O acontecimento de Deus nos acontecimentos dos homens. A atmosfera é sempre alimentada por uma surpreendente Theosfera.

Quarta-feira, 05 de Janeiro de 2011

Há, no imaginário colectivo, a percepção de que a paciência é um sinal de fraqueza e um sintoma de debilidade. Daí que desatemos numa espiral de violência e vingança sem freio.

 

Perpassa pelo nosso espírito a ideia de que o violento é que é forte. De que o vingativo é que sai vencedor.

 

Não é, porém, esse o comportamento de Deus. Há palavras que não entram no Seu vocabulário. Há atitudes que não fazem parte da Sua conduta.

 

Se nós somos Sua imagem e semelhança, porque é que não O havemos de imitar?

 

Não penses que é pela arrogância que te afirmas como crente e que te credibilizas como cristão.

 

Deus é paciente. Infinitamente paciente e pacífico. E se Ele o é, porque é que nós também não havemos de sê-lo?

publicado por Theosfera às 10:40

Irmão, vai ao encontro do Senhor. Não hesites em pedir o Seu perdão. Oferece-Lhe o teu arrependimento. Ele presentear-te-á com a torrente da Sua misericórdia.

 

Há quanto tempo não celebras o Sacramento da Reconciliação? Há quanto tempo não te aproximas de Cristo presente no sacerdote?

 

O padre também peca? Pois peca. Tanto ou mais que tu.

 

Mas não achas maravilhoso — e sumamente comovente — acolher o perdão divino através de um instrumento tão frágil? Tão parecido contigo? Porque complicas pois o que Cristo simplificou?

 

Ser um homem como tu a oferecer-te Deus, em forma de perdão, não achas que é um dos maiores prodígios que se pode conceber?

 

publicado por Theosfera às 10:38

O nosso pranto não é inócuo. Às vezes, até pode ser sadio chorar. O adágio segundo o qual «um homem nunca chora» carece de veracidade e sobretudo de sapiência. Porque não chorar?

 

Com efeito, há tanto para chorar à nossa volta. Há tanto para chorar dentro de nós. O nosso egoísmo. O nosso ensimesmamento. A nossa resistência à vontade de Deus. A nossa férrea oposição ao desígnio do Pai. A nossa mediocridade. A nossa indiferença. O nosso repentismo. A nossa tibieza. O nosso calar perante a injustiça. O nosso falar exaltante sobre as falhas dos outros.

 

Não são estes sobejos motivos para chorar?

publicado por Theosfera às 10:36

Terça-feira, 04 de Janeiro de 2011

Os sábios costumam avisar antes da hora. O poder costuma reconhecer (e pedir perdão) depois do tempo.

 

A história está repleta deste desencontro estrutural.

 

Há obras e autores que são condenados quando quando surgem. Mais tarde, muitas vezes após a morte, é feito o reconhecimento de que tinham razão. Só que o pedido de perdão já não tem interlocutor.

 

Não seria possível encontrar um kairós pautado pela escuta e pelo acolhimento?

 

A época é o tempo qualificado, como dizia Zubiri. As propostas rejeitadas teriam feito a diferença na altura própria.

 

Cedo vem o alerta. Tarde chega a aceitação.

 

As memórias dos poderosos estão cheias de reconhecimentos de decisões erradas que, na altura própria, magoaram as pessoas e arruinaram percursos.

 

A sabedoria nem sempre está no poder. Se, ao menos, estivesse a humildade...

publicado por Theosfera às 19:06

Creio que foi Mário Cuomo (antigo governador de Nova Iorque) que disse que as campanhas eleitorais são feitas em verso e a governação em prosa.

 

Olhando para o cenário das eleições presidenciais, dir-se-ia, com pesar, que já nem as campanhas são feitas em verso.

 

É como se a pobreza, que afecta tantos portugueses, contaminasse o debate. Tão pobre tem sido, de facto, a discussão, inclusive (ou sobretudo) quando o tema é...a pobreza.

 

É certo que os tempos já não correm de feição para a agilidade do pensamento e para o manuseio da palavra.

 

Ainda assim, podia haver um esforço no sentido de requalificar a intervenção política. E nem sequer me reporto à retórica, coisa secundária. Refiro-me, antes, ao porte, à substância, às propostas.

 

Com todo o respeito, subsiste a impressão de que os candidatos estão muito cheios de si e bastante vazios de ideias.

 

Parece que a estratégia se resume à agressividade, à desmontagem do adversário e ao auto-elogio fácil. Parte-se do princípio de que é isso que rende.

 

Falta um debate mais pró-activo, com mais propostas e com mais elevação e serenidade.

 

Confesso que de Cavaco Silva esperava mais. De Manuel Alegre aguardava melhor. E de Fernando Nobre desejava diferente.

 

Regresso a Cuomo. Se já nem a campanha é feita em verso (apesar de haver um grande poeta), que prosa teremos no exercício do poder?

