É sabido que o politicamente correcto é uma tentação que menoriza a singularidade de cada um. Mas a pulsão pelo politicamente incorrecto também pode fazer esmorecer a apreensão da realidade.
Há quem goste de ser diferente. Mas, a montante e a jusante disso, encontra-se a necessidade de ser autêntico.
Dei comigo, hoje, a ler textos que se demarcam do consenso (praticamente) planetário em torno da revolução do Egipto. E, com um zelo inopinado, não falta mesmo quem aponte virtudes ao deposto ditador.
Antecipa-se já o fracasso inevitável do futuro do Egipto.
Andamos cheios de pressa. Porquê não esperar pelo decurso dos factos? Porquê julgar antes de apreender?
É certo que tudo pode correr mal. Mas porque não aguardar pelos acontecimentos? Será que o bem não pode ocorrer?