alternância dificilmente advirá uma alternativa. E a prova foi a discussão em torno dos vencimentos dos gestores públicos.

 

O partido da alternância recusou-se a ser alternativa. Votou ao lado do Governo.

 

Daí que as sondagens não mostrem nenhum partido a descolar. Para que serve uma alternância que não constitua uma alternativa? Para fazer igual, que fiquem os mesmos, pensarão não poucos.

 

Numa questão tão sensível, perdeu-se uma oportunidade soberana de sinalizar a diferença.

 

Muitos começam a ficar resignados e destituídos de esperança. E daí as vozes, como as de Rui Rio ou Jorge Sampaio, que preconizam uma reflexão mais funda.

 

Neste tempo em que tudo corre a uma velocidade desmedida, não deixa de ser sintomático que uma alternância se vá esgotando ainda antes de ser experimentada...

publicado por Theosfera às 11:23

 

Declaração Universal dos Deveres do Homem

 

Preâmbulo

 

Considerando

 

 

que o reconhecimento da dignidade inerente e dos direitos iguais e inalienáveis de todos os membros da família humana é o fundamento da liberdade, da justiça e da paz em todo o mundo e implica obrigações ou deveres,

 

 

considerando

 

 

 

que a insistência exclusiva nos direitos pode acarretar conflito, divisão e litígios intermináveis, e que o desrespeito dos deveres do homem pode levar à ilegalidade e ao caos,

 

considerando

 

 

 

que a eficácia da lei e a promoção dos direitos humanos dependem da vontade de os homens e as mulheres agirem com justiça,

 

considerando

 

 

 

que os problemas globais exigem soluções globais que só podem ser alcançadas mediante ideias, valores e normas respeitadas por todas as culturas e sociedades,

 

considerando

 

 

 

que todas as pessoas, dentro dos limites dos seus melhores conhecimentos e capacidades, têm o dever de promover uma melhor ordem social, tanto no seu país, quanto internacionalmente, objectivo este que não pode ser alcançado somente mediante leis, regulamentações e convenções,

 

considerando

 

 

 

que as aspirações humanas quanto ao progresso e ao desenvolvimento somente podem ser concretizadas mediante valores e padrões comummente acordados, que se apliquem a todas as pessoas e instituições em todas as épocas,

 

Nestes termos,

 

A Assembleia Geral

 

proclama

 

 

 

esta Declaração Universal dos Deveres do Homem como norma comum para todos os povos e todas as nações, para que toda a pessoa e todo o órgão da sociedade, tendo sempre em mente esta Declaração, contribua para o progresso das comunidades e para o esclarecimento de todos os seus membros. Nós, os povos do mundo, renovamos e reforçamos assim os compromissos já proclamados na Declaração Universal dos Direitos do Homem, designadamente a plena aceitação da dignidade de todas as pessoas; a sua liberdade e igualdade inalienáveis, e a sua solidariedade mútua. A consciencialização e aceitação desses deveres será ensinada e promovida em todo o mundo.

 

© InterAction Council 1

 

Princípios Fundamentais para a Humanidade

 

Artigo 1º

 

Toda a pessoa,

independentemente do género, origem étnica, estatuto social, opinião politíca, língua, idade, nacionalidade ou religião, tem o dever de tratar todas as pessoas de maneira humana.

Artigo 2º

 

Ninguém deve prestar apoio a qualquer forma de comportamento desumano, mas todos têm o dever de lutar pela dignidade e auto-estima de todos os demais.

 

Artigo 3º

 

Nenhuma pessoa, nenhum grupo ou organização, nenhum estado, nenhum exército ou polícia está acima do bem e do mal; todos estão sujeitos a padrões éticos. Todos têm o dever de promover o bem e de evitar o mal em todas as ocasiões.

 

Artigo 4º

 

Todas as pessoas, dotadas de razão e consciência, devem assumir os deveres para com todos, para com as famílias e comunidades, para com as raças, nações e religiões, com espírito de solidariedade:

 

Não faça aos outros o que (-) não deseja que lhe façam.

Não-Violência e Respeito pela Vida

 

 

Artigo 5º

 

Todos têm o dever de

 

respeitar a vida.

Ninguém tem o direito de ferir, torturar ou matar outra pessoa humana. Isto não exclui o direito à legítima defesa dos indivíduos ou das comunidades.

 

 

Artigo 6º

 

Os litígios entre estados, grupos ou indivíduos devem ser resolvidos sem violência. Nenhum governo deve tolerar ou participar de actos de genocídio ou terrorismo, nem utilizar abusivamente mulheres, crianças ou quaisquer outros civis como instrumentos de guerra. Todo o cidadão e toda a autoridade pública têm o dever de agir de forma pacífica e não-violenta.