 

Que, ao menos, os dias que distam da eleição possam compensar, em substância, o que até agora se desperdiçou em pura propaganda.

 

Acima de tudo, que prevaleça a paz.

publicado por Theosfera às 16:27

Numa altura em que se fala tanto de défice, importa não esquecer onde ele se encontra com maior nitidez.

 

O maior défice não é de dinheiro. É de humanidade.

 

As pessoas estão a morrer cada vez mais nos hospitais, dizem alguns estudos.

 

É claro que, nalguns casos, é inevitável. Mas será norma para todas as situações?

 

Morrer sozinho terá de ser a fatalidade que se segue a quem tem de viver sozinho?

 

A família torna-se, amiúde, um labirinto de sentimentos, onde o ódio acaba por decapitar o amor.

 

Ontem, houve mais um fratricídio. Um irmão matou o irmão por causa das partilhas.

 

Os bens tornaram-se mais importantes que o bem.

 

Precisamos de nos (re)educar para o sentido das prioridades.

 

As coisas são necessárias. Mas só a pessoa é sagrada.

publicado por Theosfera às 11:22

Não é preciso ser muito versado em semântica para perceber que obediência vem de escuta. Na sua raiz está o verbo audire, ouvir.

 

Ela ocorre, portanto, no plano da relação pessoal. Pressupõe sempre uma iniciativa e anela por um acolhimento. Parte de uma proposta que espera por uma resposta.

 

A obediência não está, pois, do lado da imposição nem da correspondente submissão. Ela não dispensa a mediação da consciência.

 

Se a obediência implicasse a anulação da vontade, como poderia ser humana? Tratar-se-ia de um acto nulo.

 

Isto não contende, obviamente, com a generosidade que se dispõe a aceitar o que é proposto.

 

A obediência, assim entendida, não menoriza nem infantiliza. Pelo contrário, ajuda a crescer.

 

É preciso reconhecer que, muitas vezes, se apelou à humildade como pretexto para encobrir muita desumanidade.

 

Nunca percamos de vista, com efeito, que Deus não fala apenas pela consciência de uns. Fala na consciência de todo o ser humano.

 

É bom não esquecer que, como dizia Joseph Ratzinger em 1968, «acima del Papa está a própria consciência, à qual há que obedecer antes de mais, ainda que seja contra o que diz a autoridade eclesiástica».

 

Confesso que até a mim me surpreendem estas palavras do actual Papa, que acrescenta: «O que falta na Igreja não são panegiristas da ordem establecida, mas homens cuja humildade e obediência não sejam menores que a sua paixão pela verdade, e que amem a Igreja mais que a comodidade da sua própria carreira».

 

O interpelante estudo que vem hoje no El País deve levar-nos a pensar na interlocução que conseguimos entre os membros do Povo de Deus.

 

Jesus foi sempre humilde e nunca pressionou a consciência de ninguém. Porque humilde, não humilhava. Respeitou a identidade das pessoas.

 

Com serenidade, creio que, um dia, nos aproximaremos da conduta do Mestre dos mestres.

publicado por Theosfera às 11:03

1. Nunca o homem deixou de se relacionar com Deus.

 

 O divino ocupou-o a partir do princípio e preocupou-o desde sempre.

 

Basicamente, o ser humano filiou a sua (incessante) busca do divino em dois tipos de preocupação: a explicação da realidade e a justificação do poder.

 

Deus é a resposta àquilo que nos preocupa de forma última: o porquê e o para quê. Ele é, por isso, a origem primeira e o fim definitivo de tudo quanto existe.

 

Nada fica de fora da intervenção de Deus. Nem sequer a visão do poder.

 

A Deus era aplicada toda uma terminologia aparentada com a política: soberania, majestade, trono, glória, etc.

 

Como facilmente se compreende, o exercício do poder tendia a ser sacralizado.

 

Deus é o todo-poderoso que, digamos assim, delega o Seu poder no rei, no imperador.

 

Daí a tendência para considerar o soberano como sendo de condição divina e os seus actos como vindo (automaticamente) do próprio Deus!

 

O poder é sagrado porque a fonte do poder é sagrada. A etimologia indica precisamente que hierarquia significa poder sagrado, embora haja quem defenda que quer dizer princípio sagrado.

 

A teologia política, durante séculos, inspirava-se nesta sequência: um só Deus, um só imperador, um só papa, um só bispo.

 

Dissentir do poder equivaleria a desobedecer ao próprio Deus!

 

 

2. Nos seus começos, o Cristianismo apresentou uma concepção totalmente diversa da divindade.

 

Deus não era apenas a resposta às inquietações do Homem. Era também — e bastante — o questionamento de muitas certezas.

 

Jesus falou-nos de Deus não somente como a origem e o fim de tudo, mas, acima de tudo, como uma luz inspiradora do agir humano.

 

O Deus que Jesus deixa transparecer não é o alicerce de um projecto de poder. Pelo contrário, Ele está descomprometido com os poderes e comprometido com as vítimas dos poderosos.

