Quando alguém contou a um sábio egípcio que tinha sido inventada a escrita, ele respondeu: «Que pena, a humanidade vai começar a perder a memória».
É claro que não perdeu, mas começou a mobilizar-se menos a capacidade de memorização.
Há, sem dúvida, uma grande segurança quando se faz uma conferência lendo um texto escrito. Ou quando, como agora se faz, se leva uma série de subsídios audiovisuais, como os famosos power-points.
Só que, como alerta Sofia Gubaidulina, perde-se «a espontaneidade da cultura oral» e «o momento da comunicação espontânea».
De facto, «quando uma pessoa tem coragem de virar as costas à escrita e começa a comunicar oralmente, nasce um clima completamente diferente de entrega da parte de quem dá e de quem recebe».
É claro que, sem escrita, não teríamos acesso a maravilhas como a literatura, a ciência e a música.
Conjugar é o caminho. Cada evolução não pode reduzir a cinzas o caminho anteriormente percorrido. Falta, porém, serenidade para integrar o melhor do passado no melhor do futuro.
No tempo das especialidades (e até das subespecialidades), é fundamental não perder de vista a importância do todo, do global, do abrangente, do total.
A verdade está (mesmo) na totalidade!