 

Artigo 7

 

 

 

º

 

Toda pessoa é infinitamente preciosa e deve ser protegida incondicionalmente. Os animais e o meio ambiente natural também exigem proteção. Todas as pessoas têm o dever de proteger o ar, a água e o solo da terra para o bem dos habitantes actuais e das gerações futuras.

 

Justiça e Solidariedade

 

Artigo 8º

 

Todos têm o dever de comportar-se com

 

integridade, honestidade e equidade.

Nenhuma pessoa ou grupo devem roubar ou privar arbitrariamente qualquer outra pessoa ou grupo dos seus bens.

 

 

© InterAction Council 2

 

Artigo 9º

 

Todas as pessoas, dispondo dos meios necessários, têm o dever de fazer esforços reais no sentido de vencer a pobreza, a sub-nutrição, a ignorância e a desigualdade. Devem promover o desenvolvimento sustentável em todo o mundo, com o fim de garantir a dignidade, a liberdade, a segurança e a justiça para todos.

 

Artigo 10

 

Todas as pessoas têm o dever de desenvolver os seus talentos mediante esforços diligentes; devem ter igualdade de acesso à educação e a trabalho digno. Todos devem prestar apoio aos necessitados, aos desfavorecidos, aos deficientes e às vitimas de discriminação.

 

Artigo 11

 

Todos os bens e todas as riquezas devem ser usados de forma responsável, de acordo com a justiça e para o progresso da raça humana. O poder político e económico não devem ser utilizados como um instrumento de dominação, mas sim ao serviço da justiça económica e da ordem social.

 

Verdade e Tolerância

 

Artigo 12

 

Todos têm o dever de

 

falar e agir com verdade.

Ninguém, por mais elevado ou poderoso que seja, deve mentir. O direito à privacidade e ao sigilo pessoal e profissional deve ser respeitado. Ninguém é obrigado a dizer toda a verdade, a todas as pessoas, o tempo todo.

 

 

Artigo 13

 

Nenhum político, funcionário público, gestor, cientista, escritor ou artista está isento de padrões éticos gerais; tampouco o estão os médicos, advogados e outros profissionais que têm deveres especiais para com os clientes. Os códigos profissionais e outros códigos de ética devem reflectir a prioridade de padrões gerais, como a verdade e a justiça.

 

Artigo 14

 

A liberdade dos meios de comunicação de informar o público e de criticar as instituições da sociedade e as iniciativas governamentais, que é essencial para uma sociedade justa, deve ser usada com responsabilidade e discrição. A liberdade dos "mídia" acarreta o dever especial de uma informação completa e verdadeira. O jornalismo sensacionalista que degrada a pessoa ou a dignidade humana deve ser evitado em todas as ocasiões.

 

Artigo 15

 

Embora a liberdade religiosa deva ser garantida, os representantes das religiões têm o dever especial de evitar manifestações de preconceito e actos de discriminação contra as pessoas de crenças diferentes. Não devem incitar ou legitimar o ódio, o fanatismo e as guerras religiosas, e sim promover a tolerância e o respeito mútuo entre todas as pessoas.

 

© InterAction Council 3

 

Respeito Mútuo e Parceria

 

Artigo 16

 

Todos os homens e todas as mulheres têm o dever de demonstrar respeito

uns para com os outros e compreensão no seu relacionamento. Ninguém deve submeter outra pessoa a exploração ou dependência sexual. Pelo contrário, os parceiros sexuais têm o dever de cuidar do bem-estar mútuo.

Artigo 1

 

 

7

Em todas as suas variedades culturais e religiosas, o casamento requer amor, lealdade e compreensão, e deve procurar garantir a segurança e o apoio mútuo.

 

Artigo 18

 

O planeamento familiar responsável é um dever de todos os casais. O relacionamento entre os pais e os filhos deve reflectir o amor, o respeito, a valorização e a consideração mútuas. Nem os pais nem quaisquer outros adultos devem explorar, maltratar ou abusar de uma criança.

 

Conclusão

 

Artigo 19

 

Nada nesta Declaração pode ser interpretado como concedendo a qualquer estado, grupo ou pessoa o direito de se dedicarem a qualquer actividade ou a executarem qualquer acto que se traduza na negação de qualquer dos deveres, direitos e liberdades estabelecidos nesta Declaração e na Declaração Universal dos Direitos do Homem, de 1948.

 

publicado por Theosfera às 11:09

O Evangelho traz sempre uma panóplia infindável de ensinamentos.

 

Faz-nos aparecer um rico indiferente à sorte de um pobre que jazia, chagado, à sua porta.

 

Deus é muito claro. Toma partido. Não é preciso dizer por quem.

 
publicado por Theosfera às 00:05

Há dez anos, chovia em Portugal. Chovia muito.

 

E foi no ocaso desse dia que mais de cinquenta pessoas tiveram o encontro mais inesperado: com a morte.

 

Foi em Entre-os-Rios. A minha humilde prece. A minha total solidariedade.

 
publicado por Theosfera às 00:00

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