 

Jesus incorpora Deus como fonte de liberdade e não como cerceamento da liberdade.

 

Foi para a verdadeira liberdade que Cristo nos libertou, como reconhece Paulo (cf. Gál 5, 1).

 

Por aqui se vê como Deus não é uma mera explicação do que existe. Ele é, sobretudo, a fonte de transformação da existência.

 

 

3. Esta nova afirmação de Deus foi vista como revolucionária e considerada perigosa.

 

Este Deus contendia com a ordem vigente. Irmanava as pessoas numa igualdade fundamental.

 

Os últimos eram os primeiros. Os preteridos passavam a preferidos. Os escravos eram acolhidos como irmãos. Os pobres estavam no centro.

 

A subversão era notória. As discussões tornaram-se constantes. As perseguições multiplicaram-se.

 

Foi então que veio Constantino e ofereceu a paz à Igreja. Só que o preço foi elevado.

 

A Igreja integrou-se no império e começou a organizar-se de modo imperial.

 

Aquilo que tinha constituído um avanço sofreu um claro retrocesso. Assistiu-se, assim, a mais uma contrafacção do conceito de Deus.

 

Deus voltou a ser involucrado na linguagem do poder. O clímax chegou com a querela em torno do poder supremo.

 

O papa foi ao ponto de invocar um poder superior ao do rei. A história está cheia de disputas neste campo com desfechos pouco edificantes.

 

 

4. O regresso às fontes tem sido empreendido. Mas reconheça-se que ainda estamos distantes do objectivo.

 

Uma Igreja fiel a Jesus não estabelece relações de poder, mas de serviço. A sua preocupação não é mandar, mas servir.

 

Uma Igreja fiel a Jesus pugnará sempre pela justiça entre os homens.

 

Uma Igreja fiel a Jesus não permite que alguém se considere superior ou que alguém seja considerado inferior.

 

Para um seguidor de Cristo, os outros não estão atrás nem em baixo. Os outros vivem ao lado e sobrevivem dentro de cada um.

 

Afinal, ainda não incorporamos totalmente o Deus de Jesus na nossa vida eclesial. Alguns passos têm sido dados. Mas subsiste um longo caminho a percorrer.

publicado por Theosfera às 09:56

1. A esta hora já nos apercebemos de que não é a simples passagem de 31 de Dezembro para 1 de Janeiro que opera a mudança por que tanto sonhamos.
 
A mudança no tempo não introduz, por si só, a mudança na vida. No fundo, o futuro acaba por ser uma sucessão do presente, quando devia ser uma construção do presente.
 
Já há muitos anos, Albert Camus nos alertara para o perigo da inércia: «A verdadeira generosidade para com o futuro consiste em dar tudo no presente».
 
Hoje em dia, o sentimento geral é de resignação. Basta olhar para a face das pessoas e para o esgar de abatimento que se desprende do olhar.
 
Tudo somado, acabamos por ser o que não queremos e acabamos por não querer o que somos.
 
A nossa maneira de ser — e de estar — é como o clima nesta época: frio. Aliás, não é preciso fazer grandes balanços. O nosso rosto diz tudo.
 
 
2. Sentimo-nos pequenos diante do peso da realidade. Arrepiamo-nos perante o mal e sobretudo perante a injustiça, mas que fazemos?
 
No fundo, entramos na engrenagem. Lamentamos a situação, mas a sua filigrana invade-nos e apodera-se de nós.
 
Não queremos o que somos nem somos o que queremos. Mas não saímos deste labirinto.
 
Temos uma espécie de calculadora interior que nos dita as regras. Ela diz-nos que, se não queremos ser postos de lado, temos de aceitar as regras do jogo. Mesmo que se trate de um jogo tecido pela iniquidade.
 
José Gil disse, há não muitos anos, que, «sem justiça, não é possível a democracia». Não é possível a democracia e é impossível a vida.
 
No entanto, que estamos dispostos a fazer para terminar com a justiça? Muitas vezes, acabamos por contribuir para que ela se alastre.
 
Umas vezes, é a indiferença filha do cálculo. Achamos que o mundo é uma máquina e não um corpo.
 
Um corpo tem coração. Uma máquina tem peças. Quando as peças não funcionam, deitam-se fora e substituem-se por outras.
 
O pragmatismo impõe-nos que aceitemos as coisas tal como elas aparecem. Nada disto é sadio, mas tudo isto é aceite.
 
Quem ergue a voz fica marcado e é rapidamente silenciado. O mais que fazemos, então, é partilhar as nossas mágoas em privado, aceitando a injustiça em público.
 
 
3. Edgar Morin afirmou que cada progresso acarreta sempre um retrocesso. Salta à vista que o portentoso progresso tecnológico tem acarretado um perigoso retrocesso espiritual.
 
André Comte-Sponville adverte-nos que, na actualidade, a questão prioritária é a espiritualidade. É ela que nos leva a aterrar na nossa humanidade e na humanidade dos outros. Mas o imediato não se compadece com estas considerações.
 
Para vencer a injustiça, é preciso, acima de tudo, vencer o medo. É preciso, com feito, vencer o medo de perder o lugar, o medo de perder o prestígio, o medo de perder o aplauso.
 
Muita gente me tem dito, certamente com o melhor propósito, que não vale a pena incomodarmo-nos com o mundo. Primeiro, porque somos poucos e pequenos para tarefa tão grande. E, depois, porque tudo acabará por melhorar.
 
 
4. Acontece que este é um grande equívoco. A injustiça não acaba por inércia. É preciso fazer muito para que ela termine. Já para que a injustiça continue, basta uma coisa: não fazer nada.
 
Nunca é demais lembrar a severa admoestação de Edmund Burke: «Tudo o que é preciso para que o mal triunfe é que as pessoas de bem nada façam».
 
Como referia Luther King, o que dói não é só o grito dos maus; é também — e bastante — o silêncio dos bons, das pessoas de bem.
 
Para vencer a injustiça é preciso vencer o medo. O medo de falar, o medo de sofrer, o medo de ser criticado.
 
Ninguém, por si, é capaz de acabar com a injustiça. Mas todos podemos contribuir, pelo menos, para que ela não fique no esquecimento.
 
Pertinente é, pois, o apelo de Shirin Ebadi: «Se não podeis eliminar a injustiça, pelo menos contai-a a todos».
 
A injustiça gosta do silêncio, da cumplicidade. Calar diante da injustiça é ser conivente com ela.
 
Ergamos a voz contra a injustiça. Ergamos a voz pela justiça. E pelas vítimas da injustiça!
publicado por Theosfera às 00:00

Segunda-feira, 03 de Janeiro de 2011
1. Ainda ecoam, no nosso espírito, os votos que trocámos na viragem de 2010 para 2011.
 
Muitas foram as promessas que nos fizeram. Bastantes foram as promessas que nós mesmos fizemos.
 
No alvorecer de um ano novo, é muito forte o desejo de uma vida nova. Mas já estamos precavidos e é quase certo o resultado do embate que tal desejo vai ter na realidade.
 
Esta, com a sua incoercível inclemência, acaba por trucidar sempre os sonhos mais ousados e a vontade mais decidida.
 
No dia 2 de Janeiro (ou, talvez, hoje, dia 3, segunda-feira), já acordámos para os problemas habituais e para as dificuldades de sempre.
 
As expectativas são tão baixas que qualquer melhoria será apontada como um enorme êxito.
 
A sensação que dá é que todos estamos à espera do pior. Precisa-se, pois, de um suplemento de esperança.
 
E, neste particular, valerá a pena parafrasear a célebre recomendação de Kennedy: «Não perguntes apenas ao mundo o que pode fazer por ti; pergunta sobretudo a ti o que podes fazer pelo mundo».
 
 
2. O cenário não é entusiasmante e a tarefa não será fácil. Não são as promessas que, por si só, alteram a realidade.
 
Aliás, numa época dominada pelo efémero, as promessas depressa se esfumam. A esta altura, os votos de bom ano novo parecem já imolados pelas agruras do quotidiano.
 
As promessas tornaram-se uma espécie de balão de oxigénio que nos remetem para um mundo de ilusões que depressa se desfazem.
 
A vida tornou-se uma rotina em que cada fracasso gera propósitos de mudança. Que, rapidamente, verificamos que não se cumprem.
 
Dostoiévski bem alertava: «Prometer uma mudança, no fundo, resume-se a mentir, por mais respeitável que seja quem promete».
 
Talvez haja, aqui, algum excesso, mas não deixa de sobrar uma nesga de verdade.
 
Não basta prometer. É preciso, acima de tudo, realizar. O maior poder, como nos adverte José Antonio Marina, é precisamente este: tornar real o possível.
 
 
3. Sempre ouvi dizer que o demónio se alimenta de propósitos. No início de um ano, não faltarão.
 
Ninguém questiona que muitos deles são formulados com a melhor das intenções. Mas não podemos viver ao ritmo dos propósitos que nunca se realizam.
 
Sábia é, por isso, a recomendação de Santo Inácio de Loyola. Trata-se da recomendação dos três p’s.
 
Dizia o fundador da Companhia de Jesus que os propósitos devem ser poucos, pequenos e possíveis.
 
É que, se forem muitos, facilmente nos dispersamos. Se forem grandes, dificilmente os fixamos. E se não forem possíveis, instintivamente os pomos de lado.
 
Na verdade, somos muito ambiciosos na formulação de propósitos, quando devíamos ser mais ambiciosos na sua concretização.
 
Ainda me lembro do primeiro retiro em que participei e da cara de espanto do seu orientador quando leu o propósito que alguém tinha feito: «Prometo fazer tudo o que ouvi aqui»!
 
Há quem diga que o Islão mobiliza muita gente por causa da simplicidade da sua doutrina. O próprio Cristianismo, que, por vezes, se nos afigura tão complicado, também é luminosamente simples.
 
Jesus tudo resumiu numa única lei: a lei do amor. Amar a Deus sobre todas as coisas e amar o próximo como a nós mesmos é a súmula da mensagem e a chave do seguimento de Cristo.
 
Curiosamente, Sebastião da Gama percebeu isto muito bem quando escreveu: «Tenho muito que fazer? Não. Tenho muito que amar».
 
O Evangelho desponta, por vezes, como uma proposta muito bela, mas também como um caminho que teimamos em não trilhar.
 
 
4. No início de mais um ano, não prometamos fazer muita coisa. Sem dúvida que muito é preciso fazer. Mas seleccionemos uma coisa de cada vez.
 
Achamos que é necessário mudar muito lá fora, nas estruturas. E é verdade. Mas comecemos a mudança por nós.
 
Não é mais fácil, mas sempre será mais exequível, basicamente porque depende de nós.
 
O que nunca podemos presumir é que a mudança ocorre por inércia. Já, há séculos, dizia Francis Bacon que, por inércia, as coisas só pioram.
 
Se queremos que as coisas melhorem, temos de fazer alguma coisa. A começar pela nossa vida.
 
publicado por Theosfera às 11:15

Às vezes, parece que os violentos têm mais seguidores que os pacíficos.

 

Pensa bem. É muito provável que ao pacífico tentes responder com violência e que ao violento procures corresponder com uma violência ainda maior.

 

Dizes que já não és capaz de proceder de maneira diferente. Alguma vez, contudo, exercitaste o autodomínio? O controlo das tuas emoções e dos teus ímpetos? Ou, pelo contrário, não será que frequentemente fazes a apologia dos sentimentos à flor da pele?

 

Mas que fazer quando te provocam? Lembra-te da recomendação atribuída a S. Francisco. Nunca respondas ao ódio com ódio, mas com amor. Nunca respondas à ofensa com a ofensa, mas com o perdão.

 

Diante de alguém descontrolado, mantém pois o controlo. Não percas jamais a serenidade. Aliás, quando os nervos apertam, as palavras que proferimos vêm mais do nosso instinto do que da nossa racionalidade. E, regra geral, acabamos por nos arrepender do que dizemos.

 

Assim, quando alguém te abordar em estado de fúria, opta por manter os olhos no chão e a boca fechada. Até que a tempestade passe…

publicado por Theosfera às 10:25

Nesta altura de embate com uma realidade ainda mais inclemente, um verbo vem à mente: desistir, desistir de trabalhar e até — quem sabe? — desistir de viver.

 

Perante isto, o Dalai Lama adverte que «só existem dois dias no ano em que nada pode ser feito. Um chama-se ontem e o outro chama-se amanhã. Portanto, hoje é o dia certo para amar, acreditar, fazer e principalmente viver».

 

É assim que, diante da tentação de desistir, há uma força que nos vai levando a resistir. Ainda que a tentação para desistir seja avassaladora, tenhamos presente que, como já Viriato nos exortava, «mais vale pertencer a uma minoria que resiste do que a uma maioria que desiste»!

 

No fundo, é possível fazer de cada dia uma teofania, uma revelação de Deus, já que, embora não pareça, sentimo-Lo sempre perto e até dentro de nós.

 

É Ele que nos faz, permanentemente, o apelo: não desistas, começa, volta a começar.

 

Xavier Zubiri dizia que, no fundo, «a vida é uma sucessão de começos». E, quanto aos problemas que aparecem, há que encará-los e não dramatizá-los pois, como referiu Kahlil Gibran, «só se chega à aurora pelo caminho da noite».

 

Se cairmos no caminho, a solução é voltarmo-nos a erguer. Foi Séneca que exarou a recomendação: «Se um grande homem cair, mesmo depois da queda, continua grande».

 

Não é a queda que torna o homem pequeno. É a desistência que o anula. Às vezes, e como intuía Aristóteles, «é no fundo de um buraco ou de um poço, que acontece descobrir-se as estrelas».

 

Por isso, Irmão, não comeces a desistir e nunca desistas de começar. Mesmo que te custe.

 

Aquilo que esperas vai acontecer. Não saberemos quando, mas vai acontecer. «A esperança espanta o próprio Deus», como dizia Péguy. Portanto, ela vai, uma vez mais, surpreender.

 

Mantém a fidelidade. Mesmo que todos pensam e digam o contrário. Deus é o critério. Não são as maiorias que decidem. É Ele. Não O deixes. Ele também não te abandonará!

 

Faz da realidade um sonho. Faz do teu sonho realidade. A vida é uma teofania permanente. Deus está sempre a visitar-nos. Em todas as situações.

 

Porque não fazer, então, da terra uma única (e imensa) filadélfia, ou seja, um povo de amigos e de irmãos?

publicado por Theosfera às 10:20

1. Está ainda o ano a dar os seus primeiros (e tímidos) passos e já não falta quem prenuncie tempestade. 

  

Não há praticamente político nem comentador que, qual Cassandra dos tempos modernos, não nos prepare para o agravamento da crise.

 

Não espanta, pois, que o ambiente seja soturno e que se propenda a ver problemas onde até podem estar a germinar possibilidades.

 

Ter noção das dificuldades não é, em si, dramático. O importante é que não fiquemos desmobilizados ou alçados pelo desespero.

 

Não sei se por influência do ambiente político e do clima económico e social, começam a aparecer vozes a alertar também para a crise da Igreja.

 

Nos últimos dias, houve até quem a descrevesse como sendo uma das maiores crises dos últimos séculos.

 

 

2. Há uma tendência crescente, em muitas pessoas, para desligar a relação com Deus e a relação com a Igreja.

 

Longe, muito longe, aparenta estar, por conseguinte, a afirmação de S. Cipriano, segundo a qual «ninguém pode ter a Deus por pai se não tiver a Igreja por mãe».

 

O certo é que não falta quem sinta Deus como pai e, apesar disso, não consiga sentir a Igreja como mãe.

 

Quer queiramos quer não, existe um número cada vez maior de seres humanos que não prescinde de Deus e que, ao mesmo tempo, se afasta da Igreja.

 

Neste contexto, não partilho do diagnóstico dos que dizem que a sociedade está a distanciar-se de Deus.

 

Ainda recentemente, por alturas do Natal, se voltaram a ouvir vozes eclesiásticas a increpar uma laicidade que obscurece o sagrado. Com todo o respeito, não me parece que seja assim.

 

É óbvio que já não estamos em tempos de cristandade. Mas também já superamos a época secularista, que alguns (apressadamente) qualificaram como, irremediavelmente, pós-religiosa.

 

Poderemos é estar no limiar de uma era que poderão denominar pós-eclesiástica. No entanto, julgo ser mais adequado acolhê-la como sendo uma era de apelo à refundação da própria Igreja.

 

 

3. Em si mesma, a laicidade não impede ninguém de cultivar uma relação com Deus.

 

Pelo contrário e a avaliar por certas reacções a determinadas intervenções, o que muitos lastimam é que a Igreja não se mostre mais próxima de Jesus.

 

É claro que a sobrevivência da Igreja não está em causa. Mas pode estar em jogo a sua relevância.

 

As pessoas são livres de chegar a Deus pelas vias que consideram mais convenientes. O que nos deve fazer meditar é haver muitos que acham que a Igreja não é uma dessas vias.

 

Isto não deve conduzir-nos a uma trincheira nem tão-pouco nos há-de levar a um olhar pessimista e zangado sobre o mundo.

 

O mais sensato é optar pela via da conversão, da mudança, da humildade.

 

Muitos afastam-se da Igreja porque entendem que a Igreja está a afastar-se de Jesus.

  

Nos tempos de cristandade, havia perguntas que nem sequer eram formuladas. Nos tempos que correm, há inquietações que as pessoas exigem ver correspondidas.

 

 

4. Os maiores representantes da Igreja não podem ser vistos como os que mandam, mas como os que servem.

 

Em Jesus, Deus entra na nossa história não pela via da opulência, mas pela via da humildade.

 

Divino, com feito, não é o grande caber no grande. Isso qualquer humano consegue. Divino é o infinitamente grande caber no infinitamente pequeno.

 

Vale a pena recordar, a este propósito, a máxima de Hölderlin: «Não ser abarcado pelo máximo, mas deixar-se abarcar pelo mínimo, isso é que é divino».

 

De facto, Deus inverte o máximo e o mínimo, o maior e o menor, o grande e o pequeno.

 

O máximo é o que parece mínimo. O maior é o que se apresenta como menor. O verdadeiramente grande é o que nos surge como aparentemente pequeno.

publicado por Theosfera às 00:00

Domingo, 02 de Janeiro de 2011

«Uma amizade fiel e estável é o que a alma mais deseja. É muito bom confessar segredos aos corações que estão preparados e que nos dão segurança. Teres amigos em quem confias mais até do que em ti, que tenham uma linguagem acolhedora, que dêem opiniões para resolveres os teus problemas, que transformem a tristeza em alegria, é muito bom».

Assim escreveu (sublime e magnificamente) Séneca.

publicado por Theosfera às 23:15

Parece que tudo se esvai e se esfuma. A passagem de ano é, essencialmente, marcada por excessos: excesso de gastos, excesso de ruído, excesso de futilidades.

 

Dá a impressão de que se quer afogar, numas horas, as mágoas passadas e as dores futuras.

 

É preciso haver mais criatividade. Deus tem de estar no centro destes momentos. A paz da Sua companhia infunde uma felicidade incomparável.

 

Soube, entretanto, que tu, meu Irmão, saíste do ano velho a rezar; entraste no ano novo a rezar. Fizeste bem! Feliz ano novo na companhia de Deus!

 

Amanhã teremos, já, o primeiro teste!

 

Que não seja só novo o ano. Que seja nova a vida. Sobretudo a vida.

 

Não pode ser só o ano a trazer a novidade. Temos de ser todos a construí-la.

 

Extirpemos a injustiça e a violência, esbanjemos a paz e a esperança.

 

Demos as mãos. Pensemos no próximo e no pobre. Não jugulemos a vida do desfavorecido.

 

Mantenhamos acesa a coragem da verdade e da coerência.

 

publicado por Theosfera às 14:16

Tem feito o Santo Padre um esforço meritório no sentido de tornar mais transparentes as actividades financeiras do Banco do Vaticano.

 

É muito louvável esta preocupação, sem dúvida. Mas é preocupante que estas situações ocorram numa instituição ligada à Igreja.

 

É certo que a Igreja é composta por homens e, como tal, a exposição ao erro cobre-nos a todos por igual.

 

Não terá chegado, entretanto, a altura de ponderar, além do funcionamento, a própria existência de um tal banco?

 

Será que a Igreja deverá ter um banco?

 

As operações financeiras das pessoas e instituições eclesiásticas não poderão ser efectuadas nos bancos de um qualquer país?

 

Com todo o respeito, penso que o princípio da Carta a Diogneto encerra uma actualidade flagrante: os cristãos devem ser no mundo o que alma é no corpo. Não somos um mundo à parte, mas parte do mundo.

 

O despojamento, a que o mistério epifânico do Natal nos convida, oferece-nos uma liberdade insuperável.

 

Estou certo de que, a breve prazo, as coisas seguirão o seu rumo. São muitos os sinais acerca do que Deus quer.

 

Com serenidade e humildade, os passos serão dados. Deus também fala (e de que maneira) pelos sinais que envia.

 

Hoje, a estrela que nos conduz a Deus brilha no interior das consciências dos cristãos. De todos!

publicado por Theosfera às 14:10

Das memórias de Winston Park vem-nos esta prece que, à primeira vista, pode saber a desespero mas que, no fundo, transpira uma ambiência olorosa de autenticidade:

 

«Senhor, Deus meu,

não sei por que me fizeste assim.

 

Sim, porque acredito que nada acontece sem Ti.

 

Para ser fiel à Tua inspiração, tornei-me um proscrito,

um incompreendido.

 

Dei-me e olha para mim.

Tu bem sabes como estou: só!

Estou só e sem saída.

 

Sei que me dizes para persistir.

Mas para quê?

Transformar o mundo não consigo.

Integrar o sistema que nele vigora não posso.

 

Para mudar o mundo, as forças são nulas.

Para integrar o sistema que nele vigora, a consciência não deixa.

 

Porque não me deste, Senhor, a arte do camaleão?

Porque é que me deste apenas uma cara?

 

Continuo à espera.

Diz-me que fazer.

 

Enquanto espero, sinto que não vivo.

Sobrevivo.

Em Ti, Senhor».

publicado por Theosfera às 14:09

Jesus, hoje, aparece-nos a ser presenteado.

 

Oferecem-Lhe coisas do melhor: ouro, incenso e mirra.

 

Mas talvez não nos apercebamos de que é Ele quem nos obsequia com a maior dádiva: Ele mesmo.

 

Jesus, epifania de Deus, é o grande presente de Deus à Humanidade.

 

Ele é a Humanidade gerada por Deus.

 

N'Ele encontramo-nos. Ele é a imagem de Deus invisível e o modelo para todo ser humano.

 

Uma vez mais, nunca é demais anotar o essencial: Ele visita-nos na maior pobreza, humildade e largueza.

 

Ele é para todos.

 

Não há qualquer tipo de centrismo: nem etnocentrismo nem eclesiocentrismo.

 

Todos os povos vêm adorá-Lo. A Sua missão é para todos.

 

Ninguém pode aprisionar o dador da Liberdade.

publicado por Theosfera às 14:08

No dia 2 de Janeiro, a Igreja celebra a memória de dois santos que foram dois enormes amigos: S. Basílio e S. Gregório de Nazianzo.

 

O que mais toca não é a sabedoria e a santidade que os exornava. O que mais impressiona é, sem dúvida, a amizade que os ligava.

 

 É, de facto, sumamente comovente ler o que S. Gregório diz acerca da união entre os dois: consideravam-se como uma alma em dois corpos.

 

 Cada um trabalhava não para ser o primeiro entre os dois, mas para dar a primazia ao outro.

 

 Como precisamos, hoje em dia, de amizades deste jaez, desta envergadura!

 

 O amigo é o irmão que se escolhe. Mas, também neste campo, sobram amargas desilusões.

 

 Às vezes, de quem tudo se espera nada vem. E não sei que será pior: não ter amigos ou pensar que se tem, sem se ter.

 

 Jesus chamou amigos aos Seus discípulos. Temos de continuar à procura do verdadeiro amigo. Nem que leve a vida toda!

 

 Mas ele também vai aparecendo: com vários (não muitos) nomes, com diversas feições e, sobretudo, em todos os momentos.

 

 O amigo é, acima de tudo, o que nunca falha!

publicado por Theosfera às 14:06

Sábado, 01 de Janeiro de 2011

No princípio, era a Paz,
a Paz estava com Deus
a Paz era Deus.

A Paz estava, no princípio, com Deus.
Tudo começou a existir por meio dela
e, sem ela, nada existe.

Nela está a vida
e a vida é a luz dos homens.

A luz resplandece nas trevas,
mas as trevas não a acolhem.

Surgiu, então, um homem enviado por Deus

Veio como testemunha,
para dar testemunho da Paz,
a fim de todos acreditarem por seu intermédio.

Ele (ainda) não era a Paz,
mas veio para dar testemunho da Paz.

A Paz é a luz verdadeira
que, vindo ao mundo,
ilumina todo o homem.

Ela está no mundo
e o mundo foi feito por ela,
mas o mundo não a quer conhecer.

Ele vem ao que é seu,
mas os seus não o querem receber.

Aos que a recebem,
aos que acreditam nela,
dá-lhes o poder de se tornarem filhos de Deus.

E a Paz fez-se carne
e habita entre nós.

Nós vemos a sua glória,
glória de lhe vem de Deus,
cheia de graça e de verdade.

Da sua plenitude todos nós recebemos,
graça sobre graça.

Porque, se a Lei foi dada por meio de Moisés,
a graça e a verdade vieram por meio da Paz.

A Deus ninguém jamais O viu:
A Paz que está no seio do Pai
é que O dá a conhecer!

publicado por Theosfera às 00:05

Que não seja só novo o ano.

 

Que seja nova a vida.

 

Sobretudo a vida.

publicado por Theosfera às 00:04

Um novo ano nos dás, Senhor:

12 meses para uma nova jornada pelos caminhos do Tempo,

52 semanas para uma nova peregrinação pelas estradas da Vida,

365 dias para uma nova aventura pelas encruzilhadas do Mundo.

 

Obrigado, Senhor, por mais esta oportunidade, oferta graciosa da bondade com que — imerecidamente — nos presenteias em cada instante.

Sim, porque é no acolhimento do dom de cada instante

que mais envolvidos nos sentimos pela Tua solicitude

e que mais surpreendidos somos pelo Teu amor.

 

Que este novo ano, Senhor,

sejam pois 12 meses de paz,

52 semanas de harmonia

e 365 dias de contínua solidariedade e comunhão.

 

Sabemos que sozinhos não podemos nada.

Mas também sabemos que conTigo conseguiremos tudo.

Queremos, por isso, que o novo ano faça de nós criaturas novas,

porque só com homens novos será possível acender a chama do tempo novo!

 

Que ao longo deste ano, que hoje começa

nós queiramos ser

construtores da paz,

peregrinos da esperança,

arautos da Boa Nova,

testemunhas da verdade,

promotores da justiça,

semeadores do perdão,

paladinos da liberdade

e anunciadores da salvação.

 

Que, ao longo deste ano, nos encontres, Senhor,

mais atentos à Tua presença,

mais comprometidos com a Tua Palavra,

mais iluminados pela Tua luz,

mais fortalecidos pelo Teu Espírito

e mais inundados — por dentro e por fora — pela Tua infinita paz!

 

Entretanto, que tudo isto não seja só o nosso sonho, mas também o nosso projecto.

Não só o nosso desejo, mas também o nosso esforço.

Não só o nosso horizonte longínquo, mas também o nosso empenhamento constante.

 

Pedimos-Te, Senhor,

que a santidade seja o nosso objectivo,

que a fé seja a nossa prioridade,

que a oração seja o ar que absorvemos,

que o silêncio seja a atmosfera que aspiramos

e que o Mandamento Novo seja a nossa eterna Lei!

 

Concede-nos

que o Teu rosto ilumine os nossos olhos,

que a Tua Palavra resplandeça em nossos lábios,

que o Teu exemplo desinstale o nosso ser

e que a Tua Vida transforme a nossa própria vida!

 

A Ti, Senhor, queremos agradecer,

em Ti, Senhor, queremos permanecer,

conTigo, Senhor, queremos gritar:

«Nunca mais a guerra!

Nunca mais o ódio!

Nunca mais a violência e a injustiça!».

 

Contamos conTigo,

conta connosco também

para fazermos deste ano

um passo em frente

na construção de um mundo melhor,

de um  mundo onde não haja grandes nem pequenos,

onde todos se sintam irmãos,

onde só Tu sejas Senhor,

pois o Teu senhorio

é a garantia mais segura

de que a humanidade

ainda pode ser uma única família,

uma imensa filadélfia

e uma luminosa fraternidade universal!

publicado por Theosfera às 00:03

Dia de Ano Novo,

 

Dia de Santa Maria Mãe de Deus,

 

Oitava do Natal,

 

Dia Mundial da Paz.

publicado por Theosfera às 00:00

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